|| Capítulo 8 ||

Cenas tristes nesse capítulo, por favor não ache drama o que Jimin vai passar, e nem escreva isso, porque quem vai ler sou eu.

Beijinho da autora.

Autora on.

— Jungkook. — Taehyung entrou com tudo no escritório de Jeon.

— Quantas vezes eu terei que dizer bata na porta antes de entrar? — perguntou sem olhar para o amigo, ainda concentrado no papel em sua mão.

— Tá! Desculpa, mas preciso de ajuda. — sentou de frente a mesa do outro.

— O que você fez dessa vez? — já esperava algo ruim.

— Não fiz nada, ainda. — Jeon olhou Taehyung.

— Fala logo, está enrolando muito. — sem paciência.

— O Louis está ameaçando o Jin. — agora conseguiu a atenção do chefe.

— Citou o Jimin? — longe do azulado poderia o chamar pelo nome sem se preocupar com o que aquela mente fértil iria pensar.

— Não. — respondeu.

— Então porque precisa da minha ajuda? Eu te avisei desde o início para não se envolver com aquele francês, você me ouviu? — negou. — Arque com as consequências sozinho, se ele tentar algo contra o Jin e isso afetar o Jimin, é a sua cabeça que vai para a guilhotina.

— Posso matar ele? — Jeon negou.

— Você sabe que não, ele é filho do líder da máfia francesa, se um dos meus entrar em guerra com eles, toda a máfia precisa estar junto. — falou explicando. — Agora se você me trazer uma prova que o Jimin vai estar em perigo, eu ligo para o líder da máfia francesa.

— Em uma hora eu trago. — saiu da sala, Jeon sabia que ele iria conseguir isso.

Então Louis está na cidade, Jungkook sempre soube que ele não prestava, pelo simples fato que enquanto namorava o Tae, vivia querendo beijar ele, Jeon que não deu oportunidade para isso acontecer.

Pegou o celular e Jimin ainda não respondeu sua mensagem, até agora, apareceu que o azulado estava digitando.

Azulinho - Oi! Desculpa a demora, estava fazendo comida para duas dragas.

Quem são as dragas?

Tudo bem, seu irmão e quem?

A moça russa que o ajuda na máfia da Coréia entrou na sala após bater, ele só apontou a cadeira e ela sentou, continuou em silêncio esperando autorização para falar.

Azulinho - Ele e o Jin, agora estamos comendo.

Vou te deixar comer, depois falo mais com você.

Já iria desligar o celular, mas recebeu a mensagem resposta.

Azulinho - Tá bom.

É como Jeon estivesse vendo Jimin fazendo bico nesse momento, sabia que o outro parecia um bebê, e agiu como um, também sabia que Jimin não gostava de fazer bico, mas ele achava fofo as expressões dele.

Queria saber o que passava naquela mente, o que ele tanto pensava para ser tão expressivo.

Desligou o celular, para saber o que a loira está querendo.

— Pode falar. — deu autorização.

— Senhor Jeon, isso chegou hoje da Rússia, o tesoureiro mandou. — ela fala coreano, mas se sente mais confortável com a língua materna, e Jungkook vai entender ela.

— O que é? — pegou a pasta.

— Teve uma saída muito grande do caixa dois, e ele quer saber o motivo, mas eu não sei para que usamos esse dinheiro. — respondeu.

— Deixa eu ver. — abriu a pasta, começou a olhar os relatórios e as saídas de todo dinheiro do caixa, apenas um ele não reconheceu. — Chame o Jake agora, ele tem cinco minutos para aparecer aqui ou eu vou atrás dele.

— Sim, senhor Jeon. — pegou o celular ligando na hora. — Jake, apareça no escrito do senhor Jeon agora, ele vai te matar se não for em cinco minutos.

Desligou, Jungkook olhando os relatórios muito furioso, e contando no relógio o tempo, passou três minutos ouviram batidas na porta.

— Entra. — deu a permissão.

— Licença senhor. — entrou já se curvando em respeito, sentou ao lado da russa.

— Polina, fale o que me contou. — falou ainda olhando a pasta.

— O tesoureiro da Rússia enviou esse documento, eles querem saber porque uma quantia grande de dinheiro saiu do caixa dois, e eu não sei para que usamos. — contou.

— Agora eu quero saber o porquê você tirou dinheiro do caixa dois sem avisar ninguém? É bom que você fale a verdade, ou vai sair dessa sala em um saco plástico. — falou bravo com o outro.

— Se me permite perguntar senhor, quanto foi a quantia? — perguntou com cautela, sabe que Jeon não terá problemas em acabar com a sua vida.

— Um milhão. — respondeu.

— Deus obrigado. — Jake respirou aliviado. — Não fui eu, esse mês eu não mexi no dinheiro do caixa dois, só usamos do caixa um para comprar armamento que a polícia roubou, mas pegamos de volta, o senhor ainda não assinou liberando para comprar mais coisas.

— Então não foi você? — confirmou. — Chame a Selina, temos um rato na máfia.

— Fudeu para alguém. — Jake sussurrou para Polina.

— Não é eu, então nem ligo. — a loira respondeu, ligou para quem o chefe mandou, em cinco minutos a moça bateu na porta.

— Chefe, o que precisa? Só me chama quando algo dá errado. — ficou em pé de braços cruzados atrás dos dois sentados, com a roupa toda preta, duas armas visíveis e uma na bota.

— Tem um rato na máfia, um milhão sumiu. — falou. — Ache, é muito dinheiro para desaparecer desse jeito, eu quero de volta, Polina vai te passar cópias dos relatórios.

— É para trazer vivo ou morto? — perguntou.

— Vivo, quero saber porque estava me roubando. — respondeu. — Entendido?

— Sim, senhor. — falou em postura reta.

— Podem sair. — Jeon devolveu a pasta para Polina antes deles saírem.

— Puta que pariu, quem é doido para roubar o Jeon, essa pessoa não está feliz com a vida. — Jake comentou com as duas.

— Não mesmo, se sobrar as cinzas vai ser muito. — Selina falou. — Ainda bem que não sou eu.

— Nem eu. — os outros dois falaram juntos.

Jeon ouviu alguém batendo na porta, respirou fundo procurando paciência.

— Entra. — falou, Tae entrou.

— Achei. — anunciou balançando o celular.

[...] Jimin on.

— Vai comer a panela Jin? — dieta né? Está acabando com a comida.

— Eu estou com fome! — a dieta dele durou até muito.

— Você não estava de dieta? — mostrou o dedo e continuou comendo, eu já terminei, Hoseok também, subiu para estudar.

— Desisto da dieta, eu amo comer. — estou muito chocado com essa informação. — Ainda não mostrou quem são os antigos namorados do Jungkook.

— Espera. — peguei o celular, entrei no Instagram e fui para o meu perfil, salvei duas publicações deles para conseguir ver depois. — Essa é a Yelena.

— Nossa, bonita, mas você é bem mais. — falou.

— Eu sei. — fui para o outro. — Esse é o Mikhail.

— Ele gosta de olho claro né? — concordei. — Você é mais bonito que os dois juntos, ficou inseguro?

— Nenhum pouco. — falei, ainda estou pensando naquele assunto que o Jungkook disse para eu não pensar.

Ele nem sabe o que é, mas disse para eu não pensar.

— Jin, pode me responder uma coisa? — confirmou sem parar de comer. — O Jungkook ele não fala nada diretamente.

— Exemplo? — pediu.

— Tipo, ele falou que quer alguém, mas esse alguém não acha possível alguém gostar dele, algo parecido com isso, entendeu? — confirmou. — Então, ele dá entender muita coisa, mas noventa e cinco porcento das coisas que ele deixa entre as entrelinhas são de cunho sexual.

— Continue. — falou.

— Isso me deixa um pouco inseguro, porque e se ele quer apenas sexo? — minha mente é um enigma, uma hora eu estou confiante, depois fico inseguro de novo.

— Sabe que está vivendo o amanhã né? — mais um com isso? — Olha, eu vou deduzir pelo pouco que você me conta que ele é alguém com muita paciência, apenas com você também, ele deve estar esperando a hora certa para dizer que tem um sentimento por você.

Fiquei mais pensativo, ele pode falar agora, apesar que eu não teria coragem de dizer sentir o mesmo.

— Porque o Jungkook não quer ser rápido de mais e te assustar, ele com toda certeza já percebeu como sua mente funciona, acredito que ele possa esperar até você estar pronto para um relacionamento. — espera.

— Eu não estou pronto agora? — negou. — Por que?

— Jimin, meu amigo lindo, você nunca namorou e nem esteve em relacionamento nenhum. — até aí você está certo. — Você é completamente virgem, não sabe absolutamente nada sobre namoro.

Quem disse? Eu leio, observo o namoro dos outros, sei sim.

— É um bebê nesse quesito, e tem o episódio que te fez mudar de escola, se vê pronto para a emoção de namorar agora Jimin? — ele está certo. — Seja paciente, na hora certa você vai namorar o Jungkook, e ver que ele não quer apenas sexo, paciência.

— Fácil para você, já está envolvido até o último fio de cabelo com o Tae. — ficou vermelho.

Agora eu, preciso me contentar em conversar com Jungkook, como a vida é injusta.

— O que você estava fazendo hoje? Na hora do intervalo que chegou com vergonha. — encheu a boca de comida para não responder. — Eu posso esperar.

Esperei bem pleno ele terminar de comer, não tenho pressa.

Para isso.

— Vamos supor, apenas supor. — fala logo. — Que eu tenha pagado um boquete para ele. — sussurrou tudo.

Eu fiquei com vergonha por ele, tem merda na cabeça só pode.

— Você é doido? Porque fazer isso na escola? Ele não tem casa? Você tem casa Jin e seus pais são bem liberais. — chutei a canela dele por debaixo da mesa.

— Ai. — nem doeu. — É porque nós estávamos nos beijando, e foi ficando cada vez mais quente, nunca senti isso antes, aí aconteceu.

— Bela desculpa, o beijo dele é quente. — piada.

— É sério, quando ficar com o Jungkook vai me entender. — porque falar disso?

Primeiro eu não estou pronto para namorar, depois eu vou ficar com ele para entender, está me deixando confuso.

Eu queria namorar agora, e não posso, ele pode.

Fiquei triste.

— Porque ficou assim? — perguntou.

— Nada, vou lavar a louça. — comecei a tirar as coisas da mesa, logo em seguida lavar tudo.

— Jimin, você não me engana, porque ficou triste? — parou ao meu lado.

— Por nada. — todo mundo namora menos eu, todo mundo beija menos eu, todo mundo faz tudo e eu não.

Porque eu sou assim? Deus não vai muito com a minha cara.

— Não vai falar? — neguei. — Então vou falar com o Jungkook.

— Fale, se quiser te passo o número. — nem ligo, vocês não podem ler mentes, não sabem e não vão saber o motivo.

— Então passa. — ele pensa que estou brincando, desliguei a torneira, seco a mão, peguei meu celular e passei o número.

Voltei a lavar a louça, vi que ele estava falando com o Jungkook, nem ligo.

— Eu vou ir para casa, você precisa de espaço. — falou. — Não esquece que eu te amo coisa pequena.

— Tchau! Não sou pequeno. — eu sou, mas não vou admitir.

Ele foi embora me deixando sozinho, agora vou pensar.

Ainda bem que amanhã eu tenho terapia, porque minha mente anda uma confusão.

Para muitos podem parecer que estou fazendo drama, mas quando você passa mais da metade da sua vida pensando que nunca vai ter alguém, de repente surge uma pessoa, e você não pode se relacionar porque "não está pronto" é frustrante.

Eu nunca tive grandes sonhos, mas um sempre me chamou muita atenção, saber como é namorar, porque eu lia em livros, assistia séries, filmes, e eu quero saber qual é a sensação de ter uma pessoa que gosta de mim do jeito que eu sou.

Porque mesmo se eu namorar um mafioso, ainda assim serei o que tem mais falhas.

Eu poderia ser um extraterrestre de tão estranho que sou, quando você vai em um mercado, normalmente você fala "obrigado" para quem passou suas compras, eu nunca pude fazer isso porque não consigo.

Coisas simples da vida de alguém comum são um sonho para mim.

Eu estou disposto esquecer que o Jungkook é mafioso e aceitar o que sinto por ele, mas não vou poder fazer nada com isso, só guardar para mim.

Porque as pessoas do mundo serem tão más comigo me deixou despreparado para um relacionamento, eu teria uma vida normal e sem limitações se ninguém zombar de mim, mas não foi assim.

Eu passei tanto tempo sendo oprimido, perseguido, atacado, fisicamente e psicologicamente, que não estou pronto para namorar quem eu gosto.

Terminei as louças e subi para o meu quarto, escovei o dente antes de deitar, só encarando o teto.

Se eu fosse normal isso não estaria acontecendo, mas eu sou? Não sou.

Limpei a primeira lágrima que escorreu, certeza que tem gente vai pensar ser drama, mas eu não ligo.

Queria estar no seu lugar para pensar o mesmo, um dia eu queria saber como é olhar para o que estou passando e pensar "é drama", deve ser incrível ser diferente.

Conseguir falar com todo mundo, não ter crises com uma situação de nervoso, não precisar tomar um remédio que mesmo te deixando melhor sua mente vira uma página em branco, e que se você sair casa vai ter crises parando no hospital ficando em observação por mais de dias.

Eu queria ser você!

Fechei os olhos deixando as lágrimas caírem, segunda vez na semana chorando, parece que estou naquela escola de novo, a diferença é que eu chorava todo dia.

Não sei quanto tempo passou, eu chorando encolhido na cama, despertei dos pensamentos com batidas na porta.

— Entra. — a porta abriu.

— Você está bem? — confirmei. — Ótimo! Porque o Jungkook está aí.

Limpei meu rosto com a manga do moletom, sentei na cama, que dor de cabeça.

— Vou ignorar esses olhos inchados e vermelhos, vai logo. — saiu do quarto.

Levantei da cama calçando a pantufa, fui para o banheiro lavei o rosto, não adiantou nada, mas vou pensar que sim.

Saí do quarto, desci a escada e caminhei até a porta, abri.

Jungkook em pé de costa para a porta, fechei ela, toquei seu ombro e ele virou "Eu não sabia que o Jin iria pedir para vir aqui, desculpa por te atrapalhar" me adiantei falando.

— Ele não pediu para eu vir aqui, só disse que você estava triste e iria chorar a qualquer momento. — fofoqueiro, ainda diz que ama. — Pelos seus olhos ele estava certo, o que aconteceu?

"Nada, está tudo bem" não está mesmo, e sinto que vou chorar de novo, não quero chorar na frente dele.

— Toquinho, guardar não vai adiantar nada. — vai sim. — Já tem lágrimas nos seus olhos de novo, quem fez você chorar?

Vai precisar de um caderno para anotar todos os nomes, porque desde muito cedo às pessoas me fazem chorar.

Eu não quero chorar aqui.

"Posso te abraçar?" Perguntei com receio da resposta.

— Pode. — ele segurou na minha mão trazendo para perto dele, abracei sua cintura não consegui mais segurar as lágrimas, eu estou muito fraco e quebrado.

Jungkook merece uma pessoa que esteja bem, não alguém que ele vai precisar juntar todos os pedacinhos porque ao decorrer da vida muitos ajudaram quebrar.

Talvez não seja ele que desista de mim, talvez eu desista dele.

[...] Autora on.

Jeon estava sentindo sua blusa ficar molhada, ele não se importava com isso, se importava com quem estava molhando.

Ficou preocupado ao notar algo, o choro de Jimin são apenas lágrimas, ele não esboça nenhum som, reação, nada, só lágrimas silenciosas.

Isso tem um significado bem triste, quando você chora muito com o tempo vai perdendo o som, seu corpo está tão cansado que libera apenas lágrimas.

É o que se passa com Jimin, ele está tão esgotado, o corpo tão cansado que são apenas lágrimas, nada mais que isso.

Suas forças se esgotaram, seu corpo pedia ajuda em silêncio, não tem voz para isso.

Jungkook estava triste de ver o azulado daquele jeito e nem sabe o motivo para aquelas lágrimas sofridas, ele gostava de ver o outro rindo e sorrindo.

— Porque você está chorando Jiminsinho? — perguntou baixinho para o menor.

Silêncio, mais lágrimas.

Esperou o tempo do outro se acalmar, parecia até que ele tinha dormido, a respiração calma.

— Que tal me contar o motivo das lágrimas? — sugeriu.

Park se afastou devagar do mais alto, gostou de ficar abraçado com Jeon, o calor do corpo dele é gostoso assim como o cheiro.

"Eu queria ser diferente" falou.

— Diferente como? Aparência? — negou.

"Personalidade, eu quero ser alguém comum, com uma mente normal" passou a manga do moletom no rosto limpando as lágrimas "Mas eu não sou".

— Esse é o motivo das lágrimas? — confirmou, pensa ser drama também? Pensou triste — Só isso ou tem mais?

"Tem mais, mas não vou te contar" porque te envolve, completou em sua mente

— Tudo bem, eu prefiro você assim. — lógico, não está na minha pele, pensava ele. — Se você fosse comum eu nunca iria te conhecer.

Jimin parou para pensar naquilo, ele nunca iria conhecer o Jungkook se fosse normal, mas o processo para ele chegar até o mafioso foi doloroso.

— E eu gosto muito de ter você na minha vida, sendo o Jimin que não fala com desconhecidos, sente medo, desconfia de tudo, e tem uma mente enigmática. — ficou com as bochechas mais rosas. — Você é perfeito toquinho, não tente mudar sua personalidade para se encaixar no padrão que impõe ser o certo.

Estava pensando nas palavras do outro.

— Seja certo da sua própria maneira. — falou. — E não pense ser legal conseguir se comunicar com todo mundo, isso te obriga falar com pessoas insuportáveis, você não precisa falar com ninguém.

"Eu quero falar com você" foi sincero pegando Jeon de surpresa.

— No tempo certo, já disse que sou paciente, posso esperar você sentir confortável para falar comigo. — não importe quanto tempo isso possa durar.

"Não quero fazer você ficar esperando minha mente decidir o tempo certo para falar, você pode..." Jungkook entendeu o que Jimin pretendia dizer.

— Nem pense em continuar isso, eu vou continuar esperando. — falou. — Eu vou esperar você.

"Tudo bem" ele não queria mandar Jungkook embora, mas não queria o prender a si não permitindo que ele tenha uma vida.

— Aqui, para você. — pegou a sacola de papel que estava no parapeito da varanda e entregou para o menor. — Eu já vou indo, tchau!

Se aproximou beijando a testa do menor, Jimin sempre fecha os olhos sentindo esse contato, o único contato que Jeon tem com ele.

Park acenou para Jungkook após ele se afastar, viu ele ir até o carro, quando ele foi embora Jimin entrou, subiu para o quarto.

Pegou um remédio para dor de cabeça, tomou no seco.

Sentou na cama, abriu a sacola e tirou a caixa de dentro, três gavetas com chocolate da GODIVA, sua boca salivou.

Pegou o celular e mandou mensagem para Jeon.

Obrigado pelos chocolates.

Ligou a televisão, colocou um filme de comédia romântica, comeu os chocolates assistindo, quando acabou quis mais.

Passou a tarde olhando a televisão, casais felizes, que ele odiava por não poder ser daquela forma com alguém.

Quando a noite chegou, foi para o banheiro tomou um banho quente para relaxar o corpo que estava tenso, saiu se secando, enrolado na toalha aplicou uma máscara na pele para não ter resultados negativos o tempo que passou chorando mais cedo.

Foi para o closet, vestiu calça moletom azul-claro e a parte de cima da mesma cor, com cuidado para não tirar a máscara.

Voltou ao quarto, sentou e agora ele iria estudar, colocou os óculos com cuidado.

Por uma hora e meia terminou duas matérias que faltavam da terceira parte do estudo para as provas, e duas horas passou estudando russo.

Em um intervalo durante esse tempo tirou a máscara, e passou creme.

Tomou um pouco de água que foi buscar na cozinha, respirou fundo, começou a pronunciar as frases que estava aprendendo, como tem uma facilidade enorme para aprender outros idiomas, não vai demorar para ele estar perto de ser fluente.

Ouviu batidas na porta, parou o que fazia.

Jimin on.

— Entra. — falei, virei minha cadeira para a porta.

— O Pai ligou, disse que vai chegar mais tarde, mas pediu comida para nós e já está chegando. — Hobi falou após entrar.

— Tudo bem. — não estava com coragem para fazer.

— Está estudando? — confirmei. — O quê?

— Para as provas que irei fazer. — ele tem a língua muito grande, se ver o Jungkook ele conta o que estou estudando.

— Boa sorte! — saiu do quarto fechando a porta.

Voltei a praticar as frases, no caderno que peguei para escrever sobre russo, eu sempre coloco a frase na forma de escrever e pronunciar, a única dificuldade que estou tendo é com o alfabeto russo, ele é difícil, mas não é impossível.

Concentrei bastante, fazia as letras e quais sons elas têm, já falando também para ter uma noção de como vai em uma palavra.

Mais vinte minutos Hobi avisando da comida, larguei meu material, peguei meu celular e saí do quarto, desci para a cozinha.

Sentei, peguei o que me pertence, vou olhar se mandaram mensagem enquanto como.

Tem do Jungkook, Jin, e um número desconhecido.

Entrei na mensagem do número desconhecido, quero saber como conseguiu meu número.

Desconhecido - Desculpa pelo o que eu te fiz por favor, eu juro que estou arrependido, fale para ela parar de me seguir.

Quê? Que merda é essa? É pegadinha?

Quem é você?

Fiquei ansioso esperando a resposta, quem será essa pessoa.

Desconhecido - Eu sou o Mit-eum

Meu coração começou a acelerar assim como a respiração estava difícil.

Saí da conversa com ele, entrei na conversa com o Jungkook.

Cara tatuado - Não foi nada.

Cara tatuado - Está melhor?

Jungkook, me ajuda.

Não posso ter uma crise.
Não posso ter uma crise.
Não posso ter uma crise.
Não posso ter uma crise.
Não posso ter uma crise.
Não posso ter uma crise.

Ainda bem que Hoseok subiu com a comida dele.

Não quero tomar o remédio.
Não quero tomar o remédio.
Não quero tomar o remédio.
Não quero tomar o remédio.
Não quero tomar o remédio.
Não quero tomar o remédio.

Cara tatuado - O que aconteceu?

Lembra quando te contei o motivo para começar ter crises?

Cara tatuado - Sim, o menino zombar de você.

Ele conseguiu meu número, está mandando mensagens.

Eu estou para ter uma crise, mas não quero tomar o remédio.

Respirei fundo, tentando controlar tudo que estou sentindo.

Cara tatuado - Posso te ligar?

Não entendi, ele sabe que não vou falar nada né?

Pode.

Não demorou começou a tocar, atendi a ligação.

— Minha irmã tinha muita crise no ano passado após saber da morte dos nossos pais, e não conseguia dormir, comecei a contar histórias para acalmar ela durante a crise. — ouvi sua voz só isso já começou me acalmar. — Vou contar uma história para te acalmar.

Voltei a comer prestando atenção nas palavras dele.

— Era uma vez, em um castelo no alto da montanha, um príncipe que vivia sozinho. — gosto de histórias. — Ele nunca saiu do castelo porque tinha medo que o mundo poderia fazer com ele, mas a solidão estava o matando aos poucos.

Tadinho do príncipe, ser sozinho é ruim mesmo.

— Um dia ele decidiu sair para ver como é o mundo exterior, usando uma capa para não mostrar seu rosto visitou o vilarejo do seu reino, viu crianças correndo e brincando, pessoas cantando alegres, soldados fora de seu horário de serviço cortejando as moças perto da maior fonte da cidade, a fonte dos desejos. — sempre quis ir em uma dessa. — O príncipe ficou encantado, mas ainda existia o medo, com uma moeda na mão fez seu pedido "quero alguém que faça eu perder o medo da felicidade".

Eu te entendo príncipe.

— Jogou a moeda na fonte, e já virou para ir embora, mas o destino colocou o chefe dos cavaleiros de costa para ele, caiu no chão por bater no cavaleiro. — que vergonha, eu corria. — O capuz da sua capa caiu, o chefe virou para ajudar a pessoa que caiu encontrando um rapaz loiro assustado, o príncipe levantou sozinho colocando o capuz, correu para longe do vilarejo e do homem que gritava perguntando seu nome.

Fiquei com dó do príncipe e do cavaleiro.

— O cavaleiro não tirava a imagem daquele rapaz da sua mente, queria saber quem era o dono daqueles lindos fios brilhantes. — apaixonou. — Um dia enquanto conversava com seu rei, contou do rapaz e o homem mais velho reconheceu dizendo ser o seu filho que se isolou no castelo no alto da montanha, ofereceu ao cavaleiro moedas de ouro se ele conseguisse tirar o príncipe do castelo.

Espero que ele não aceite, continue isolado príncipe.

— O chefe dos cavaleiros aceitou as moedas, e com o seu cavalo galopou até o castelo, muita folha nas paredes, com flores também. — terminei de comer, fiquei só ouvindo ele falar. — Usou a aldrava para bater na grande porta, mas ninguém veio abrir, ele decidiu entrar no castelo.

Má ideia, todo mundo sabe que não pode entrar sem ser convidado.

— Tudo em silêncio, só se ouvia o vento entrando pelas janelas abertas, subiu a escadaria e foi para a torre mais alta do castelo, abriu devagar a porta, a primeira coisa que viu foi o príncipe dormindo na cama enorme com um lençol fino o cobrindo. — isso, dê detalhes para eu imaginar tudo. — Se aproximou do príncipe, o sono de quem dormia era leve, ao perceber uma respiração pesada perto de si já acordou e foi se encolhendo na cama para longe do cavaleiro.

Jungkook deveria escrever um livro com as histórias que ele conta para a irmã dele, são ótimas.

— Perguntou quem era ele e o que fazia em seu quarto, o cavaleiro contou que ele veio a mando do rei para tentar o fazer sair para conhecer o mundo, o príncipe já conhecendo seu pai perguntou quanto ele ganhou para estar ali, não era o primeiro cavaleiro que tenta o tirar do castelo. — tadinho do príncipe, se acostumou com as pessoas fazendo mal para ele. — O cavaleiro contou a verdade sobre as moedas, e o príncipe disse "te ofereço o dobro para me deixar em paz", até iria aceitar, mas propôs um desafio ao príncipe se ele conseguir fazer o mesmo sair ele dá o dinheiro, se não conseguir dá as moedas que ganhou do rei e o deixa em paz.

Eu amo um clichê, continua.

— O príncipe pensou na proposta do outro, um tanto tentadora, aceitou por estar cansado de ficar sozinho no castelo. — eu pelo menos tenho meu pai, irmão e o Jin.

Jungkook também, não estou sozinho, agora.

— Então o cavaleiro todos os dias durantes meses veio ao castelo contar coisas boas que acontecem ao lado de fora do castelo, sobre as batalhas que já venceu, também expôs seus medos para fazer o príncipe confiar em si, nesse tempo o rapaz loiro não apenas confiou no cavaleiro, mas também se apaixonou por ele. — estou com medo do final da história. — Antes de partir para uma batalha o chefe deixou uma carta para o príncipe.

Se ele morrer, Jungkook morre também.

— Mas fora do castelo, após partir o príncipe saiu e foi atrás dessa carta, achou ela apenas quatro dias depois da partida do cavaleiro. — tadinho. — Ele voltou para o castelo com a carta em mãos, subiu para sua torre, sentado em sua cama ele abriu o envelope azul bem clarinho como a sua cor favorita.

Tô ansioso, e a carta nem é para mim.

— Na carta dizia "Esse inverno foi o mais frio para os aldeões, e mais quente para mim, seu sorriso me aquece como uma tarde no verão. Toda vez que eu olhar para o céu e ver a Lua lembrarei dos seus olhos, tão escuros quanto a noite, mas sempre brilham ao falar de suas flores favoritas. Suas mãos sempre tocando de forma suave as minhas, com cuidado por medo da minha reação. Minha missão era apenas conseguir fazer você perder o medo do mundo, mas agora sou eu que tenho medo do mundo te machucar, porque alguém tão carinhoso e amoroso como você pode se ferir aqui fora. Eu falhei no que prometi a mim mesmo no dia que apertei sua pequena mão para firmar o acordo, não me apaixonar por você. Hoje eu escrevo essa carta dizendo que já te amo, e não saberia viver sem você ao meu lado, se eu voltar dessa batalha espero que já tenha a resposta para essa pergunta, quer casar comigo pequeno príncipe?". — contou. — "Se eu não voltar, espero que encontre sua felicidade e o amor que eu não pude te oferecer".

Limpei as lágrimas, que lindo! Sou muito emotivo, misericórdia.

— O príncipe terminou de ler a carta com lágrimas saindo de seus olhos, não sabia se o homem a quem ele amava iria voltar, passou o mês seguinte na torre apenas olhando a janela esperando que o cavaleiro voltasse para ele. — Jungkook que história triste. — Só saia para comer porque prometeu ao cavaleiro que não deixaria de comer, chegou a notícia que os cavaleiros voltaram de mais uma batalha ganha, mas com quem ele se importava não apareceu.

Tadinho dele, agora está sofrendo, o amor faz isso mesmo príncipe, sei porque já li em livros, ainda não amei ninguém dessa forma.

— Passou duas semanas desde a volta dos cavaleiros, o príncipe já estava passando pelo luto de perder seu amado, mas em uma manhã ensolarada ouviu o barulho conhecido de um cavalo se aproximando, olhou a janela e viu o cavaleiro já próximo do castelo. — que alívio! — Correu do quarto e desceu a escadaria correndo, abriu as portas do castelo olhando o cavaleiro descendo do cavalo.

Recuso chorar por uma história que não é minha, lágrima fica quieta.

— O cavaleiro ao ver o loiro o esperando, abriu os braços, o príncipe correu até ele pulando em seu colo. — lindo, não vou chorar. — Chorando aceitou casar com o cavaleiro, e os dois viveram felizes para sempre!

Como assim? E o beijo seu idiota? E os filhinhos? Os cachorros? A família linda e feliz? Eu vou bater nele por não terminar a história como eu quero.

— Está calmo toquinho? — calmo? Eu vou te dar umas tapas idiota.

Coloquei no viva-voz e fui para as mensagens.

Cadê o beijo deles Jungkook? Os filhos? Você termina essa história direito, ou vou na sua casa te bater!

Palhaço, quero algo completo para ter certeza que estavam felizes mesmo.

Ouvi ele rindo, não é para rir.

— Fico feliz que já está pensando em me bater, significa que está bem. — falou. — Não estou em casa Jiminsinho, vai precisar me achar para depois pensar em me bater.

Onde ele está uma hora dessa? Apesar que ele é mafioso, não devo me preocupar com essas coisas.

Sua irmã deve amar essa história, porque eu amei, obrigado por me acalmar.

— Minha irmã nunca ouviu essa história, eu inventei na hora especialmente para você. — não acredito. — Histórias para a minha irmã são mais de ursos tristes, insetos, ela gosta assim, você que gosta desses romances clichês então fiz algo que chamaria sua atenção para esquecer algo ruim.

Você inventou aquela declaração na hora? Parabéns!

Você está certo, eu gosto mesmo, romances clichês com finais previsíveis são perfeitos.

— Sim, inventei na hora, já escrevi muito poema quando adolescente, e minha mãe era uma fã de grandes romances sempre lia para mim, difícil não ver ela com um livro de romance na mão, acabei crescendo treinado para fazer essas declarações profundas com facilidade. — então a mãe dele gostava de ler.

Deve sentir falta da sua mãe.

Eu não tenho lembranças da minha mãe, só me lembro do dia que ela partiu, ela me colocou na cama desejou "boa noite pequeno" deu um beijo na minha bochecha e saiu do quarto.

Ela brincando comigo, algo assim eu não lembro de nada, só desse dia, porque na manhã seguinte eu já estava órfão de mãe, a psicóloga disse que minha mente fez um bloqueio de tudo que vivi com ela como uma segurança de que eu não perderia aquilo com o passar dos anos.

Eu falo que minha mente é estranha e ninguém acredita, mas faz parte.

— Sim, sinto falta dela meu pai eu via ele mais nos finais de semana por estar sempre ocupado, minha mãe sempre gostou mais de ficar em casa. — contou. — Porque não tem lembranças da sua mãe?

Minha mente fez um bloqueio com todas as lembranças, então eu não lembro de nada, apenas do dia que perdi ela para sempre.

— Com a minha irmã a mente dela só fez o bloqueio do dia que ela soube que eles morreram, então para ela agora eles estão fazendo uma viagem e não vão voltar, eu queria contar a verdade, mas minha avó disse que na hora certa ela vai sofrer o luto, ainda é muito cedo para colocar ela de novo nessa situação. — sua avó está certa, é horrível saber da morte mãe, imagina dos dois pais. — Ela nem pergunta mais sobre eles como antes, raramente só pergunta se eles estão bem.

Sua irmã tem fala seletiva né Jungkook?

Eu juntei os pontos na minha mente, e fez sentido.

— Como descobriu? — perguntou.

Ela sofreu tanto com a perda dos pais que após o bloqueio não conseguiu falar.

Por isso ela tem dificuldade para escrever e para ler não, estava no processo de aprender escrever.

— Está certo, ela tem fala seletiva, mas um grau a mais que você. — tadinha. — Apenas eu, meus avós e a babá sabemos, o grau dela ainda não identifica quem é confiável para falar como o seu, eu só ouço a voz dela quando está conversando com os ursos de pelúcia ou cantando no chuveiro.

Nossa, ela é apenas uma criança, como eu era.

— No primeiro dia na sala que você disse ter fala seletiva, fiquei impressionado de ver outra pessoa como a minha irmã, no intervalo te vi conversando com Jin percebi que o seu é diferente, mas feliz em saber que um dia minha irmã pode falar comigo. — contou e eu chocado.

O grau dela é um a mais que o meu mesmo, tem dois antes do meu, faltou pouco para eu ficar como sua irmã de não falar com ninguém.

Mas como meu pai buscou sobre tudo isso, ele saiu do país e foi atrás de especialista para eu não perder a fala totalmente, da sua irmã já aconteceu na hora.

Indico você fazer como faz comigo, deixe apenas ela com a linguagem dos sinais, você fale normalmente, isso vai estimular ela falar.

— Então você tem o grau três, faltou pouco mesmo toquinho. — sim, bem pouquinho e eu não falaria mais nada. — Obrigado pela sugestão, ela está doida para te conhecer, vai se encantar quando te vê pessoalmente.

Fiquei rosa? Com toda certeza.

Também quero conhecer ela.

Vou desligar, meu pai chegou.

Tchau! Obrigado por me acalmar, um dia eu te dou uma recompensa por isso.

— Tchau! Não precisa toquinho, se precisar de novo é só me ligar que eu te conto outra história. — falou.

Desliguei a ligação sorrindo, logo meu pai entrou, guardei o celular e peguei o que estava na mesa jogando fora.

— Ainda acordado Jimin? — parece que sim.

— Sim, estava em ligação com o Jungkook. — falei.

— Já está falando com ele? — neguei. — Como estava em ligação sem falar, vocês jovens são estranhos. — subiu.

Estranho é tu que namora escondido dos filhos, sem vergonha.

Subi para o meu quarto, após escovar o dente voltei sentar, só quando terminei de escrever a declaração que o cavaleiro fez para o príncipe que fui deitar, muito linda para esquecer.

Coloquei o celular para carregar, cobri meu corpo, dormir sorrindo igual um idiota, apaixonado é um bicho besta né.

Tive uma noite tranquila, acordei com meu celular despertando, primeiro fui tateando a cama para achar o bendito e desligar, fiz isso de olho fechado mesmo.

Fui tirando o edredom, chutando na verdade, sentei na cama me espreguiçando, eu quero dormir de novo.

Saí da cama e fui ao banheiro, tomar banho fazer todo aquele processo que pessoas fazem antes de irem para escola e após acordarem, na minha cabeça todos fazem isso.

É uma rotina comum, acordar, ir de olho fechado até o banheiro por já conhecer o caminho, fazer xixi, tomar banho e escovar o dente ao mesmo tempo, isso é algo comum para mim.

Seco meu corpo após terminar, entrei no closet, acendi a luz para enxergar as roupas, Jungkook tem razão eu tenho muita roupa.

Sexta-feira, amanhã é sábado finalmente, semana agitada eu tive.

Hoje é dia de psicóloga, temos muitos assuntos para tratar.

Coloquei um conjunto de moletom roxo e branco, ele é mesclado as duas cores, é roxo com manchas parecidas da vaca em branco, lindo.

Calcei um tênis branco, olhei no espelho para pentear o cabelo, eu sou incrível!

Peguei a mochila e saí, olhei a mesa de estudo, que bagunça! Arrumei tudo, detesto bagunça, já aproveitei e arrumei a cama.

Saí do quarto, a casa está vazia, desci a escada e já fui para porta.

Ir para a escola ouvindo música, muito bom!

Fiquei com a mente longe enquanto caminhava para a escola, pensando no Jungkook como sempre, vida difícil a minha, esse homem quer estar em todos os momentos da minha vida.

— Jimin. — olhei para trás, não vi ninguém.

Voltei a andar, mas ouvi passos, comecei a pensar nos livros que já li.

Procurar o que é sempre dá merda, andar mais rápido ele aparece na minha frente, vou seguir pleno.

— Jimin. — sou muito curioso, olhei e já me arrependi.

A causa das minhas piores crises............................




























































Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!!!!

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