|| Capitulo 52 ||

Mais um capítulo para vocês, após todos os problemas que teve para conseguir postar esse.

Espero que comentem bastante!

Jimin on.


— Porque filhos biológicos, vocês não podem ter.

A cada dia que passa eu tenho mais certeza, eu odeio a minha mãe!

— Mas se não podemos ter, porque sempre ficou preocupado com eu acabar engravidando? — perguntei.

— Engravidar pode, a gestação não chega ao fim, o bebê nasce morto. — o quê?

Olhei para o Jungkook, ele me abraçou de lado.

— O que ela arrumou para dar a vocês, não fez tão mal ao Jungkook, mas a você filho. — sempre sou o mais prejudicado. — Quando fomos aos Estados Unidos, foi para tentar reverter o que ela tinha feito.

— E não conseguiu né? — imagino que não.

— Uma parte sim, você nem poderia engravidar antes. — eu estou tão chocado, que não consigo chorar. — Mas aconteceu o problema com o ballet, e logo você não queria mais sair de casa, então tiveram que parar o tratamento.

— Eu ainda posso fazer esse tratamento? — perguntei.

— Já passou dez anos, não tem mais como reverter o dano.

Eu nem tenho culpa, mas me sinto extremamente culpado por não conseguir mais engravidar.

— Desculpa Kook-ah. — pedi.

— Isso não é sua culpa, neném. — eu sinto que é.

— Agora não podemos ter filhos biológicos. — e eu queria, ter a sensação da barriga crescendo, sentir o bebê chutar.

Minha mãe tirou isso de mim.

— Por que ela me odeia tanto? — perguntei.

— Sua mãe é sociopata narcisista, ela é incapaz de amar alguém além dela própria. — meu pai falou.

— Uma coisa não faz sentido. — Jungkook falou. — A parte da homofobia e não querer nós juntos, okay. Mas qual o motivo de impedir que tivéssemos filhos?

— Assim que vocês tiverem um filho, se tornam os mafiosos mais poderosos. — por que? — A máfia russa é uma das mais antigas, e segue regras que não existem mais em outras máfias, uma delas é, "Assim que o primogênito se unir a outro primogênito, e dar seguimento a geração milenar, todas as máfias ao redor terão que se unir a ele, e quem for contra será decapitado".

— Por que eu nunca ouvi falar dessa regra? — nem consigo falar mais.

— Porque não queriam que você soubesse. — deu certo.

Só tô com a cabeça encostada no Jungkook.

— Pensou que fosse pelo Jimin ser coreano que o conselho não estava aprovando seu relacionamento? Eles sempre souberam que o Jimin é russo, o motivo real é não dar seguimento a geração. — meu Deus!

— Mas podemos adotar. — tô tentando focar em outras coisas.

— Aí que está o problema, quando essa regra foi feita, não existia adoção, então... — só conta dar seguimento a geração se eu engravidar. — Mas vocês podem adotar.

— E por que essa maluca não quer que nós nos tornemos os mais poderosos?

— Porque ela está criando a própria máfia, e odeia vocês, nunca seria amigo, então ela perderia a cabeça, mas se vocês não tiverem filhos biológicos. — consegue escapar.

— Própria máfia? — confirmou.

— Ela tentou se unir à máfia de Busan, mas minha mãe a odeia. — por que será? — Decidiu fazer a própria, é algo pequeno, mas tem os piores do lado dela.

Foi citando quem se uniu a ela há anos.

— Não são os piores. — criei força para falar. — Eu e o Jungkook somos os piores!

— Exatamente. — Jeon concordou.

— O que ela quer comigo? — perguntei.

— Se ela tiver o controle quanto a quem tem o poder sobre três máfias, assume a liderança da máfia russa. — misericórdia. — Ela sempre quis isso, por isso me enganou acabando com o acordo com a máfia italiana, fez "amizade" com a mãe do Jungkook, tudo um plano para conseguir chegar a liderança.

O que deu errado?

— Só que assim que você nasceu, Jungkook ficou encantado com você, e quando a mãe do Jungkook falou "Eles são almas gêmeas!", sua mãe ficou revoltada, ela percebeu que se vocês ficassem juntos, nunca poderia ser líder.

Isso tudo pela liderança?

— Após ela tentar pela terceira vez te matar quando bebê, eu dei um susto nela, eu ainda tinha o controle da situação, se tentasse algo novamente ela perderia a cabeça. — deveria ter feito isso. — Não imaginava que iria se tornar essa situação toda, se soubesse, teria matado quando tive a chance.

— Agora ela me quer de novo. — falei.

— Por que não a matou quando veio aqui? — Jungkook perguntou.

— Você não conhece ela, se a conhecesse como eu e os seus pais, saberia que ela sempre tem um truque, algo que te faça mudar de ideia. — veio direto das trevas.

Parece que sempre tem algo a mais para descobrir, mesmo agora, eu sinto que ainda tem coisa escondida.

— Eu sou o que mais quero ela morta, mas quando todos ao redor dela estiverem se decompondo. — sim. — Me dói admitir, mas ela é muito inteligente, se uniu a quem odeia a máfia russa e faria de tudo para prejudicar os russos, inclusive matar o Jimin.

Sempre sobra para mim, incrível.

Eu devo ter tatuado um alvo nas costas, não foi Luas, é um alvo enorme.

— Então não pode tocar nela, até que os outros estejam mortos. — só piora. — Sua vida corre perigo? Sim, mas não mais que o Jimin, pense no seu noivo antes de tomar qualquer atitude.

— Jimin. — Vittorio entrou. — Ela está chorando.

— Eu vou cuidar dela. — levantei e saí do escritório. — Vem Mimi.

Peguei ela no colo.

— É por causa do dente, está nascendo, ela está enjoadinha. — fui até a bolsa, peguei o remédio, coloquei no copinho e dei a ela. — Pronto, lindinha?

— Como você está, filho? — Vittorio sentou e indicou do lado dele, sentei, deixando Milana deitada no meu colo. — Saiu praticamente correndo do escritório.

— Eu vou ficar bem. — só não hoje. — Vou pedir para a minha psicóloga me atender amanhã, e marcar com o psiquiatra, pedir a receita do antidepressivo.

— Qual? — perguntou.

— Um que eu não tomo desde que tentei acabar com a minha vida. — ele se assustou. — Meu pai nunca te contou?

— Não.

— Eu tinha dezesseis, estava muito esgotado, apanhava na escola constantemente, não via sentido em continuar vivo, acabei com um vidro de pílulas, e quando eu sentia minha vida indo embora, a dor continuava lá. — fico só olhando a Milana. — Meu pai veio ao meu quarto, derrubou a porta, mas infelizmente quem foi o primeiro a me ver...

— O Hobi. — sim.

— Pela rapidez que fui atendido, fui reanimado duas vezes, uma no hospital e uma na ambulância. — pedi para o Hobi me contar com detalhes. — Ele disse que parecia que eu não queria ser salvo, nunca confirmei porque ele tinha doze anos quando aconteceu, mas estava certo, eu queria ter morrido.

— E agora, você ainda queria ter morrido? — perguntou.

— Não, mesmo que esteja descobrindo coisas terríveis, eu tenho minha família, o Jungkook, meus amigos, e a Mimi que logo vai me abandonar. — ver pelo lado bom. — Talvez eu não deva tomar remédios, quero superar sozinho, minha mente diz que consigo, mas meu corpo quer se render às drogas lícitas.

— Escute sua mente, mas se ver que não aguenta, pede pelo seu remédio. — falou. — Jimin, ainda não tocou no assunto que te levou para o escritório.

— Eu queria tanto engravidar, e já tinha planejado com o Jungkook, assim que essa maluca psicótica estivesse morta com todos que a rodeiam, nós iríamos tentar, agora não podemos. — apesar de estar triste, eu sinto mais raiva e ódio. — Se eu colocar minhas mãos nela.

Juro que não sobrará nada.

— Filho, está ferindo sua mão. — está apertando minha unhas contra minha palma. — Vou olhar a comida, não se machuque.

Levantou e foi para a cozinha.

Peguei meu celular e tirei uma foto com a Milana, tenho uma pasta cheia de fotos dela.

Vou sentir falta dessa pequena, ela em pouco tempo conquistou meu coração.

— Pai, pai, pai, PAI. — Ayana.

— Ayana, não precisa gritar. — foi até a escada. — Leve isso onde achou, não é seu.

— Mas o pai deixou. — essa é a questão, não foi o pai certo.

— E eu proíbo, vai devolver. — voltou para a cozinha.

— O que ela pegou? — perguntei.

— Livro da biblioteca. — ah! — Ela só quer ver as imagens, e esse é um mangá do Hobi.

— Se o Hobi ver, desiste de ter irmã. — menino para ter ciúmes dos mangás, parece eu com meus livros.

— Os dois já brigaram por causa disso. — a cara do Hobi brigar com criança pelos mangás. — Eu ignoro, até Hobi tentar mandar a caçula para o céu.

É, ele já quis fazer isso comigo.

— PAI. — foi falar dele. — Essa aprendiz de cobra está com meu mangá de novo, depois eu tento jogar ela da sacada, fico como o ruim.

— Ayana, eu já mandei você devolver. — tudo doido.

— Eu tô indo! — vai mesmo. — E não sou cobra.

— É aprendiz, anda cobrinha, ou eu pinto a cara das suas bonecas. — maturidade é tudo.

— Chato!

— Minha missão é fazer sua vida difícil, chatinha! — não se preocupe, eles se amam. — Vem Nikolai. — ouvi a porta fechando de novo.

— Adolescente e criança, às vezes parecem duas crianças, mas finjo não ver. — faz bem.

Voltou e sentou.

— O que você vai fazer para encontrar todos que sua mãe tem ao lado dela? — perguntou.

— Ainda pensando sobre a situação. — mas vou conseguir planejar algo. — Por que não queria ter filhos?

— Traumas. — ah! — Não queria reproduzir nos meus filhos, coisas que eles não tinham culpa.

Faz sentido.

— Antes de ser apresentado a vocês, seu pai falou "Se eles te aceitarem, não precisa agir como um pai, mas não os rejeite se eles te virem dessa forma". — sempre pensando no bem estar meu e do Hobi. — Vocês dois me conquistaram, depois veio a Ayana, e agora vem mais um.

— Esse é mais arisco. — tive que correr para conseguir pegar.

— Me lembra alguém. — não é eu. — Por que não adota a Milana?

— Ela tem os tios dela. — respondi. — Ficará melhor com eles.

— Eu tenho certeza que ela ficaria melhor com vocês, na pequena visão dela, vocês são os pais. — prefiro pensar que ela não sabe.

— Pai. — Ayana. — Já posso ir tomar banho?

— Sim, e rápido, não lave o seu cabelo, nem molhe, use a touca. — como Milana estará nessa idade?

Tenho certeza que ela puxaria mais eu, já que fico mais com ela.

— Está sonhando com seu futuro? — perguntou.

— Só imaginando como ela vai ser. — uma gracinha. — Está pronto para ter mais um adolescente em casa?

— Não vou pensar muito sobre isso, ou eu surto. — boa sorte. — Mas se ele decidir ficar, será muito amado.

Vai mesmo, uma família excelente.

O que tanto meu pai conversa com o Jungkook?

— Vou olhar a Ayana. — levantou e subiu.

Jungkook saiu do escritório, mas meu pai não.

— O que conversaram? — perguntei, ele se aproximou.

— Nada demais, só coisas que sua mãe pode tentar. — isso é demais. — Mas ela não vai conseguir, vou te proteger, neném! — beijou minha testa.

— Eu vou te proteger também, Kook-ah! — você querendo ou não. — Agora pode ir fumar.

— Como sabe? — perguntou.

— Está com a mão no bolso que fica seu isqueiro. — só faz isso quando quer fumar.

— Muito inteligente meu neném. — sou.

Ele saiu para fumar.

Enquanto isso, Vittorio voltou, com a Ayana, ela de uniforme e o cabelo bem arrumado, cheio de cachos.

Hobi ainda está de molho da escola pela quase fratura, mas essa semana ele tem retorno, a folga vai acabar.

— Não gosto de brócolis. — olhei a cozinha.

— Filha, não pode deixar de comer algo por ser verde. — colocou no prato dela.

— Mas brócolis é ruim. — não é.

— Sua nutricionista disse que precisa comer mais verduras e legumes. — realmente, cheio de nutrientes para crescer saudável. — Então ou você come tudo, ou conto para o seu pai porque quer ir toda arrumada para a escola.

Sortuda, ainda pode escolher.

Minha outra opção era ficar sem meus livros, meu pai sabia onde mexer.

— Isso não é justo. — crianças.

Nada é justo na vida.

— Vou comer. — levou o prato dela para a mesa, sentou e começou a comer.

Excelente escolha, porque se o motivo para você querer ir para a escola arrumada for um menino, meu pai te muda de cidade.

Ela comeu tudo enquanto Vittorio terminava o almoço.

— Agora vai escovar os dentes.

Não demorou para voltar com a mochila, Vittorio levou ela lá fora para a mãe de uma amiguinha pegar.

— Jungkook vai levar elas. — ué. — Ayana se recusou ir com a mãe da amiga já que o "Kook" se ofereceu para levar, não sei com quem ela está aprendendo isso.

— Um mistério né? — sonso.

— Eu não ensinei nada. — claro.

— Criança réplica o que vê, e ela vive vendo você fazer isso. — sua aprendiz.

— Que calúnia! — perseguido tadinho.

Levantei e fui até a sala de jantar.

— É um menino o motivo dela ir arrumada? — perguntei.

— Sim, três anos mais velho. — ah!

— Não é perigoso? — eu acho.

— Não, ele é gay. — mas... — Eu sei porque ela se encantou por ele, pelos motivos que: gosta de bonecas, brincar de Barbie, sabe maquiar, usa presilhas no cabelo, e faz penteados no cabelo dela. — tadinha. — Isso não define a sexualidade, mas um dos pais dele me contou que tem certeza que o filho é gay, se o pai acha isso, quem sou eu para discordar.

— Ele tem dez anos? — confirmou. — A idade que os pais começam a ter certeza.

— Minha mãe teve certeza bem antes. — meu pai também, já que Jungkook se encantou por mim, desde bebê.

— Pelo jeito terá um hétero na família. — Ayana, ainda é cedo, mas tudo indica que sim.

— Deus queira que não, ter que aguentar um homem hétero na família, que castigo! — sim, porque hétero namora hétero, na maioria das vezes.

— Pai, pai, pai, pai. — lá vem o cobrinha.

— Eu ouvi no primeiro. — Vittorio falou. — Mas fala.

— Nikolai pode dormir aqui? — ele veio sozinho pedir.

— Poder, pode, mas isso não depende de nós. — exatamente. — Ele tem que querer e o orfanato autorizar.

— Ele quer. — olhei o Hobi. — Ele vai querer.

— Não o force a ficar aqui Hobi, tem que ser algo que venha dele. — concordo.

— Vocês complicam demais! — ele que está querendo sequestrar o meio-irmão, e nós somos complicados. — E Jimin, Juan está querendo falar com você.

Peguei meu celular na sala, vi as ligações perdidas, liguei de volta.

— Finalmente né Jimin? — agora sou obrigado a atender.

— O que você quer? — perguntei.

— Estamos com problemas aqui na sede. — isso não é problema meu.

— Qual seria? — ele explicou, realmente não era problema meu.

— Como nós resolvemos? — perguntou.

— Amanhã eu vou aí e resolvo.

— Okay! — sempre sobra para mim, incrível.

— Você conseguiu descobrir aquilo que me falou ontem? — hétero ou bi?

— Sim. — não faz suspense. — É Jimin, você é a cura hétero.

— Então tu não é? — Milana tentando pegar o celular.

— Não, acredito que sou como a Melissa. — ele é bissexual.

— Tae também é. — Vittorio está me olhando da cozinha querendo saber. — Bem-vindo ao clube! Contou para a sua mãe?

— Sim, ela disse "Sempre soube que você iria me apresentar um rapaz e não uma moça". — os pais sabem. — Mas para ela eu sou gay, não bissexual, falou que eu tenho um olhar muito doce para ainda gostar de mulher.

— Verdade né?

— Não é para concordar Jimin! — quem concordou?

— Tá, chato! — desligamos em seguida.

— Qual a fofoca? — Vittorio perguntou.

— Curioso! — deixei o celular no bolso. — Juan não é hétero.

— Grande novidade, eu te disse. — eu lembro.

— Chama o Hobi. — pedi.

— HOSEOK. — Milana se assustou no meu colo.

— Tudo doido, né pequena. — maluquinhos.

Ele desceu correndo, Nikolai está junto dessa vez.

— Almoçar? — perguntou.

— Não, Juan acabou de falar com Jimin, ele não é hétero. — Vittorio contou.

— ISSO! — a cobrinha comemorou.

— Quem é Juan? — Nikolai perguntou.

— Um amigo do Jimin que o Hobi é apaixonado. — completamente apaixonado.

— O que está acontecendo? — meu pai saiu do escritório perguntando, já que temos um Hobi dançando no meio da casa.

— Juan não é hétero, Juan não é hétero. — ainda faz música.

— Tá explicado. — doidinho esse menino. — O almoço está pronto?

— Sim, estou esperando Jungkook voltar, ele levou Ayana para a escola. — Vittorio explicou.

— Espera, como ele descobriu? — essa parte você não quer saber.

Ofereci Milana ao meu pai, ele pegou ela.

"Como você teve certeza de ser gay?", perguntei.

— Beijando meninos. — meu pai negou.

— Não seja assim Milana, seja freira. — falou com a bebê.

"Já sabe sua resposta".

— Pense pelo lado bom, agora você sabe que ele não é hétero. — Nikolai falou.

— Mas quantos será que ele beijou para ter certeza? Porque eu beijei seis. — meu pai ficou pálido.

— Vou até sentar. — sentou com a Milana.

"Isso ele não me falou".

— Nem vou perguntar, ou eu choro em posição fetal no banho. — do jeito que é dramático, não duvido.

A campainha tocou, ele foi atender, voltou com o Jungkook.

— Lavar as mãos, e voltar para comer. — Hobi foi o primeiro.

Entrei com Jungkook no lavabo.

— Como foi levar elas? — perguntei.

— Sua irmã tem uma grande chance de estar tendo uma paixão inocente na escola. — falou baixo.

— Eu sei, meu pai falou dele. — chegou tarde Jungkook.

— Dele? — confirmei. — Não, ela me fez parar em uma floricultura, e pediu para comprar uma rosa vermelha, que eu vi ela entregando para uma menina.

— Vittorio vai surtar. — graças a Deus, não é hétero!

Sequei a mão na roupa mesmo e saí do lavabo.

Vittorio está na cozinha, fui até ele.

— Não surta. — contei baixo o que Jungkook me falou.

— Como eu não percebi? — se perguntou. — Mas isso faz mais sentido.

— Com certeza faz.

Ajudei ele a levar a comida para a mesa.

— O Nikolai primeiro, fominha. — impediu meu irmão de pegar primeiro. — Pode se servir, Nikolai.

— Obrigado! —  ele se serviu. — Nunca comi comida italiana.

— E feito por um italiano legítimo, você vai amar. — Hobi falou se servindo.

"Quer me dar ela, pai?" Perguntei.

— Não, eu fico com ela. — respondeu.

Eu aviso que se deixar o prato perto ela enfia a mão?

Melhor não.

Peguei para mim, e comecei a comer.

— Vida, sua filha está levando rosas para dar a uma coleguinha na escola. — Vittorio contou.

— Uma menina?— confirmou. — Que pena, gostava daquela escola.

— Como assim? — se lascou Ayana.

— Ela vai mudar para outra. — pai ciumento, misericórdia. — Sete anos não é idade para ficar levando rosas, ou receber. — me olhou. — Jungkook fazia isso.

Ah!

— Viu neném, sempre fui romântico. — não é surpresa.

— É paixão inocente de criança. — Vittorio tentando mudar a cabeça do ranzinza. — Não vai dar em nada.

Spoiler, não vai conseguir.

— Mesmo? — confirmou. — Jimin e Jungkook também era uma paixão inocente de criança, olha agora. — melhor não olhar. — Ele foi morar com o Jungkook, está noivo, e prestes a adotar uma bebê, muito fofa por sinal, mas ainda assim.

Realmente fofa né?

— Eu não caio mais nessa de paixão inocente de criança. — está determinado. — Me engane uma vez, a culpa é sua, mas duas vezes, a culpa é minha. — filósofo ainda. — Ayana será a filha que me encherá de orgulho se tornando freira.

Meu pai é doido!

— Mas eu e o Jimin também te enchemos de orgulho, pai. — Hobi contestou.

Nem tenta Hobi, ele é advogado, sabe argumentar muito bem.

— Agora quer me encher de orgulho, você perdeu sua virgindade para um cara que te traiu por dinheiro. — eu disse. — E o Jimin, mesmo que o Jungkook foi o primeiro em tudo, era desnecessário ele me abandonar para ir morar com o noivo.

— Ele nunca vai esquecer isso. — agora que você percebeu?

— Não vou mesmo! — doido e ciumento. — Você e o Jimin deveriam ser padre.

— Por que padre? Pastor também é legal. — desiste Hobi.

— Não, pastor pode casar, prefiro padre. — viu? — Existe mais alguma religião que o líder não pode casar?

— Monge. — Jungkook ainda ajuda.

Quieto.

— Isso, vocês poderiam ter sido monges. — só piora.

— Vocês são engraçados! — Nikolai comentou.

— Ele não está brincando, Nik. — Hobi falou. — Mané monge, raspar a cabeça e ficar com uma trancinha só, misericórdia.

— Religião errada, Hobi, monge raspa tudo. — Jungkook explicou.

— Pior ainda. — e no zero. — Não serei monge, nem padre.

— Que decepção! Ainda quer me encher de orgulho, desse jeito, não acontecerá.

— Pai dramático. — e ciumento.

Milana enfiou a mão no prato do meu pai, ele nem se assustou.

— Você fazia muito isso. — contou enquanto limpa a mão da bebê. — Hobi tomava meu prato inteiro.

"Fominha desde bebê".

Senti um chute na minha canela, filho da puta.

Chutei de volta.

— Pai, o Jimin está me agredindo. — que cobra.

— Garanto que você chutou primeiro. — conhece o filho que tem.

— Isso não vem ao caso. — vem sim.

— Ela pode comer? — confirmei. — Vida, pega a colher dela.

Como assim dela?

— Nós compramos coisas para receber ela, para vocês não precisarem deixar ela com estranhos. — Vittorio contou.

Voltou com uma colher rosa.

Milana comeu, só legumes e bem pouquinho de macarrão.

— Vovô antes dos quarenta. — Hobi cantarolou, enquanto meu pai fala com a Milana.

— Shiu aí Hobi, ou corto sua mesada. — é difícil ser de menor.

— Você ganha mesada? — Nik perguntou.

— Sim, Jimin também ganhava, Ayana ganha. — bons tempos. — Você ganha dinheiro no orfanato?

— O governo dá dinheiro, mas eu guardo tudo. — inteligente.

— E pretende fazer o que com o dinheiro? — menino curioso.

— Usar para fazer o ensino médio em uma escola particular. — ainda é estudioso.

— Eu estudo em uma escola particular, você pode estudar lá também se morar aqui. — olha o Hobi querendo trazer o menino. — O Jimin e o Jungkook também estudaram nela, e o Jimin era capitão do time de vôlei.

— Então você era popular. — confirmei. — Como conseguiu ser capitão sendo que não fala com estranhos?

"Meu segundo capitão fala, eu passava tudo e ele repassava" expliquei.

— Eles ganharam o campeonato municipal escolar. — Hobi contou. — O último jogo Jimin jogou com fones de ouvido, porque a escola adversária estava fazendo comentários péssimos.

— Qual o motivo de fazerem isso? — lá vai o Hobi contar tudo. — Nossa.

É, nossa.

— Por isso, mas agora nem estão vivos também. — essa parte era desnecessária. — Então Nik, você vai escolher ficar aqui?

— Hoseok, é no final do dia que ele vai falar, não pressione. — meu pai falou.

— Mas e se ele tiver a resposta agora? — esse menino é muito curioso. — Você tem Nik?

Todos olhamos para ele, que foi se encolhendo.

Porém, confirmou.

Foi muito cedo, certeza que vai falar "quero ficar bem longe dessa família maluca!"

— Então pode falar Nikolai, mesmo que a resposta seja negativa. — Vittorio incentivou.

— Se ainda me quiserem, eu quero ficar. — jurava que ele iria falar não.

— Claro que queremos. — meu pai afirmou.

— Eles até que são bons pais, tipo, existem melhores, mas dão para o gasto. — meu irmão querendo ficar de castigo até ser de maior. — Tô brincando, eles são os melhores!

— Esse Hobi caça jeito de ficar castigo eternamente. — viu? Eu sempre tô certo. — Será muito feliz, aqui! E se ficar triste, possivelmente foi culpa do seu irmão.

— Ei, não é bem assim. — claro, um santo.

— Bem-vindo a família Park! — Vittorio falou. — Hoseok, sobe para se arrumar.

— Por que? — perguntou.

— Seu médico foi remarcado para hoje. — levantou e subiu bicudo. — Quer ir Nikolai?

— Tudo bem.

Vittorio serviu sorvete, que Nikolai foi comer na sala com o Jungkook, televisão ligada.

— Não dê sorvete para ela, pai. — falei antes de levantar para ajudar Vittorio a levar as louças.

— Claro. — tô de olho.

Ajudei a arrumar e organizar.

Voltei para pegar a Milana.

— Pai, o que é isso rosa no canto da boca dela? — peguei a bebê. — Eu disse para não dar sorvete.

— Foi só uma colherzinha, para ela não ficar com vontade. — sei. — Você é um pai muito chato!

— E o senhor um vovô irresponsável. — sinceramente.

— Vovô e pai? — Vittorio perguntou. — E a coisa que ela é melhor com os tios? E o "Eu me recuso ser avô antes dos quarenta?", dois mentirosos!

Meu pai olhou para mim, o olhar cúmplice.

— Quem é o terceiro? Me lembro de alguém falando "Eu não quero ter filho". — eu falei.

Se meu pai fala, vai dormir uma semana no sofá.

— Alguém? Mas quem falou isso foi o Vittorio. — Hobi chegou falando, pegou o potinho com sorvete que Vittorio deixou para ele. — Obrigado pai!

— Por nada, filho! E eu estou falando de vocês dois. — engraçado isso. — Jungkook, leve essa cobrinha embora, responsabilidade só sua agora!

— Neném, o que você está falando? — a verdade, nada mais que a verdade.

— A verdade. — meu pai respondeu. — E como não querer ser avô de uma bebê fofa dessa?

— Eu não vou ser avô, só tio, já avisando. — Vittorio falou.

— Tarde demais. — Hobi já estava terminando o sorvete, boquinha nervosa. — Mas para eles serem avôs, você tem que adotar ela, Ji, vai fazer isso?

— Eu não confirmei nada. — estão tirando suas próprias conclusões.

— Claro, e eu vou ser monge. — debochado. — Vamos pai?

— Vamos! Nikolai? — levantou e veio, Jungkook atrás.

— Posso colocar na pia? — perguntou sobre o bowl que ele comeu sorvete.

— Pode, e aqui em casa não precisa de pedir autorização para fazer nada, você é livre para fazer o que quiser, desde que não seja algo perigoso. — realmente.

— Por que eu preciso pedir autorização para comer certas coisas? — Hobi indignado.

— Deve ser porque você deixa o restante sem. — olho grande.

— Que calúnia! — só que não.

Nikolai lavou e secou.

— Onde guarda? — perguntou.

— Esse armário aí. — apontou. — A colher é na gaveta da ilha.

— Ilha? — não deve saber o que é.

— Isso que está atrás de você, é uma ilha. — explicou.

Ele guardou, se aproximou.

— Jimin, você vem? — Nikolai perguntou.

Confirmei.

— Vão saindo. — Vittorio falou, os dois adolescentes saíram. — Amor, peça para o nosso advogado dar entrada no pedido de adoção ainda hoje, mas já queremos a guarda temporária dele.

— Eu já ia ligar para ele. — então é assim que adota. — Se cuida, e cuida dos meus bebês.

— Ia falar que esses bebês estão grandes, mas olha o tamanho. — isso é bullying!

— Bullying com o filho é errado, viu? — falei.

— Eu não acho.. — difícil.

— Kook, você fica com ela? — confirmou e pegou a bebê. — Tchau, lindeza! Ela provavelmente vai dormir, as coisas dela estão em cima do sofá.

— Vamos ficar bem! — eu sei. — Se cuida, neném!

— Sempre! — me aproximei do Jungkook.

— Se beijar ele na minha frente, eu infarto. — dei só um selinho por causa do meu pai dramático.

Calcei meu all star na porta antes de sair, Vittorio foi até a garagem para pegar o carro.

Enquanto isso eu peguei minha arma para evitar maiores problemas.

Os dois adolescentes ficaram atrás, e eu na frente, ser o mais velho tem seus privilégios.

— Nikolai, qual foi a última vez que passou no médico? — Vittorio perguntou.

— Há um mês, para ver se estava tudo certo. — mas provavelmente vão te levar de novo.

No caminho, as duas maritacas foram falando, como fala desse tanto sem cansar?

Quando chegamos a clínica, saímos do carro e entramos, o clima mais gelado pelo ar-condicionado. Ficamos na sala de espera, Hobi e Vittorio foram com o médico.

— Jimin. — olhei Nikolai. — Você sabe porque nossa mãe nos odeia?

Atiraram na janela da clínica.

Falando nela, a maluca deu as caras de novo.

Segurei o braço do Nikolai, saímos dali, a recepcionista abaixada atrás do balcão.

Levei ele até o banheiro.

"Fica aqui, e quieto", concordou assustado.

Eu saí olhando minha arma, carregada.

Passei por trás do balcão, na janela do canto, que tem cortina, por uma fresta olhei.

Usei o zoom do celular, está vindo de cima.

Mandei mensagem pedindo reforço.

Porque meus seguranças não vieram.

Eles ficaram para fora do condomínio, e não sabiam que eu saí no carro do meu pai, então não seguiram como sempre fazem.

Nem posso culpar, foi descuido meu não avisar que estava saindo em um carro diferente.

Escrevi no meu celular e fui até a recepcionista, mostrei para ela.

— No final desse corredor a direita. — apontou.

Corri para os fundos, e saí por lá, dei a volta no quarteirão, entrei no prédio vizinho ao que o atirador está, uma loja de cosméticos.

Ninguém te para se você for com uma arma na mão.

Corri pelas escadas até o último andar, terraço, olhei o outro.

Afastei e corri para pular, em pé, fui até o atirador.

Coloquei a arma na nuca dele, levantou as mãos se rendendo, peguei a arma que ele estava usando.

Fiz levantar, revistei e fui tirando todas as armas.

Isso vai doer mais em você que em mim.

Um golpe na nuca, caiu apagado.

Preciso de informações.

Me ligaram, atendi.

— Jimin, estamos aqui.

— Terraço. — desliguei, esperei.

Guilherme e Juan, mais dois soldados.

— Matar, levar? — Juan perguntou.

"Leva, amanhã eu vejo o que faço".

— Levem. — um soldado pegou o desmaiado e colocou no ombro, o outro pegou as armas, levaram.

— Gui, procure pela identidade dele, de onde veio, para quem trabalha, e por que está na Coréia? — ele não é coreano. — Juan, faz ele ficar à vontade, dê as boas-vindas.

— Sim, chefe! — os dois falaram.

— Então você tem mais um irmão? — confirmei.

— Querem conhecer? — confirmaram.

Nós descemos e saímos do prédio, atravessamos a rua para entrar na Clínica.

— Senhor, tem um homem no banheiro. — a recepcionista me falou.

Peguei a arma, assim como Gui e Juan.

Fomos até lá.

— Vamos Niko, eu sei que você está aqui.

Fiz sinais ao Juan, ele entendeu.

Eu abri e ele entrou.

— Solta a arma, porra. — entramos atrás apontando a arma para ele. — É três contra um.

— Na próxima nós te pegamos, Niko. — ameaçou meu irmão.

Atirei nele.

Ninguém ameaça sangue meu.

— Como vamos tirar informações dele, agora? — Juan perguntou.

Eu atirei no ombro, vai sobreviver.

— Chamar os soldados para vir buscar. — Gui falou pegando o celular.

Olhei as cabines, cadê meu irmão?

— Jimin e Nikolai. — Vittorio entrou no banheiro com a arma na mão. — Eu ouvi o disparo, você está bem? — confirmei. — Cadê seu irmão?

— Não está aqui. — Juan respondeu.

Olhou o homem gemendo de dor no chão, foi até ele e pisou onde eu atirei.

— Onde ele está, filho da puta? Se encostou um dedo nele, eu te mato! — isso deve doer.

Ainda bem que não sou você!

Escutamos um barulho, apontamos as armas.

A grade do sistema de ventilação abriu, Nikolai saiu e desceu usando a parede da cabine, pulou no chão.

— Você está bem? — Vittorio perguntou. — Ele te fez algo?

— Não, eu tô bem! Só um pouco assustado. — olhou o homem no chão. — Ele vai sobreviver?

— Vai. — Vittorio respondeu.

"Nikolai, esses são dois dos meus amigos".

— Oi, Nikolai! Sou Guilherme da Silva. — apertou a mão do meu irmão.

— Brasileiro né? — confirmou. — Tem um brasileiro no orfanato com esse nome.

— Olá, Nikolai! Sou Juan Gonzalez! — também apertou.

— Ah! O famoso Juan. — neguei. — Jimin falou de você.

— Me ama muito. — com certeza.

— Vamos Nikolai, um médico vai te examinar, ter certeza que está bem. — Vittorio falou. — Tchau, meninos!

— Tchau! — ele saiu com o adolescente.

— O estrume desmaiou pela dor. — Juan falou.

Bem na hora dois soldados entraram, pegaram o verme.

— Esse nem precisa fazer ficar à vontade. — realmente não Gui.

— Vamos embora, Gui. — despedi dos dois, e eles se foram.

Vi que no canto do banheiro tinha uma porta com "apenas funcionários" na placa, abri e era produtos de limpeza.

Limpei o sangue no chão com alvejante, duas vezes.

Aí sim saí do banheiro, vai que quem limpa é alguém idoso, desmaia ao ver sangue.

Estavam me esperando perto do carro, entramos.

— Era a maluca? — perguntou para mim, neguei. — Como assim não?

"Estavam atrás do Nikolai".

Olhou o citado, que está falando com Hobi que nunca tinha visto tanta gente armada, junto.

— Se acostume, geral é armado. — Hobi falou tranquilo. — Só eu que não, meus pais que vão ser seus pais, falam que é perigoso me dar arma, discordo. — eu concordo. — Agora, só porque eu tenho uma lista de quem vou matar quando ter minha arma, sou perigoso, ser difamado é difícil.

Tadinho, sofrido.

— Mataria seu ex que te traiu por dinheiro? — eu sim.

— Não, agora eu odeio ele? Sim, nossa separação foi péssima? Muito, mas eu tive momentos excelentes com ele. — que maturo.

Eu matava de qualquer jeito.

Jungkook tem tanta sorte em não conseguir me trair, porque eu o mato sem sentir remorso.

— E mesmo que meu pai tenha ódio por eu ter tido minha primeira vez com o traidor, para mim, foi bom.

— Mas se arrepende né? — Vittorio perguntou.

— Pode ter certeza que sim. — sabia.

Mais um motivo para eu matar o Jungkook se me trair, todas as minhas primeiras vezes foi com ele.

Selinho, beijo, sexo, sexo oral, tudo.

Já ele, não posso dizer o mesmo.

— Nikolai, sabe o porquê de estarem atrás de você? — excelente pergunta. — Já fez algo para alguém?

— Que eu me lembre não. — ficou pensando. — Aquele que estava no banheiro, era o mesmo que atirou na janela?

Neguei.

— Não. — Vittorio ligou o carro.

— Os dois não eram coreanos? — confirmei.

— Sim.

— Eu já briguei com bastante gente de fora do orfanato, alguns envolvidos com tráfico. — que coragem, traficar na minha cidade.

Um recado precisa chegar até eles.

— Mas qual o motivo de virem atrás de você só agora? — Hobi indagou curioso.

— Com quem ele foi visto hoje, Hobi? — Vittorio perguntou.

— É mesmo. — lembrou né.

— Devem estar pensando que ele se uniu à máfia russa para entregar eles. — ledo engano.

— Não sabia que tinha máfia aqui além da russa. — Hobi comentou.

— Tinha a de Seul, mas seu irmão mandou matar todos. — calúnia.

Nunca fiz isso.

— Mas essas pessoas que estão atrás do seu irmão mais novo, não são mafiosos, porque máfia e tráfico nem sempre estão conectados. — exatamente. — E no caso da bratva não tem tráfico de drogas, só armas, charutos, cigarros, bebidas, e maconha.

— E maconha não é droga?

— É erva, e da bratva não tem química, nem é misturada com nada, então no máximo vai ficar lerdo se fumar demais. — isso.

— Vocês são bem organizados. — Nikolai elogiou.

Eu tento.

— Para onde vamos agora, pai? — Hobi perguntou.

— Comprar roupa para o Nikolai, materiais escolares, o uniforme, e o que mais ele quiser. — imaginei que fosse isso.

— Não precisa, eu já tenho roupas. — tadinho, ainda não conhece o Vittorio, ele vai comprar de qualquer jeito.

— Olha Nik, você tem duas opções, deixar ele comprar com você ajudando escolher, ou ele compra sem você. — Hobi explicando como vai acontecer.

— Tudo bem! — assim é melhor.

— E você tem bastante roupa? Porque seu closet tem trinta e cinco metros quadrados. — é grande.

— Vai encher tudo? — ele pretende.

— Vamos tentar. — nós fomos para o shopping de rico.

Subimos até o andar de lojas de roupa.

Entramos em uma rico sem expor, é tipo muito cara, mas não tem nenhuma logo de marca, como a Gucci, Channel, LV fazem.

Fiquei só olhando Vittorio pegar várias e mostrar ao Nik, Hobi foi olhar tênis.

Incrível como atraio pessoas ruins para a vida de quem é próximo a mim, meu irmão mal chegou e já tem gente atrás dele.

— Jimin. — Hobi me chamou. — Esse ou esse? — apontei o preto. — Tá passando tempo demais com seu emo.

Mais um com isso.

— É para o Juan. — lá vem ele.

— Não vai desistir? — perguntei.

— Só vou desistir se ele começar a namorar. — gosta de sofrer. — Enquanto isso, não.

— Sabe que pode acontecer a qualquer momento, né? — deixar ele ciente disso.

— Você deveria me apoiar, por que só fica falando essas coisas? — por que será?

— Hoseok, ele tem dezenove e você quinze, o Juan é o carro da lerdeza, não sabe que é apaixonado por ele, então em algum momento ele vai namorar, ainda tem três anos até você ser de maior, estou falando os fatos. — que podem doer.

— Eu sei disso tudo, mas quem deve me falar isso são nossos pais, do meu irmão mais velho só quero apoio e falar de quem eu estou apaixonado, não tenho amigos. — agora fez sentido.

— Tudo bem, desculpe! Fale de sua paixão pelo Juan. — vou me arrepender disso.

— Então né, já te falei que ele costuma pontuar frases quando está estressado?

Não parou um segundo.

Eu passei dois meses isolado do mundo com o Juan, e sei bem menos dele, Hobi sabe tudo.

Tudinho mesmo, até o tipo sanguíneo dele.

— Minha boca secou. — você jura?

Estamos em uma loja de tênis agora.

Fiz sinal para o Vittorio que iria sair.

Eu e o Hobi saímos e fomos até uma máquina de bebidas, comprei água para ele.

— Hobi, você disse que não tem amigos, mas eu lembro de você com vários amigos, o que aconteceu? — perguntei.

— Eles eram amigos do Yoongi, quando terminamos, escolheram um lado, e não foi o meu. — tadinho do meu irmão.

— Terá amigos melhores. — logo. — Me tenha como exemplo, eu passei uma parte da vida tendo um amigo, agora tenho vários, sua hora vai chegar.

— Só espero fazer amizade com gente mais normal, seus amigos são doidos. — que calúnia!

— Meus amigos são normais! — aos olhos de Deus!

— São nada, foi andar com você que viraram criminosos. — é mesmo, né?

Estávamos voltando quando um segurança me parou.

— O senhor precisa me entregar essa arma.

Eu olhei ele.

— Ele não fala. — Hobi avisou. — Pelo menos, não com você.

— Só quero a arma, não falar com ele. — eu realmente poderia entregar.

"Fala que eu tenho porte de arma".

— Ele tem porte de arma. — eu posso andar com essa arma em qualquer lugar.

— Não ligo, quero que me entregue essa arma agora ou vou ter que tomar outras providências. — mostrou a Glock.

Eu amo quando isso acontece, me julgarem pela aparência.

Sorri e fui subindo a manga do meu cropped, virei o braço, ele olhou.

Viu algo que pode ser considerado como RG do crime.

Minha tatuagem da máfia.

— Desculpe senhor, eu não sabia! — muda rapidinho.

Dei a volta nele, Hobi me alcançou.

— Quero ter uma também. — falou.

— Por enquanto você não vai ter nenhuma. — tatuagem da máfia nem pensar.

— Que chato ser adolescente. — resmungou.

Voltamos à loja, ainda escolhendo os tênis.

Fomos comprar eletrônicos, celular, iPad, MacBook, fones, e outras coisas básicas.

Nik, ficava da cor de um tomate cada vez que via o preço de algo, vergonha.

Vai se acostumar a ser rico.

Quer dizer, ser muito rico.

O carro ficou lotado de sacolas, Vittorio fez caber, já está acostumado a enfiar muita sacola aqui.

No caminho para casa, paramos na papelaria.

Onde vai colocar mais coisa?

A resposta é, no colo e assoalho do carro.

Finalmente fomos embora, eu dirigindo, ou ele iria querer parar em outra loja.

Não tem mais espaço.

Foi difícil sair do carro, caminhamos até a porta, Hobi abriu e nós entramos.

— Vida. — Vittorio chamando meu pai.

— Sala.

Nunca vão adivinhar o que ele e Jungkook estavam fazendo.

Jogando no videogame.

— Meu videogame. — Hobi falou olhando. — Quem deixou?

— Quer ficar sem mesada? — meu pai perguntou sem parar de mexer no controle.

— Pode jogar o quanto quiser. — interesseiro.

— Vida, quando terminar a partida, pega as sacolas no carro. — Jungkook nem pisca.

— Ganhei! — meu pai falou. — Só em tiro e luta é melhor que eu, no jogo eu sou melhor.

— Claro sogro, o melhor. — Jungkook deixou ele ganhar.

— Que sacolas, vida? É pouco né? — com certeza, bem pouquinho.

— Óbvio. — que não.

Levantou e foi para fora.

Vittorio subiu com os mais novos, vão decorar o quarto do Nik.

Meu noivo se aproximou de mim.

— Deixou ele ganhar, né? — perguntei.

— Sim, ainda não contou que após o casamento iremos passar algum tempo na Rússia. — fez bem, ou ele me sequestra.

E daí que eu já sou de maior, estou quase casando, e tenho uma vida? Ainda sou um bebê para ele.

— Onde está a Milana? — bebezinha linda.

— Dormindo, ali. — apontou.

Fui até perto do sofá, vi o coxão no chão, vários travesseiros e ela no meio, dormindo tranquila.

— Teve febre? — perguntei.

— Não, dormiu pouco depois que saiu, logo ela acorda. — sim, e com fome.

— Agora vai ajudar meu pai. — foi falar que ele entrou.

— Pouco? O carro está cuspindo sacola. — reclamando.

Foram várias viagens até terminar, os dois burrinhos de carga tiveram que beber água.

— Vocês vão jantar aqui, né? — Vittorio me perguntou.

— Não, tenho que dar banho na Milana e não trouxe a banheira.

— Compramos isso também, está no gabinete do seu banheiro. — okay.

Eu subi com a bebê que acabou de acordar, passei em frente ao quarto do Hobi, ouvi ele e Nikolai rindo.

Nem parece ser o mesmo menino que odiava a ideia de ter uma irmão mais novo, agora tem dois.

Kook e meu pai foram buscar a Ayana na escola.

Dei banho na Milana, a vesti com roupa limpa em cima da minha antiga cama, está toda acesa e cheia de risos, qualquer coisa que eu faça ela ri.

— Quer realmente que eu te roube, né? — peguei no colo, saí e desci, deixei a bolsa dela no sofá.

— Cheguei papai. — Ayana entrou correndo. — Oi mimi!

Mexeu com a bebê e foi para a cozinha.

— Pai, disse que não ia contar ao pai sobre o motivo para eu ir arrumada, agora ele quer me mandar para uma escola de freira. — ciumento.

— E não contei do menino.

— Que menino? — ela perguntou.

— Aquele que vive fazendo penteados em você. — respondeu.

— Pai, ele é como o senhor, o Jimin, e o Hobi, qual a palavra mesmo? — ficou pensativa. — Gay! É, ele é gay!

— Como tem certeza? — excelente pergunta.

— Ele está apaixonado por outro menino, somos apenas amigos. — pai amado. — Então pai, eu não vou para a escola de freira né?

— Não, seu pai é maluco, não dê ouvidos. — ficou aliviada. — Agora vai tomar banho, e lave o cabelo, tô vendo areia daqui.

— Tá papai! — subiu correndo.

— Não corre Ayana Park!

— Eu nem corri. — claro. — Andei rápido.

— Continue com esse deboche e vai para a escola de freira! — bela arma.

Meu pai e Jungkook entraram, com caixas de pizza.

Colocaram na mesa.

— Já contou ao seu pai sobre hoje? — Vittorio me perguntou.

— Contar o que? — cansei de ficar em pé, sentei em uma cadeira.

— Tem traficantes de droga, atrás do Nik. — pronto, contei. — Dois vieram hoje, atiraram no vidro da clínica, um eu deti e o outro foi atrás dele no banheiro, se sobreviveu ao tiro e ao pai ter pisado onde a munição entrou, está preso também.

— Onde ele se escondeu no banheiro? — Jungkook perguntou.

— Sistema de ventilação. — respondi. — Kook, por que nunca me contou que existem traficantes aqui?

— Nem eu sabia. — ah tá. — Coragem deles, vender droga no nosso território, sendo que nem nós vendemos.

— Não vendem? — meu pai perguntou.

— Criou seu filho muito bem, assim que ele assumiu mandou parar de vender e se livrar de toneladas de cocaína. — Mike teve um pequeno trabalho. — Mais de milhões em prejuízo.

— Não sei porque está falando do prejuízo, o banco que eu ajudei a assaltar paga umas dez vezes mais esse "prejuízo". — cada coisa.

— Banco que assaltou? Que história é essa, Jimin? — sentou também.

— Ele, o Peter, o Caleb e a Melissa, assaltaram o banco mais seguro da Rússia. — somos incríveis.

— Era o teste de inteligência para entrar na máfia, nós passamos. — com honra.

— Meu bebê está crescendo. — é, eu tô.

— Se chorar, dorme no sofá. — Vittorio falou da cozinha. — Ji, o leite está quente.

Jungkook ia pegar ela, mas meu pai foi mais rápido.

— Tem certeza que não vai adotar ela, já tenho como neta. — eu não entendo meu pai.

Uma hora quer me bater se eu o fizesse vovô antes dos quarenta, agora já tem a Milana como neta.

Confuso!

— Ela vai ficar com os tios, pai.

Levantei e fui até o sofá, peguei a mamadeira dela e a vitamina de colocar no leite, o médico que receitou.

— Por que ela tem que ficar com os tios? — perguntou.

— Eu matei os pais dela, e o Jimin se culpa por isso, então acha melhor ela ficar com alguém que não matou a antiga família. — Jungkook explicou. — Mas se não tivesse os tios, nós ficaríamos com ela.

— Vida, deveria matar os tios dela. — os dois arquitetando matar os tios da bebê.

Sinceramente, eu nem falo nada.

Preparei a mamadeira dela, e entreguei ao meu pai.

— Está na temperatura certa? — confirmei, logo ela estava se alimentando. — Mas então vida, para você vai ser fácil dar sumiço neles.

— Nenhum dos dois vai matar os tios dela. — ficaram de bico, é o fim da picada.

— Você conseguiu a guarda temporária do Nik? — Vittorio perguntou ao meu pai.

— Sim, mas nosso advogado já está fazendo toda a papelada para adotarmos ele, já sabe que parte você precisa fazer. — não entendi.

— Achar familiares e dar fim em todos. — meu Deus! — Se não se preocuparam até agora com ele, não vão ter mais acesso.

— Mas se nem nós sabíamos, talvez eles não saibam. — comentei.

— Filho, sua mãe escondia coisas dessa parte da família, a família dela que sobrou não. — entendi. — Ela tem uma prima, e uma tia, a mãe já morreu, graças a Deus.

— O que sobrou vai morrer. — assim seja. — Vou colocar aqueles dois adolescentes para tomar banho.

Vittorio subiu.

— Eu te contei que o Juan não é hétero? — Jungkook negou. — Disse que talvez seja como a Melissa, mas a mãe dele tem certeza que ele é gay.

— Então ele é. — meu pai comentou. — Pais sempre sabem.

— Disse que ele tem um olhar muito doce para gostar de mulher. — a mãe dele é demais.

— Não mentiu. — realmente. — Não vai mais gostar de mulher.

— Nem você. — falei.

— Só amo um Mine homem. — que bullying.

— Por que Mine? — perguntei.

— Filho, Deus te deu muita coisa, nenhuma delas é altura. — até meu pai.

Os dois bocós rindo.

— Deus, faça a Ayana namorar antes dos dezoito. — a graça acabou na hora.

— Deus não escuta quem abandona o pai. — dramático.

Falando nela, entrou na sala de jantar, cabelo ainda molhado e com creme.

Jungkook colocou ela no colo.

— Posso ir dormir na sua casa, Kook? — perguntou.

— Quem precisa deixar é seu irmão e seu pai. — Jungkook não querendo virar alvo do meu pai.

— Ji, posso dormir na sua casa?

"Você pode, mas nosso pai precisa concordar, e tô falando de quem arruma seu cabelo".

— É mesmo, né?

Desceu do colo.

— Papai, posso ir dormir na casa do Ji? — subiu falando alto.

— Eu sou invisível? — ri do meu pai.

Milana terminou a mamadeira, sentou certinho no colo, olhou para mim e estendeu os bracinhos.

— Só troca de colo quando termina a mamadeira, antes disso, nem pensar. — peguei ela, ficou quietinha.

Coloquei a mão na testa dela, está normal.

— Pega o mordedor dela. — Jungkook levantou e foi pegar.

Esperei ter em mãos, entreguei a ela, já colocou na boca.

— Lembro quando você fazia isso. — meu pai sempre lembrando eu bebê. — Usava qualquer coisa para coçar a gengiva, uma vez até mordeu o Jungkook.

— Morde até hoje. — sussurrou no meu ouvido.

Me fingi de pleno, esse idiota safado.

— O papai deixou. — Ayana voltou com uma mochila, colocou no sofá. — Eu vou ficar até a hora da escola.

— Ninguém me pediu nada. — lá vai ele fazer drama.

— Posso ir pai? — pegou ela no colo. — Senão deixar eu choro.

— Pode minha princesa. — realizou o sonho de ter uma filha.

Tadinha da Ayana, não vai casar nunca.

Após Vittorio e os meninos descerem, nós comemos pizza.

Quando estava indo, Ayana já no carro com a Mimi, Nik veio até mim.

— Obrigado por ir me procurar. — agradeceu.

"Você é meu irmão, sangue do meu sangue, não iria deixar você no orfanato sendo que tem uma família pronta para te receber".

— Família, não pensei que fosse ter uma. — pois você tem. — Qual seu número?

Meu celular já está no carro.

— Eu te passo, ele ainda não decorou o próprio número. — tenho coisa mais importante para decorar.

Jungkook deu meu número.

— E o seu? — passou o dele. — Quando vejo vocês de novo?

Olhei o Jungkook, que me olhou.

— Em breve. — logo.

— Até breve! — acenou e entrou.

— Tchau, Ji e Jungkook! Boa sorte com a pestinha. — Ayana está com a cabeça para fora do carro.

— Eu não sou pestinha! — calúnia!

— Não chame sua irmã de pestinha! — meu pai repreendeu o Hobi.

— Claro, uma anja ela. — entrou. — Que veio com lúcifer.

E correu escada acima.

— Faz assim, mas toda noite vai levar cookies e leite para a irmã mais nova. — Hobi demonstra amor provocando.

— Nós já vamos, obrigado pelo dia! — Jungkook foi para o carro primeiro.

— Obrigado pais! Não se preocupem comigo, vou ficar bem! — tranquilizei os dois.

— Até parece que não vamos nos preocupar. — Vittorio me abraçou. — Se aquela maluca aparecer, me liga.

— Com certeza. — quase matou com o abraço. — Eu e o Jungkook vamos casar dia cinco de dezembro, na Costa Rica.

— Nossa, está pertinho. — nem tanto assim.

— Meu bebê vai casar. — eu vou pai. — E onde será a Lua de Mel?

— México, passar duas semanas lá. — um bom tempo. — E não voltaremos para a Coréia.

— O que? — falaram juntos.

— Garanto que foi ideia daquele emo sem vergonha. — meu pai já olhando para o carro, querendo matar o Jungkook.

Assim que percebeu, foi sumindo aos poucos, medroso.

— Por que? — Vittorio perguntou.

— A casa vai estar em reforma, e meu apartamento finalmente está alugado, não quero tirar quem mora lá para eu ir. — expliquei. — Como temos casa em Moscou, ficaremos lá por uns três meses.

— Tudo isso? — confirmei. — Por que não fica no apartamento do Hobi, está vazio.

— Jeong, esse não é o único motivo, né Jimin? — é, não é.

— Com Caleb grávido de gêmeos, Mike logo ficará bem atarefado em ser pai, então temos que preparar tudo para quando ele se ausentar, e a Polina vai cuidar das coisas aqui. — ela dá conta.

— Mas o Jin logo vai ganhar o bebê. — meu pai falou. — Não vai estar no nascimento?

— O Jin também vai para a Rússia. — grude. — Finalmente ir morar com o Tae, mas é isso pais. — os dois tristes. — Amo vocês!

— Também te amamos!

Após me despedir, fui para o carro.

— Se comporta, Ayana Park! — ela vai.

— Tchau papais! — ficou sentadinha.

O caminho inteiro, ela "conversando" com a Mimi, que responde do jeito dela.

Quando chegamos em casa, eu desci e abri a porta para Ayana descer, peguei a Mimi.

— Posso pegar ela? — coloquei devagar ela nos braços da criança.

Enquanto isso, abri a porta da frente, Ayana entrou bem devagar, medo de deixar a bebê cair.

Sentou no carpete da sala, deixou a Mimi sentada.

Jungkook subiu com a bolsa da bebê.

— Já posso colocar o pijama? — confirmei. — Onde é o lavabo?

Apontei, ela foi até lá com roupa em mãos, saiu com um pijama de doces.

Levei as duas para a sala de cinema, Ayana subiu em um dos sofás grandes, fiquei ao lado com a Mimi.

Deixei ela escolher o filme, um desenho de bichos falantes.

Mimi impressionada com tudo, as cores vibrantes, as vozes, os movimentos, nem pisca.

Jungkook apareceu de banho tomado, bermuda e regata, sentou ao lado da Mimi.

Minha vez de tomar banho.

Levantei e saí da sala de cinema, subi ao segundo andar, caminhei até o meu quarto.

O banho levou a canseira que eu estava sentindo.

Tudo que ouvi do meu pai começou a se repetir na minha cabeça.

"Você não pode ter filhos biológicos".

Mais um "não" que eu recebi, passei uma parte da vida só recebendo não.

"Não vai voltar a falar".

"Não vai viver até os quinze".

"Não terá amigos".

"Não irá casar".

"Não será alguém".

Foram tantos que perdi a conta.

Mas esse mesmo não parecendo, doeu muito.

Hoje eu consegui controlar bem as emoções, porque poderia ter tido uma crise de falta de ar.

Minha progenitora pode até tentar me atingir, mas já estou calejado, o que ela pensa que vai usar contra mim, estarei preparado para algo pior.

Nunca é fácil quando é para mim, parece que a vida faz de propósito.

Parei de pensar quando saí do banheiro.

Limpei meu piercing e passei creme no corpo, vesti um pijama preto de seda.

Desodorante neutro, e um óleo no cabelo.

Amanhã eu lavo.

Calcei minhas pantufas, saí do quarto e desci.

Na cozinha, preparei pipoca, e suco natural, alguns chocolates. Levei para a sala de cinema, entreguei uma parte para a minha irmã.

— Obrigada, Ji!

Sentei em meu sofá, só suco natural para a Mimi, bem pouquinho.

De maracujá, vai dormir rapidinho.

Comi meus chocolates assistindo filme, quando terminei, limpei meus dedos com lenços.

Peguei Mimi, escorreguei para ficar mais deitado, a coloquei em meu peito.

Ninando devagar, ela dormiu.

Que gracinha!

Ficamos assim até a Ayana dormir, isso demorou bastante, três filmes.

Eu já estava cochilando.

Subi com a Mimi, e o Jungkook com a Ayana, colocou ela na cama, deixamos a iluminação baixa, já que não sabemos como ela costuma dormir.

A vez da Mimi, coloquei ela no berço, cobri e liguei a luzinha.

— Boa noite, princesa! — saí do quarto e entrei no meu.

Escovei os dentes antes de deitar, apaguei meu abajur e ele o dele, me abraçou.

— Já pode parar de fingir, neném. — sussurrou no meu ouvido, enquanto fazia carinho no meu cabelo.

Chorei no peito dele até dormir, meu porto seguro.

[...]

Estava dando a primeira mamadeira da Mimi, quando uma mine cacheada apareceu se espreguiçando.

— Bom dia, Ji! Oi Mimi! — Mimi olhou para ela, sentou em meu colo e estendeu a mãozinha para outra. — Ela quer segurar minha mão?

Neguei, apontei seu cabelo.

Ayana segurou um cacho e colocou na mão da Mimi.

— Ela gostou.

As duas ficaram interagindo enquanto Mimi termina a mamadeira.

— Ji, o Nik vai ser meu irmão como você e o Hobi? — perguntou enquanto eu coloco a bebê na cadeira de descanso, entreguei o mordedor.

"Sim, ele vai ser seu irmão".

— Ele parece ser legal. — sim. — Será que vai deixar eu mexer nas coisas dele? O Hobi não deixa.

"Provavelmente não, mas você tem suas coisas".

— Não, isso é sem graça, dos outros é melhor. — terrível.

— Bom dia! — Jungkook acordou.

— Bom dia, Kook! — ela falou.

— Bom dia, neném! — senti um beijo na minha nuca. — O café está pronto?

— Sim, já podem comer. — ouvi a Jin-yi falar. — E quem é essa menina linda?

— Oi, eu sou a irmã mais nova do Jimin, Ayana Park, prazer! — toda extrovertida.

Eu teria me escondido.

— Prazer Ayana, eu sou Jin-yi, a cozinheira e governanta da casa. — comida muito boa.

Nós tomamos café da manhã, e depois eu fiquei brincando de montar um castelo de lego.

Todo branco, Jungkook disse que deu trabalho achar esse castelo só em uma cor, porque Kiara não queria colorido.

Ela deixou muitos brinquedos aqui, mas no final do ano vem buscar todos que ficou.

Ajudei Ayana a se arrumar para escola, fiz um penteado nesse monte de cabelo.

Dois cachos soltos na frente, e dois coques com cachinhos, presilhas brilhantes.

— Eu amei! Obrigada, Ji! — me abraçou.

Crianças me amam.

Nós almoçamos, Ayana não tem nenhuma frescura para comer desde que não seja verde, ela não gosta de comer coisas verdes.

Me lembra uma certa draga, come até pedra se estiver temperada.

Eu me arrumei, enquanto o Jungkook arrumava a Mimi.

Levamos a pequena para a escola, ela não queria descer do carro, foi difícil convencer.

Quando ela entrou, nós fomos para a clínica, eu tenho terapia.

Vinte minutos foi a psicóloga puxando minha orelha pela semana que eu me isolei e voltei a tomar os calmantes fortes, sem o psiquiatra receitar.

Pago para ser repreendido, que delícia.

Contei sobre tudo que minha progenitora fez, em relação que não posso ter filhos.

Foi boa a terapia.

No final eu falei que senti regredir pelo que aconteceu, quase apanhei.

— Jimin, você evoluiu demais, e o mérito é todo seu, não pode deixar que coisas ao seu redor dite se vai regredir ou continuar evoluindo. — verdade dói. — Mais uma, está na hora de você tentar falar com mais pessoas.

— Como? — piada né?

— Isso mesmo que ouviu, existem pessoas ao seu redor que mesmo que goste, ainda não fala com elas, é para você tentar, se não conseguir tudo bem, mas eu sinto que está pronto! — engraçado que eu não tô sentindo.

Assim encerrou a terapia de hoje.

Saí do consultório, e fui para a sala de espera, Jungkook levantou.

— Vamos, neném? — confirmei, saímos e já entramos no carro.

Coloquei o cinto, Mimi está bem acesa na cadeirinha dela.

— Então neném, como foi? — perguntou.

— Boa parte ela puxou minha orelha. — contei para ele. — Mas estava certa.

— Em relação semana passada? — isso. — Nesse caso, ela estava mesmo.

Complô contra mim.

— Vamos para a sede agora? — olhei para trás.

— Não queria levar a Mimi lá. — tem muita arma.

— Só hoje, neném. — acabei concordando.

Mas mandei mensagem ao Gui, só por precaução.

Fomos para a sede, a Mimi muito interessada no caminho, já que ela nunca viu.

Coçando a gengiva e olhando ao redor.

Abri a janela de trás para ela ver melhor.

— Você contou aos seus pais ontem sobre a Rússia, né? — sim, quase que fico viúvo.

— Contei. — um deles quis te matar. — Será que a Melissa vai ficar de boa em ter que mudar para a Rússia quando os gêmeos do Caleb nascerem?

— Eu ainda acho melhor nós ficarmos lá, e a Polina aqui. — teimoso.

— Mas não podemos deixar que seja mais tranquilo para elas por serem nossas amigas. — contestei. — Polina vai achar tranquilo, agora a Melissa, brasileira acostumada com temperaturas mais altas, terá que passar cinco meses na Rússia.

Vai sofrer a bichinha.

— Você perguntou para ela?

— Kook, ela sabe que dentro da máfia, sou chefe, não amigo, eu mando e ela faz. — simples assim.

— Todo mandão e gostoso! — olhei bravo para ele.

Sem vergonha safado.

Quando chegamos a sede, o portão abriu e nós entramos, Jungkook estacionou em sua vaga. Desceu e veio abrir a porta para mim, saí.

Ele pegou Milana.

Não tem nenhuma arma avista, a segurança nunca é demais.

Adentramos o prédio, Jungkook ficou com a Milana e eu subi para resolver os problemas.

Juan já estava me esperando na porta.

— Falando com quem? — cheguei igual assombração.

— Vai assustar o cão, Jimin! — ri dele. — Com seu irmão.

— Qual deles? — perguntei, mesmo que seja óbvia a resposta.

— Hobi, não tenho contato com o Nikolai, parece um bichinho assustado. — só parece.

— O que tanto você conversa com o Hobi? — abri a porta e nós entramos.

— Sobre tudo, é fácil conversar com ele. — por que será? — Jogos, filmes, música, coisas da vida, relacionamento.

— Relacionamento de quem? — se for o de vocês, infelizmente, eu mato o Juan.

— Que já tivemos. — que susto! — Ele falou que você não estava sendo compreensivo, o que você fez?

— Quando ele falou? — perguntei.

— Esses dias.

— Já nos resolvemos. — Hobi me quer como amigo, não irmão mais velho.

— Que bom! — sentei em minha cadeira, que era do Jungkook.

— As pastas? — me entregou.

Analisei todas.

— Chame o Taehyung. — mandou mensagem.

— Está vindo. — excelente.

Fiz anotações, problemas com as armas.

Batidas na porta.

— Entra. — Juan falou, ele entrou e já fechou a porta.

— Algum problema?

Por onde começar?

Passei os papéis ao Juan.

— O Jimin quer saber dos problemas com as armas. — isso.

— Do último carregamento que chegou da Rússia, vieram faltando mil armas. — respondeu.

— Não veio, as armas estão certas, já foi conversado com o Mike e o pai dele, mandaram o relatório de todas as armas que pedimos, não está faltando arma. — agora o problema. — Mas no seu relatório de checagem faltam mil armas.

— Porque está faltando. — sinceramente.

— Taehyung você não está entendendo, essas mil armas estão na Coreia, não está faltando, mas seu relatório diz que não, e quando isso acontece temos que abrir uma investigação para saber se não tem um rato, mesmo que esteja tudo okay, e ontem eu quase fui ameaçado por ir perguntar ao fornecedor de armas se ele não errou na contagem. — Juan tentando explicar calmo. — O que aconteceu com o seu relatório?

— E você não está ouvindo, está faltando mil armas. — eu vou bater no Taehyung. — Eu contei, e anotei quantas vieram, não bateu com o relatório da Rússia, então está faltando.

— Não tá cacete, as armas estão aqui na Coréia, você deveria olhar primeiro o relatório da Rússia, na segunda página que eu garanto que não olhou, está escrito "mil armas foram destinadas ao soldados do porto". Ontem praticamente chamamos o fornecedor de armas de irresponsável, quando era você que falhou no seu trabalho, que nem é tão difícil.

Juan me encarando e Taehyung de boca aberta.

— E outra, se você fez essa contagem chapado, eu te bato! Não ligo que seja namorado do meu melhor amigo. — não faz diferença. — Quando está aqui quero que faça a porra do seu trabalho direito, porque quem vai ter que arcar com a sua falta de atenção e leitura, sou eu! Fume até não sobrar um rastro de neurônio, mas o seu trabalho precisa ser perfeito, não vou aceitar coisa feita de qualquer jeito porque um maconheiro decidiu trabalhar chapado.

Essas coisas me estressam, ainda bem que o Jungkook não fuma.

— Você está na minha mira, erre de novo, vai ver como eu atiro bem. — avisei.

— Jimin, você percebeu que acabou de falar com o Taehyung? — Juan me interrompendo.

— Quieto aí! Eu não aceito erros, então fica esperto, e pare de fumar no trabalho. — agora terminei. — Que foi?

— Você está falando com ele. — é mesmo, né?

Bem que a psicóloga falou que eu estava pronto para falar.

— Desculpa pelo erro, não vai mais acontecer! — bom mesmo. — Eu sou o primeiro a ouvir sua voz, dos ativos né?

— Tirando Peter e Juan, sim. — confirmei.

— Bom saber! Posso ir? — vai.

Ele saiu, fomos atrás, descemos até o pátio.

Gui estava perto do Jungkook, segurando o pequeno Kilian, está interagindo com a Mimi.

Jake, só olhando.

Melissa e Polina voltaram da Lua de Mel, a brasileira está com cabelo novo.

Ela disse no grupo que iria colocar, um cabelo cacheado até a cintura, linda!

Fomos até eles.

— Jimin! — fui abraçado, doidinha!

— Oi maluquinha! Senti sua falta! — quase me partiu ao meio.

— Juan! — dois beijinhos no rosto, latinos e seus costumes parecidos. — Tae! — fez um toque com ele.

Polina me cumprimentou, assim como Jake e o Gui.

— Peço silêncio. — Taehyung falou, Jungkook que estava falando com Jake, olhou, querendo saber o motivo de ser interrompido. — O Jimin falou comigo.

Ficaram surpresos.

— Foi para me esculachar? Com toda certeza, mas ele falou comigo primeiro, otários! — isso é para o Jake e a Polina. — Ser namorado do melhor amigo, já cria uma ligação, eu sabia que seria o primeiro, se tivesse apostado, ganhava.

Jungkook me olhando sorrindo, orgulhoso do neném dele.

— Jimin, que tiração é essa? Como você fala primeiro com o maconheiro e não comigo que sou normal? — Jake indignado.

— Você normal? Escondeu um filho, maluco! Eu sou a mais normal. — Polina falou. — Por que não fui a primeira?

Respirei fundo e contei até cinco.

— Não dá para escolher, é naturalmente. — exatamente como foi agora.

— Vou desmaiar. — é cada coisa.

— Fico emocionada, quando conheci o Jimin ele mal conseguia falar em linguagem de sinais por medo de sofrer bullying, agora está falando com esse povo doido. — Melissa.

— Você também é doida, Melissa! — Gui acusou.

— Shiu! — ele revirou os olhos.

— Agora não precisamos mais ser expulsos do ambiente para o Jimin falar, ele fala com a gente. — Jake achando incrível.

Ele me abraçou de lado, Tae também.

— Os dois larguem meu noivo, anda. — Jungkook é ciumento.

Negaram.

— Calma chefe, nós namoramos, não queremos seu neném. — exatamente.

Tô no meio de dois postes.

— Continua assim. — Gui falou, outro ciumento. — Queira um dos meus amigos, e eu vou te querer morto.

— Namorado mais ciumento que fui arrumar. — Jake falou.

— Melissa é mais, pediu divórcio na Lua de Mel por ciúmes, umas seis vezes. — a citada se fazendo.

— Calúnia! — claro.

— Jin ameaça cortar meu pau e fazer eu comer, isso é ciúmes. — garanto que foi depois da gravidez.

Meu amigo está muito inseguro desde que engravidou.

— Jimin fala essas coisas Jungkook? — Juan perguntou ao meu noivo.

— Não, Jimin é de boa. — eu sou. — Desde que ninguém que eu já fiquei, respire perto de mim, aí ele vira o cão.

Olha a calúnia!

— Já me deixou para trás, querendo que eu corresse até em casa. — como eu era tóxico.

Mas ele mereceu.

Aquele oferecido todo atirado e ele nem para matar.

— Jimin jamais faria isso! — Jake me defendendo.

— Tá me chamando de mentiroso? — ih Jake.

— Sim. — ficou atrás de mim. — Me defende, Jimin, teu noivo é psicopata.

— É não, ele não vai fazer nada, né Kook? — um doce.

Peguei a Mimi que estava me chamando.

— Claro neném. — Jake desconfiado, foi se afastando devagar, correu. — Um, dois, três, quatro, cinco.

Jungkook correu atrás do Jake.

— Será que pega? — Juan perguntou.

— Pega, experiência própria. — Tae respondeu.

— Esse meu namorado gosta de tentar contra a própria vida. — Gui falou. — Viu Kilian, seu papai é doido!

— Vem com a titia, Kilian? — Melissa querendo pegar ele, pegou, mas o bebê chorou na hora, devolveu ao padrasto. — Tô vendo como você não quer ser pai, o menino já está apegado a você.

— Posso fazer nada, ele me ama, né bebê? — Melissa veio para o meu lado.

— Vem Mimi? — chamou, a pequena olhou e estendeu os bracinhos. — Que linda da tia!

Melissa pegou a Milana.

— Quando vamos ter o nosso, Polina? — Polina quase vai ver Jesus na hora.

— Temos um mês de casadas, e você já está pensando em filhos? — ela tá. — Ainda é cedo, vamos esperar você ficar um pouco mais velha.

— Porque tem gente que engravida o namorado de dezenove anos. — Juan soltou no ar.

— Não foi bem assim, o anticoncepcional falhou, e a família do Jin é muito fértil, eu não tenho culpa. — Tae se defendeu.

— Você tem culpa sim. — olhamos, Jin.

Se aproximou de nós.

— "Sem camisinha é mais gostoso", olha o meu tamanho agora, seu sem vergonha! — quase apanhou. — Oi gente!

— Oi, Jin! Como você está? — eu perguntei.

— Tô... — raciocinou. — Você está falando perto da Polina e do Taehyung?

— Sim, ele me esculachou todo, mas fui o primeiro dos outros a ouvir a voz que dá medo. — essa é nova.

Minha voz dá medo.

Em quem?

— Que alegria! Meu amigo está evoluindo. — eu tô!

— E você está bem? — é para estar.

— Inchado, indo ao banheiro mais de trinta vezes, me sentindo uma bola, dores nas costas, e de brinde um humor horrível, mas tô bem. — respondeu. — O bebê está com a previsão de nascer em três meses.

— Mas isso é oito meses. — Gui falou. — O normal é nove.

— O problema é que eu engravidei de um cara que tem genes de gigantes, o bebê vai ficar muito apertado com nove meses, como cresceu rápido demais, irá nascer antes. — entendi. — Graças a Deus!

— O bebê está bem, né? — Tae perguntou alisando a barriga grande.

— Me chutando muito, mas está bem. — que bom.

— Já escolheram o nome? — Juan perguntou. — Tem o meu, pode usar, fique à vontade que eu não ligo.

— Mané Juan, o meu é melhor. — Melissa, você lembra que é um menino né? — Antes que falam, Melisso está em alta.

Maluquinha de tudo.

— Nem Juan, nem Melisso, não vamos escolher o nome antes de ver o rostinho dele. — faz sentido. — E não será o nome do seu pai, Taehyung.

— Chato! — abaixou a cabeça perto da barriga. — Está vendo como seu papai me trata? Terrível ele né bebê?

— Não fala com ele, sabe que vai me chutar. — Jin proibindo o Tae de falar. — Viu? Está chutando.

Coloquei a mão, vai ser um lutador.

— Cadê o Jungkook e o Jake? — perguntou.

— Jake chamou o Jungkook de mentiroso, agora está fugindo. — Juan explicou. — Posso tocar?

— Só não fale, meu filho é muito sociável, qualquer um que dirija a palavra a ele, já me chuta como resposta. — Juan tocou.

— Quero ser pai também.

— Sabe quem também quer? — lá vem.

— Quem? — ele ainda pergunta.

— O Hobi. — essa Melissa.

— Eu sei, ele me disse. — automaticamente.

— Hmmmm. — ela e o Gui.

— A Melissa vai engravidar após ficar mais velha, tu vai engravidar quem Juan? — Tae perguntou.

— O amor da minha vida, que ainda não conheci. — nossa.

— Doeu em mim. — Melissa resmungando.

— E você Jimin, vai engravidar com quantos anos? — estava olhando a Milana no colo da Melissa.

— Eu não vou engravidar. — respondi.

— Não? Mas você queria ser pai. — Jin sem entender.

— Eu quero ser pai, e posso ser de uma criança adotada, mas não irei gerar nenhuma. — expliquei. — Não posso.

— Sinto muito!

— Está tudo bem! — tá não, mas vai ficar.

— Quando descobriu que não podia? — Melissa perguntou.

— Ontem, meu pai contou. — ficaram sem entender. — Nem eu, nem o Jungkook podemos ser pais biológicos de uma criança, minha progenitora nos fez passar por algo quando criança que nos tornou estéreis.

— Que mãe endiabrada é essa? — você não sabe nem metade da história Gui, ela é pior que isso.

— E não tem tratamento? A ciência está muito avançada. — Melissa questionou.

— Eu comecei um nos Estados Unidos, mas como criei o pânico de sair de casa, não terminou, e agora estou muito velho para fazer. — expliquei.

— Deveria procurar especialistas, às vezes já tem um tratamento, não perca as esperanças, tenho certeza que você vai ter um bebê. — como sabe? — Eu sonhei com nossos filhos pequenos, e o seu era idêntico a você.

— Prefiro não me iludir. — é mais fácil assim.

— Se eu sonhei, vai acontecer! — toda sonhadora ela.

— Era um menino? — Jin perguntou.

— Não deu para saber, estava com um macacão branco, e o Jimin brigando com o Jungkook para não deixar o bebê sem touca, não falaram gênero. — ótimo, menos conteúdo para sofrer.

— Jungkook voltou. — parou ao meu lado, não está suado.

— Cadê o Jake? — Gui perguntou.

— Sabe quando o gato sobe em uma árvore e não consegue descer? — confirmou. — Jake está preso no topo de uma árvore.

— Puta que pariu! Eu namoro um gato e não sabia, seu pai só me estressa Kilian. — o bebê sem entender nada.

— Mandei alguns soldados para tirar ele de lá, com helicóptero. — olha só. — Vamos neném?

— Onde? — não lembro de ter nada para fazer.

— Refresco sua memória no caminho.

— Droga, eu queria saber. — Melissa curiosa.

Me despedi deles, e nós saímos.

Assim que entramos na estrada, já perguntei o que vamos fazer.

— Nada, só queria ir para casa. — ai que chato.

— Pensei que fôssemos fazer algo interessante. — cruzei os braços, bicudo.

— E vamos, mas em casa. — conheço esse tom.

— Não vou transar!

— Nada a ver com sexo. — duvido.

— E a Milana? — perguntei.

— Quem está desmaiada no bebê conforto? — ela mesma. — Vai dormir o restante da tarde, temos tempo.

— Para quê? — eu quero detalhes.

— Um jogo muito divertido.

É sexo, certeza!

[...]

Não era sexo.

— Eu vou te matar Jungkook, me larga! — já explico.

— Anda neném, se solta sozinho.

Braços e pernas estão ao meu redor, estamos no tatame, lutando.

Segurei a cabeça dele com as pernas, golpe na costela, virei ficando por cima,  agora um mata leão.

— Não achei nada divertido esse jogo, seu emo safado! — ele deu dois toques no meu braço, o soltei.

— Você está há um tempo sem treinar, e tem gente muito perigosa atrás de nós, precisa manter o corpo em forma. — vou formar a cabeça dele na parede. — Sexto round.

— Tô cansado, Kook! — falei.

— Venceu todos os outros, consegue mais um. — posição de ataque.

Também entrei em posição de ataque.

Cansado para deixar render.

Golpe direto na cabeça, barriga, meio das pernas.

Segurou minha perna, girei a outra acertando seu peito.

— Ganhei? — perguntei.

— Merda neném, quebrou meu pau, certeza. — imbatível Jimin.

— Depois a gente testa para ver se está tudo okay. — falei.

— Quando exatamente? — melhorou rapidinho.

— Safado! — ouvimos barulho na babá eletrônica.

Trouxemos para sala, continuar de olho nela.

Está em pé no berço, balbuciando.

— Eu pego ela, você, é melhor sentar. — subi ao segundo andar. — Cadê a princesa mais linda da casa?

— Papa.

Quase desmaiei.

Tela preta na hora.

— O que princesa? — peguei ela.

— Papa. — e fica rindo.

Espera aí.

Desci, Jungkook sentado.

— Ela me chamou de papa. — olhou para nós.

— Papa. — viu?

— E olha isso. — aproximei mais. — Ria Milana. — só precisei sorrir para ela.

— O primeiro dentinho. — sim.

— Quero saber quem ensinou ela a falar Papa. — porque não fui eu.

— Ela ficou com quem hoje? — pensei.

— Melissa. — sabia.

— Já sabe a resposta.

Até vi ela querendo fazer a Mimi falar "titia", mas não "papa".

— Quer jantar princesa? — deve estar com fome.

— Pega gelo para mim, neném? — mole.

Deixei a Mimi com ele e fui até a cozinha, peguei uma bolsa de gelo e voltei.

Coloquei direto no lugar mais ferido.

— Cara... — tampei a boca dele.

— Ela está repetindo o que ouve, nem pense em terminar.

— Carambolas. — melhor.

— Fica com ela, enquanto eu coloco o jantar dela para cozinhar.

Após fazer isso, subi para dar banho nela, ficou limpinha.

Não para mais de falar "papa".

Gravei ela falando, coloquei no grupo.

Peter
Isso é porque ele não vai adotar a Mimi, se fosse ela já tava falando "papai Ji".

Maluquinha
#adotaamimi

Jinjin
Sou completamente a favor de fazer a Mimi herdeira da máfia.

Caleb
Eu disse que isso ia acontecer.

Gui
Uma gracinha ela sabendo que você é pai dela, e não esses tios desconhecidos.

Juan
Gente, sou o único que viu um dente? É o primeiro dentinho dela?

Maluquinha
Tomara que te morda Ji, fica recusando adotar a bichinha.

Olha só, desejando que eu seja mordido.

— Esses seus tios postiços são tudo doidos, Mimi. — coloquei roupa nela.

Descemos, dei o jantar dela, comeu tudo.

Aí a coloquei na cadeira de descanso perto do Jungkook, que continua sentado, mexendo no celular.

— Olha ela, eu vou tomar banho. — falei.

— Mimi, quer assistir "A freira"? — dei uma peteleco na cabeça dele.

— Quer que eu termine com o seu precioso? Pega um livro infantil da biblioteca e lê para ela. — cada coisa.

Subi um pouco, no meio da escada ouvi ela chamando ele de "papa".

— Isso Mimi, papa. — tô começando a achar que foi ele que ensinou. — Vou sentir sua falta, pequena!

Eu ainda mais.

Terminei de subir e fui para o quarto. Fiquei pensando o banho inteiro, em como a Mimi vai fazer falta.

Ao sair limpei meu piercing, passei creme no corpo. Vesti roupa no closet, arrumei meu cabelo.

Desci, a Mimi ficou no meu colo. Jungkook subiu para tomar banho.

Jantamos juntos, e depois ficamos na sala.

A campainha tocou, Jeon foi olhar.

— Neném. — olhei para ele.

— Quem é? — não seja minha progenitora.

— São os tios da Mimi...............
















































































































































Jimin finalmente aumentou sua lista de com quem consegue falar.

Mimi está indo embora.

Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!

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