|| Capítulo 25 ||
Desculpa a demora!
Live do Jimin logo cedo, e agora um capítulo dessa história amada para completar o dia.
Jimin on.
Acordei com pássaros cantando, mas o quarto está escuro, Jungkook não ligou o led antes de dormir.
Ele está como a conchinha maior abraçando minha cintura, fechei os olhos querendo dormir mais, mas nada funcionou.
Fiquei acordado com ele dormindo bem pleno, só após trinta minutos que senti ele beijando minha nuca.
— Bom dia, Kook-ah! — falei.
— Bom dia, neném! — mais um beijo.
— Que horas são? — perguntei.
— Nove horas. — cedo, ainda é cedo. — Já quer levantar?
— Não. — virei para ele. — Terça-feira irei passar na psicóloga e no psiquiatra.
— Faz tempo que não vê sua psicóloga e seu psiquiatra? — confirmei, eu passo mais com ela, ele sabe como estou por ela. — O que tanto seu psiquiatra faz?
— Pelos diagnósticos da psicóloga com ele, vai saber se preciso de remédios e qual tratamento seguir. — contei. — Tenho certeza que irei voltar com os remédios para depressão.
— Porque não gosta? — perguntou.
— Os efeitos colaterais, eu fico apático, não sinto nada. — detesto ficar assim.
— Entendo. E porque parou de tomar ano passado? — curioso.
— Eu apresentei melhoras, mas estava de férias da escola. — só por isso estava melhor. — Então ele suspendeu os remédios, e quando o vi de novo em dezembro estava bem de novo porque era férias de inverno, agora o verei sem ser férias.
— Então você fica bem sem remédios estando longe da escola? — confirmei. — Por isso decidiu se formar mais cedo?
— Sim, eu e a escola não nos damos bem, mesmo eu sendo nerd. — falei.
— Você não é nerd. — cara engraçado.
— Sou fluente em quatro idiomas, italiano vai ser logo, minhas notas sempre são acima de 96% e em provas só 100%, meu QI é de gênio e mesmo eu não querendo admitir, alguns podem dizer que sou hacker. — não sou nerd, engraçado!
— Muito nerd. — exato. — Qual o quarto idioma? Até hoje não me contou.
— Eu estou com fome, o que vamos comer? — perguntei mudando completamente o assunto.
— Vou ver se tem café da manhã. — levantou e saiu do quarto.
— Ufa. — resmunguei.
Levantei e fui ao banheiro, escovei meus dentes, lavei o rosto, fiz minhas necessidades, será que toda pessoa tem costume de usar o banheiro após acordar? Pesquisar no Google depois.
Após lavar as mãos saí do banheiro, peguei meu celular e fui pesquisar, parece que sim, grande maioria das pessoas fazem isso.
Jungkook entrou no quarto, já estava entrando no WhatsApp.
— Tem café da manhã pronto, eu vou escovar o dente, vai descer primeiro? — confirmei.
— Te vejo lá. — saí respondendo às mensagens do meu pai e do Vittorio, Vittorio está querendo degolar minha prima já cedo.
Essa prima em questão é muito estranha, ela fica soltando uns comentários que uma sobrinha não deveria fazer para o tio, e fazer isso na frente do noivo do tio é mais estranho, menina fogosa.
Desci a escada, fui para a sala de jantar, guardei meu celular no bolso da calça, sentei-me.
Peguei o que iria comer, comecei a comer esperando Jeon chegar, e logo ele entrou, sentou ao meu lado.
— Hoje você já está bem, né? — o que ele vai pedir? Meu pedaço parou no meio do caminho para a boca, voltou ao prato.
— Sim. — medo.
— Quero usar isso. — colocou a caixinha de vales na mesa.
— Todos eles? — perguntei.
— Lógico. — a empolgação dele é a melhor coisa, se eu tivesse dado só essa caixinha ele já estaria pulando de alegria, melhor namorado!
— Tudo bem. — após comer fui até a cozinha com um bloquinho de notas falar com a cozinheira, Jin-yi.
— Precisa de algo, Jimin? — perguntou, escrevi e mostrei. — Temos, está dentro da dispensa, vou te levar lá. — e ela me levou até a dispensa, subiu em uma escadinha e pegou a cesta de piquenique. — Potinhos pequenos ficam no armário embaixo, perto da cafeteira.
Agradeci e fui para a cozinha com a cesta. Jungkook liberou ela, ele iria lavar a louça do café, mas Polina ligou e acabou indo para o escritório, fiquei com a louça.
Lavei tudo e depois fui ver o que colocaria na cesta de piquenique. Faz tempo que não faço um, normalmente fazia com o Jin, mas depois que ele descobriu o prazer de ir ao shopping gastar o dinheiro dos pais, nós passamos mais tempo comprando roupas caras.
Foi falar nele que meu celular tocou, e era ele, atendi.
— Que foi? — coloquei no viva-voz e em cima da ilha, estava olhando a geladeira.
— Grosso. — o que eu fiz? — Então meu amigo cavalinho, o que está fazendo?
— Vou preparar uma cesta de piquenique, por quê? — perguntei.
— Só perguntando, estou pintando meu cabelo nesse momento. — de rosa.
— Você postou no Instagram Jin, eu vi. — ele me conta, após colocar em uma rede social mundial.
— Não vai perguntar a cor? — não é mais rosa?
— Pensei que fosse pintar de rosa. — falei.
— Não, mudei de ideia. — perceptível. — Tô zuando, vai ser rosa mesmo.
— Sabia, você não muda de ideia tão rápido. — só se pagar. — Está fazendo isso sozinho?
— Sim, meu amigo que me ajuda a pintar está planejando um piquenique com o namorado. — olha o drama. — É assim mesmo, a gente ama, cuida, vê evoluir porque não cresceu, para ser trocado por um mafioso russo.
— O mafioso russo, acabou de entrar na cozinha e te ouviu. — falei olhando Jungkook parado de braços cruzados, estou abaixado pegando frutas.
— Amo a Rússia, vai Rússia! — falso. — Mas voltando Jimin, você vai amanhã para a escola?
— Sim, por quê? — perguntei.
— Temos provas amanhã? — confirmei. — Você já entrou no grupo hoje?
— Não, tem algo importante? — só respondi meu pai e Vittorio.
— Sim, Peter contando que a professora de educação sexual vai passar um trabalho intrigante. — isso me causa medo. — Provas, trabalho. Eu odeio a escola.
— Eu também. — concordei, terminei de pegar tudo para os lanches.
— Você é nerd Jimin, vai se sair bem no trabalho e nas provas. — falou.
— Eu sei. — fechei a geladeira.
— Exibido. — nem sou. — Aqui, eu estava pensando em fazer uma festinha no sábado, o que acha? — acho nada.
— Faz, mas eu não vou. — falei.
— Por quê? — perguntou.
— Estarei na Itália conhecendo a família do Vittorio. — contei.
— E você só me conta agora? — isso.
— Eu iria contar mais cedo, mas é que como fiquei ocupado com os presentes do Jungkook, treino, vôlei e depois a crise, acabei esquecendo. — falei.
— Pela crise eu perdoo, o restante estou sendo trocado, porque eu garanto que o Jungkook sabe. — o citado fez sinal de "se fudeu", obrigado!
— Sabe, mas ele só sabe porque eu vim passar o final de semana aqui já que meu pai e Vittorio foram para Busan anunciar o casamento. — só por isso. — Não pode se fazer de trocado, você namorava e nem chegava a me contar, estamos quites.
— Quites nada, não eram namoros que valiam a pena comentar, recentemente você falou com o Jungkook e não me disse, depois beijou ele, vai acabar transando sem me falar nada. — olhei para o Jungkook que está rindo com a mão na boca, eu simplesmente estou vivendo meu estado de espírito rosa. — Me trocou por seu namorado.
— Desculpa Jin, não foi minha intenção. — é verdade. — Prometo que vou te contar tudo de novo.
— Está desculpado, é bom mesmo. — amigos. — Amanhã após o treino está livre?
— Sim, o que quer fazer? — perguntei.
— Ir ao shopping. — eu falei, não falei? — Faz tempo que não fazemos compras juntos, vai ser como nos velhos tempos.
— Não, eu não quero parar em uma delegacia porque você decidiu bater em alguém. — ele riu. — É sério, me recuso ir em uma delegacia de novo.
— Tá! Como nos velhos tempos sem a delegacia. — melhor. — Eu vou desligar, preciso lavar meu cabelo e comer, tchau!
— Tchau! — desligou.
— Como assim vocês pararam em uma delegacia? Nunca me contou isso, neném. — perguntou.
— Não é algo que eu espalhe, Jin sempre arruma confusão quando vamos ao shopping. — respondi, agora podendo me concentrar totalmente no que vai na cesta.
— Que categoria de confusão? — deixa eu pensar em algum exemplo.
— Já deve ter notado como nos vestimos. — comecei lavando uvas e morangos.
— Sim, só roupa de marca. — não.
— Errado, estou usando mais roupa de marca agora porque Vittorio me deu uma mala cheia, me visto bem, mas não são grandes nomes e o Jin não usa as roupas de marca dele para ir ao shopping, ele sempre derruba ketchup quando come e a governanta proibiu de sair com roupas chiques. — só para eventos importantes. — Então estamos sempre simples demais para aquelas lojas.
— Estou começando a entender. — que bom!
— Os vendedores nos julgam pela aparência, e o Jin não leva desaforo para casa, já fomos parar na delegacia três vezes. — menino terrível.
— Meu neném inocente já foi preso. — bati no braço dele.
— Eu não fui preso, estava junto e acabava indo com o Jin. — falei.
— Entendi. — lembrei de algo.
— Você usa o banheiro após acordar? — ele tossiu e me encarou por um tempo. — Que foi?
— Tentando raciocinar a pergunta. — mas é tão simples.
— Responda com sim, ou não. — fácil.
— Não é exatamente a pergunta, é você estar fazendo ela. — por quê? — Sim, eu uso.
— Por que precisa raciocinar? — perguntei. — Assunto normal, boa parte das pessoas vão ao banheiro, então não me envergonho em falar disso, só queria saber mesmo se você fazia parte das pessoas que usam o banheiro após acordar.
— Eu faço, e você? — confirmei. — Muito interessante, minha falecida ex escondia que usava o banheiro.
— Também é normal, tem gente que sente vergonha. — não entendo, acredito que depende da forma que você foi criado.
— Você é um ser único em tudo rosado, porque fala disso normalmente, mas se eu falar sexo. — fiquei rosa. — Exatamente, vai ficar rosa.
— São questões diferentes. — me deixa ser rosa.
— Não são, ir ao banheiro e sexo são necessidades fisiológicas, mas você fala de um e se envergonha ao ouvir do outro. — claro.
— Um é uma coisa normal fazer desde sempre, o sexo você é apresentado a ele quando criança como "não faça isso agora", na adolescência "ainda não é a hora", juventude "se não fizer é estranho", adulto "não tenho mais tempo". — tirando meu pai e Vittorio, que expulsaram de casa o Hobi e eu para fazer em paz, sinceramente pai. — Entendeu?
— Dessa forma faz sentido. — eu sei.
Cortei as folhas dos morangos e coloquei em um pote de vidro, mas deixei dois separados, peguei as uvas e coloquei em um pote também, deixei separado.
— Aonde vai ser o piquenique? — perguntou.
— Surpresa. — ele sempre faz isso comigo. — Você come Kimbap?
— Sim. — ótimo.
— Se quiser pode ir fazer outra coisa. — falei.
— Não, prefiro ficar com você. — amo ele.
Fiz as comidinhas para o piquenique com ele olhando tudo, e tentando adivinhar onde seria o piquenique, não contei.
— Nós já vamos? — perguntou assim que terminei de montar a cesta.
— Não, eu vou me arrumar, você vai se arrumar ou vai só de calça moletom? — perguntei.
— Engraçadinho! — o que eu falei?
— Vamos! — nós subimos para o segundo andar, depois para o quarto, fomos ao closet ver a roupa.
Abri minha mala após ver quantos graus está fazendo lá fora, 27° graus e uma brisa suave, perfeito para piquenique.
Peguei uma bermuda jeans, e uma blusa de manga longa branca com listras azuis. Fui ao banheiro para trocar de roupa, assim que terminei escovei meus dentes.
Voltei ao closet, Jungkook estava colocando um moletom preto, ele vai em um piquenique todinho de preto, as trevas o acompanham.
— É piquenique Kook, não velório. — ele riu.
— Gosto de preto. — nem notei.
Passei repelente em spray nas pernas, mãos, pescoço e rosto.
— Vem, sua vez. — passei nele. — Protegido de insetos e mosquitos.
— Obrigado! — saiu do closet.
Coincidentemente tinha um chapéu de palha Mikonos na mala da última viagem que fiz, coloquei e me olhei no espelho, lindo!
Passei perfume, e hidratante labial.
Peguei um all star, calcei e estou pronto!
— Vamos? — levantei olhando para ele. — Está lindo, neném!
— Obrigado! Você também, trevoso. — saímos do closet e do quarto, fomos para o primeiro andar. — Vou pegar a cesta.
Ele ficou na sala e eu fui para a cozinha, peguei a cesta e voltei, saímos da mansão.
Sol que aquece, mas não queima.
— Aonde vai? — perguntei.
— Garagem!? — nem tem certeza.
— Vamos andando. — falei. — Vem.
Seguimos até o portão, saímos da propriedade, ele quis pegar a cesta e eu entreguei porque está pesada.
— Que lado? — apontei lado direito.
Eu estava do lado da rua, ele me colocou para o outro lado, pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos.
Ele sabe a regra.
Começamos a caminhar, eu olhando o chão procurando uma pedrinha para chutar.
— Em que está pensando? — perguntou.
— Nada, minha mente está tranquila. — respondi.
— Isso é bom? — confirmei. — Seu filme favorito é "Minions", certo? — isso. — Mas a sua série favorita é "Elementary", como vai de comédia para algo inteligente?
— Não sei, mas séries de comédia raramente me chamam a atenção, tenho aversão ao humor que usam. — expliquei. — Agora Elementary para mim, é perfeita, e ela não é uma série de humor, mas as piadas que o Sherlock faz e só sendo inteligente para entender são ótimas, e eu gosto das roupas que a Joan usa, ela que mantém o equilíbrio.
— Essa série não é a imitação de "Sherlock", o inglês? — ele gosta de provocar.
— Está caçando jeito de ficar com fome. — falar que minha série é imitação. — Já assisti as duas, e só os nomes dos personagens são iguais, porque a trama é totalmente diferente. — cada coisa. — Em Sherlock, Moriarty, é um homem que não teve nenhum envolvimento com o protagonista de forma romântica. Agora em Elementary, eles foram um casal já que era uma mulher, e o Sherlock era viciado em drogas, então não é uma imitação. — meu ponto de vista. — Gosto das duas séries, mas minha preferida é Elementary, tem mais temporadas.
Sinto que falei demais.
— Eu falei demais? Desculpa. — pedi.
— Não, eu amo te ouvir falando comigo. — falou. — Sonhava com o momento que iria falar e agora você fala o tempo inteiro, pode continuar.
— Ótimo! Amo falar com você. — ainda mais de coisas que eu gosto. — E a sua série favorita?
— Não tenho uma, nunca criei um top três de séries que eu mais gosto. — respondeu. — Já estamos chegando?
— Ainda falta um pouquinho. — mais duas quadras eu acho.
Nós andamos só mais uma quadra e chegamos em um parque que tinha pessoas espalhadas, mais gente perto dos brinquedos para crianças, o restante eram jovens lendo, e fazendo piquenique também.
— Vamos ficar afastados, não gosto de barulho. — e pessoas, é sufocante.
Fomos para perto das árvores, eu tirei a toalha da cesta e estendi na grama, sentei e ele me entregou a cesta antes de sentar.
— Nunca participei de um piquenique. — falou.
— Eu fazia com Jin antes dele pegar gosto em comprar. — contei. — Você vai gostar.
— Tudo que eu fizer com você irei gostar. — fiquei rosa.
— Seu lado romântico despertou. — falei.
Comecei a tirar as comidinhas da cesta, fiz bastante coisa em pequenas porções para conseguir comer tudo.
— Ainda não acredito que fez bolo. — comentou.
— É Cupcake. — de chocolate, recheado com mousse de chocolate e cobertura de morango.
— Mini bolo. — silêncio. — Trouxe um livro?
— Lógico, é ótimo ler em um piquenique. — falei. — O que quer comer primeiro?
— Experimentar esse Cupcake. — passei um para ele, pegou uma lata de refrigerante e abriu, eu trouxe leite de morango para mim.
Primeiro eu comi sanduíche, depois Cupcake, em seguida Cookies, agora Kimbap.
— Para de tirar fotos minhas. — está dando uma de fotógrafo.
— Mas você está muito fofo comendo, já gravei até um vídeo, olha. — virou o celular, eu balanço a cabeça enquanto como. — Uma gracinha, meu neném. — beijou minha bochecha.
— É a roupa que me deixou fofo. — quietos!
— Claro. — guardou o celular e pegou Kimbap também. — Ficou muito bom, você é excelente em tudo que faz, neném.
— Menos desenhar. — só sei desenhar boneco de palito e olhe lá. — Mas obrigado! E quando eu vou comer a sua comida? Até agora só experimentei seu miojo e você quase queimou ele.
— Nunca. — respondeu simples.
— Mas eu quero. — pareço criança mimada, sou mimado mesmo.
— Minha comida não é comestível, por isso eu tenho uma cozinheira, toquinho. — isso explica muita coisa, pensei que fosse preguiça de cozinhar. — A comida da minha mãe era boa, ela tentou me ensinar a cozinhar, mas eu sou uma negação cozinhando.
— Ainda quero provar para ter certeza, mas compra uma pizza de reserva caso seja verdade o que está dizendo. — vai que né?
— Sem vergonha. — sou também.
Após comer o Kimbap, bebi mais uma garrafinha de leite de morango e voltei aos doces, e então fiquei só comendo morango com calda de chocolate.
Peguei o livro que eu trouxe, Jungkook está refletindo sobre algo que eu não sei, aproveitei para ler enquanto ele coloca os pensamentos dele em ordem.
E esse livro foi o que ele me deu que eu não tive tempo de terminar em casa, coloquei na página marcada, me concentrei na leitura e meus morangos com chocolate, combinação perfeita.
Senti uma cabeça deitando na minha perna, abaixei o livro olhando Jungkook, está de olhos fechados aproveitando o sol.
Voltei a minha atenção no livro, e deixei ele usar minha perna como travesseiro, eu amo esse silêncio confortável.
Dois sinais que a química é boa com a pessoa, conseguem conversar de forma fluída, e se estiver silêncio, não se incomodam com isso e não tem a necessidade de sempre estar falando sobre algo.
Nós temos os dois.
Continuei lendo, acabei com os morangos, mas o livro estava bem interessante.
— Neném. — olhei para ele. — Tem chocolate. — apontou o canto da boca.
— Mas você nem comeu chocolate. — falei.
— Na sua, distraído. — usou um guardanapo e limpou.
— Não sou distraído, deveria apontar minha boca, não a sua. — eu sou, mas deixa em off.
— Sempre tem respostas para tudo? — neguei.
— Bem que eu queria, mas muitas vezes fico sem palavras. — apenas com ele. — Com você, suas falas me deixam sem palavras, gosto disso.
— Por quê? — perguntou.
— Significa que você consegue me surpreender, e não é uma coisa rotineira, isso é um excelente sinal em um relacionamento. — comentei. — Antes que pergunte, quando vira rotina não é mais prazeroso conviver com a pessoa, continue me deixando sem palavras.
— Até bem velhinhos. — sorri para ele.
— E até lá eu paro de ficar rosa. — tomara que sim.
— Não, provavelmente não. — chato! — Ver você todo rosado foi a primeira coisa que me encantou, depois seu sorriso, e logo sua personalidade espontânea.
— Sério que se encantou primeiro pelo meu dom em ficar rosa? — confirmou, marquei a página do livro e coloquei na cesta.
— Você se encolhe ao ficar com vergonha, menor ainda, mais fácil te proteger. — coloquei a mão no cabelo dele e comecei a passar os dedos. — E você, sei que sou perfeito, mas o que te encantou primeiro?
— Sua voz. — falei com vergonha. — Quando ouvi ela pelo áudio.
— Minha voz, então o que te fez pensar "eu quero namorar ele!" foi minha voz. — exato.
— Não foi nesse momento, depois me encantei com as suas tatuagens, e em seguida pela forma que me tratava. — trata até hoje, igual um príncipe. — Nunca recebi essa categoria de atenção, então me fez ficar encantado.
— Interessante que nós dois nos apaixonamos sem olhar o físico um do outro, e sim, pelo que realmente importa. — falou. — Porque seu corpo é lindo...
— Você não viu, não tire conclusões precipitadas. — não vá se iludir pensando ser igual do seu ex, que não passa nem perto.
— Não preciso ver para saber que é lindo, e eu já vi suas belas pernas. — olha o rosa aí de novo. — Rosado.
— Para. — coloquei as mãos nas bochechas.
— Fofinho. — sei disso. — Voltando, seu corpo é lindo, mas primeiro me apaixonei por quem você é.
— Eu já vi seu corpo, não inteiro. — graças a Deus, ou estaria com vergonha até hoje. — E é lindo, mas também amei primeiro quem o Jungkook é, o corpo ser perfeito é brinde.
— Meu corpo não é perfeito. — se o dele não é perfeito, o que será de mim?
— Silêncio Jungkook, não aceito que diga mentiras. — cada coisa. — Eu te amo!
— Eu te amo! — mas eu amo mais. — Bravinho.
— Não sou bravo. — ele riu.
— Você é muito bravo neném, quando não está rosa, está vermelho de raiva. — mentira! — Eu te descreveria como: fofo, estressado, e bravo.
— Calúnia. — não sou, não aceito.
— É mesmo? — confirmei. — Então não sente vontade de me bater quando te provoco? — neguei. — Quando eu levei um tiro e você cuidou de mim, na hora que me deu banho, e eu falava frases com duplo sentido, você estava doido para bater onde eu levei o tiro.
— Isso é verdade. — estava mesmo, menino malicioso. — Mas você estava impossível naquele dia.
— Discordo. — claro, quando sou eu é super verdade, agora ele, aí não pode.
— Estava sim, nunca mais te dou banho. — falei.
— Ah! Mas eu gostei de ter as suas mãos em mim. — bati no peito dele, que riu.
— Por isso não vai ganhar banho nenhum, mente poluída. — difícil isso.
— Sou um anjo. — só se for os que caíram com Lúcifer.
— Anjo maligno, né? — achou ruim.
— Eu não sou um anjo maligno. — claro. — E você já ouviu o Peter falando, você tem o gene mais forte que o meu, então eu sou mais calmo que você.
— Calmo, ah tá! — nem nos sonhos dele, iludido.
— Sou uma pessoa calma e pacífica. — até ri de uma coisa dessa.
— Mafioso pacífico? Só você para falar isso. — engraçado. — Eu te amo, mas você não tem nada de pacífico.
— Tenho sim, você que não quer aceitar a verdade. — falou bicudo, aproveitei e dei um selinho nele.
— Bicudo. — falei.
— Volta aqui, espertinho. — acabou o bico na hora. — Eu quero mais.
— Estamos em um parque público, com várias pessoas, Kook. — o lembro desse fato.
— Elas estão longe, ninguém está prestando atenção em nós. — conseguiu me convencer.
Mas não durou muito tempo, acertaram uma bola nas minhas costas.
— Ai. — me afastei falando.
— Eu não fiz nada. — é, você não, peguei a bola perto das minhas costas.
— Alguém me acertou. — ele pegou a bola e sentou.
— Não vou precisar matar ninguém, foi uma criança. — falou, um menino loiro e coreano se aproximou de nós com a bochecha rosa.
— Desculpa te acertar, moço. — ele pediu com vergonha, nunca tinha visto um coreano loiro natural. — Não foi minha intenção.
— Está tudo bem. — Jungkook falou e entregou a bola.
Um homem se aproximou, uma tatuagem de cobra preta e branca no braço me chamou atenção.
— Pediu desculpa, filho? — o menino confirmou. — Desculpe, não queríamos acertar vocês. — Jungkook afirmou que estou bem.
Tenho a sensação estranha de já conhecer esse menino, mas eu nunca o vi.
"Pergunte o nome dele" falei com o Jungkook.
— Meu nome é Jeon Park Benjamin, hyung. — ele sabe linguagem de sinais.
— Jeon e Park? — Jungkook perguntou, o pai confirmou.
— Eu sou um Jeon, e meu marido é um Park, quando tivemos ele, ainda não estávamos casados então ficou com os dois nomes. — são coincidências demais.
— Ele é um Park, e eu sou um Jeon. — Jungkook surpreendeu o homem.
— Chame seu pai, Ben. — o menino correu, eu olhei ele e estranhamente fiquei feliz.
Um moço loiro apareceu segurando a mão do Benjamin, sorriu para o filho, se aproximou de nós.
— Príncipe, esses dois são Jeon e Park, como nós. — ele olhou para nós.
— Olá, que coincidência. — falou, tenho a impressão de conhecer os três. — O pequeno Benjamin disse que acertou um moço de chapéu que fala linguagem de sinais como a vovó, deve ser você. — falou comigo.
"Sim, ele me acertou, mas estou bem" falei.
— Que bom! — é, eu quero saber se ele é loiro natural.
"Seu cabelo é loiro natural? Desculpe perguntar" é tão loiro que chega a brilhar quando o sol bate.
— Tudo bem, é natural. — respondeu. — Vejo que o seu também é loiro.
"Eu pinto, não sou loiro", infelizmente.
— Mas não parece, fica bem de loiro. — obrigado.
— Neném, eu conheço ele. — se referiu ao esposo do Park.
"De onde?", perguntei.
— Faz parte do que eu faço. — ah! Mafioso, quantas coincidências.
— Mas somos do Canadá, estamos na Coréia para visitar o pai e a madrasta dele. — o Jeon dois falou.
Conversamos mais um pouco com eles, antes de irem, o pequeno Benjamin quis tirar uma foto comigo, disse que eu parecia o pai dele e eu disse que não, a resposta dele que deixou os adultos surpresos.
— Não dessa vida, de outra. — e assim eles foram embora, deixando eu e Jeon de boca aberta.
Ele se foi de novo, a sensação de já ter perdido ele é muito grande nesse momento.
— Kook-ah, tenho a sensação que já vimos esse menino ir embora. — falei ainda olhando eles irem, e o Benjamin brincando entre os pais.
— Que bom que falou isso, pensei que fosse só eu a sentir isso. — não foi. — Mas ele está feliz, e eu preciso ligar para a Polina.
Beijou minha bochecha e levantou, se afastou alguns passos, estava de olhos fechados aproveitando o sol, estou precisando de vitamina D.
— Licença? — abri os olhos, olhei para frente e tem duas moças. — Eu sou uma fotógrafa, e acabei me encantando por você e seu namorado, né? — confirmei. — Então fotografamos vocês dois, e queríamos permissão para colocar no Instagram, nós te enviamos também.
— Eu falo linguagem de sinais, já vimos que você só fala com ele. — apontou o Jungkook conversando de costas.
"Podem colocar, eu posso ver as fotos?", sabia que estava sendo observado.
— Aqui, é só apertar esse botão e ir passando para o lado. — me entregou a câmera, super profissional.
Tem uma foto que ele estava beijando minha bochecha, eu com os olhos fechados e sorrindo, nós somos um casal muito fotogênico mesmo. Outra foto é ele me olhando enquanto comia um morango com chocolate, estava olhando minha boca, certeza.
Ele deitado na minha perna, eu fazendo carinho no cabelo dele, com vergonha por algo que ele disse, até nós nos beijando.
Entreguei a câmera para ela, "São lindas as fotos, pode me enviar por onde?".
— Ele achou linda as fotos, e quer saber por onde vai enviar. — a amiga passou para a fotógrafa.
— Seu número, eu te envio por mensagem. — peguei meu celular e fui no meu número, mostrei e ela anotou. — Obrigada pela atenção, vocês formam um casal lindo!
"Obrigado!" agradeci.
As duas se foram, aí Jungkook se aproximou desligando o celular, sentou perto de mim.
— Finalmente elas vieram mostrar as fotos. — ele já sabia.
— Você viu elas tirando fotos nossas e não disse nada? — confirmou.
— Pensei que tinha visto. — essa minha expressão de surpresa é para mostrar como eu sabia.
— Só me senti observado, não notei que se tratava de fotos. — falei.
— Pois é, somos um casal que as pessoas gostam de olhar. — exibido. — Vamos embora? Ou quer ficar mais?
— Ir embora. — arrumamos as coisas e saímos do parque, com as mãos juntas. — Gostou do piquenique?
— Sim, gostei muito e quero fazer de novo. — voltamos para casa conversando sobre nossos amigos, mais meus do que dele, basicamente uma fofoca sobre amigos. — A Melissa é feliz o tempo todo?
— Não, já vi ela triste quando descobriu a traição, acredito que ela já passou por tantas coisas que a fez ficar mais forte e conseguir suportar momentos tristes sem se abalar. — minha opinião.
— Faz sentido. E o Peter, o que sabe dele? — pensei.
— Que os pais dele são gays, um é cardio cirurgião e o outro como já sabe, diretor da escola. — contei uma parte. — Ele é rico, nasceu na França, mas veio para cá quando criança, e gay desde sempre, só isso que eu sei já que ele não costuma falar muito de si.
— E está interessado no meu ex. — é, tem isso também.
— Algum problema com isso? — perguntei, se sua resposta for diferente de "não", ele apanha.
— Não, eu não tenho nenhum problema em ele querer se relacionar com meu ex, mas eu fiquei sabendo que ele está namorando com um oligarca da Rússia. — isso vai partir o coração do Peter.
— O que é um oligarca? — perguntei.
— Alguém podre de rico. — a tá!
— Você é um? — meu amor vai crescer mais um pouco.
— Minha família é, então sim. — como não amar?
— Te amo, viu? Para sempre. — ele riu.
— Meu pequeno interesseiro. — beijou minha cabeça.
— Como você ficou sabendo do relacionamento do seu ex? — perguntei.
— Alguém contou a Polina, e ela me contou. — a tá!
Finalmente chegamos em casa, casa dele quer dizer.
Abriu o portão e eu entrei, caminhei até a porta com a cesta em mãos e esperei ele vir abrir, não demorou para colocar a digital e a senha.
Entrei, tirei o tênis e fui descalço para a cozinha. Tirei os potinhos vazios da cesta e coloquei na pia, a toalha eu levei para a lavanderia, a cesta eu devolvi para a despensa.
Quando voltei para cozinha Jungkook estava lavando potinhos, eu ia lavar.
— Deixa que eu lavo. — falei parando ao lado dele.
— Não precisa neném, você já lavou a louça do café e tudo que usou para fazer as coisas, eu lavo isso. — já que insiste.
— Tudo bem, vou subir para tomar banho. — precisei ir à despensa pegar meu livro dentro da cesta, aí eu consegui subir para o segundo andar.
O livro eu deixei em cima da mesa de cabeceira, e fui para o banheiro. Tomei um banho relaxante e demorado, escovei meus dentes ali para me poupar tempo, ao sair me sequei.
Antes de tomar banho eu tirei as faixas dos meus braços, estão só as marcas das minhas unhas, não preciso mais colocar faixa.
Passei creme no corpo, e fui procurar a roupa.
— Merda! — eu não trouxe.
Peguei um roupão e vesti, amarrei bem o nó, saí do banheiro, Jungkook na sacada fumando.
Fui de fininho para o closet.
— Neném. — droga!
Olhei para ele, cruzei os braços como escudo.
— Fale. — e seja rápido, estou doido para vestir minha roupa.
— De roupão? — confirmei. — Nunca saiu de roupão.
— Eu esqueci de levar a roupa. — expliquei.
Ele fumando enquanto me analisa, que pecado!
— Se precisar de ajuda para colocar a roupa, é só me chamar. — mostrei o dedo do meio e entrei no closet, ouvindo ele rir. — Agressivo.
— E você é safado! — não tinha um mais santo, Deus?
Fechei a porta, tranquei.
Vesti um shortinho preto meu e uma camiseta dele também preta, passei pomada nos meus braços, agora eles precisam respirar.
Passei perfume e desodorante, protetor labial. Espalhei um óleo na mão, e saí passando no cabelo, ainda estava fumando.
Calcei minha pantufa e fui até ele, apoiei no parapeito com a borda de ferro e o vidro preto, gosto dessa vista.
— Como estão seus braços, rosado? — perguntou.
— Estão bem, agora eles vão respirar. — respondi. — O que te estressou?
— Porque a pergunta? — já está no segundo cigarro.
— Você disse que só fuma quando está estressado, e é o segundo cigarro. — agora ele entendeu.
— A ligação com a Polina. — deve ser bem ruim o que ela falou. — Roubaram o caixa de novo, tem um novo rato na máfia, e a máfia de Seul acabou de invadir um dos galpões que armazena drogas, roubaram quase um milhão e meio em drogas, não sei como minha avó ainda não ligou para querer explicações.
— Vai ficar tudo bem. — peguei o cigarro da mão dele.
— Isso aí é meu, e você pode não pode fumar. — falou, estiquei a mão para fora do parapeito e soltei.
— Era seu, vai tomar banho, vou fazer um chá para você e a sua massagem depois. — sorriu malicioso. — Chá de camomila seu sem vergonha.
— Estraga prazer. — sou mesmo.
Foi para o banheiro, e eu fui fazer o chá para ele.
Fiz chá de camomila com mel, e subi com a caneca preta, caminhei pelo corredor longo até a última porta, entrei e fechei ela.
Deixei a caneca na mesa de cabeceira e entrei no closet, na minha mala eu peguei um óleo corporal que eu trouxe, é de amêndoas, bem cheiroso! Além disso, promete relaxar os músculos, assim espero.
Voltei ao quarto, sentei na cama arrumada para esperar ele, peguei meu livro e comecei a ler de onde parei, logo ele saiu com toalha na cintura e uma na mão secando o cabelo.
Subi mais o livro tampando essa indecência, após ouvir a porta do closet fechando, tirei o livro devagar, não está mais aqui.
Ele saiu assim que terminei um capítulo, coloquei o livro na mesa de cabeceira de novo.
— Já vou aí. — e foi para a sacada, ele realmente está estressado.
— Tem chá de camomila, é mais saudável. — falei.
— Demora pra fazer efeito. — falou acendendo o cigarro.
— E não é nada saudável tomar banho quente e sair no vento. — revirou os olhos. — Revira de novo que fica sem eles, idiota!
— "Eu não sou bravo!" — me imitou.
— Quer morrer? Me imita de novo. — palhaço. — Eu não falo desse jeito.
— Fala sim. — de forma irritante?
— Se quiser eu volto a usar linguagem de sinais com você, não vai ouvir minha voz irritante, seu filho da puta. — ele tem um dom que poucos têm, me estressar com facilidade.
— Você pega pesado, neném. — só assim para você obedecer. — Eu amo a sua voz, e você não fala de forma irritante, só fiz isso para te irritar e consegui, porque eu estou fumando, mas você está soltando fumaça.
— Culpa sua! — ele riu.
— Meu bravinho. — nem sou bravo. — Precisa falar disso com a sua psicóloga, as formas que ameaça matar seu namorado.
— Eu não vou te matar de verdade. — só se me der um motivo plausível para isso.
— Sei. — quando terminou de fumar veio deitar. — Minhas costas primeiro. — deitou de bruços.
Fiquei com perninha de índio ao lado dele, mas isso não será nada confortável.
— Porque está resmungando coisas inaudíveis? — perguntou com a cabeça virada para mim.
— Nada. — continuei olhando. — Você deveria ter uma mesa para massagem.
— Ah! Então é isso. — pareceu entender. — É só sentar em cima das minhas pernas.
— Não. — neguei na hora.
— Por que não? — perguntou.
— Eu posso fazer daqui. — só será meio desconfortável, mas nada demais.
— Pode sentar neném, você não é pesado. — como sabe que esse é o motivo?
— Eu sou, e você mente mal. — olhou para mim.
— Não minto para você. — isso é ótimo! — Vai.
— Se eu começar a pesar me fala, aí eu saio. — eu preferia do outro jeito.
Subi com muita vergonha na parte de trás das pernas dele, sentei, tem duas bolas rosas na minha face.
— Agora minha massagem. — eu posso bater nele?
— Fale alguma gracinha sobre essa posição e eu te deixo sem o movimento das pernas com a massagem. — já deixar avisado.
— Tão carinhoso. — tão safado!
Fiquei cara a cara com a tatuagem de lobo de olhos vermelhos que ele tem nas costas, assustador!
Despejei um pouco de óleo, fechei o frasco e coloquei de lado. Comecei a espalhar pelas costas dele, a massagem veio em seguida.
— Parece familiarizado em ter alguém nessa posição que estou, quem já fez isso? — perguntei.
— Não quer saber. — apertei um músculo. — Meu ex, isso não vale.
— Vale sim. — lembrei de algo. — Qual seu ex? O russo? Ou outro?
— Outro. — respondeu.
— Porque mentiu na quantidade de ex? Quando me contou não estávamos namorando, não precisava mentir para mim. — falei.
— Você tinha a certeza que minha lista de ex era extensa, então deixei só dois para não passar a imagem que você julgava que eu tinha, um puto. — continuei a massagem.
— Mas você é, Kook-ah. — não tem para onde correr. — E eu te amo mesmo sendo um puto. — agora o que importa. — Quantos já namorou?
— Cinco contando você. — então quatro.
— São russos também? — perguntei.
— Não, coreanos. — pelo menos vamos sair do padrão olhos claros.
— Nomes? — para eu achar no Instagram.
— Sehun e Ji-hoon. — o que mais me chamou atenção foi o segundo.
— Foram eles que levou naquele hotel perto do cinema, né? — confirmou, apertei mais forte na massagem.
— Eu quero sair vivo da massagem se for possível. — falou.
— Safado! — cachorro. — Motivo do término? Mais chifres, corno.
— Sem agredir. — não. — Ji-hoon, eu descobri que estava como amante, ele é casado e tem uma filha, Sehun era abusivo, então eu terminei.
— Abusivo? Não bateu em você, né? — negou. — Eu sei quando mente, mas tudo bem se ainda não está confortável para falar disso.
— Só é estranho, é a primeira vez que alguém vai saber. — privilégio que eu não queria. — Ele me dava tapas no rosto, eu namorei com ele após a Yelena, e antes de ir para a Rússia assumir a liderança da máfia, ele me proibiu de ter amigos, sair, ter aplicativos de conversa, Instagram, sempre se fazia de vítima como se eu fosse errado em não aceitar as vontades dele.
— Como conseguiu sair disso? — perguntei.
— Eu terminei após a morte dos meus pais, e no dia seguinte estava no avião indo para a Rússia. — contou. — Foi quando entendi que aquilo era um relacionamento tóxico, então segui minha vida longe dele.
— Eu te amo! — falei. — Nunca serei isso para você.
— Sei que não loirinho, é muito neném para fazer alguém sofrer. — exato. — Fez certo em não namorar ninguém antes de mim.
— Eu teria mais experiência se tivesse tido outros relacionamentos. — mas ninguém se dispôs a isso, então não foi exatamente uma escolha minha. — Porém, mais traumas.
— Experiência não é tão legal assim, ter a oportunidade de fazer tudo pela primeira vez com quem você realmente ama é melhor. — falou. — Suas mãos são mágicas.
— Também acho isso, foi melhor você ser meu primeiro. — com toda certeza. — Minha primeira paixão, primeiro que gostei, amei, beijei.
— Você foi o primeiro que amei, nunca senti esse amor como sinto por você. — fiquei rosa. — E não vou sentir isso de novo, espero que nosso amor seja para a vida toda.
— Sim, ela inteirinha. — não quero ficar longe dele. — Vou te amar até depois da morte.
— Eu vou te amar para sempre. — declarou.
Quando terminei a massagem fui lavar as mãos, duas vezes até não sentir mais óleo, voltei ao quarto, guardei o frasco com o que usei na massagem, sentei perto dele.
Está deitado olhando o teto, pensativo.
— Toma o chá. — falei, ele se endireitou um pouco, pegou a caneca e bebeu tudo de uma vez, voltou a deitar. — Melhor?
— Sim, sua massagem foi ótima! — falou. — Vem aqui.
— Mas já estou do seu lado. — não entendi.
— Vem em cima de mim. — neguei rapidamente. — Neném, vem.
— Me sinto extremamente desconfortável, estou bem aqui. — sério mesmo.
— Para não se sentir mais desconfortável precisa começar a fazer, se eu estou dizendo que você não é pesado é porque não é. — odeio quando ele tem razão. — Vem, depois da primeira vez não vai querer outro lugar.
— Como tem tanta certeza disso? — perguntei.
— Você é um neném e mimado, vai gostar de ficar no colo. — discordo.
— Culpa sua! Você que mimou. — eu sou inocente.
— Vem. — subi com medo, uma perna de cada lado e sentei. — Viu?
— Interessante. — deitei a cabeça no peito dele, o senti me abraçar.
— Agora, quem causou esse trauma no meu toquinho? — tatuagem legal essa. — Neném, não vai me contar?
— Tudo bem. — me dei por vencido. — Assim que voltei dos Estados Unidos fomos visitar meus avós, e a família estava toda reunida, meus primos eram todos crianças e tinham o costume de ficar no colo dos adultos enquanto eles conversavam.
Tenho a memória fresca desse infeliz dia.
— Eu também queria ficar no colo como meus primos, crianças, se vê uma fazendo quer igual. — infelizmente. — Meu pai estava com Hobi no colo, então estiquei os braços para uma amiga da família, ela disse que eu estava pesado demais para ficar no colo e que deveria ficar só na cadeira porque me aguentar no colo iria ser difícil.
Odeio aquela mulher até hoje.
— Logo após isso aconteceu o trágico dia do ballet, e mais uma vez falaram do meu peso, passei a ficar só na cadeira, e longe de qualquer colo. — mas o trauma ficou. — Meus primos foram parar de ficar em colos já adolescentes, eu nunca estive em um.
— Quantos anos tinha, neném? — perguntou fazendo carinho no meu cabelo.
— Onze. — respondi.
— Nem no colo do seu pai? — neguei.
— Meu pai só conseguia me pegar quando eu estava em crise e precisava me levar para o hospital, caso contrário eu nunca deixava. — como que você fala para uma criança sobre o peso dela? Ela não vai esquecer.
— Mas agora você vai ficar bastante no colo, vencer esse trauma, neném. — continuou fazendo carinho.
— Desse jeito eu vou dormir. — falei.
— Pode dormir. — beijou minha cabeça. — Descansa, neném.
Dormi com os carinhos dele, profundamente.
[...]
Foi tão bom o sono que esqueci do encontro com o Jungkook, acordei assustado, senti sua mão me fazendo deitar novamente, ainda estou em cima dele.
— Se assustou com o quê, toquinho? — perguntou.
— O encontro, eu esqueci dele. — resmunguei.
— Tudo bem, quando você voltar da Itália usaremos esse vale, está chovendo então não daria para ir. — olhei a sacada e a porta está fechada, a chuva forte caindo.
— Como fechou a porta? — já é noite.
— Levantei e fechei. — falou simples. — Seu sono é bem pesado, porque nem se mexeu no meu colo. — sim, pode cair fogo do céu e eu continuarei dormindo.
— É, então irei dormir de novo. — não tive problema para apagar.
Não sei exatamente quanto tempo passei dormindo, mas quando acordei estava com algo no ouvido e sem ouvir nada ao redor, deitado longe do corpo do Jungkook, ele me tirou?
Cutuquei ele, olhou para mim.
"Continue com os fones, está trovejando" falou em linguagem de sinais.
— Tudo bem! — ele está assistindo algo, cutuquei de novo.
"Não, eu não te tirei de cima de mim, você saiu resmungando "quente, quente" e deitou aí" ah! Me conhece tão bem.
— Seu corpo é quente. — falei.
"Diferente das suas mãos e pés", coloquei a mão no rosto, realmente está gelado.
— Normal, você é quente para me aquecer. — simples assim. — Quando vai parar de trovejar? Quero ouvir sua voz.
"Logo anjinho, enquanto isso pode desenhar" me deu o iPad e a caneta.
Fui desenhar enquanto os trovões não vão embora, passei meia hora desenhando.
Jungkook tirou os fones, acabou?
— Acabou, neném. — só está chovendo e bem fraco. — O que quer fazer?
— Comer. — estou com fome!
— Vem, vamos ver algo para comer. — levantei da cama deixando meu iPad, ele olhou a tela. — Essa é a sua definição de não saber desenhar?
— Sim, agora vamos. — saí do quarto primeiro e ouvi ele correndo para chegar até mim no corredor. — Se tiver todos os ingredientes irei fazer gilgeori toast.
— Nunca comi, o que é? — eu falo que ele não é coreano coisa nenhuma, ainda pensa que tem direito de achar ruim.
— É um sanduíche coreano de rua. — expliquei o que vai dentro.
— Parece gostoso. — é uma delícia.
— Eu que vou fazer, então ficará maravilhoso. — sendo modesto.
— Sua humildade me encanta. — sei disso.
Fomos até a cozinha, peguei os ingredientes na geladeira e no armário. Preparei os dois sanduíches, ele fez o suco, fomos até a sala de cinema.
Eu esperando ele escolher, e ele me olhando.
— Não vai colocar nenhum filme? — perguntei.
— Você pode escolher. — neguei.
— Pode escolher. — mas sinto que irei me arrepender disso.
Em quinze minutos eu estava arrependido, ele escolheu um filme com BDSM e várias cenas quentes.
— Você não vai escolher um filme de novo, saiba disso. — falei com ele.
— Eu já imaginava. — safado!
Quase entrei no sofá para não ver certas cenas, e ele achando muito engraçado minhas reações, basicamente um porno.
Que nível eu cheguei?
— Aleluia! Acabou. — comemorei.
— Admita, você gostou. — não mesmo.
— Eles não terminaram juntos, detesto filme assim, não ligo de ser sobre aquele assunto desde que o casal fique junto, mas ela queria matar ele, não vi graça. — gosto de clichê.
Saímos da sala de cinema e fomos para a cozinha, eu lavei a louça e ele secou para guardar, quando terminamos nós subimos.
Eu tomei banho primeiro, escovei o dente antes de sair, ele entrou em seguida.
No closet eu passei creme e desodorante, nada de perfume. Penteio meu cabelo, mesmo que eu vá dormir.
Sentei na cama, coloquei o iPad para carregar, peguei meu celular para ver as mensagens.
Respondi meu pai, depois Vittorio, no outro aplicativo de mensagem tem algumas de um número desconhecido, quando entrei eram as fotos, agradeci a moça, ela mandou qual o @ caso eu postar.
Já fui para o Instagram e postei duas, ele me olhando comer o morango e nós nos beijando, achei fofinha.
Na legenda escrevi "Meu melhor momento é quando estou com você", sou um docinho mesmo.
Marquei ele e a fotógrafa, as fotos ficaram lindas, e ela editou dando mais destaques às cores.
Voltei ao WhatsApp, entrei no grupo e me atualizei do que conversaram, Peter já mandou sobre a foto, essa criatura vive no celular.
Peter
O contraste de arco-íris e trevas na foto que Jimin postou, é lindo! A diferença entre esse casal é gritante, mas os dois são os que mais se dão bem.
Obrigado!?
Somos bem diferentes, para dar certo os dois precisam aprender a ceder, ele cede as minhas vontades, e eu faço o mesmo, se você não ceder vão acabar se machucando.
Melissa
Realmente, mas as fotos estão tão lindas, são um casal maravilhoso! Jimin todo fofinho comendo o morango, e o Jungkook desejando ser o morango.
Peter
E ele foi, porque a foto seguinte é eles se beijando, cresceu a criança.
Se quero me acostumar com exposição vamos começar postando uma foto assim, e dessa forma posso aceitar Jungkook me beijar na escola.
Porque não é que eu odeie a exposição, simplesmente me importo muito com a opinião das pessoas, o que vão falar, traumas, né? Mas tenho em mente que preciso superar, e em passos lentos eu vou superando.
Cadê o Jin?
Melissa
Não sabemos, ele sumiu desde às nove horas.
Peter
Foi dar, certeza!
Não duvido, amanhã saberemos.
Melissa
Jimin, Polina quer saber se posso passar seu número para ela, eu posso?
Pode.
O que será que ela vai falar?
Não demorou e chegou mensagem no WhatsApp, Melissa fez ela instalar, salvei o número dela.
Polina
Olá, Jimin!
Olá, Polina!
Em que posso ser útil?
Estou curioso, ela está digitando.
Polina
Jeon deve ter te contado sobre o rato, e o roubo de drogas.
Contou, prossiga.
Polina
Na última vez você ajudou, pode ajudar novamente.
Lá vai eu ajudar a máfia russa de novo.
Claro, tem suspeitos?
Polina
Sim, seis.
Tire da sua lista quem tem filho, é casado, ou namora.
Vamos ver quem sobrou, não preciso conhecer para saber quem é o culpado.
Polina
Sobrou dois, uma mulher russa e um homem coreano.
Recentemente algum deles perdeu um amigo, ou familiar de dentro da máfia?
Polina
A mulher, ela perdeu uma irmã.
Como foi?
Nem é relevante, eu só quero saber a história mesmo.
Polina
A polícia matou em uma emboscada que fizeram, estávamos indo pegar um carregamento de armas que chegou da Rússia, ela foi atingida e não sobreviveu.
Foi o homem, a emboscada, ele é o rato e também quem informou o local que as drogas estavam.
Eu sou um gênio.
Polina
Não estou duvidando, mas como tem certeza?
Tudo bem duvidar, sei que parece loucura.
Mas vocês russos tem um código rígido quanto a traição, a mulher é russa, e busca vingança pela irmã, ela não vai trair a máfia sendo seu único recurso para vingar a morte da irmã.
Já o homem é coreano, e infelizmente não somos conhecidos como os fiéis.
Ele não tem filhos, não é casado e nem namora, ele não conhece o sentimento de "preciso ficar vivo por essa pessoa", só conhece a ambição e isso o levou a trair vocês.
Polina
Você tem razão, mas eu preciso de provas antes de passar para o Jungkook.
Qual o nome dele?
Assim que ela me respondeu, peguei o teclado e conectei ao iPad, com a capa ficou apoiado na cama e o teclado no meu colo.
— O que está fazendo? — Jungkook perguntou se sentando ao meu lado. — E esse tanto de número e letras?
— Quietinho e eu já te explico. — ficou quieto.
Com o nome eu descobri o banco, é a segunda vez que faço isso, na primeira vez estava testando para ver se conseguia.
Como tirar doce de criança, peguei meu celular, tirei foto da tela e mandei para ela.
Essa é conta no banco dele fora da Coréia, ele recebeu muito dinheiro, uma conta que fez transferência é da polícia e a outra é esse nome que você está vendo.
Polina
Você é um hacker!
Não sou!
Polina
E esse nome, é tesoureiro da máfia de Seul.
Polina
Obrigada Jimin, você ajudou muito.
Polina
Qual é a sua conta no banco?
Por nada!
Mandei os dados mesmo sem saber para quê ela usaria, até chegar mensagem, ela me pagou.
Nossa! Jungkook me deixa entrar na máfia? Eu nem dou trabalho.
— Agora já pode me explicar? — olhei para ele.
— Só um minuto. — limpei meus rastros no iPad e devolvi para o carregador, coloquei o teclado na gaveta, meu celular foi para a mesa de cabeceira. — Por onde eu começo?
— Início. — jura?
— Então, a Polina me procurou pedindo ajuda com o que aconteceu e eu ajudei ela. — resumi. — Após diminuir a lista de suspeitos, sobrou dois, eliminei a mulher russa ficando o coreano, dei os motivos, mas Polina precisava de mais, com o nome dele procurei o banco e invadi a conta dele. — dando os detalhes. — Ele recebeu dinheiro da polícia, o ligando a emboscada que matou a irmã da mulher, e do tesoureiro da máfia de Seul, resolvi seu problema, Kook-ah.
— Eu te amo. — me deu um selinho demorado.
— Posso ser preso, mereço mais. — aproveitar.
— Espertinho. — sei disso. — Vou fazer o que você quer, neném.
Beijou-me, finalmente!
[...] Autora on.
Vittorio estava tranquilo, as coisas estavam indo bem para ele.
A máfia estava tranquila, tudo se mostrando dar certo para o casamento, seus sogros apoiaram a união, e ele estava feliz com Jeong.
Nunca pensou que iria casar com um advogado, mas o destino sempre prega peças, e ali estava ele amando loucamente o coreano dramático.
Também não pensou que seria padrasto, mas amava Jimin e Hobi, os dois o encantaram à sua maneira.
Tirando a parte que descobriu sobre a esposa falecida e Jimin, sua vida estava ótima, até...
Jeong já dormia ao seu lado, e ele estava quase quando seu celular começou a vibrar, pegou para olhar quem estava ligando, ao ler o nome sabia ser importante, levantou devagar.
Calçou a pantufa e foi até a sacada, atendeu olhando seu noivo apagado na cama.
— Olá, De Luca. — ouviu a voz suave da russa, avó de Jeon.
— Olá, senhora Ornov. — usou o inglês. — Eu já estava quase dormindo.
— Isso vai te fazer perder o sono. — direta como sempre.
— O que aconteceu? — perguntou.
— Primeiro, parabéns pelo noivado e casamento em breve. — felicitou.
— Obrigado! Agora já pode me falar porque está me ligando. — estava preocupado.
— Eu vou te contar uma história, sobre como aconteceu a separação dos Jeon e Park. — falou.
— Como assim separação? Jeong conhece a senhora? — perguntou.
— Me conhece? Ele trabalhava para mim.........................
Roupinha do neném para o piquenique.
Finalmente confirmado o envolvimento do senhor Park com a máfia Russa, mas ainda terá surpresas envolvendo isso.
Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!
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