|| Capítulo 24 ||

Vocês amam a beta que corrigiu esse aqui rapidinho, eu que escrevi e resolvi postar hoje.

Só iria ser semana que vem, ou mês que vem, só Deus sabe.

Autora on.

🚫GATILHO🚫

— Faz elas pararem. — estava se segurando para não se bater.

— Elas? — Jungkook entendeu.

Ballet, elas, as mães das meninas que zombaram do pequeno Jimin.

— Elas vão parar, presta atenção em mim. — o mais novo não conseguia, já era tarde.

— Para, para, eu só tenho onze anos! — Jeon percebeu que Jimin revive o momento em uma crise, ele sinceramente não estava pronto para assistir isso. — Me deixem em paz!

Os amigos de Jimin não conseguiram ficar lá, vieram atrás, e acharam por um milagre Jimin com Jungkook.

— Eu já vi isso, não quero ver de novo. — Jin encostou na parede fechando os olhos, ele já viu muitas vezes.

Peter e Melissa estavam surpresos em ouvir a voz de Jimin, mas nessa situação era melhor não ouvir.

— Tem razão, eu sou horrível! Horrível! — começou a bater nos próprios ouvidos tentando parar de ouvir aquelas vozes, sua mente gritou dentro de si.

— Não, você não é, você é o ser mais lindo do universo, neném. — Jeon falou.

— Eu odeio meu corpo, eu me odeio! — seu choro doía em quem ouvia, Melissa se juntou ao Jin, não aguentou ver e já chorava.

— Neném, me ouve por favor! — tentava tirar Jimin daquele transe.

— Porque eu nasci assim? Me mata, mas faz parar de doer. — bater nos próprios ouvidos não se tornou suficiente, mas seu corpo estava todo coberto.

Tirou a jaqueta e começou a arranhar os próprios braços, como se tentasse se libertar.

— Eu quero morrer! Me mata! Me mata agora! — conseguiu tirar sangue de seus braços pela força.

— Você não vai morrer, eu não vou te deixar morrer. — Jungkook falou.

— Porque? Porque estão fazendo isso comigo? Me deixem morrer, tira isso de perto de mim! — Jin tampou os ouvidos.

— De novo não. — fechou os olhos com força.

Peter não é de chorar, mas assistir aquilo sem chorar é impossível.

— Não me tragam de volta, me deixem morrer! — trazer de volta? — Se querem que eu viva porque tentam me matar, não toca em mim!

— Loirinho, sou eu, seu namorado. — Jungkook fala tentando se aproximar.

— Não toca em mim, por favor, não toca em mim. — Jeon percebeu que não era com ele que Jimin falava, estava revivendo outro momento. — Não, por favor, para!

— Jin, o que ele está revivendo? — Peter perguntou.

— Quando tentaram estuprar ele na antiga escola. — contou. — Foram dois inspetores.

— Me deixem em paz, não toca em mim, por favor eu estou implorando! — Jungkook não conseguiu segurar as lágrimas ao escutar o que seu pequeno neném estava revivendo. — Meu corpo é feio eu sei, não toca nele, por favor!

Jimin revivia aquele trauma de olhos fechados, chorando de soluçar, ainda se ferindo sem escutar nada ao redor.

— Fica longe de mim, não me bate, eu não fiz nada! — chorou mais, era a primeira crise que iria reviver quando apanhou. — Por favor não me bate, está doendo!

— Toquinho, por favor me ouve. — tentava tirar Jimin da crise.

— Não, não me bate, eu não queria ser assim, eu deveria morrer, eu sei! — estava doendo na alma de Jeon ver seu protegido daquela forma. — Para, para, eu já estou cuspindo sangue, por favor para!

— Se continuar, ele vai reviver algo pior logo. — Jin falou.

— Pior que isso? — Peter estava assutado, e Melissa sem conseguir parar de chorar.

— Neném. — Jungkook abraçou forte o menor, impedindo de se ferir. — Já passou, eu tô aqui, ninguém vai te tocar novamente.

— Para. — falava. — Para por favor.

— Eles já pararam. — falou. — Eu te amo, neném.

Jimin saiu do transe, mas não parou de chorar.

— Já passou. — continuou acalmando seu pequeno tesouro quebrado.

Talvez aquela taça quebrada, não foi quebrada o suficiente para representar o Park, ele estava estilhaçado.

— Eu te amo, para sempre. — declarou novamente. — Meu bem mais precioso.

— Eu também te amo. — finalmente falou.

— Está melhor? Quer água? — perguntou.

— Não muito, não. — respondeu baixinho. — Que parte do corpo eu machuquei?

— Seus ouvidos e braços. — respondeu. — Vou te levar ao hospital, vão cuidar de você.

— Eu não consigo andar. — falou com vergonha.

— Vou te levar no colo. — Jimin se afastou, negou.

— Não precisa, espera uns minutos e eu vou conseguir. — preferia assim.

— Neném eles precisam te examinar logo. — falou preocupado. — Eu te levo, vem.

— Não, eu sou pesado, melhor não. — nunca ninguém pegou ele no colo, e nem sentou no colo de ninguém com medo do que iriam falar sobre seu peso.

— Eu já te carreguei neném, no dia que perdeu a consciência, vem. — conseguiu finalmente pegar Jimin, que escondeu o rosto na blusa de Jeon, não queria queria ver ninguém.

— Porque ele sofreu tanto? — Melissa perguntou olhando Jeon carregando o amigo pelo corredor da escola.

— Essa não é nem a ponta do iceberg. — Jin falou.

— Eu não quero estar na pele de quem tentou se aproveitar do Jimin na hora que o Jeon terminar de cuidar do neném, ele vai matar os dois. — Peter falou, passou a mão no rosto.

— Quantos anos ele tinha, Jin? — Melissa perguntou.

— Quinze. — respondeu triste.

— Porque não mudou de escola naquela época? — Peter perguntou.

— O pai dele não sabe, então bico fechado. — Jin alertou. — Nem a psicóloga sabe, Jimin jogou isso no mar do esquecimento, façam o mesmo.

— Não vou contar nada. — os dois prometeram.

— Se ele esqueceu, porque falou durante a crise? — estavam tentando entender.

— Durante a crise o Jimin fica fora de si, ele não vai se lembrar de nada que disse, a crise é uma luta do corpo contra a mente. — falou.

Jeon deixou Jimin no mundinho dele durante o caminho para o hospital, ele também pensava.

Dois defuntos tentaram se aproveitar de seu pequeno, ele iria ter os nomes e matar os dois da pior forma possível, Jimin estava tão bem até a apresentação de ballet.

Ao chegar no hospital ainda levou Jimin no colo para dentro, já reconheceram o pequeno que estava ali, colocaram na cadeira de rodas e foram cuidar dele.

Acabou ficando com o celular dele, bem na hora o pai ligou, ele atendeu.

— Olá, senhor Park. — falou.

— Pensei que ninguém atenderia porque Jimin ainda está na escola, porque você atendeu? — perguntou. — Meu filho está bem?

— Agora está, ele teve uma crise na escola e eu trouxe ele para o hospital. — contou.

— Eu vou voltar. — falou.

— Não precisa, eu vou cuidar dele, prometo. — deu a sua palavra.

— Qual foi o motivo da crise? — perguntou.

— Apresentação de Ballet na escola. — respondeu.

— Cuida bem do meu filho. — Jeong passou algumas dicas antes de desligar.

Jeon ficou na sala de espera, até que liberassem para ele ir ver seu neném, demorou um pouco, mas a enfermeira Maria o veio buscar.

— Ele quer te ver, senhor Jeon. — falou.

— Obrigado, Maria. — acompanhou a enfermeira até o quarto que Jimin estava, entrou sozinho, o pequeno estava deitado de costas para a porta. — Neném?

— Oi, Kook-ah. — falou ainda baixo, sua garganta estava doendo.

Ficou de frente para o pequeno, pegou em sua mãozinha.

— Cuidaram bem de você? — perguntou.

— Sim, muito bem. — respondeu. — Eu estou cansado!

— Descansa neném, quando acordar te levarei para casa. — fez carinho na bochecha rosada.

— Tudo bem, mas antes, está com meu celular? — confirmou, entregou para o menor, ele cancelou a terapia de hoje, quando está assim não consegue falar muita coisa útil. — Pronto, o que me deram está fazendo efeito.

— Você vai ficar bem, meu loirinho. — Jeon ficou fazendo carinho no rosto do pequeno até ele dormir, não demorou muito.

Sentou na poltrona, ainda segurava a mãozinha, ligou para alguém.

— O que precisa, chefe? — Selina perguntou.

— Eu quero que você ache duas pessoas para mim. — já viveram demais para quem fez seu anjo sofrer.

[...] Jimin on.

Quando despertei ainda estava na cama do hospital, a luz está fraca para não atrapalhar meu sono, sinto uma mão segurando a minha, olhei e já reconheci as tatuagens, Jeon.

Ele parece dormir, está com os olhos fechados e a cabeça repousada no apoio da poltrona.

Mexi em sua mão, ele apertou minha mão impedindo de soltar.

— Acordou, neném? — confirmei e ele se aproximou beijando minha mão. — Quer ir embora?

— Sim, não gosto de hospital. — passei boa parte do tempo neles, fazendo tratamentos, exames, curativos, sendo trazido de volta à vida.

— Precisa trocar de roupa. — falou. — Eu vou te ajudar.

— Não, eu faço sozinho. — eu já até sabia tirar os acessos do meu braço, tirei e olhei a faixa que estava enrolada nos dois antebraços, lugar que me feri.

— Certeza? Posso te ajudar, neném, seu braço está enfaixado. — ele não percebeu que eu não quero que me vejam apenas com roupa íntima.

— Obrigado, mas eu já volto. — peguei minha roupa e fui ao banheiro.

Troquei de roupa, e saí do banheiro, agora as botas Jeon me ajudou a calçar.

Eu só vim cuidar das feridas, como não tive convulsões, não precisava que um médico me examinasse antes de ir.

Saímos do quarto, passamos na recepção assinando a papelada de alta, me despedi de Maria, e segui com Jeon me ajudando a me manter em pé, ainda sinto minhas pernas fracas.

Fomos para a casa do Jungkook, eu em uma bolha, às vezes olhava meu braço, não me lembrava do que falei durante a crise e não sei se quero saber o que revivi dessa vez.

Não tenho lembranças visuais, só flash do Jeon me chamando, tentando me tirar da crise e ele conseguiu.

Quando chegamos ele me ajudou a sair do carro, fomos para dentro.

— A Jin-yi fez sua comida favorita, vamos comer! — entramos na sala de jantar e a mesa já está posta, ele puxou a cadeira para mim.

— Obrigado! — agradeci após sentar.

Ele se sentou ao meu lado, me serviu e eu comecei a comer, mas meus braços estavam doendo, eu não conseguiria segurar os palitinhos por muito tempo, terminei de comer com as mãos tremendo.

Como dói, na hora é um alívio, mas depois nem tanto.

— Porque suas mãos estão tremendo, neném? — perguntou.

— Não é nada, é normal depois de uma crise. — não menti.

— Assim que eu terminar de comer nós iremos subir. — enquanto isso fiquei só olhando um ponto específico na parede enquanto pensava.

Eu sou alguém que precisa de cuidados, prestar atenção, não posso me virar sozinho.

Será que ele vai aguentar sempre cuidar de mim? Eu sei que não é fácil ter um adulto para ficar olhando, e ele é perfeito, pode ter alguém perfeito e não eu.

Odeio como fico após uma crise, eu só queria ter nascido normal.

— Loirinho, vamos? — confirmei.

Levantei e acompanhei ele, na hora que chegou na escada eu sabia que não iria aguentar subir ela, mas eu vou tentar.

— Quer que eu te carregue? — neguei, segurei no corrimão e comecei a subir um passo de cada vez, ele ao meu lado vigiando, assim como eu falei, não aguentei.

Fui abaixando até sentar em um dos degraus no meio da escada, é Jimin, você regrediu de novo.

— Você está bem, neném? — perguntou abaixando do meu lado.

— Não muito, só me dá cinco minutos e eu termino de subir, pode ir na frente. — e me deixa sozinho com a minha vergonha de ser assim.

— Eu te levo. — não me deu tempo de negar, me pegou no colo e terminou de subir a escada, levou-me até o quarto no colo e me colocou sentado na cama. — É só me pedir ajuda, eu quero te ajudar, neném.

— Jungkook, sabe como é difícil pedir ajuda? — perguntei. — Eu tenho dezoito anos e não consigo nem subir a porra de uma escada. — olhava meus braços. — Estava tudo bem, e eu piorei de novo, eu tenho noção que sou um fardo para o meu pai, sei que ele pensou que precisaria cuidar de mim até que eu não aguentasse mais, porque viver assim é extremamente cansativo, e agora eu sou um fardo para você. — estou tão cansado. — Você é meu namorado, mas parece ser um cuidador, porque eu vivo precisando de cuidados, você se tornou o que me motiva para continuar vivo, porque antes eu só pensava que não aguentaria chegar até o dia seguinte, e hoje tudo foi por água abaixo porque eu quero morrer de novo.

Já estava chorando, ele sentou ao meu lado e me abraçou.

— Se você quiser terminar comigo, eu vou entender, porque nem eu iria querer namorar alguém assim. — falei entre as lágrimas. — Você é alguém que merece uma pessoa tão perfeita quanto, que não precisa de cuidados, paciência, e nem complicada, se você desejar, pode terminar comigo agora.

Chorei mais, eu não quero perder ele e nem terminar, mas não quero que ele fique preso a isso, essa bola de complicação.

— Eu não quero nunca terminar com você, não ligo de cuidar de você, eu te amo! — até quando vai amar?

— Eu também te amo, mas não quero que fique preso a mim, e amar é deixar ir mesmo que vá doer. — falei.

— Não, amar é respeitar, entender e cuidar, se eu te amo aceito cuidar de você, mesmos que você não esteja de acordo com isso, eu nunca amei ninguém como amo você, e agora só está doendo te ver assim, porque você é maravilhoso, as pessoas que quebraram. — falou me fazendo chorar mais. — Não vou desistir de você, e mesmo todos dizendo ser impossível, até eu já falei isso, vou colocar cada pedacinho do seu coração no lugar, mesmo que seja para outra pessoa te amar.

— Só quero que você me ame. — apenas ele.

— Então apenas eu irei te amar, meu neném. — não sei quanto tempo foi, mas mesmo após parar de chorar não soltei ele.

Como estou com a orelha no peito dele dá para sentir o coração batendo, eu quero continuar sentindo isso por muito tempo.

— Dormiu, toquinho? — perguntou.

— Não. — respondi. — Eu quero ir tomar banho.

— Vou pegar suas coisas no carro. — me soltou devagar, beijou minha testa. — Já volto.

Minha cabeça está doendo, e muito.

Fiquei esperando ele voltar quietinho, minha mente me deixou descansar, porque não pensei em nada.

— Rosado. — olhei para ele. — Sua mala e isso. — mostrou o rolo de papel filme que usa para passar em tatuagens recém feitas.

— Para quê o papel filme? — perguntei.

— Sei que não vai me deixar te ajudar no banho. — está certo! — Então vou passar isso em cima da faixa para não molhar.

Ele passou nos meus dois braços e fita para ter certeza que água não iria entrar, eu peguei qualquer pijama na mala e tirei a bota, fui tomar banho.

Fechei a porta, me olhei no espelho, estou péssimo!

Tirei minha roupa e fui para o chuveiro, tomei um longo banho, deixei bastante água cair no meu rosto, ajuda a diminuir a vermelhidão e o inchaço.

Acabei molhando o cabelo, lavei com os produtos do Jungkook. Me sequei ao terminar, peguei o pijama e vesti, calça e blusa de manga longa.

Cuidei dos meus dentes, só passei creme no rosto, tirei o papel filme e saí, o quarto está vazio.

Às vezes ele saiu para respirar um pouco, afinal eu descarreguei tudo em cima de quem não tem a mínima culpa.

Entrei no closet, minha mala está aqui, só queria passar uma loção e desodorante, voltei ao quarto, me sentei na cama.

Ouvi passos dele, olhei a porta, ele entrou com uma bandeja.

— Coisas para te deixar feliz, neném. — sorri olhando para ele, não poderia ser outra pessoa meu primeiro namorado. — Senta perto da cabeceira.

Fiz o que ele pediu, com perninha de índio, colocou a bandeja cheia de coisas na minha frente.

— Tem leite de morango seu preferido, morangos com aquele docinho da festa da Melissa que você gostou, ela com Peter vieram aqui trazer, ela disse que, qual o nome mesmo? — se perguntou. — Brigadeiro, isso, que brigadeiro cura qualquer ferida.

— Vou agradecer aos dois depois, eu demorei tanto assim no banho? — perguntei.

— Uma hora, por aí. — misericórdia. — Também tem sanduíches que eu fiz, pipoca, suco de morango, chocolates, e miojo.

— Obrigado Kook-ah, mas não sei se aguento comer tudo isso. — é muita coisa.

— Aguenta, eu te ajudo. — sentou ao meu lado. — Vamos assistir a desenhos infantis com finais felizes.

Colocou Barbie na televisão, comecei comendo alguns morangos com brigadeiro.

No final, quem mais comeu foi ele, eu comi o sanduíche, e fiquei na pipoca, ele comeu o que eu não aguentei.

— Eu te amo! — falei.

— Eu te amo! — falou.

Continuamos assistindo a desenhos por muito tempo, eu grudado nele.

— Já são três horas da manhã. — ele falou.

— Pensei que fosse mais, vamos dormir? — perguntei.

— Vamos! — eu fui ao banheiro escovar meus dentes e ele levar a bandeja, lavei as mãos, voltei ao quarto me deitando.

Quando ele voltou foi ao banheiro, logo estava do meu lado, me abraçou.

— Não costuma dormir com calça, neném. — fez uma observação.

— Hoje sim. — resmunguei, dormi com a cabeça em seu peito.

[...]

Quando acordei não movi um músculo, continuei aproveitando do calor do Jungkook, queria morar nos braços dele.

— Meu grudinho. — ouvi sua voz rouca, fiquei quietinho. — Sei que está acordado, já são duas horas da tarde.

— Quero ficar aqui com você. — nem é tão difícil.

— Também quero ficar com você, mas seu irmão irá vir fazer a tatuagem. — tinha esquecido disso. — E você precisa comer.

— Não tô com fome. — falei.

— Mas vai comer, não pode deixar de comer, neném. — eu penso que posso. — Vamos levantar.

— Não quero, vou ficar aqui. — não quero levantar.

— Vou te tirar da cama nem que seja te carregando igual saco de batatas. — eu sei que ele é capaz disso, levantei.

— Eu queria ficar mais. — fui ao banheiro, fechei a porta, usei o sanitário antes de cuidar dos meus dentes.

Lavei bem o rosto, após secar saí do banheiro e ele entrou, eu entrei no closet. Passei um creme ao redor dos olhos, chorar muito só resulta em inchaço, apenas.

Penteio meu cabelo que está para cima, após passar óleo ele voltou ao normal, ao sair do closet Jungkook estava saindo do banheiro.

— Deitar não, espertinho. — segurou pela parte de trás da blusa, estava tão perto já.

— Me deixa deitar. — forcei para ir, mesma coisa de nada. — A academia está em dia.

— Sempre, vamos comer! — me arrastou para fora do quarto. — Estou te ouvindo me xingar.

— Não fiz isso. — pouco, idiota!

Chegamos na escada, ele me olhou.

— Eu aguento descer, fica tranquilo. — eu acho.

Começamos a descer e ele me vigiando, consegui chegar até o final.

Fomos para a sala de jantar, sentei e esperei ele colocar para mim.

— Já está bom. — iria colocar mais, misericórdia. — Obrigado!

— Você está bem? — perguntou, sabia do que se tratava.

— Melhor, eu vou melhorar mais. — só não sei quando.

— Não sairei do seu lado. — sei disso. — Agora come, neném.

Comi tudo que ele colocou para mim, quando terminei ele levou para a cozinha, voltou com chocolate, me deu.

— Obrigado! Já posso ir deitar? — minhas pernas estão cansadas.

— Espera seu irmão chegar. — campainha tocou.

— Aleluia. — coloquei o chocolate no bolso da blusa, fomos para a sala de estar, ele liberou o portão e ouvimos barulho de carro, o motorista trouxe meu irmão e o Yoongi.

Jeon abriu a porta, os dois entraram cumprimentando o tatuado.

— Oi, Jimin hyung. — Yoongi falou comigo, acenei para ele.

— Hyung. — Hobi me abraçou. — O pai me contou que você teve uma crise ontem, e me mandou passar em casa para pegar seu remédio, aqui. — entregou o frasco.

"Obrigado!" olhei qual ele pegou, calmante que me apaga, melhor que o para crise. "Tem certeza que vai fazer uma tatuagem?".

— Sim, eu nem dormi essa noite de ansiedade. — parece criança. — Meus amigos vão ficar com inveja.

"Belos amigos você tem".

— Estão mais para colegas, podemos ir, Jungkook? — falou com meu namorado.

— Sim, por aqui. — eles foram para o corredor.

Olhei a escada, porque tão grande, meu Deus? Para quem se pergunta o motivo de estar assim, com fraqueza nas pernas, acontece dessa forma, eu tive a crise que me desliga totalmente e meu corpo age como um coma, quando a pessoa fica em coma ela não precisa reaprender a andar? A mesma coisa comigo, minhas pernas não atendem o comando do cérebro após a crise.

Eu sou todo estranho, e tem coisas que são um mistério para a medicina, mas os médicos disseram que isso não iria me matar, não mesmo, eu só sentia vontade de morrer.

— Um degrau, dois degraus. — comecei a subir resmungando.

— Não esqueci de você. — Jeon chegou e já me pegou no colo, estilo noiva, assim fica difícil.

— Eu ia conseguir subir. — falei. — Só iria demorar um pouco.

— Meu neném não pode se esforçar até estar 100%. — se ele diz, mas não gosto que me carreguem, eu tenho a impressão que sou pesado e isso me deixa extremamente desconfortável.

— Agora já pode me colocar no chão. — quando chegamos no segundo andar.

— Não, eu te levo até o quarto. — e levou até o quarto dele, me colocou na cama.

— Obrigado! — agradeci.

— O que vai fazer? — perguntou.

— Colocar algum filme e conversar com meus amigos. — falei.

— Se precisar, me liga, mas não desce. — agora estou em cárcere privado.

— Prisão domiciliar? — perguntei.

— Exato. — o fim da picada.

Saiu do quarto fechando a porta, liguei a televisão e coloquei em qualquer filme, peguei meu celular, mas antes abri minha barra de chocolate.

Entrei no WhatsApp que não abri desde quinta-feira, respondi meu pai e Vittorio, lógico que fiz eles instalarem, fui no grupo que tem muitas mensagens, li para me atualizar.

As últimas foram para mim, quase chorei.

Peter
Jimin, você é muito forte! Não conseguiria passar por 1% do que você já enfrentou, então admiro sua força e coragem.

Melissa
Na hora que ler isso lembre que te amamos e estamos torcendo para se recuperar logo, você é a cola do nosso grupinho, sem você aqui apenas para perguntar algo relacionado a sexo que não entendeu, não tem graça, melhoras!

Jinjin
O que precisar pode me ligar, se não aguentar seu mafioso grudento eu te salvo, sabe que sempre estive aqui e sempre vou estar, mesmo você fazendo pirraça, te amo daqui...

Respondeu ao Jinjin
Até a Lua.

Obrigado Peter, e Melissa.

Vocês três são os melhores amigos que eu poderia ter, amo vocês!

Não demorou para o Peter aparecer digitando, sempre o primeiro.

Peter
Mas pode falar, eu sou melhor que eles.

Jinjin
Melhor que eu uma porra, estou aqui desde criança, você chegou agora e já quer sentar na janelinha?

Melissa
Eu cheguei primeiro que você, Peter, você foi o último palhaço, melhor que eu nada.

Peter
Está vendo, Jimin? Sou perseguido por essas cobras, não aceitam que brilho mais que eles.

Eu amo esse caos!

Vocês são doidos!

É muito interessante ver eles assim "discutindo" para ver quem é mais meu amigo, porque antes eu só tinha o Jin, agora eu tenho três amigos que podem sair no tapa para ver quem eu amo mais.

Melissa
Mas então Jimin, você está bem? Jungkook cuidou bem de você?

Peter
Isso, como você está?

Eu estou melhor, Jungkook cuidou muito bem de mim, como sempre.

Jinjin
O que aconteceu após vocês chegarem do hospital? Você costuma ficar bem sensível após uma crise como aquela.

Não aconteceu nada.

Mentira, aconteceu que eu quase terminei com o Jungkook.

Peter
Mentindo Jimin, que feio!

Melissa
Sabemos que aconteceu algo, porque eu fiquei sabendo pela Polina que o Jungkook não deu um sinal de vida ontem após ligar para a Selina, então mesmo que cuidasse de você, ele iria aparecer, estamos supondo que algo aconteceu.

Jinjin
E eu te conheço, quando fala "não aconteceu nada", aconteceu algo bem grande.

Eu quase terminei com o Jungkook.

Peter
Você o quê? Por quê? Ele te traiu? Te tratou mal? Ou pior, quer ficar com o fantasma da ex?

Não, ele não fez nada.

Melissa
Ele não fez nada e você queria chutar a bunda dele? Não entendi.

Jinjin
Eu entendi, é por isso que eu sou o melhor amigo.

Peter
Jimin explica, porque eu também quero entender o motivo do quase término.

Primeiro, prometam que não vão rir de mim.

Melissa
Eu prometo não rir.

Jinjin
Já sei, mas prometo.

Peter
Prometo!

Eu penso que sou um fardo na vida dele e que ele merece alguém melhor.

Uma pessoa menos complicada, e que seja tão perfeita quanto ele.

Eu disse que se ele quisesse terminar comigo iria entender, porque ficar preso a mim, não é fácil.

Me amar não é fácil, e eu tenho noção disso.

Ele passa mais tempo cuidando de mim, do que sendo um namorado, eu vejo o namoro de outros casais e sei que nosso namoro é totalmente diferente por minha culpa.

Ele precisou esperar para ouvir que eu o amava, esperou para me beijar, esperou para eu estar pronto para um relacionamento, esperou para eu entender que também era digno de ser amado (eu pensei que morreria sozinho e não acreditava que alguém igual a ele estava apaixonado por mim)

Mas ele disse que me ama e mesmo todos dizendo ser impossível, vai colocar cada pedacinho do meu coração no lugar.

Mandei muita coisa, e isso foi resumido, eles ainda estão lendo, quem respondeu primeiro foi a Melissa.

Melissa
Rir? Eu tô em prantos.

Peter
Eu entendo seu lado em pensar que ele deveria ser apenas namorado, mas Jimin esse é seu primeiro relacionamento, é assim que funciona, treinamento para o casamento.

Peter
Um cuidando do outro, igual no dia que passou a madrugada acordado monitorando a febre dele e faltou na escola para cuidar dele, e ele gosta de cuidar de você, porque você é um neném.

Jinjin
Ele tem razão, se eu deixasse, Tae cuidaria mais de mim, mas sou muito orgulhoso para isso. Agora, você gosta e ele também, então não tem problema ele cuidar de você.

Melissa
E o Jungkook não pensa que você é um fardo na vida dele, você não percebe certas coisas porque está dentro do relacionamento, mas nós que estamos fora vemos que seu namoro é como qualquer outro.

Peter
Até melhor, porque os que você pensa ser "perfeito"  podem ser tóxico, corno, abusivo, violento.

Melissa
Eu acredito que ele vai conseguir reconstruir seu coração.

Escolhi confiar nele, e que isso vai acontecer porque eu não aguento mais sofrer, minha vida é só sofrimento, não tenho um minuto de paz.

Continuei conversando com eles sobre outros assuntos, Jin iria sair com Tae então sumiu, Peter e Melissa continuaram.

Peter
Então Melissa, novidades sobre a Polina?

Melissa
Eu vou sair com ela daqui a pouco, aproveitar que estou na casa do meu pai, ontem estava na minha mãe então não deu para sair.

Mesmo se vocês namorarem não vai contar a ela?

Eu duvido que ela não vá descobrir sozinha, às vezes já sabe.

Melissa
Não, já tenho dezenove anos, vai que ela me mande de volta para o Brasil.

Peter
Esperamos que não, porque vocês vão namorar.

Peter
Já se beijaram?

Melissa
Jin e Jungkook tinham razão, os russos são muito respeitosos, até agora ela segurou a minha mão e me abraçou, nunca passou essa linha por ser muito respeitosa.

Eu avisei, se quiser vai precisar pedir.

Experiência própria.

Peter
Escute o Jimin, peça para ela te beijar.

Melissa
Mas não vai ficar parecendo que estou apressando as coisas? Às vezes ela não quer me beijar, o que seria bem triste, mas acontece.

Porque ela não iria querer fazer isso?

Não vi motivos plausíveis para não acontecer.

Peter
Você, Jimin, pensava ser um fardo para o Jungkook, ela pensa ser desinteressante para a mafiosa gostar.

Melissa
Mas eu sou, fui procurar quem ela já namorou, e achei quatro meninas russas, era melhor eu ter deixado aquilo quieto.

Por quê?

Ela pensa que as meninas são mais bonitas? Interessantes?

Melissa
Porque agora eu fico me comparando, a última ex dela a menina poderia ser Afrodite de tão bonita, e todas são altas, que ódio!

Peter
Mudar o nome do grupo para "inseguros assumidos e o Peter", porque puta que pariu, vocês passivos competem para ver quem é o mais inseguro.

Ei, sem ofender também.

Melissa
Como assim eu passiva?

Peter
Se comparar com ex é coisa de passivo Melissa, Jimin faz isso, Jin faz isso, você está fazendo isso, eu não procuro saber quem é, sei que sou melhor.

É, ele tem razão.

Parece que os passivos tendem a ser mais emotivos, sensíveis, e inseguros neste quesito.

Melissa
Por quê?

Peter
Não são todos, mas a grande maioria é assim como Jimin falou, o motivo deve ser porque no relacionamento vocês sempre vão mandar, então em alguma coisa o ativo precisava se sobressair, porque o restante é tudo vocês.

Peter
É a regra, o passivo manda e o ativo obedece.

Mas voltando ao assunto principal, não vale a pena esquentar a cabeça com isso, Melissa.

Ela está procurando sair com você, te agradar, então obviamente ela sabe que você é melhor que as outras com quem já namorou, se fossem tudo isso estariam juntas até hoje.

Peter
Concordo com o Jimin, e leia isso para você, Jimin.

O assunto é ela.

Peter
Mas serve para você.

Melissa
Obrigada Jimin, essa insegurança vem de nunca ser a primeira opção, aí penso que posso ser trocada por alguém melhor.

Você está com sorte, ainda era opção, eu nunca cheguei a ser considerado para entrar na lista de opção.

Peter
Vocês se superam, mano.

Melissa
No Brasil era assim, e eu estudava em escola particular no último ano antes de vir, única menina preta da escola com cabelo crespo, todas as minhas amigas namoravam e eu ajudava nisso, ser Duff é horrível.

É péssimo, você pensa que o problema está em si mesmo.

Melissa
Sim, somos amigos de dodói, Jimin.

Somos.

Peter alterou o nome do grupo para "Inseguros assumidos e o Peter".

Melissa
Sem vergonha, e ele mudou a configuração do grupo, só ele como administrador.

Peter
Lógico, não sei quem de vocês é pior, porque vocês não enxergam que são melhores? E que o problema não é vocês?

Você nunca ficou inseguro?

Peter
Eu não, insegurança é um sentimento que você pode escolher se vai sentir, ou não, e eu escolhi que prefiro ter saúde mental estável.

Melissa
Queria ser assim.

Peter
Tudo é possível, basta querer, exemplo, se você sabe que procurar ex vai te deixar inseguro, porque procura? Evite a insegurança até que não sinta.

Vou seguir seu conselho, se der errado vou falar que o motivo para eu estar triste é você.

Peter
Falar para quem?

Jungkook, torça para dar certo.

Peter
Você é cruel!

Melissa
Tu é ativo, mas acabou de se fuder bonito.

Ouvi passos, olhei a porta e logo Jungkook entrou e meu irmão estava atrás dele, entrou olhando o quarto.

— Quarto enorme. — falou. — Olha a minha tatuagem.

Olhei o braço dele, mas espera.

— Você não iria tatuar o negócio do videogame? — perguntei olhando o dragão com flores vermelhas no braço dele.

— Eu ia, mas Yoongi disse que me conhecendo, iria me arrepender amanhã mesmo, então Jungkook me deu o iPad para escolher outra coisa menos enjoativa, e esse dragão ganhou meu coração. — deve ter doído para um cacete.

— Ele chorou pouco ou um muito? — perguntei ao Jungkook.

— Encheu dois baldes. — Jungkook falou.

— Nem chorei. — Hobi falou, meu tatuado olhou para ele. — Tá! Mas bem pouquinho.

— Estava bem concentrado neném, às vezes gritava que eu estava tentando matar ele. — bem a cara do Hobi. — Mas finalmente terminamos, não estou escutando bem de um ouvido.

— Seu namorado é bem exagerado. — você não viu nada.

— Coisa da sua cabeça. — falei. — Escolheu bem, e porque vermelho?

— Estava vermelho o desenho, ele quis me avisar que iria doer mais, mas eu não aceitei só preto, deveria fazer igual você quanto menos detalhes melhor. — foi logo no vermelho. — Eu já estou indo, Yoongi vai comprar as coisas que irei usar para cuidar das minhas tatuagens.

— Porque no plural? — perguntei.

— Eu fiz uma para o Yoongi. — puxou a gola da  camiseta, um gato. — E ele fez um Pandinha para mim, agora está totalmente proibido de terminar comigo.

— Antes da tatuagem podia? — anta.

— Claro, agora não pode. — adolescentes são tão estranhos. — Eu já vou indo, porque estou com fome.

— Mas você comeu sorvete com Cookie. — Jeon falou.

— Isso não enche nem 1% da barriga dele. — dragão.

— Estou em fase de crescimento. — para frente só se for.

Após me despedir ele se foi com Jungkook.

Como está anoitecendo vou tomar banho, desliguei o celular e fui até o closet, peguei roupa e segui para o banheiro. Tomei um banho relaxante, estava pensando nas palavras dos meus amigos, e as últimas do Peter sobre insegurança.

Faz sentido, e irei tentar fazer isso para ver se consigo melhorar no quesito insegurança, porque é uma coisa que pode atrapalhar meu relacionamento.

Sequei meu corpo após terminar, tirei o papel filme que coloquei antes do banho, foi difícil porque fiz sozinho, mas eu consegui.

Vesti a calça moletom branca, sentei no sanitário e tirei a faixa dos braços, olhei como estão, horríveis! A crise foi bem feia, mas quando é na perna fica pior.

Limpei com um pano úmido de água quente, passei o remédio, e enfaixei com uma faixa nova, fiz nos dois braços.

Coloquei a parte de cima do moletom, joguei a faixa velha e coisas que usei no lixo.

Passei fio dental e escovei meus dentes, depois hidratei meu rosto, saí do banheiro em seguida.

— Já tomou banho? — me assustei. — Desculpe pelo susto.

— Tudo bem, e sim, acabei de tomar banho. — respondi.

Entrei no closet, queria passar perfume e desodorante, Jeon entrou, estava penteando meu cabelo.

— Conseguiu colocar o papel filme? — confirmei. — Trocou a faixa? — confirmei também. — Tudo sozinho.

— Sou acostumado. — falei simples.

— Infelizmente. — é, infelizmente. — Eu vou tomar banho, já volto.

Ele saiu, continuei arrumando meu cabelo e depois voltei para a cama, hoje não estava afim de fazer outra coisa.

Peguei meu celular, entrei no WhatsApp e Vittorio mandou mensagem.

Vittorio
Sua avó aceitou o noivado e casaremos no próximo mês, desde que os mais velhos usem o Hanbok.

Vittorio
E sua avó disse que precisa vir apresentar seu namorado.

Que bom! Teve alguma briga?

Um dia eu vou.

Logo apareceu ele online, digitando.

Vittorio
Teve, minha e de uma amiga da sua prima mais velha, quase que eu atiro nela, puta oferecida.

Ela se ofereceu para o meu pai?

Vittorio
Sim, na minha frente, sua prima mais velha é insuportável, não vai ser convidada para o casamento.

Ela é mesmo, não visito meus avós faz quatro anos por culpa dela.

Odeio aquela menina, quero que ela se lasque.

Vittorio
O que ela fez para você? Se faz quatro anos, estava com catorze na época do ocorrido.

Me prendeu em um quarto com uma menina dizendo que eu iria virar hétero, é doida!

Vittorio
Ela com certeza não vai ao meu casamento.

Conversei mais um pouco com ele, e depois fui ao Instagram, fiquei olhando um perfil de bichinhos.

Jungkook saiu do banheiro, nem olhei para o lado dele, deve estar de toalha, entrou no closet.

Continuei olhando um gatinho brincando com uma bolinha de lã, sempre quis um gatinho, mas meu pai dizia que eu não tinha responsabilidade para cuidar de um, será que agora eu tenho?

Acho fofos, e combinam comigo um gato, quero filhote para ver ele crescendo e ouvir ele só miando "mil", eles filhotes só miam "mil", ou gritam.

— Gatinhos, neném? — que susto!

— Para de me assustar. — eu me assusto com facilidade.

— Desculpe, gosta de gatinhos? — sentou ao meu lado.

— Amo, são fofinhos. — falei. — Sempre quis um, mas meu pai dizia que eu não tinha responsabilidade.

— Agora ele já deve deixar. — não tenho tanta certeza. — Vamos jantar?

— Já está pronto? — confirmou, deixei meu celular para ir jantar.

Na hora de descer a escada, afirmei que já estava bem melhor e aguentaria, durante o jantar expliquei o motivo para isso acontecer.

— Você fica bem sozinho por uma hora e meia? — perguntou enquanto eu comia a sobremesa, torta de morango, a Jin-yi sempre deixa na geladeira pronta por minha causa.

— Sim, algo da máfia que vai resolver? — confirmou. — Pode ir, eu fico bem quietinho no quarto até você voltar.

— Isso, não apronte nada. — eu nunca aprontei.

— O certinho sou eu, Kook-ah. — cada coisa.

— Claro. — chutei a canela dele pelo deboche. — Confirmado, sua perna está ótima!

— Eu te avisei! — após terminar a torta nós subimos, ele iria calçar a bota e eu para o meu ninho.

Primeiro escovei os dentes, e depois sentei na cama, cobri minhas pernas.

Meu celular tocou, peguei e é meu pai, atendi após o ritual de respirar fundo e contar até três.

— Oi, pai! — falei.

— Olá filho, como você está? — perguntou.

— Estou bem, já melhorei bastante, Jungkook não me deixa fazer esforço em nada. — contei.

— Ele está certo, não pode ficar se esforçando após a crise. — é, mas ninguém precisa saber também. — Tomou o remédio?

— Não precisei, mas se precisar eu tomo. — Jungkook saiu do closet e entrou no banheiro.

— É bom tomar antes de dormir. — talvez. — Como na próxima semana iremos viajar, sua psicóloga te encaixou para terça-feira duas horas, tudo bem?

— Sim, e a psiquiatra? — perguntei.

— Assim que terminar com a psicóloga. — ela vai me fazer voltar a tomar o remédio de depressão, aquele é péssimo. — Seu irmão foi aí fazer a bendita tatuagem?

— Sim, não fez de videogame. — comemorou, ouvi Vittorio chamando ele de doido. — Fez um dragão e um gato.

— Eu falei uma tatuagem, ele faz duas e ainda um dragão? — confirmei. — É por isso que seu irmão não vai sair tão cedo de casa, eu falei para não fazer nada de dragões.

— Sabe como ele é pai, espírito livre. — bem livre mesmo.

— Sorte que eu amo ele. — se fosse outro pai, Hobi estava lascado. — Jeon está te tratando bem?

Foi perguntar dele que saiu do banheiro, falar no diabo é convite.

— Sim, está me tratando muito bem. — falei olhando ele. — Mas fica me obrigando a comer.

— Está mais que certo, não pode ficar sem comer, se você parar no hospital por ficar sem comer de novo, eu confisco todos os seus livros. — ele sabe onde dói.

— Está sendo cruel comigo, e só foi uma vez. — que eu me lembre.

— Três vezes Park Jimin, eu não tenho mais idade para passar por isso, você trate de comer. — pé na cova ele.

— Claro, pai. — me despedi dele e desliguei.

— O que foi três vezes? — ele ouviu? Apesar que meu pai falou mais alto essa parte.

— Que parei no hospital por ficar sem comer. — agora ele coloca comida na minha boca.

— E você não querendo almoçar, se você passar mal de fome comigo, seu pai me mata. — pode ter certeza. — Não vai ficar sem comer, toquinho.

— Você não tinha um compromisso? — perguntei.

— Me expulsando? — sim.

— Claro que não, mas já está indo? — ele riu. — Tchau!

— Sim, tchau! Se cuida, me liga se precisar de algo. — se aproximou e beijou minha testa. — Eu volto logo.

— Se cuida também, tente não matar ninguém. — falei.

— Isso não será possível, esse é meu assunto pendente. — ah que legal!

— O que a pessoa te fez? — perguntei, mesmo não tendo certeza se ele vai me responder.

— Pessoas, tocaram no que é meu. — nossa, ele está bem puto mesmo.

— Eu? — perguntei brincando, mas ele está sério. — É eu, quem tocou em mim?

— Ninguém que vale lembrar. — sei, eu vou descobrir Jeon, nada fica escondido de mim.

— Tudo bem. — ele se foi.

Nenhum beijinho? Selinho? Nada? Eu ainda tô de castigo?

Maldade comigo, já basta ter que ficar aqui sozinho, ainda não ganho nenhum beijinho, isso que ele me ama, imagina se não amasse.

Coloquei um filme que eu já sei o final na televisão, mas não consegui parar de pensar em quem o Jungkook foi mandar para o capeta, então eu darei meu jeito para achar.

Levantei da cama e fui para o closet, peguei meu iPad e voltei, mas eu preciso do teclado. O Jungkook tem um iPad, ele deve ter um teclado sobrando, só preciso achar.

Vou olhar a gaveta da mesa de cabeceira, sentei no chão e abri a gaveta, que bagunça! Tirei tudo de dentro, não tem um teclado, mas vou organizar.

Canetas, balas, uma arma, peguei ela para olhar, tirando o dia da festa fantasia, nunca peguei uma arma assim, parece ser uma Glock.

Analisei ela, não percebi que pressionei o gatilho, atirei na parede.

— Puta que pariu. — coloquei ela em cima da cama, me aproximei de onde a bala está na parede, é perto do chão já que eu estava sentado.

Eu pensei que estava descarregada, errei eu já sei.

Será que ele vai ficar bravo? Eu não tenho culpa, a culpa é dele que deixa uma arma carregada no mesmo cômodo que eu estou.

Coloquei a arma na gaveta e continuei a organização, quanta coisa inútil, tinha cinco fones enrolados um no outro, arrumei certinho, mais canetas, lápis, caderno, camisinha.

— Opa. — peguei de novo, cinco camisinhas, os pacotinhos.

Porque eu tenho a impressão que deito em uma uma cama que ele já coisou com alguém? É sério isso? Não tem problema nenhum Jimin, completamente normal isso.

Olhei a data de fabricação para ter uma noção de quando ele comprou, e teve relações com alguém.

Foi nesse mês que foi fabricada essas camisinhas, então nós já estávamos namorando, fiquei aliviado em saber que ele não comprou pensando em outra pessoa.

Mas meu sorriso foi morrendo, ele estava pensando em mim? Fiquei rosa.

Coloquei dentro da gaveta e terminei de organizar todo rosa, fechei e voltei para a cama, péssima ideia!

Como assim ele estava pensando em mim quando comprou? Impossível, não, isso não faz sentido.

Eu pareço ser alguém que vai fazer sexo logo? Não responde.

Olhei a gaveta do meu lado, tinha um teclado, mais alguns livros e uma agenda, sou curioso e olhei, mas está vazia.

Conectei no meu iPad o teclado, com a capinha fiz ficar certinho na cama e o teclado no meu colo.

Então para saber quem o Jungkook vai matar, preciso juntar informações que tenho. Melissa hoje falou que a última vez que ele deu notícia foi ontem ao ligar para a Selina, ela que achou essas pessoas ou pelo menos sabe quem achou.

Desculpa Jungkook, eu te amo, mas vou precisar rastrear seu celular.

E eu não sou hacker!

Fiz o que precisava e achei o celular dele, está em um lugar longe da cidade, mas ainda é Seul, e é até que perto daqui, sim, ele decidiu morar longe da civilização.

Agora que tenho o celular dele, peguei o sinal de celulares que estão perto, Selina, Jake, mais três que não conheço. Como ele ligou para a Selina, ela deve ter informações que preciso, vou curiar o celular dela.

Nas mensagens, achei a conversa com o Jungkook, ela mandou "está feito! Os dois estão te esperando", são duas pessoas, sabia que o celular dela me daria respostas.

Subi um pouco, tem um arquivo, abri o arquivo e entendi o porquê ele falou "Ninguém que vale lembrar", eu sei exatamente quem são desse arquivo.

Quem tentou abusar de mim, mas como ele sabe?

Limpei todos os meus rastros ao ter a resposta que queria, voltei a assistir o filme e já estava no final, mas nem prestei atenção porque só conseguia pensar que Jungkook deve estar matando eles agora, ou já matou.

Mas ele falou que mataria por mim, está mantendo a palavra.

Eu preciso de um doce!

Levantei e calcei minha pantufa, saí do quarto, passei pelo corredor e desci para o primeiro andar, a casa inteira escura, até eu acender cada luz disponível.

Fui até a cozinha, acendi a luz, abri a geladeira e a minha parte de doces, estava escolhendo o que iria subir comigo.

Ouvi passos, não é a cozinheira que ela já foi embora faz tempo, e nem o Jungkook, eu olhei o que rastreei faz alguns minutos e ele estava no negócio da máfia.

É um espírito!

Fechei a geladeira, caminhei para fora da cozinha e a luz apagou, puta que pariu.

Saí correndo sem olhar para trás, subi a escada em um instante, corri para o quarto e fechei a porta, tranquei.

Joguei meus doces na cama e fui pegar a arma na gaveta, contra um espírito? Eu decido o que irei usar contra o espírito.

Cheguei perto da porta, os passos estão próximos, mas esse espírito é diferente, ele está rindo.

— Jungkook eu vou te matar, seu idiota. — abri a porta. — Não tem graça, eu quase morri!

— Tem sim, e você não iria morrer. — ele que pensa.

— Mas eu não estou conseguindo respirar. — soltei a arma e coloquei a mão no peito.

— Neném. — se preocupou e me segurou, meu corpo amoleceu. — Neném, respira fundo comigo.

— Eu tô tentando. — puxei o ar devagar. — Meu peito está doendo. — comecei a chorar.

— Desculpa neném, vamos ao hospital. — passei a rir.

— Idiota, viu como é legal? — fiquei em pé e peguei a arma.

— Era tudo mentira? — perguntou.

— Era, espera não. — pensei. — Era sim.

Guardei a arma, e subi na cama.

— Isso não se faz, toquinho. — eu estou rindo, então se faz sim.

— Me assustar com meu medo de espíritos também não, mas você fez, estamos quites. — falei.

— Como consegue fazer isso? — o quê? — Deixar o corpo mole e chorar?

— O corpo mole é anos de prática, e chorar é fácil, só pensar em algo triste que já me aconteceu, e não me faltam opções. — contei simples. — Tô brincando, eu fiz aula de teatro online.

— Já fiquei triste, tarde demais. — falou. — Manipulador, você sabe controlar suas emoções e sabe como ser a vítima.

— Obrigado! — agradeci. — Mas só emoções mesmo, sentimentos não.

— Se conseguir fazer isso com sentimentos não terá mais crise. — exato. — Eu vou tomar banho.

— Deveria mesmo, está com cheiro forte de sangue. — se surpreendeu.

— Como sentiu? — meu olfato é excelente.

— Não sei, mas sei reconhecer cheiros de longe. — é um dom.

Ele foi para o banheiro, eu coloquei um filme infantil, cantava as músicas enquanto comia meus doces.

Quando ele saiu já tinha terminado todos, continuei olhando a televisão porque sei que ele não leva roupa para o banheiro, após ele entrar no closet eu fui escovar meus dentes.

Lavei as mãos, peguei um creme e passei embaixo dos olhos, voltei ao quarto, sentei na cama.

Enquanto cobria minhas pernas ele saiu apenas com calça moletom, deu a volta e sentou ao meu lado.

— Que filme é esse? — Jungkook é tão sem cultura.

— Happy Feet. — respondi. — Nunca assistiu?

— Não, é do quê? — perguntou.

— Esse é o dois, pinguins que cantam e dançam. — falei. — Sei todas as músicas.

— Todos os filmes que já assisti com você, você sabia cada música. — eu assisto até saber as falas de trás para frente.

— Lembrei de algo, eu atirei na sua parede. — contei.

— Como? Porque atirou na minha parede? — perguntou. — Qual a parte do fica quietinho na cama, você não entendeu?

— O quietinho. — simples. — Perto da mesa de cabeceira.

Ele levantou e foi olhar, voltou para a cama.

— Como fez isso? — perguntou.

— Eu queria um teclado para mexer no iPad, aí eu fui procurar na sua gaveta, mas estava uma bagunça, aí enquanto eu organizava achei ela e fui analisar. — contei, mas sem parar de assistir. — Mas acabei pressionando o gatilho, e agora você tem um buraco de munição na sua parede, a culpa é sua por deixar ela carregada.

— Minha nada, você é muito curioso. — discordo. — Eu uso essa arma para me proteger, não pode ficar descarregada.

Continuei olhando a tela, nem toquei no assunto das camisinhas.

— Então arrumou minha gaveta? — confirmei. — Viu as camisinhas?

— Prefiro não falar disso. — não fale por favor.

— O que pensou quando viu elas? — ele gosta de me ver rosa.

— Estou começando a duvidar do seu amor por mim. — ele riu. — Pensei que tivesse dormido com alguém aqui.

— Não dormi, parece clichê, mas você é o primeiro a deitar nessa cama sem ser eu. — totalmente clichê.

— É clichê, e eu olhei a data de fabricação, você comprou esse mês. — eu me odeio por ser inteligente. — Por quê?

— Sou alguém prevenido, é bom ter algumas. — claro, já deu desse assunto. — Rosado.

— A culpa é sua. — continuei assistindo.

— Mas não se sinta pressionado em nada por causa disso toquinho, eu sempre compro mesmo que não vá fazer. — e não vai mesmo.

— Não me sinto. — começou a música que eu mais gosto, cantei ela baixinho, é do pinguim filhote com a mãe. — Para de me encarar.

— Muito lindo, difícil não olhar. — coloquei as mãos nas bochechas rosas. 

— Tem como não me deixar rosa? — negou. — Isso é maldade.

Escorreguei na cama, cabeça no travesseiro assistindo ao filme, ele também passou a ver.

Será que eu pergunto se ainda estou de castigo? Fazer o teste.

— Te amo! — falei, ele olhou para mim.

— Também te amo, loirinho. — beijou minha testa.

É, eu ainda estou de castigo.

Às vezes eu olhava a tela, depois ele concentrado nos pinguins, eu queria um beijinho.

— Kook-ah. — fez "hum". — Ainda está chateado comigo?

— Pelo quê? — perguntou olhando para mim. — Por fingir que iria desmaiar? Sim.

— Dramático, você quase me matou do coração, não tem direito de fazer drama. — a vítima sou eu.

— Então não, qual outro motivo eu teria? — perguntou.

— Por ontem. — ele pensou.

— Não lembro de nada que tenha feito ontem. — ele está ocupando meu lugar de lerdo.

— Quando chegamos na escola, não aceitar seu beijo. — o edredom já está cobrindo até o meu nariz. — Está chateado?

— Ah! Isso, não. — falou simples. — Na sua crise entendi porque não gosta de exposição, então desculpa por insistir.

O que eu falei na crise para ele falar isso?

— E como pelo jeito não se lembra de nada da crise. — não mesmo. — Perdão por te proibir de me tocar e te ignorar.

— Está perdoado, mas quando eu fizer algo para te chatear e não ver, não me afasta, só mostra onde eu errei que eu peço desculpas. — falei. — Então, desculpa recusar seu beijo, eu não estou acostumado com isso.

— Tudo bem neném, não vou te afastar. — bom mesmo, foi triste.

— Foi péssimo ficar no intervalo sem estar grudado com você. — gosto de ser o grudinho.

— Meu grudinho. — fez carinho no meu cabelo.

— Então não está chateado comigo? — negou. — Porque não me beijou? Está só beijando minha testa. — o edredom subindo mais.

— Não sabia se estava querendo me beijar após te proibir de me tocar, também não sabia se após a crise você estaria no clima. — clima?

— Após a crise eu preciso de carinho e atenção. — falei.

— Não estou te vendo mais, neném. — objetivo alcançado.

— Tô com vergonha. — falei.

— Precisa estar com o rosto aparecendo para eu te beijar. — tão desnecessário. — Ou quer no escurinho embaixo do edredom?

Tirei o edredom do rosto, esse bocó fica sorrindo ao me ver rosa.

— Agora sim, bem melhor. — se aproximou devagar, juntou nossas bocas, fechei os olhos.

Música eletrônica ficaria com inveja do meu coração agora, como está acelerado.

Beijou-me lentamente, estava apenas me derretendo a cada segundo de beijo, sua língua e o piercing me deixando molinho, a mão no meu rosto fazendo carícias suaves.

Ouvia no fundo os pinguins cantando, fazendo fundo para a minha cena de romance.

Mordeu meu lábio inferior, voltou a me beijar, sentia sua língua chupando a minha, tem coisas no beijo que eu não entendi, mas é bom então nem questiono.

Eu coloquei meus braços ao redor de seu pescoço, meu corpo está febril, o que significa isso?

Mesmo quente, não quero me afastar dele, está muito bom. Talvez eu não rejeite mais os beijos dele, desde que não seja na escola.

Sua mão saiu do meu rosto e desceu para a cintura, apertou, fiquei mais entregue ao toque, entrou em meu moletom para sentir minha pele, apertava e acariciava.

Eu não queria parar, mas ele logo se afastou de mim, me deu dois selinhos.

— Quero mais. — pedi olhando para ele.

— Agora eu não posso, neném. — por quê? — Quando temos essa categoria de contato, nosso corpo começa a reagir.

— Ainda não entendi. — falei.

— E isso é o que mais prova que devo parar um pouco. — mas eu quero mais.

— Só mais um? — um não vai matar.

— Não faz esse bico. — minha arma. — Nada de mais um.

Saiu de cima de mim e deitou, me abraçou.

— O filme acabou. — sim, peguei o controle e fui procurar outra coisa, coloquei o um de Happy Feet.

— Maldoso. — resmunguei bicudo.

— Estou te ouvindo. — bom mesmo.

Dormi na metade do filme querendo mais beijo.

[...] Autora on.

No mundo da máfia as notícias correm rápido, não seria diferente com a notícia que o líder da máfia italiana, a maior, estava para se casar com um Park.

A história da família Park com a família russa é antiga, e algo separou as duas famílias, mas a união do atual líder com o filho do Park os uniu novamente.

Mas a família italiana também sempre esteve na história, e assim que a matriarca russa soube do casamento, já entendeu o que estava acontecendo.

— Irina, me leve até o cofre de documentos. — pediu a sua funcionária.

— Sim, senhora, pode me dizer o motivo? — a funcionária mais antiga da casa perguntou.

— Preciso me preparar, os mortos logo vão começar a nos assombrar.......................


























































































































Tatuagem que o Hobi fez.

Mortos assombrando os vivos por um casamento? O que nos aguarda?

Hoje é meu aniversário 😌!

Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!!!

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