XVIII. A beira de um desastre.
Oi, meu anjinhos! Como vocês estão?
Queria ser bem sincera com vocês: percebi que os últimos capítulos têm recebido menos comentários em comparação aos primeiros. Para mim, a motivação para manter as atualizações frequentes está muito ligada aos votos e comentários de vocês! Eles fazem toda a diferença e me dão aquele gás para continuar escrevendo.
Se estiverem gostando da história, deixem um comentário, mesmo que curtinho. Saber o que estão achando é o que mais me inspira a seguir em frente! Obrigada por todo o apoio até agora.
Bom, tenham uma ótima leitura e perdão qualquer erro♥︎
PS: pode ter erros, revisei mas as vezes passa despercebido, como eu havia dito, eu arrumei algumas coisas.
Taehyung estava sentado à beira do lago, com os olhos fixos na superfície cristalina da água. Seu reflexo oscilava com o movimento suave, mas o que mais chamava sua atenção era a cicatriz que agora marcava seu pescoço. Ele passou os dedos suavemente sobre ela, sentindo a textura áspera que contrastava com sua pele macia. Um suspiro pesado escapou de seus lábios enquanto seu olhar se perdia no horizonte.
Ele havia insistido com Jungkook para participar dos treinamentos, alegando que queria ser mais forte, menos dependente. Taehyung usou todo o seu charme para convencer o alfa, e, mesmo relutante, Jungkook acabou cedendo, incapaz de resistir à determinação brilhando nos olhos do ômega.
— Tae! — a voz firme e familiar de Jungkook chamou sua atenção, interrompendo seus pensamentos. Ele se virou, vendo o alfa se aproximar com passos confiantes, mas uma expressão de leve preocupação. — Está bem?
Taehyung tentou sorrir, mas não conseguiu esconder a melancolia em seus olhos.
— Estou bem... só estava pensando na cicatriz. — Ele desviou o olhar, voltando a encarar seu reflexo. — Eu sei que é só um detalhe, mas... ainda não me acostumei.
Jungkook se ajoelhou ao lado dele, observando o rosto de Taehyung com atenção. Ele inclinou a cabeça, como se tentasse enxergar o que Taehyung via.
— É uma marca de sobrevivência, Tae. — Ele estendeu a mão, segurando o queixo do mais novo com delicadeza, forçando-o a encará-lo. — Prova que você é forte, que enfrentou algo que muitos não conseguiriam. Não deveria se envergonhar dela.
Taehyung sentiu as bochechas corarem levemente, mas não conseguiu desviar o olhar. Jungkook sempre sabia o que dizer para acalmá-lo, mesmo quando ele próprio se sentia perdido.
— Mas e se... outras pessoas acharem isso estranho? — sussurrou, ainda inseguro.
Jungkook franziu as sobrancelhas, com uma expressão séria.
— Ninguém vai achar estranho, Tae. — Ele aproximou o rosto do de Taehyung, sua voz baixa, mas carregada de convicção. — E para mim, você é perfeito.
O coração de Taehyung acelerou com as palavras do alfa, mas ele tentou esconder o sorriso tímido que ameaçava surgir. Jungkook sempre teve esse efeito nele.
— Tudo bem... — Taehyung murmurou, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encará-lo.
Jungkook riu, um som grave e sincero que fez o peito de Taehyung se aquecer. Ele se levantou e estendeu a mão para o mais novo.
— Então levante, ômega teimoso. Ainda temos muito o que fazer.
Taehyung aceitou a mão de Jungkook, e um pequeno sorriso finalmente escapou de seus lábios enquanto eles caminhavam de volta ao campo de treinamento. O ar fresco ao redor parecia aliviar parte do peso que ele carregava, mas havia algo no alfa que o fazia sentir o coração acelerar.
Jungkook, no entanto, parecia mais interessado em provocá-lo do que em manter a calma. Sua mão firme insistia em apertar levemente a cintura de Taehyung enquanto caminhavam. O toque fazia o corpo do ômega arrepiar. Ele tentava ignorar, mas sua sensibilidade naquela região não o ajudava.
— Tae... — a voz grave de Jungkook cortou o silêncio.
— Jungkook, independente do que for falar, fique quieto... — Taehyung respondeu rápido, sem nem olhar para o alfa. Ele sabia que algo estava vindo, e já queria encerrar a conversa antes de começar.
Jungkook abriu um sorriso travesso, mas havia algo mais suave em sua expressão desta vez. Ele inclinou levemente a cabeça, analisando o rosto do ômega com atenção antes de falar:
— Mas... mas Karami... você quer...
— Que-quero... o que? — Taehyung gaguejou, virando-se lentamente para encarar o alfa.
Jungkook manteve o sorriso, os olhos brilhando.
— Karami — repetiu ele, o tom mais suave. — Acasa...
Jungkook nem completou, Taehyung apenas deu um tapinha no peito do selvagem, e passou a andar depressa, deixando o alfa para trás.
☯
O vento gelado soprava forte pela planície branca, fazendo com que flocos de neve se acumulassem suavemente sobre as peles que cobriam o acampamento improvisado. Taehyung sentia o frio mordendo suas bochechas enquanto seus dedos ágeis descascavam os peixes frescos, ignorando a ardência causada pelo contato com a água gélida.
Taehyung estava sentado sobre uma pele de animal, descascando um peixe com os dedos ligeiramente dormentes pelo frio. Ao seu lado, Rosé e Jimin compartilhavam da mesma tarefa, as mãos hábeis lidando com os peixes capturados pela manhã.
— Taehyung, você e o Jungkook pretendem ter filhos? — Rosé perguntou de repente, quebrando o silêncio que havia entre eles.
O ômega paralisou, os olhos arregalados enquanto fitava Rosé, a surpresa evidente em seu rosto. A pergunta foi tão direta que o pegou completamente desprevenido.
— Você sabe que pode, né? — ela continuou, inclinando-se levemente para frente, observando a reação dele com curiosidade.
Taehyung desviou o olhar, voltando a se concentrar nos peixes em suas mãos. Seu peito subia e descia lentamente, como se tentasse conter algo dentro de si.
— Rosé, eu realmente não quero falar de filhos agora. A minha vida já está uma bagunça! — suspirou alto, sacudindo a cabeça antes de continuar o trabalho.
Jimin, que estava sentado ao lado deles, riu baixinho, soprando o vapor quente de sua respiração para as mãos geladas.
— Falando nisso… — Taehyung murmurou, erguendo o olhar para o ômega ao seu lado. — Jimin, você tem vontade de ter filhos?
Jimin se remexeu ligeiramente, um brilho diferente passando por seus olhos antes de ele esboçar um pequeno sorriso.
— Ah… eu tenho.
A resposta foi simples, mas a hesitação em sua voz não passou despercebida. Ele abaixou um pouco a cabeça, como se tentasse evitar olhares muito atentos.
Taehyung franziu o cenho.
— Você parece desconfortável…
Jimin soltou uma risada curta, desviando o olhar para o horizonte branco à sua frente.
— Não é nada. Só… é um assunto complicado.
Rosé ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços sobre o manto de pele que usava para se aquecer.
O silêncio que se seguiu foi breve, mas carregado. Rosé lançou um olhar a Jimin antes de se virar para Taehyung.
— Você...
— Tae… Taehyung, acho melhor deixar isso de lado.
Taehyung franziu o cenho, percebendo que havia tocado em algo delicado. Mas antes que pudesse perguntar mais, um uivo distante cortou o silêncio da montanha.
Os três se sobressaltaram, os corpos automaticamente tensos. O som não era apenas um chamado qualquer ele trazia algo primitivo, quase como uma onda invisível que atingia Taehyung em cheio.
Seu coração acelerou. Ele conhecia aquele chamado.
Jungkook.
Taehyung se levantou, olhando atento, vasculhando a paisagem branca e fria ao redor. Não demorou muito para que uma figura surgisse por entre as árvores cobertas de neve.
Jungkook caminhava com uma cabra pendurada no ombro, sua boca e roupas sujas de sangue fresco. Seu olhar âmbar brilhava intensamente, mesmo sob a luz pálida do dia. Havia algo nele que sempre fazia Taehyung prender a respiração — aquela presença indomável, o instinto de um predador que nunca poderia ser domado completamente.
— Eu pensei que era algo sério, eu quase tive um infarto. — Taehyung resmungou, sentando-se novamente, tentando ignorar o arrepio involuntário que subia por sua espinha.
Jungkook largou a cabra no chão sem esforço, e logo alguns betas se aproximaram para levar o animal e prepará-lo para o jantar. O alfa então se virou para Taehyung, cumprimentando Rosé e Jimin com um breve aceno antes de se abaixar atrás do ômega.
Taehyung estremeceu ao sentir o nariz gelado de Jungkook roçar sua nuca. O alfa o farejou devagar, inalando seu cheiro profundamente, o contato despertando um arrepio que percorreu todo o corpo do ômega.
— Uh, Jungkook...
Rosé revirou os olhos antes de puxar Jimin pelo braço.
— Acho melhor deixá-los a sós. — murmurou. — Vou me encontrar com a Jisoo.
Jimin assentiu e lançou um último olhar divertido para Taehyung antes de se afastar. Jungkook, no entanto, continuou onde estava, a respiração quente contra a pele exposta do ômega.
— Cheiroso. — murmurou, sua voz rouca e baixa, carregada de um instinto possessivo que fazia o coração de Taehyung martelar no peito.
Taehyung sentiu seu coração acelerar dentro do peito, e por mais que sua mente gritava, seu corpo permaneceu imóvel. O ômega inspirou fundo, tentando se recompor.
— Jungkook, sério… você está coberto de sangue. — Ele tentou manter a voz firme, mas o tremor quase imperceptível em sua respiração o traiu.
Jungkook finalmente se afastou um pouco, mas seus olhos âmbar permaneceram fixos em Taehyung. O brilho predatório ainda estava ali, escondido sob a falsa tranquilidade do alfa.
— Banho. — Jungkook murmurou, assentindo levemente. Seu tom era seco, grosso como um rosnado.
Ele se ergueu, e Taehyung não pôde evitar de segui-lo com os olhos. Os músculos fortes se moviam sob as roupas pesadas de inverno, cada passo do alfa era silencioso, predatório. Ele se afastou um pouco, indo em direção a um pequeno riacho que cortava a neve congelada.
Taehyung soltou um suspiro aliviado, esfregando o rosto com as mãos frias. Jungkook podia ser silencioso como um lobo e intenso como um incêndio, e isso o deixava sempre alerta.
O Kim percebia que Jungkook tinha seus momentos — quando seus instintos de lobo gritavam, ele agia de forma ainda mais primitiva, como se sua humanidade se fundisse completamente à fera dentro dele.
Não eram apenas os olhos âmbar que brilhavam mais intensamente, mas toda a sua postura mudava. Ele se movia com mais precisão, seus sentidos aguçados captavam tudo ao redor, e sua presença tornava-se quase sufocante.
Ainda sentindo o rastro do toque quente de Jungkook em sua pele gelada. Aquele lado selvagem dele era assustador e fascinante ao mesmo tempo.
☯
Namjoon caminhava pela clareira coberta pela neve, seus passos firmes afundando suavemente no manto branco que refletia a luz pálida da lua. Ele podia sentir o cheiro familiar de Jimin antes mesmo de vê-lo, um aroma doce e reconfortante que o fazia relaxar, mesmo em momentos de tensão.
Quando alcançou o pequeno riacho parcialmente congelado, encontrou Jimin sentado em uma pedra, os pés descalços mergulhados na água gelada, um sorriso sereno brincando em seus lábios.
— Está tarde. — Namjoon comentou, cruzando os braços enquanto o observava com um olhar de falsa reprovação. — Deveria estar descansando.
— Não consegui dormir. — Jimin respondeu, lançando um olhar rápido na direção do alfa. — E você? O líder não deveria estar em sua tenda?
Namjoon deu um meio sorriso, aproximando-se com passos firmes que esmagavam a neve sob suas botas.
— Talvez eu também tenha perdido o sono. — Ele parou ao lado de Jimin, ajoelhando-se na neve gelada para ficar ao seu nível. — Ou talvez eu tenha vindo te procurar.
Jimin riu baixinho, desviando o olhar para a água que fluía suavemente, criando pequenos redemoinhos entre os blocos de gelo.
— Você sempre tem uma resposta para tudo, não é?
— Não para você. — Namjoon respondeu sem hesitar, sua voz mais baixa agora. Ele estendeu a mão, segurando o queixo de Jimin com delicadeza e virando-o para si. — Você me deixa sem palavras, sabia?
Os olhos de Jimin brilharam com emoção, e ele sorriu, tímido, enquanto se inclinava um pouco mais para perto.
— Não achei que fosse possível deixar o grande Namjoon sem palavras. — Ele provocou suavemente.
— Você tem mais poder sobre mim do que imagina. — Namjoon murmurou, sua voz grave carregada de sinceridade.
Antes que Jimin pudesse responder, Namjoon inclinou-se, pressionando seus lábios contra os de Jimin em um beijo lento e cheio de significado. Não havia pressa, apenas a conexão profunda que ambos sentiam. Jimin suspirou contra os lábios de Namjoon, seus dedos subindo para tocar o rosto dele, acariciando a mandíbula forte.
Quando se separaram, Jimin o encarou com um sorriso doce.
— Eu gosto disso. — Ele sussurrou, os olhos brilhando. — De como você me faz sentir seguro. Mesmo eu sendo capaz de te vencer. — riu baixinho.
Namjoon deslizou os dedos pelos cabelos macios de Jimin, observando-o com adoração.
— E eu gosto de te ver assim, sorrindo. Você é a única coisa que me faz esquecer o peso de tudo isso.
Jimin mordeu o lábio, visivelmente emocionado, antes de se aconchegar contra o peito de Namjoon.
— Promete que isso nunca vai mudar?
Namjoon envolveu-o com seus braços fortes, apertando-o com cuidado, como se Jimin fosse algo precioso que ele jamais deixaria escapar.
— Eu prometo. Enquanto eu estiver aqui, nada vai te machucar.
De repente, Jimin levantou o olhar e franziu o cenho, seu corpo enrijecendo nos braços de Namjoon.
— Namjoon... você está vendo aquilo?
Namjoon seguiu a direção do olhar de Jimin, seus olhos estreitando enquanto uma luz alaranjada tremulava ao longe. Era um brilho fraco, mas inconfundível contra o branco imaculado da neve.
— Fogo. — Namjoon murmurou, levantando—se de imediato, seus instintos de líder entrando em ação. — Isso não é nosso.
— O que pode ser? — Jimin perguntou, sua voz carregada de preocupação enquanto se levantava também.
— Não sei...— Namjoon respondeu, a mandíbula tensa. — Vamos voltar e avisar os outros. Se for um grupo, precisamos estar prontos.
Sem mais palavras, ele segurou a mão de Jimin, puxando-o em direção a aldeia, ambos movendo-se rapidamente pela neve enquanto o brilho do fogo permanecia visível, como uma ameaça silenciosa na noite gelada.
☯
Taehyung sentiu os lábios do alfa deslizarem pelo seu pescoço, justamente em sua cicatriz, a lambendo, com uma suavidade que contrastava com o peso do momento. Sua respiração ficou presa na garganta, enquanto sua mão apertava involuntariamente o ombro largo de Jungkook, como se fosse sua âncora em meio à tempestade de sensações que o dominava.
As pernas musculosas do alfa estavam firmemente encaixadas entre as suas, deixando claro que qualquer tentativa de fuga seria inútil. Não que Taehyung quisesse fugir. Seu coração batia em um ritmo descompassado, um misto de ansiedade e desejo preenchendo cada fibra de seu ser.
Ele não sabia como um simples momento de afeto fofo, havia se transformado em algo tão intenso, tão avassalador.
— Jungkook... — murmurou, a voz falhando ao tentar soar firme.
O alfa ergueu o rosto, seus olhos âmbar encontrando os de Taehyung. Havia algo feroz naquele olhar, mas também uma gentileza inesperada, como se Jungkook estivesse pedindo permissão silenciosa para continuar.
— Me diga para parar, e eu paro — Jungkook sussurrou, sua voz grave, mas controlada, ressoando no pequeno espaço entre eles.
Taehyung hesitou, seus lábios entreabertos enquanto tentava organizar seus pensamentos. Mas como ele poderia dizer algo com Jungkook tão perto, com o calor de seus corpos se misturando e o toque do alfa fazendo seu coração parecer prestes a explodir?
— Eu... — Taehyung começou, mas sua voz se perdeu quando sentiu a mão de Jungkook deslizar para sua cintura, segurando-o com firmeza.
— Você está tremendo — observou Jungkook, sua voz agora carregada de preocupação.
Ele afastou os lábios do pescoço de Taehyung, mas manteve a mão firme na cintura dele. O ômega fechou os olhos, respirando fundo para se acalmar, mas era difícil quando ele podia sentir o membro do Jungkook crescer.
— Não estou tremendo porque estou com medo — confessou baixinho, surpreendendo até a si mesmo. Seus olhos se abriram devagar, encontrando o rosto surpreso de Jungkook.
O alfa sorriu suavemente, aproximando o rosto para encostar suas testas.
— Então por que está tremendo, meu pequeno? — perguntou, sua voz carregada de carinho.
Taehyung desviou o olhar, suas bochechas corando ainda mais.
— Por-por sua causa... eu quero...quero muito.
Jungkook soltou uma risada baixa, grave e profunda, que enviou uma onda quente pelo peito de Taehyung. O ômega mordeu o lábio, ainda tentando acalmar o coração descontrolado. Mas, de repente, a risada de Jungkook se dissipou. Sua expressão mudou, os olhos se estreitaram em alerta enquanto ele ergueu a cabeça, o nariz farejando algo no ar.
— Jungkook? O que foi? — perguntou Taehyung, a voz carregada de preocupação.
Sem responder imediatamente, Jungkook se levantou rapidamente, seus movimentos fluidos e precisos, como o de um animal selvagem em estado de alerta. Seus olhos âmbar estavam focados no horizonte, e Taehyung finalmente percebeu o cheiro que havia captado a atenção do alfa. Era o cheiro de fumaça, misturado ao calor seco de algo queimando.
— Fogo — Jungkook murmurou, a palavra soando como um aviso.
Taehyung franziu o cenho, confuso, enquanto olhava ao redor. Não havia sinais visíveis de incêndio onde estavam, mas o cheiro era inegável.
— Onde está acontecendo? — Taehyung perguntou, já se levantando, mas Jungkook colocou uma mão firme em seu ombro, impedindo-o de ir adiante.
— Fique aqui — ordenou Jungkook, sua voz grave carregada de seriedade. — Vou descobrir o que está acontecendo.
— Eu não vou ficar parado, Jungkook! — Taehyung protestou, sua determinação evidente em seus olhos. — Se tem algum problema, eu vou com você!
O alfa hesitou, sua mandíbula tensa enquanto considerava as opções. Ele sabia que discutir com Taehyung seria inútil, mas a ideia de colocá-lo em perigo fazia seu instinto protetor rugir.
— Tudo bem, mas fique perto de mim. E obedeça ao que eu disser, entendeu? — Jungkook disse, sua voz firme enquanto seus olhos encontravam os de Taehyung.
Taehyung assentiu, e os dois começaram a seguir o rastro do cheiro de fumaça. O silêncio entre eles era cortado apenas pelo som de passos rápidos sobre a terra e pelo zumbido distante de chamas.
Conforme avançavam, a fumaça ficava mais intensa, e o céu começava a se tingir de cinza. Jungkook parou abruptamente, levantando a mão para que Taehyung também parasse.
— Está vindo dali — ele apontou para uma clareira mais adiante, onde o som das chamas agora era audível.
Quando chegaram ao local, encontraram uma pequena cabana em chamas, o fogo consumindo rapidamente sua estrutura de madeira. Jungkook farejou o ar novamente, tentando identificar se havia alguém lá dentro.
— Não sinto cheiro de pessoas... — ele murmurou, mas sua atenção permaneceu fixa no incêndio.
A neve cobria a montanha em um silêncio sepulcral. As sombras das árvores dançavam na luz oscilante do fogo, criando formas inquietantes no chão coberto de gelo.
— Jungkook, isso parece... proposital — sussurrou, sua voz tremendo com um misto de medo e incerteza.
O alfa, ao seu lado, estava imóvel. Seu olhar âmbar brilhava intensamente contra a escuridão, como os olhos de uma fera à espreita. Ele farejava o ar, a mandíbula tensa enquanto captava cada cheiro e som ao redor. Quando virou a cabeça abruptamente para a floresta, um rosnado baixo escapou de seus lábios.
— Tem alguém aqui — afirmou em um tom que fez o sangue de Taehyung gelar.
Era um aviso, mas também uma promessa de que Jungkook não deixaria nada nem ninguém machucar o ômega. Antes que Taehyung pudesse reagir, uma voz familiar quebrou o silêncio.
— Não chegue tão perto, Jungkook. — Era Namjoon, surgindo da floresta acompanhado por Jimin e mais três guerreiros.
Suas roupas escuras estavam cobertas por neve, mas suas posturas rígidas mostravam que estavam prontos para qualquer embate. Taehyung correu até Jimin, agarrando-se à cintura do amigo como se isso pudesse protegê-lo do peso da situação.
— O que está acontecendo, Namjoon? — perguntou Jungkook, sem desviar os olhos da chamas.
Sua voz soou grave, controlada, mas havia uma nota de ameaça nela. Namjoon suspirou, encarando o fogo com uma expressão sombria.
— Achamos que é um aviso. Isso não foi um acidente.
— Grande líder! — chamou Bangchan, ajoelhado a alguns metros de distância. Ele apontava para o chão com uma expressão tensa. — Há muitas flechas por aqui.
Todos se aproximaram, e Jungkook abaixou-se ao lado de Bangchan, pegando uma das flechas com dedos cuidadosos.
— A ponta estava enegrecida, ainda com resquícios de fuligem.
— Fogo controlado — Jungkook murmurou, virando a flecha nas mãos enquanto seu olhar brilhava com concentração. — Isso foi planejado.
Taehyung, ainda próximo de Jimin, franziu o cenho, olhando em volta. A neve ao redor estava marcada por pegadas que pareciam recentes, mas o padrão era confuso, como se várias pessoas tivessem vindo e ido por direções diferentes.
— Jungkook... — Taehyung chamou, hesitante. — Você acha que isso foi feito... por quem?
Jungkook levantou-se lentamente, sua postura dominadora enquanto segurava a flecha. Ele olhou para a floresta com olhos que pareciam perfurar a escuridão.
— Não tenho certeza — respondeu, sua voz baixa e carregada de uma ameaça latente. — Mas quem quer que seja pagará caro. — seu olhar tinha determinação. — Não podemos arriscar. Vamos reforçar o perímetro. Jimin. — Ele hesitou, olhando para Taehyung, que parecia pequeno e vulnerável ao lado de Jimin. — Tire Taehyung daqui.
— Eu não vou embora! — Taehyung protestou, sua voz firme apesar do tremor em suas mãos.
Jungkook virou-se para ele, os olhos âmbar suavizando por um instante. Ele deu um passo à frente, inclinando-se para segurar os ombros do ômega.
— Taehyung! — Ele elevou a voz. — Apenas obedeça. Você não tem experiência, mesmo com Kaori. Você vai com Jimin e vai ficar escondido, pode fazer isso?
O ômega desviou o olhar, mordendo o lábio. Ele sabia que Jungkook estava certo, mas o pensamento de deixá-lo ali, enfrentando o perigo sozinho, fazia seu peito doer. Antes que pudesse responder, um som agudo cortou o ar. Todos congelaram.
Um sibilo cortou o ar, seguido por um estrondo surdo. Flechas flamejantes rasgavam o céu, cravando-as na neve com um sssh sibilante.
— Flechas! — Jimin gritou, já se jogando e jogando Taehyung no chão também.
Jungkook rosnou, puxando Taehyung para si e cobrindo — o com o próprio corpo enquanto o caos se instaurava. O brilho de seus olhos tornou — se ainda mais intenso, e Taehyung sentiu o peito do alfa vibrar com o rugido que ele soltou.
Pode sentir o corpo de Jungkook se tensionar, protegendo-o como um escudo contra a chuva de fogo. O cheiro de galhos queimando e de pólvora invadiu suas narinas, misturando-se ao pânico que se instalava em seu peito.
— Jungkook, estamos sendo atacados! — Namjoon gritou.
Taehyung agarrou o braço de Jungkook com força, os olhos arregalados de terror. As flechas continuavam a chover, mas os atacantes permaneciam nas sombras, suas formas se movimentando como fantasmas na noite.
Quem seriam eles? O que queriam? As perguntas ecoavam na mente de Taehyung, enquanto a adrenalina pulsava em suas veias.
Jungkook rosnou, seus olhos âmbar brilhando como brasas. Ele puxou uma adaga da bainha presa à sua cintura e a lançou com precisão, acertando uma das flechas no ar.
A flecha explodiu em uma bola de fogo, iluminando momentaneamente as árvores da floresta. Mas a escuridão se fechou novamente, e os atacantes continuavam a disparar.
— Quem quer que seja, acabou de cometer um erro fatal.
Obrigada por terem lido. Até a próxima leitura ❤️❤️
Nota: como o wattpad não está mandando as notificações dos capítulos, teremos calendário, atualizações aos sábados, por voltas das 21:00hs, acredito que é um horário bom!
Nota²: postei uma nova fanfic, vão lá dar uma olhadinha 😚
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