XIII. Sangue por sangue.... E, te amo.

Ei, anjos, como vocês estão? Em menos de uma semana já trago mais uma atualização!

Curiosidade do dia: kkkk o Namjoon nessa fanfic tem 1,84 m e o Jungkook tem 1,80 m. Apesar dessa diferença de 4 cm, sempre imagino os dois com a mesma altura nas cenas onde conversam. Vai entender, né? Kkkkk!

Agora, quando penso no Jungkook se curvando para beijar o Taehyung... gente, isso é tão fofo! Eu surto real imaginando essas cenas. 🥺

Esse capítulo está dor, mas a partir do próximo capítulo as coisas vão se estabilizar (principalmente em relação aos taekook!) Comentem e votem bastante para me deixar ainda mais animada, quanto mais comentários, mais rápido eu volto e eu amo ver vocês interagindo. Sempre estou de olho, viu? 🤍

Esse capítulo bem grandinho, e eu confesso que não sou de capítulos longos, mas se vocês gostarem, se eu ver que quantidade de comentários aumentando, posso continuar trazendo!

Perdão por qualquer coisa, e tenham uma ótima leitura! ❤️


Jungkook varreu o grupo com os olhos penetrantes, cada mulher presente mantendo o olhar baixo, os corpos tensos. A ausência de qualquer sinal de resistência ou desafio só tornava o ambiente mais pesado. A floresta ao redor parecia ecoar a tensão no ar, o som do vento agitando as folhas sendo o único ruído além da voz do subchefe.

— Todas as mulheres do clã estão aqui? — perguntou Jungkook, sua voz fria e controlada, mas carregada com uma ameaça implícita.

Uma ômega de estatura menor deu um passo hesitante à frente.

— Não. — A voz dela tremeu. — Falta uma.

O rosto de Jungkook endureceu, sua expressão fechada agora dando lugar a um brilho perigoso nos olhos. Ele deu um passo à frente, aproximando-se da mulher.

— Quem está faltando? — ele rosnou, cada palavra carregada de impaciência.

Antes que ela pudesse responder, um beta mais ao fundo riu baixinho e interrompeu:

— Han So-hee, sua ex. — A provocação saiu acompanhada de um sorriso presunçoso.

O ambiente congelou por um instante. Jungkook virou-se lentamente para o beta, sua expressão agora sombria. O sorriso do homem desapareceu instantaneamente quando o subchefe avançou, seu semblante transbordando raiva contida.

— Você acha que isso é hora de brincadeiras? — Jungkook perguntou em um tom baixo, mas perigoso.

O beta recuou um passo, erguendo as mãos em um gesto de rendição.

— Não foi isso que eu quis dizer. Apenas... só mencionei porque...

Jungkook ergueu a mão, interrompendo-o, e lançou um último olhar severo ao beta antes de disparar, com a voz cortante como uma lâmina:

— Fique em silêncio, ou farei você se arrepender de ter falado.

O beta engoliu em seco, abaixando a cabeça em uma rendição imediata.

Jungkook então direcionou sua atenção para os dois lobos mais próximos, que observavam a cena em silêncio.

— Vocês, vão procurá-la. — Ele apontou para eles, que assentiu prontamente. — E você, fique de vigia. Não deixe ninguém entrar ou sair sem minha autorização ou a do grande líder.

Eles obedeceram sem hesitar, conscientes da fama do subchefe. Jungkook podia ser ainda mais temido do que Namjoon quando algo envolvia Taehyung. Contrariá-lo era como assinar a própria morte.

Assim que os dois lobos partiram, Jungkook se afastou, respirando fundo para conter a irritação crescente. Ele seguiu em direção à sua cabana, mas seus olhos não puderam evitar buscar Taehyung. O ômega estava ao longe, conversando com Jimin, e parecia mais tranquilo. Apenas essa visão era o suficiente para aliviar parte da tensão em seu peito.

Mas só por um momento.

— Aconteceu alguma coisa? — A voz firme de Namjoon o chamou de volta à realidade.

Jungkook se virou para encarar o grande líder, seu semblante ainda carregado de preocupação.

— Você viu So-hee?

Namjoon franziu a testa, cruzando os braços.

— Não. Na verdade, não a vejo desde ontem.

Jungkook apertou os punhos, sua mandíbula se tensionando enquanto o desconforto aumentava.

— Droga.

Namjoon observou o subchefe por um momento antes de perguntar, cauteloso:

— Jungkook, o que está te incomodando?

O alfa hesitou antes de soltar um suspiro pesado, passando a mão pelos cabelos bagunçados.

— Algo não está certo.

Namjoon arqueou uma sobrancelha.

— Você acha que ela está envolvida? Por quê? O que ela ganharia com isso?

Jungkook deu um passo à frente, sua expressão endurecendo ainda mais.

— Eu não sei. Mas So-hee é uma alfa imprevisível. Sempre foi. E… — Ele desviou o olhar por um momento, seus olhos encontrando novamente Taehyung ao longe. — Taehyung não gosta dela.

Namjoon soltou um suspiro exasperado.

— Convenhamos, Jungkook, ela ainda deve sentir algo por você.

O alfa riu, mas era um riso sem humor.

— Por quê? Ela e eu nunca tivemos nada.

Namjoon inclinou a cabeça, analisando Jungkook com olhos críticos.

— Sentimentos não desaparecem só porque você diz isso.

Jungkook não respondeu imediatamente, mas o desconforto em seu rosto entregava seus pensamentos. O alfa soltou um suspiro pesado, esfregando as têmporas com as mãos.

— Eu vou tomar um banho. — Ele anunciou, sua voz baixa, mas carregada de frustração.

Namjoon ergueu uma sobrancelha, surpreso pela súbita declaração.

— Você está bem?

— Não. — Jungkook admitiu sem rodeios. — Estou de cabeça quente, não consigo pensar direito e não quero perder o controle com lobos inocentes.

Namjoon apenas assentiu, deixando o subchefe ir. Ele sabia que, apesar de toda sua força e liderança, Jungkook carregava um fardo pesado quando se tratava de proteger Taehyung.

Enquanto Jungkook caminhava em direção à cabana, seus passos eram pesados, ecoando a turbulência em sua mente. O peso da responsabilidade parecia maior a cada instante, e o calor da raiva ardia em seu peito. Ele precisava de clareza, precisava pensar, mas a tensão acumulada parecia prestes a explodir. So-hee era uma incógnita, e se ela realmente fosse uma ameaça, Jungkook sabia que não teria escolha a não ser eliminá-la.

Há 180 anos.

Jungkook estava em silêncio absoluto, oculto pela sombra das árvores densas. Seus instintos animalescos estavam à flor da pele, cada som na floresta sendo analisado com precisão. Seus músculos estavam tensionados, prontos para o momento exato de atacar sua presa. Ele não precisava de sua forma de lobo para ser letal; o alfa sabia usar seu corpo humano com a mesma eficácia.

Um estalo repentino.

O som de um galho se quebrando atrás dele fez seus olhos brilharem, os sentidos aguçados pelo perigo. Antes que pudesse pensar, ele girou rapidamente, avançando como um predador em direção ao som. Com um rosnado baixo, ele derrubou a figura no chão, suas mãos firmemente segurando os ombros de quem quer que fosse.

— So-hee! — rugiu, sua voz grave e carregada de irritação ao reconhecer o cheiro familiar.

A alfa o olhava com um sorriso provocador, claramente divertida com a situação.

— Eu atrapalhei sua caça? — ela perguntou com uma risada, sem mostrar nenhum traço de arrependimento.

Jungkook rosnou baixinho, os olhos brilhando em um tom âmbar ameaçador. Ele se afastou dela bruscamente, levantando-se com um movimento ágil, enquanto sua mandíbula se contraia em frustração.

— Todos estão te procurando, Kooki. — So-hee continuou, levantando-se devagar e limpando a neve de sua roupa como se nada tivesse acontecido.

Jungkook não respondeu. Ele voltou à sua posição de antes, os olhos fixos onde sua presa estava há poucos minutos. Mas o cheiro havia desaparecido, e a clareira estava vazia. Sua mandíbula apertou ainda mais, e ele se virou lentamente para encarar So-hee, sua expressão carregada de raiva.

— Você a espantou. — Sua voz era baixa, mas havia algo no tom que fazia o ar parecer mais pesado.

So-hee, no entanto, parecia imune à intensidade do alfa. Ela deu dois passos rápidos em direção a ele, e antes que Jungkook pudesse reagir, sentiu os lábios dela tocarem sua bochecha.

O contato o fez congelar. Seus olhos arregalaram, e o rosnado profundo que escapou de sua garganta era um aviso claro.

— Eu gosto de você, Jungkook. — disse ela, a voz suave, mas carregada de intenções que o deixam desconfortável. — Você ficou tímido, não foi?

Jungkook passou a mão pelo rosto, tentando acalmar a onda de frustração que crescia dentro de si. Ele olhou para a neve, observando as pegadas que agora perdiam a nitidez, a trilha da caça se dispersando pelo vento.

— Não estou. — Ele murmurou, respirando fundo. — Você chegou fazendo barulho. A presa fugiu.

— Ah, desculpa, Jungkook! Eu posso te recompensar?

Jungkook suspirou, a raiva já dando lugar a um cansaço palpável. Ele sabia que So-hee não tinha más intenções. Ainda assim, a caça era importante para ele, uma forma de se conectar com seu lado lobo e se livrar de parte das tensões que vinham acumulando-se.

— Da próxima vez, apenas... tenha cuidado. — Sua voz saiu mais baixa agora, menos áspera.

So-hee assentiu rapidamente, mas antes de se afastar, ela o olhou com uma expressão die preocupação.

— Você parece tenso ultimamente, Kook.

— Estou bem, So-hee. — Ele disse finalmente, virando-se para se afastar.

Ela observou Jungkook caminhar até um tronco caído, onde ele parou para examinar os rastros restantes. Embora seu semblante parecesse calmo, havia algo em seus olhos que denunciava a tempestade interna que ele enfrentava.

So-hee hesitou antes de falar novamente:

— Se precisar de ajuda, sabe onde me encontrar.

Jungkook não respondeu, mas acenou levemente com a cabeça. So-hee deu alguns passos para trás, antes de finalmente desaparecer entre as árvores, deixando o alfa com seus próprios pensamentos e o silêncio da floresta.

Ele olhou para o rastro perdido e fechou os olhos por um momento. A caça tinha acabado, e ele se frustrou.

— Nós a achamos! — O grito ecoou, perfurando o silêncio como uma lâmina e arrancando Jungkook de seus pensamentos profundos.

Encostado contra a parede áspera do banheiro improvisado, ele havia tentado organizar sua mente, mas agora não havia tempo para reflexão. Seus instintos, sempre latentes, despertaram com uma força quase brutal. Ele ajeitou-se rapidamente, a tensão rígida em cada movimento, e saiu da cabana com passos firmes.

— Onde ela está? — Sua voz ecoou com a força de uma tempestade, olhos brilhando com fúria e determinação.

— Na montanha do sul, grande líder.

— Por que não a trouxeram? — rugiu, os músculos do maxilar apertando enquanto seu olhar cortava os guerreiros.

— Ela estava com o clã rival, eram muitos. Não podíamos nos arriscar, senhor.

Um grunhido baixo reverberou no peito de Jungkook, quase como um aviso. Ele confiava nela, apesar de tudo que havia acontecido. A ideia de que ela pudesse estar se aliando ao inimigo era uma traição que ele não conseguia processar.

— Namjoon, o que faremos? — um beta ousou perguntar, quebrando o silêncio pesado.

Namjoon deu um passo à frente, a aura de liderança emanando dele.

— Vamos atacar. — Seus olhos pousaram nos guerreiros. — Ela os viu?

— Não, senhor.

— Ótimo. Jungkook, reúna os mais fortes. — Ele apontou para um beta próximo. — E você, dispense as mulheres. Não podemos arriscar baixas desnecessárias.

Jungkook assentiu bruscamente, virando-se para a cabana onde os outros lobos estavam reunidos. Cada passo que ele dava era carregado de tensão e uma energia selvagem difícil de conter.

Quando entrou, foi surpreendido por Taehyung, que até então estava quieto ao lado de Jimin. O ômega, em um impulso, correu até ele, seu coração acelerado como se tentasse escapar de seu peito.

— Jungkook! — Taehyung o chamou, a voz carregada de desespero e súplica.

O alfa parou, o olhar animalesco se voltando para o ômega. Taehyung estremeceu sob aquele olhar; não era o Jungkook gentil que ele conhecia.

— Você... vai ficar, não é? — Taehyung perguntou, sua voz vacilando.

Jungkook franziu a testa, confuso com a pergunta.

— Você não pode ir, Jungkook. Você fica. Deixa eles resolverem isso. — O tom de Taehyung era quase uma ordem, mas havia uma vulnerabilidade que o tornava impossível de ignorar.

— Karami…. — Jungkook respondeu, sua voz rouca, quase um rosnado.

— M-mas... Então eu vou com você! — Taehyung explodiu, os olhos brilhando de frustração e medo.

— Não! Você fica. — A resposta de Jungkook foi cortante, cheia de autoridade assustando o garoto l.

— E-e se você morrer!? — Taehyung gritou, a intensidade de suas emoções fazendo Jungkook dar um passo para trás, quase instintivamente. — Como eu vou ficar aqui sem você? Você é o único que me faz sentir bem nessa merda de lugar!!

A voz de Taehyung se quebrou, e o grito estridente fez Jungkook cobrir os ouvidos, instintos aflitos pela intensidade do som.

— É natural. É a vida, matar ou morrer, você pode morrer, ou não. — Jungkook respondeu, tentando soar indiferente, mas sua voz traiu um traço de desconforto.

— Natural? — Taehyung repetiu, o rosto em uma mistura de raiva e dor. — Nada disso é natural, Jungkook! Você fala como se sua vida não significasse nada!

Jungkook apertou os punhos, os dedos quase ferindo a própria pele com a força da tensão que carregava. Ele lutava contra os instintos contraditórios que o dominavam. Queria protegê-lo, mantê-lo seguro, mas a responsabilidade que carregava como guerreiro pesava como correntes impossíveis de quebrar.

— É meu dever. — Sua voz saiu firme, quase fria, mas os olhos traíam a tempestade interna.

A respiração de Taehyung tornou-se irregular, o peito subindo e descendo em um ritmo descompassado, vendo Jungkook já de afastando. Suas mãos tremiam, mas ele se recusava a desviar os olhos do alfa.

— Se você for, eu mato você! — As palavras escaparam

Jungkook parou por um instante, o corpo tenso, mas não se virou para encará-lo. Ele respirou fundo, tentando controlar a mistura de emoções que o dominava.

— Para proteger, pequeno... Tae. — Sua voz saiu rouca, quase um murmúrio.

Sem dizer mais nada, Jungkook seguiu em frente, deixando o ômega para trás com o coração e a mente apertada, pedindo para que o universo esteja ao seu lado, e para que nada aconteça com Jungkook.

Jungkook reuniu o grupo de lobos mais fortes do bando, os escolhidos para a missão. Namjoon estava ao seu lado, com uma expressão severa enquanto orientava os guerreiros sobre a estratégia. A tensão era palpável no ar, cada movimento sendo executado com precisão.

A trilha que levava à montanha do Sul era densa e traiçoeira, mas para os lobos, aquilo era um terreno familiar. Os ruídos da floresta se misturavam ao som das patas esmagando folhas secas, enquanto a lua cheia iluminava o caminho.

— Eles não podem saber que estamos chegando — sussurrou Namjoon, seu tom controlado.

— Eles já sabem que fizemos contato com ela — respondeu Jungkook, com os olhos fixos no horizonte. — O cheiro dos nossos mensageiros ainda deve estar no local.

Namjoon assentiu, mas não respondeu. Ele conhecia o instinto afiado de Jungkook, mesmo quando sua racionalidade era ofuscada pela fúria.

No entanto, à medida que se aproximavam, algo começou a incomodar o líder. Jungkook sentiu o cheiro de algo diferente no ar, um aroma que não era apenas humano ou de lobo. Era doce, quase enjoativo, e parecia vir de todos os lugares ao mesmo tempo.

— Estão nos observando — disse Jungkook em um tom grave, parando de repente.

O grupo inteiro congelou. Olhos atentos percorreram a escuridão ao redor, mas não havia movimento visível.

— O que você sente? — perguntou Namjoon, sua voz baixa, mas alerta.

— Armadilha. — Jungkook olhou de relance para Namjoon antes de farejar o ar novamente. — Isso não é um encontro comum.

De repente, uma sombra colossal avançou entre as árvores, rompendo o silêncio com um rugido feroz que ecoou pela floresta. O impacto foi devastador, arremessando Jungkook, Namjoon e os restos dos guerreiros ao chão. A respiração pesada de ambos condensava no ar frio enquanto tentavam se recompor.

Da escuridão, So-hee emergiu em sua forma animal, uma loba gigantesca com pelagem tão negra quanto a noite e olhos que brilhavam como brasas, irradiando pura selvageria. Ela era uma visão imponente, o ápice da força e brutalidade do clã.

Jungkook levantou-se, encarando-a com determinação enquanto seus músculos se retesavam, já aceitando o chamado da fera.

Com um rugido gutural, ele se entregou à transformação. O som de ossos se ajustando e tecidos se expandindo preenchia o ar, enquanto sua forma de lobo tomava lugar. Sua silhueta imensa e musculosa contrastava com a luz pálida da lua, os olhos dourados fixos na inimiga.

So-hee não esperou. Com um salto surpreendentemente ágil para o seu tamanho, ela avançou, suas garras mirando o peito de Jungkook. Ele desviou por pouco, girando e usando seu próprio peso para empurrá-la para o lado.

A neve explodiu ao redor deles quando seus corpos colidiram, iniciando uma luta feroz. Mordidas eram trocadas, garras rasgavam o ar, e cada golpe era dado com a intenção de matar.

So-hee atacou novamente, mirando o flanco de Jungkook, mas ele reagiu rápido, erguendo-se nas patas traseiras e desferindo uma patada poderosa que a jogou para trás. No entanto, ela recuperou o equilíbrio com facilidade, soltando um rosnado que fazia até mesmo os guerreiros ao redor hesitarem.

Sem aviso, ela investiu com toda sua força, surpreendendo Jungkook. Com um movimento calculado, So-hee usou o peso do próprio corpo para arremessá-lo contra uma árvore próxima. O impacto foi brutal. Jungkook gemeu ao cair, sua forma de lobo desfazendo-se parcialmente enquanto ele voltava, ofegante, à forma humana.

So-hee hesitou. Por um breve momento, seus olhos brilhantes perderam a ferocidade, substituída por algo mais... humano. Ela avançou lentamente, como se estivesse preocupada, sua respiração pesada.

Mas foi um erro.

Antes que pudesse alcançá-lo, Jungkook abriu os olhos, agora brilhando intensamente. Com um rugido ensurdecedor, ele se transformou novamente, mais rápido e mais feroz do que antes. Suas mandíbulas escancaradas revelavam os caninos afiados e ameaçadores, e ele saltou diretamente sobre ela, derrubando-a na neve.

So-hee tentou reagir, mas Jungkook a pressionou contra o chão, suas garras ficaram cravadas nos ombros dela, enquanto seus dentes chegavam perigosamente perto de sua garganta. Ela ofegava, mas seu olhar não mostrava medo — apenas uma provocação amarga.

Sem forças para resistir, So-hee voltou à forma humana, o corpo marcado por arranhões e manchas de sangue. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, enquanto Jungkook, ainda dominado pela raiva, hesitou antes de também retornar à sua forma humana.

— Estamos nus, Jungkook. — Ela zombou, inclinando a cabeça levemente enquanto o encarava com desafio. — Será que Taehyung já se entregou a você assim? Ou ele ainda te deixa esperando, como o cão fiel que você é?

Um rosnado gutural escapou da garganta de Jungkook. Ele a pegou pelo ombro e a arremessou contra uma árvore próxima, o impacto ecoando pela floresta silenciosa.

— Diga por que fez isso! — Ele exigiu, a voz grave reverberando com fúria. — Quando começou essa traição?!

So-hee riu, um som áspero e carregado de desprezo. Ela escorregou pela árvore até ficar de joelhos, mas manteve a cabeça erguida, encarando-o com olhos faiscantes.

— Quando você trouxe aquele humano para nossa casa! — Ela cuspiu as palavras, carregadas de ódio. — Poderíamos tê-lo sacrificado, Jungkook! Teríamos a bênção dos deuses!

Ele estreitou os olhos, confuso e incrédulo, mas ela não parou.

— Naquele dia, quando atacamos aqueles humanos patéticos, eu vi como você olhou para ele. Ficou estático, como se ele fosse algum tipo de milagre. Eu suportei você com ômegas verdadeiras, Jungkook! Mas um humano? Um simples humano?

Jungkook apertou os punhos, suas unhas perfurando a pele da própria mão enquanto sua respiração ficava mais pesada.

— Você odeia os humanos tanto quanto eu, mas trouxe um para o nosso território! Você o protegeu, tratou como algo especial! Como pôde?

Ele não respondeu. Sabia do ódio que So-hee carregava. Não precisava de explicações — já conhecia a origem de sua amargura e repulsa. Mas isso não justificava o que ela havia feito.

— Eu podia tê-lo matado naquele dia, mas você ficou como um cão de guarda, protegendo-o. Então fiz o que precisava. — Ela ergueu o queixo, desafiadora. — Vendi minha alma para o clã rival. Eles me prometeram ajudar a acabar com Taehyung.

A revelação fez o sangue de Jungkook gelar. Ele deu um passo para trás, a expressão transbordando incredulidade.

— Você matou nossos irmãos? — Ele rosnou, a voz rouca. — Você não se importava!?

So-hee levantou-se devagar, apoiando-se no tronco da árvore.

— Eu me importava! — Ela gritou de volta, o rosto distorcido por um misto de dor e raiva. — Eu disse que ninguém do clã deveria morrer, apenas aquele humano. Mas quando você vende sua alma, Jungkook, perde o controle.

Jungkook balançou a cabeça, como se recusasse a acreditar no que ouvia.

— Você destruiu nossa alcateia! Já tínhamos nos vingandos naqueles humanos! — Ele gritou, sua voz carregada de frustração.

So-hee apertou os punhos, tremendo enquanto as memórias sombrias invadiam sua mente. A dor queimarava como se fosse nova, tão intensa quanto naquele dia fatídico. Ela se lembrou de cada detalhe: o riso inocente de sua filha ecoando pela clareira, o som do disparo que rasgou o ar, e o silêncio ensurdecedor que veio depois.

A pequena estava deitada no chão, o sangue se misturando com a neve, o sangue de uma crina inocente. So-hee correu para ela, mas já era tarde demais. O brilho nos olhos da filha havia desaparecido.

O homem que puxou o gatilho parecia aterrorizado, seu olhar frenético procurando o lobo que ele julgava ser a ameaça. Mas So-hee não via um lobo como ameaça. O verdadeiro monstro estava à sua frente, segurando a arma com mãos trêmulas.

Ele abriu os olhos, vendo a figura parada de Jungkook e falou:

— Taehyung é uma ameaça, Jungkook, os familiares dele pode estar atrás dele nesse exato momento! Eles entram no nosso território! E como a lei, eles devem ser mortos.

O alfa não deu tempo para ela reagir. Em um movimento ágil, sua forma lupina emergiu novamente, e ele a lançou ao chão com força. O impacto foi brutal, e So-hee tentou se transformar, mas a velocidade de Jungkook era implacável.

Ele rosnou, os dentes perigosamente próximos do pescoço de So-hee, os olhos ardendo com a intensidade de um amigo traído. A floresta parecia paralisada, como se a natureza entendesse que aquele momento seria decisivo. Não havia mais espaço para arrependimentos ou reconciliações.

— Ju-Jungkook... por favor... — A voz dela falhou, cheia de desespero.

Mas era tarde demais

Os olhos de Jungkook endureceram, implacáveis, e antes que qualquer súplica pudesse atingi-lo, ele cravou os dentes em seu pescoço com um movimento brutal. A força do ataque foi devastadora, o som de ossos sendo quebrados ecoando pelo ar frio.

So-hee nem teve tempo de reagir. Sua cabeça rolou pela neve manchada de vermelho, enquanto o corpo sem vida desabava com um último estremecer. O sangue quente jorrou, tingindo o chão branco e manchando o rosto de Jungkook, que permanecia em silêncio, a respiração pesada.

Lobos eram vingativos. E Jungkook, acima de tudo, era um lobo.

Ele permaneceu ali por alguns instantes, com os olhos fixos na neve ensanguentada. A raiva em seu peito começava a dar lugar a um vazio profundo. So-hee tinha sido uma companheira de batalha, alguém que ele confiara. Traí-lo dessa forma, trair o clã... era uma ferida que ele não se poderia cicatrizar.

Jungkook voltou lentamente à forma humana, o frio mordendo sua pele enquanto o sangue ainda escorria por suas mãos e rosto. Ele fechou os olhos por um momento, tentando se recompor. Mas não havia paz. Não depois do que tinha acabado de fazer. Ele sabia que aquilo era necessário.

— Que os deuses tenham piedade de sua alma. — Murmurou para o corpo inerte de So-hee, sem emoção na voz.

O vento começou a soprar, apagando lentamente os sons da luta e levando consigo o cheiro de sangue. Jungkook virou-se, deixando o corpo dela para trás. Os guerreiros do clã precisavam dele. E acima de tudo, precisava garantir que Taehyung estivesse seguro.

Taehyung estava curvado sobre uma bacia ao lado da cama, o corpo tremendo enquanto vomitava pela terceira vez naquela manhã. Cada vez que sentia o gosto amargo subir por sua garganta, seu corpo parecia ceder um pouco mais à exaustão. Jimin estava ao lado dele, segurando seus cabelos e esfregando suavemente suas costas em um gesto de apoio.

— Taehyung, desse jeito você vai acabar desmaiando. — disse Jimin, preocupado, enquanto ajudava o amigo a se levantar com cuidado.

Taehyung respirou fundo, tentando controlar os tremores, e limpou a boca com as costas da mão antes de se jogar de volta na cama. O rosto estava pálido, quase translúcido, e seus olhos brilhavam com uma mistura de cansaço, medo e confusão.

— Não sei o que tá acontecendo comigo, Jimin. — murmurou, afundando o rosto nas mãos, como se pudesse se esconder da realidade que parecia desabar sobre ele.

Jimin permaneceu em silêncio por alguns segundos, observando atentamente o estado do amigo. Uma ideia começou a se formar em sua mente, mas ele hesitou em dar voz a ela. Respirando fundo, decidiu arriscar:

— Taehyung, por acaso você tá grávido?

A pergunta foi como um tiro no silêncio do quarto. Taehyung saltou da cama, quase tropeçando, os olhos arregalados e o rosto completamente vermelho.

— Tá doido, Jimin!? Eu não tenho útero!

Jimin arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços e lançando um olhar sério para o ômega.

— Taehyung, você pode engravidar. Sua loba é fêmea, assim como a minha. Não é impossível.

As palavras de Jimin atingiram Taehyung como um golpe. Ele balançou a cabeça, tentando afastar a confusão que parecia aumentar a cada dia. Era como se o mundo estivesse conspirando para revelar verdades que ele preferia ignorar.

— Não... eu e o Jungkook não fizemos nada. — disse, a voz saindo quase como um sussurro, carregada de constrangimento e negação.

Jimin suspirou, mas decidiu não pressionar. Ele se aproximou, sentando-se ao lado do amigo na cama.

— Ok, bom... então isso deve ser por causa do vínculo. — murmurou, mas a última frase escapou de forma quase inaudível.

Taehyung franziu a testa, captando as palavras de Jimin mesmo assim.

— Vínculo? — perguntou, levantando o rosto para encará-lo, os olhos brilhando com uma mistura de confusão e medo.

Jimin respirou fundo, ciente de que agora precisava explicar algo que talvez Taehyung não estivesse pronto para ouvir.

— Quando um alfa e um ômega criam um vínculo, eles ficam conectados de uma forma... especial. Se um estiver ferido, o outro pode sentir os efeitos. É como uma ligação emocional ou física.

O coração de Taehyung acelerou, um frio subindo por sua espinha. Ele segurou o braço de Jimin com força, a ansiedade evidente em cada detalhe de seu rosto.

— Você tá dizendo que o Jungkook tá ferido?

Jimin apertou os lábios, tentando manter a calma para não piorar a situação.

— Não se preocupe, Taehyung. Se ele tivesse... morrido, você saberia. Mas sim, talvez ele esteja machucado.

As palavras fizeram o peito de Taehyung apertar como se o ar tivesse sido sugado do quarto. Ele tentou se levantar, mas Jimin o segurou firmemente pelos ombros.

— Você não tá em condições de ir atrás dele. Se acalma.

Taehyung fechou os olhos, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam cair. Sua preocupação com Jungkook era um peso insuportável.

Jimin hesitou antes de falar novamente, a voz baixa, mas cheia de intenção:

— Você... você disse a ele que o ama?

Taehyung abriu os olhos, surpreso pela pergunta repentina. Ele engoliu em seco, desviando o olhar.

— Você disse ao Namjoon? — retrucou, tentando fugir do assunto.

— Eu sempre digo, mas e você?

Jimin sorriu levemente.

— Eu... — Taehyung murmurou, mas sua voz falhou, um nó se formando em sua garganta. Ele desviou o olhar, sentindo o peso do julgamento que temia, embora Jimin não tivesse dito nada ainda. — Não, eu não disse.

Jimin franziu o cenho, cruzando os braços enquanto inclinava levemente a cabeça.

— Por quê? — insistiu, a voz gentil, mas firme. — Você o ama?

Taehyung sentiu o peito apertar. Ele sabia a resposta, claro que sabia, mas dizê-la em voz alta parecia algo definitivo, como se isso fosse expor seu coração de forma irreversível.

— Eu... acho que sim. — respondeu baixinho, as palavras saindo hesitantes.

Jimin soltou um suspiro, mas não parecia surpreso. Ele sentou-se ao lado de Taehyung novamente, a mão pousando suavemente sobre o ombro do amigo.

— Isso não é algo pra você "achar", Tae. — disse com um pequeno sorriso. — Ou você ama, ou não ama.

Taehyung encarou Jimin, seus olhos marejados refletindo a batalha interna que travava.

— É só... difícil, Jimin. Eu nunca me senti assim antes. Nunca me permiti. Jungkook é... complicado. Ele é alfa que matou o meu amigo... — Taehyung fez uma pausa, mordendo o lábio, as palavras se recusando a sair.

— Taehyung, pare de se lembrar ou nunca vai se permitir. — Jimin interrompeu suavemente, apertando o ombro de Taehyung.

Taehyung abaixou a cabeça, os fios de cabelo escorregando sobre seus olhos enquanto suas mãos tremiam. Ele mordia o lábio inferior com força, numa tentativa vã de conter os pensamentos que o atormentavam.

— E se ele não sentir o mesmo? — Sua voz saiu quase inaudível, carregada de dúvida e insegurança. — E-e... e se ele ama apenas a Kaori?

O nome de seu subgênero caiu entre eles. Kaori não era apenas uma parte de Taehyung; era algo que ele mal entendia, um reflexo de sua natureza mais instintiva e muitas vezes conflitante.

Jimin respirou fundo, inclinando-se mais perto de Taehyung, os olhos brilhando com uma mistura de paciência e determinação.

— Escuta, Tae. — Jimin começou, sua voz firme, mas repleta de carinho. — Kaori é parte de você, sim, mas ela não é tudo o que você é. Jungkook não ama apenas um lado seu; ele ama o pacote completo. Ele não é burro. Ele sabe que quando olha pra você, está vendo você inteiro, não só o que Kaori representa.

Taehyung balançou a cabeça, frustrado consigo mesmo.

— Mas e se ele só quer a Kaori?

— Para de se torturar, Tae. — Jimin cortou, segurando os ombros do amigo com mais firmeza. — Você não é um pedaço de quem ele ama. Você é inteiro. Se ele não te amasse, ele já teria feito um pacto para que Kaori dominasse o corpo por completo.

Taehyung piscou rapidamente, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Sua mente voltou às lembranças das vezes em que Jungkook o olhara com intensidade, como se quisesse mergulhar em sua alma. Mas ainda assim, o medo persistia.

— Eu quero acreditar nisso, Jimin, mas... — Ele hesitou, sua voz embargada. — E se eu nunca for suficiente?

— Suficiente? — Jimin repetiu, quase indignado. — Você é mais do que suficiente, Taehyung. E se Jungkook não consegue ver isso, aí o problema é dele, não seu.

Taehyung deu um leve sorriso, embora a insegurança ainda pairasse em seus olhos.

— Você acha que eu deveria... contar pra ele?

Jimin arqueou uma sobrancelha.

— Contar que o ama? Absolutamente. Se tem uma coisa que eu aprendi com Namjoon, é que deixar sentimentos engarrafados só faz tudo explodir de forma muito pior depois. Você não quer dizer a ele quando for tarde, não é?

Taehyung respirou fundo, processando as palavras do amigo. Mordendo o lábio, contemplando as possibilidades. Ele sabia que Jimin estava certo, mas ainda sentia o peso da vulnerabilidade.

— Obrigado, Jimin. — murmurou, dando um sorriso tímido.

— Sempre, Tae. — respondeu Jimin, apertando o ombro do amigo mais uma vez. — Agora, vai descansar um pouco. Jungkook vai voltar, e quando ele voltar, você estará pronto para dizer a ele tudo o que sente.

Taehyung assentiu, embora seu coração ainda batesse acelerado com a ideia. Ele sabia que o confronto com seus próprios sentimentos era inevitável. E, de alguma forma, a presença firme de Jimin ao seu lado tornava tudo um pouco mais suportável.

Já era noite quando eles retornaram. O cansaço estava estampado em cada rosto, misturado ao alívio de estarem de volta ao território seguro. No entanto, o ar estava pesado com a perda. Três membros do grupo não voltaram, e suas ausências eram sentidas profundamente. Suas companheiras caíram no chão, dominadas pela dor, seus gritos rasgando o silêncio da floresta.

Eles lutaram bravamente. Suas mortes, embora devastadoras, não foram em vão.

Jimin foi o primeiro a quebrar a tensão, correndo em direção a Namjoon assim que o viu. Ele se jogou nos braços do alfa, o abraçando com força antes de selar seus lábios em um beijo cheio de saudade, e alívio.

— Está tudo bem agora. — Namjoon murmurou contra os lábios de Jimin, sentindo o calor familiar do companheiro.

Namjoon acariciou suas costas, mas o momento foi interrompido pela voz rouca de Jungkook, que se aproximava com passos apressados.

— Jimin, onde está Taehyung? — Jungkook perguntou, o tom impaciente, mas preocupado. Seus olhos percorriam o ambiente, como se precisasse vê-lo imediatamente para se acalmar.

Jimin se afastou de Namjoon e apontou para a cabana de Jungkook.

— Ele está na sua cama. Não está bem, vomitou bastante enquanto você estava fora.

A tensão no corpo de Jungkook aumentou, os olhos estreitando com preocupação.

— É o cio? — perguntou, já se preparando mentalmente para lidar com a situação.

Jimin balançou a cabeça, incerto.

— Eu não sei ao certo. Pode ser. Ele estava muito fraco. Talvez seja melhor você verificar.

Jungkook não perdeu tempo. Com um aceno rápido, virou-se e começou a caminhar em direção à cabana, os passos largos e determinados.

Quando entrou, o cheiro de Taehyung o envolveu imediatamente. Mas havia algo diferente, algo mais intenso. O aroma doce e familiar de seu ômega estava misturado com algo mais denso, algo que fazia seu lobo interior se agitar. Ele farejou o ar, a preocupação crescendo.

Lá estava Taehyung, encolhido na cama, os cabelos bagunçados emoldurando seu rosto pálido. Ele parecia tão pequeno, tão frágil, que Jungkook sentiu o peito apertar ao vê-lo daquele jeito.

Ele se aproximou devagar, sentando-se ao lado dele. Com cuidado, passou os dedos pelos cabelos macios de Taehyung, que se mexeu levemente ao sentir o toque familiar e reconfortante.

— Jungkook...? — a voz saiu baixa, quase inaudível, enquanto os olhos de Taehyung tentavam se abrir completamente.

Assim que ele percebeu que era mesmo o alfa ali ao seu lado, agarrou o pescoço de Jungkook com força, apertando como se precisasse se certificar de que ele era real.

— Ui... calma. — Jungkook gemeu baixinho, rindo ao sentir a intensidade do toque.

— Desculpa. — Taehyung soltou-o de imediato, suas mãos tremendo levemente enquanto olhava para ele com preocupação. — O que aconteceu, Jungkook?

— Depois. — respondeu o alfa em tom firme, mas suave, desviando a atenção do próprio estado.

Taehyung não insistiu, mas seu rosto denunciava todo o alívio e o turbilhão de emoções que o consumiam.

— Jungkook, eu fiquei tão preocupado com você... Eu passei muito mal. — confessou, sua voz embargada.

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Jungkook.

— Eu senti.

— Sentiu? Minha preocupação? — Taehyung perguntou, franzindo a testa em confusão.

— Tudo. — Jungkook respondeu, sua expressão ficando séria.

Taehyung desviou o olhar, mordendo o lábio inferior enquanto processava o que tinha ouvido.

— Você sente meus sentimentos? Dor, medo...

O alfa apenas assentiu devagar.

— Você... você sente amor?

Jungkook não respondeu de imediato. Ele segurou o olhar de Taehyung, permitindo que o silêncio falasse mais do que as palavras poderiam naquele momento.

— Quero dizer... — Taehyung continuou, a voz hesitante. — Eu fiquei com medo de você não voltar.

— Sempre volto, Karami — Jungkook respondeu, sua voz firme, mas ainda assim carregada de uma gentileza que era só dele.

Taehyung respirou fundo, seus olhos fixos nas mãos que agora seguravam o tecido do cobertor com força.

— Eu não sou bom com sentimentos, Jungkook. — ele começou, hesitante. — Sempre fui. Eu fico... confuso, com medo de falar e não ser o suficiente. Mas enquanto você estava lá fora, enquanto eu estava aqui sozinho...

Ele fez uma pausa, tentando organizar os pensamentos que pareciam tão caóticos.

— Eu percebi que não se tratava de "se" eu te amava ou não. Era claro, tão claro quanto o dia... Eu só não queria admitir.

Jungkook permaneceu em silêncio, mas sua atenção estava totalmente voltada para Taehyung.

— Eu te amo, Jungkook. — Taehyung finalmente disse, sua voz firme, apesar da leve tremedeira. — Acho que sempre amei, mas só agora tenho certeza. Não quero esperar uma tragédia pra te dizer isso. Você me protege, cuida de mim, me mima... nenhuma pessoa fez isso por mim.

O silêncio que se seguiu foi carregado de emoção. Jungkook aproximou-se ainda mais, seus olhos brilhando com algo que Taehyung não conseguia decifrar completamente.

— Taehyung... — ele começou, sua voz rouca, quase um sussurro. — Vo-você é tu-tudo pra mi-mim.

O alfa segurou o rosto de Taehyung com cuidado, como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo, e então aproximou-se, encostando suas testas.

— Eu te amo, Taehyung.

O alívio e a felicidade se misturaram no rosto de Taehyung, e um pequeno sorriso surgiu, tímido, mas cheio de significado. Ele finalmente se permitiu relaxar, seu coração batendo de forma mais leve pela primeira vez em muito tempo.

Naquele instante, o mundo pareceu parar. Tudo o que importava era o que eles sentiam um pelo outro. Jungkook relaxou, após uma batalha.


Espero que tenham gostado! Qualquer dúvida deixem ela aqui, estarei respondendo todos possíveis ❤️ beijinhos e até o próxima capítulo!!

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