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***

••• quatro dias depois •••

Era o quarto dia sem a sua presença.

Eu estou bem, mas definitivamente falta algo. O seu sorriso não ecoava mais e aos poucos, temia esquecer os momentos bons que tínhamos ao lado um do outro. A sua companhia não me aquecia mais e as suas loucuras não me arrancaram sorrisos nos últimos dias. Ele me fazia falta, falta de tudo aquilo que ele é por ser ele, apenas. Preciso assumir que também sinto falta dos nossos sorrisos, ele realmente me faz bem. Em pouco tempo a sua presença se tornou essencial e passar quatro dias sozinha foi entediante, sem proatividade. O trabalho me envolveu mais do que eu queria e consequentemente usei isso para me afastar da saudade que aos poucos me devorava de dentro para fora, me mostrando que estava rendida.

Durante os quatro dias, nos falamos pouco. As mensagens eram curtas e sem significados importantes, a sua voz não pode ecoar e o seu sorriso não se tornou presente. Ele estava ocupado, mas por vezes se lembrava de mim e mandava mensagens de carinho, confortando o meu pobre coração. Eu gostava disso, será que ele tem noção dos sentimentos que causa em mim? Taehyung me passava uma certa confiança e eu sentia que podia confiar nele profundamente, ele era diferente. Respirei fundo e coloquei o copo de vinho vazio dentro da máquina de lavar louças, eu não estava com vontade de fazer nada.

Olhei em volta e senti o sorriso decorar os meus lábios, o meu apartamento estava arrumado e por todos os lados havia um sinal de limpeza desconhecido. Normalmente eu não vivia desta forma, mas estava orgulhosa de mim por passar parte do meu tempo cuidado de mim e do meu exterior. A presença de Taehyung mudou não só a forma como me via, mas também a forma que via o mundo em minha volta. Afastei os meus pensamentos e caminhei em direção a sala onde calmamente liguei o rádio e deixei uma balada ecoar ao fundo. Parei em frente ao espelho da sala e me contemplei no espelho.

Eu usava uma lingerie vermelha muito insinuativa onde todo o meu corpo estava modelado no tecido de seda. Mordi os meus lábios e imaginei a reação de Taehyung ao me ver assim, desejando a sua presença. No dia em que comprei quase morri de vergonha, hoje, eu a vestia enquanto desejava tê-lo ao meu lado. Os detalhes da lingerie eram maravilhosos, os meus seios tinham um volume inesperado e a minha barriga que eu não gostava, estava muito desejável.

Afastei os meus pensamentos e voltei a minha concentração para a música que tocava ao fundo, não podia pensar nisso agora. A pessoa que eu queria não podia me ajudar ou satisfazer os meus desejos. Me afastei do espelho e deixei o meu corpo se mover pela sala, dançando de um lado para o outro. Me sentia bem e isso era nítido, sorri ao bater com as minhas pernas contra o sofá, eu estava sendo ridícula. Enquanto tentava me recompor, pude ouvir a campainha tocar e me assustei. Não esperava visitas, logo só podia ser o correio. Abriria a porta com certo receio e aceitaria os documentos sem me expor muito, sempre que o correio estava ali era sinal de que o meu trabalho estava aumentando e eu teria mais coisas para fazer nos próximos dias. Rapidamente girei a chave na maçaneta, a abrindo. Assim que abri a porta e ergui o meu olhar senti o meu coração pular dentro do meu peito, ele batia muito mais do que o esperado.

— Taehyung? – exclamei surpresa.

— Ei, Alice. – sussurrou sorrindo.

Sem esperar a minha reação ele me empurrou para dentro do apartamento e rapidamente fechou a porta atrás de novo, me sentia tão bem ao vê-lo. Queria abraçá-lo e confessar toda a falta que ele me fez.

— Você voltou! – continuei deixando a minha felicidade transparecer.

No entanto não consegui continuar, pois, ele me agarrou pela cintura e me virou brutalmente me empurrando contra a porta. Senti as minhas costas embaterem contra a madeira e uma leve dor percorreu os meus sentidos, os seus lábios me envolviam com vontade, assim como os seus beijos molhados faziam caminhos por minha pele. Taehyung pressionava o seu corpo contra o meu e o seu membro rígido me fez soltar um gemido aflito assim que o senti contra as minhas pernas. Ele era mais alto do que eu, o que me impossibilitava de acompanhar os seus movimentos e entender tudo o que estava acontecendo no momento, tudo acontecia tão rápido. As suas mãos percorriam o meu corpo com tanta vontade, ele apertava tudo em mim e isso era maravilhoso.

— Tae. – gemi com certa dificuldade.

A sua respiração ofegou e eu senti todo o seu calor contra a minha pele, eu sentia borboletas no estômago. Não conseguiria me livrar dele e no fundo, também estava morrendo de saudades e morrendo de vontade de tê-lo dentro de mim novamente. Esfregávamos os nossos corpos um contra o outro e os movimentos insinuativos nos provocou gemidos incontroláveis. A lingerie não cobria muito e eu sentia a minha intimidade molhar, se isso acontecesse ele veria tudo. Enquanto tentava organizar os momentos em minha cabeça, ele levou as suas duas mãos até a minha bunda e começou a apertar as minhas nádegas.

Me permiti vagar por todos os sentimentos que me invadiam e antes de conseguir responder aos seus atos, ele desceu e ficou de joelhos, puxando a minha intimidade contra a sua boca. Soltei um gemido alto e abri as pernas, deixando com que ele encaixasse a sua boca em mim. A sua língua percorria cada pedaço da minha intimidade me fazendo ir a loucura, eu estava no céu. Taehyung molhou a parte de baixo da lingerie com a sua boca e eu necessitei soltar outro gemido. Eu queria ir para o quarto e continuar a nossa noite de prazer, mas antes de conseguir fazer qualquer coisa, ouvimos a campainha tocar.

O meu coração estava acelerado e eu não sabia o que pensar, a minha respiração ofegante ecoava pelo ambiente. Taehyung parou as suas investidas e consertou a minha roupa, se erguendo em seguida. Sem falar nada ele me retirou da porta e a abriu, tentei controlar a minha respiração e passei as mãos por meus cabelos, os ajeitando. Ele respirou fundo e sorriu de canto ao abrir a porta, mas pude ver em seus olhos que ele não estava tão feliz quanto queria demonstrar.

— Taehyung! – gritaram algumas vozes aleatórias.

No momento seguinte tudo o que consegui ver, foi o semblante de vários homens entrando em meu apartamento, aquilo parecia uma invasão. Permaneci em silêncio, pois, não sabia o que falar e nem como agir. Não sabia quem eram, mas em breve o mistério seria desvendado. Os rapazes entraram e sorriam ao me ver, retribui o sorriso e tentei esconder toda a minha confusão. Taehyung tinha o seu corpo em frente ao meu e isso me proporcionou um pouco de proteção.

— Alice. – disse limpando a sua garganta. — Estes são os meus amigos. – ele me olhava e procurava compreensão.

— Acredito que você quis dizer, irmãos? – retrucou Jungkook me arrancando um sorriso. — Boa noite, Alice.

Sorri ao vê-lo, era um rosto conhecido.

— Vou apresentá-los. – prosseguiu. — Mas não se preocupe em se lembrar, eles não são importantes.

— Ouch. – disse um rapaz no canto da sala. — Feriu os meus sentimentos, Tae.

— Enfim. – continuou. — Esse é o Kim Seokjin.

Ao ouvir o seu nome, ele sorriu.

— O mais lindo do mundo, lembra? – sorri de canto ao ouvir. — Claro que se lembra, quem esquece alguém como eu? – ele realmente era muito lindo.

Seokjin vestia um terno preto, os seus cabelos castanhos claros e a sua altura eram invejáveis, me senti menor do que o normal.

— Park Jimin. – prosseguiu Taehyung.

— Olá, Alice. – cumprimentou.

Park Jimin se aproximou e tentou passar por Taehyung, o que não foi possível. Sorrindo ele pegou uma de minhas mãos e a beijou, quanta cortesia. Assim como Seokjin, ele era lindo e vestia um moletom branco que realçou o seu tom de pele claro. Ao contrário da seriedade de Seokjin, ele tinha cabelos loiros, era a moda do momento.

— Kim Namjoon. – ele me olhou com muita seriedade e eu senti que ele não gostava de mim.

— Prazer. – disse com frieza.

Desviei o meu olhar ao notar a sua ignorância, Namjoon vestia roupas brancas e os seus cabelos eram negros como a noite. Ele era bem alto e por um momento pude jurar que ele era mais alto que Seokjin. Não queria confirmar, pois, não queria olhar em seus olhos novamente, o seu olhar de descaso fez com que o meu peito doesse e eu não queria passar por isso novamente.

— Suga. – senti o meu coração apertar ao ouvir.

Voltei o meu olhar para o rosto e senti que o conhecia de algum lugar, franzi o sobrolho e tentei me lembrar. Suga não disse nada apenas sorriu de canto, ele me lembrava alguém. Não queria encarar, mas sabia que nos conhecíamos de algum lugar, mas não me recordava onde. Ele desviou o seu olhar assim que notou o meu interesse. Elegante como os outros, ele vestia roupas pretas e o seu semblante me causou conforto, algo que não sabia explicar.

— E eu? – indagou uma voz no fundo da sala.

— Ah, sim. – disse Taehyung. — Esse é o ...

— J-hope! – gritou interrompendo. — Prazer bonita, eu sou o Jung Hoseok.

Hoseok vestia calças brancas acompanhadas de um moletom azul, pelo menos ele era feliz e vestia cores felizes.

— Você é linda, e olha que o Taehyung não tem bom gosto. – ao ouvir as suas palavras, o meu rosto corou.

Não sabia o que dizer, então abaixei a minha cabeça e esperei por Taehyung. A minha casa estava cheia de pessoas desconhecidas, vários rostos novos e do nada, havia sete homens na minha sala.

— Pronto! – exclamou Taehyung. — Agora que vocês conheceram a Alice, podem ir embora. – prosseguiu abrindo a porta.

Eles sorriram entre si e olharam para Taehyung com sarcasmo.

— Sinto muito. – respondeu Hoseok se jogando no sofá. — Pedimos comida e estamos famintos, espero de coração que a Alice não se importe. – continuou tirando os seus sapatos.

— E ... eu. – gaguejei.

— É claro que ela se importa! – gritou Taehyung.

— Relaxa Tae, assim que comermos vamos embora. – disse Jimin. — Assim você pode comer também.

Arregalei os meus olhos ao ouvir e voltei o meu olhar para Taehyung, ele também me olhou assustado. As minhas pernas começaram a tremer e eu queria um buraco para enfiar a minha cabeça, abaixei a minha cabeça e tentei me concentrar no chão para não cair, as minhas pernas podiam me abandonar em breve. Enquanto me concentrava senti as mãos de Taehyung me envolverem e me pegarem pelas pernas, me jogando por cima dos seus ombros. Senti o meu rosto bater contra as suas costas e me assustei, o que ele estava fazendo? Ele me carregou em direção ao quarto e os meninos bateram palmas para nós, meu Deus que vergonha.

— Alice. – murmurou me colocando no chão.

Permaneci em silêncio enquanto ele fechava a porta do quarto.

— Você está bem? – a sua mão em meu rosto me causou conforto.

— Eles são sempre assim? – indaguei lhe arrancando um sorriso.

— Não. – murmurou. — São piores, aguarde até a intimidade aumentar.

Taehyung me soltou e se afastou, tomando lugar na cama. Os seus olhos me examinaram dos pés à cabeça e eu me senti desconfortável, sabia o que ele queria.

— O que foi? – indaguei.

— É uma bela lingerie. – sussurrou apontando para mim.

Fechei os meus olhos e senti o meu coração bater mais forte, estava seminua na frente dos seus amigos e não percebi, por isso o comentário e os olhares confusos. O que eu estava fazendo da minha vida? Será que havia um buraco mais fundo do que eu me encontrava no momento?

— Você é linda. – continuou.

Abri os meus olhos e vi que ele tinha as suas mãos estendidas em minha direção, sorri de canto e as segurei, e rapidamente ele me puxou para si.

— Sinto muito, Tae. – sussurrei.

Taehyung ergueu o fino tecido a lingerie e beijou a minha barriga, senti um arrepio bom.

— Por qual motivo pede desculpas? – indagou mordiscando a minha pele.

— Eu me mostrei demais, não era a minha intenção. – senti as lágrimas me invadirem. — Me perdoe. – as minhas palavras eram sinceras.

— Alice, você não sabia que estávamos a caminho. – disse apertando a minha bunda. — E quando você abriu a porta, a única coisa que eu queria era chupar você intensamente. – ele fez uma pausa. — Não se preocupe, não acho que eles repararam na sua roupa e eu me sinto honrado por poder contemplar o seu corpo. – sorri de canto ao ouvir.

— Você não é desse mundo. – murmurei sentindo os seus toques.

Mesmo Taehyung não vendo maldades nos acontecimentos, eu precisava me policiar mais. Não morava sozinha e não tinha um círculo social pequeno, se acrescentasse a sua presença em mim, os seus amigos também estariam presentes e eu precisava ser mais atenciosa para que estes erros não voltassem a acontecer.

— Podia passar o resto da minha vida beijando o seu corpo. – sussurrou em minha pele.

Senti cócegas e me arrepiei ao sentir os seus lábios descerem para a minha intimidade.

— Tae. – sussurrei passando as minhas mãos por seus cabelos.

Taehyung apertou o seu rosto contra a minha barriga e colocou as suas mãos em minha bunda, pude sentir os seus dedos adentrando o tecido fino da minha calcinha e levemente tocaram a pele da minha intimidade. Eu estava excitada e ainda sentia os seus lábios em mim, me deixando mais molhada ainda.

— Senti tantas saudades tuas. – murmurou beijando a minha barriga.

— Eu também. – assumi.

Ele sorriu e me olhou nos olhos, me senti tão pequena ao seu lado. A sua doçura roubava a calmaria em mim, como alguém podia ser tão perfeito?

— Sério? – indagou. — Você sentiu a minha falta?

— Sim. – sussurrei.

— Mas você disse que não. – respondeu surpreso.

— Não queria assumir que você faz falta. – respondi acariciando os seus cabelos. — Quanto mais eu pensava, mais saudades eu sentia então, resolvi mentir para não me sentir tão mal.

Ao ouvir as minhas palavras o seu sorriso dobrou de tamanho, me soltei dos seus braços e me sentei ao seu lado, deitando a minha cabeça em seus ombros.

— Vai me contar onde esteve? – indaguei baixinho.

— Sim. – disse segurando as minhas mãos. — Estivemos no Japão, precisamos fazer uma campanha publicitária lá.

— Você pode dar detalhes da campanha? – eu estava curiosa, mas não queria pressioná-lo.

— Estamos gravando um álbum em japonês e precisamos de fotos para divulgar o trabalho. – ele respirou fundo. — Sempre que viajo para outro lugar, sinto que estou vendendo um pouco da alma que sobrou dentro de mim.

— Eu sinto muito. – murmurei. — Mas se você quiser falar sobre o assunto, eu estou aqui por você.

— Eu sei. – respondeu baixinho. — Só que eu não quero, não quero perder o tempo precioso que temos juntos falando sobre algo que me causa dor.

— O nosso tempo juntos ainda nem começou senhor Taehyung. – ele sorriu ao ouvir. — Não pretendo deixar você nos próximos anos.

— Sério? – retrucou me olhando nos olhos.

— Sim! – exclamei me levantando. — Pensou diferente?

— Sabendo que você não quer assumir o meu filho. – segurei o meu sorriso. — Pensei que você não quisesse nada comigo, a criança não está indo a lugar nenhum. – ele falava com seriedade.

— Falaremos sobre isso depois. – disse seria. — Neste momento eu só quero aproveitar a sua companhia.

— Muito bem. – respondeu se levantando. — Vista algo mais conservador, vamos voltar para a sala.

Sem responder, caminhei em direção ao me guarda-roupas. Os olhos de Taehyung me seguiram por todos os lados, ele permaneceu em pé, me observando. Peguei uma roupa que havia separado para o dia seguinte e vesti por cima da lingerie vermelha, eu ainda queria fazer algo com ele e por isso, não havia motivos para retirá-la. Me olhei ao espelho e procurei por imperfeições, não encontrei nenhuma e ao me virar para Taehyung, o seu sorriso entregou que não havia nenhuma imperfeição em mim.

Ainda em silêncio, ele estendeu as suas mãos para mim e gentilmente nos guiou para fora do quarto. Queria que os seus amigos gostassem de mim, que eles me aceitassem e vissem em mim o mesmo que Taehyung via. As vidas de todos os rapazes em minha sala eram totalmente diferentes da minha, mas no fundo, eu acredito que eles procuram o mesmo que Taehyung, carinho. Neste momento eu precisava ser forte por ele e por mim, e rezar para que ele não se apaixone por uma mulher mais bonita do que eu e com uma vida parecida com a sua. 


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