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ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ
Eu não me sentia bem e algo dentro de mim, pedia para que tomasse alguma decisão antes que fosse tarde demais. O meu coração estava com medo e aos poucos, sentia o que ele queria me dizer. Aos poucos, o meu amor poderia deixar de ser meu e isso acabaria comigo. Então, neste exato momento tomava decisões que provavelmente mudariam o meu futuro. Respirei fundo e ponderei todas as palavras necessárias para a nossa comunicação e todos os sentidos que gostaria de tocar. Hoje, ela sentiria que o meu amor está vivo e espera pelo seu para ser completo e único. Por outro lado, eu sabia que não estava ali apenas para demonstrar o meu amor. Precisava ver de perto se os meus pensamentos correspondiam com os sentimentos que perseguiam o meu coração. Necessitava ter a certeza de que Namjoon estava errado e tudo não passava de um grande mal-entendido.
— Eu não acho que a Alice gostará disso. – Hoseok não queria se envolver, mas era obrigado. — Ela pode estar bem ocupada e pode ficar chateada com ambos por estar aqui.
— Não se preocupe. – murmurei. — Não penso que ela ficará chateada comigo por estar aqui demonstrando o quanto a amo.
— Taehyung, o que você fará se descobrir que Namjoon está correto? – questionou assim que saímos do elevador.
— Não sei. – eu não queria pensar nisso. — Prefiro acreditar que ele está errado e que nada está acontecendo.
— Por mais que seja teu amigo e queira acreditar que você está correto, não posso ignorar a realidade dos fatos. – continuou. — Você precisa conversar com a Alice, não aguento mais manter os seus segredos. – eu sabia disso.
— Hoseok, eu sei disso. – ele ajudava muito, mas estava cansado. — Sei que você não quer mais e eu compreendo isso, por favor, me dê apenas mais uns dias.
— Está bem. – aceitou respirando fundo. — Se tivesse a oportunidade de estar ao lado de alguém como a Alice, eu não jogaria a minha felicidade no lixo por causa de segredos estúpidos. – engoli a seco. — Seokjin tem razão, no fundo, ela acabará sofrendo de novo e todos seremos culpados por isso. – respirei fundo.
— Você não parece meu amigo falando assim. – murmurei.
— Por ser seu amigo e gostar de você, que falo assim. – afirmou.
Respirei fundo e optei por não responder, não queria brigar com a única pessoa que ainda estava do meu lado. Acenei afirmativamente com a cabeça para ele sentir que as suas palavras tocaram o meu coração e calmamente comecei a andar pelo corredor em direção a sala da Alice. Alice sempre sonhou com a sua independência, ela sempre se preocupou em ganhar o seu próprio dinheiro, então, todos estes acontecimentos em sua vida eram necessários. Paramos em frente a sua sala antes de entrar e notamos que a mesa da sua secretária estava vazia. Será que ela estava em uma reunião importante? Controlei o meu nervosismo e bati na porta, esperando alguma reação da sua parte.
— Sim, entre. – ecoou a sua voz doce do outro lado.
Abri a porta devagar sem saber o que me esperava e entrei. Ao fundo, podia ver que ela estava sentada em uma cadeira de frente a um homem e ambos olhavam para nós com uma incógnita no rosto. Em cima da mesa havia vários papéis e ela estava com o olhar cansado, mas muito atraente. Pela primeira vez a via em outro cenário além dos que conhecia. Neste momento não via a mãe dos meus filhos, mas sim uma mulher de negócios importantes e isso fez com que o meu coração errasse algumas batidas ao encontrar os seus olhares.
— Taehyung? – indagou ao se levantar. — Hoseok?
— Olá. – disse enquanto ela vinha em nossa direção.
— O que está fazendo aqui? – continuou se aproximando mais. — Aconteceu alguma coisa?
— Não. – assegurei. — Estávamos aqui perto e pensei em fazer uma visita. Perdão, devia ter avisado. Não quero atrapalhar. – e realmente não queria.
— Ele não consegue ficar muito tempo longe de você. – comentou Hoseok.
— Não seja bobo. – respondeu ela me dando um beijo no rosto. — Taehyung, esse é Park Chin Hwa. – apresentou. — Ele é o filho do dono da empresa, Chin Hwa, esse é o meu marido. – ele sorriu e me cumprimentou.
— É um prazer conhecer o homem que tem em suas mãos uma mulher tão perfeita. – senti ciúmes ao ouvir, mas ela sorriu.
— Obrigado. – disse evitando mais emoções.
— Esse é o nosso amigo, Hoseok. – continuou a Alice.
Nos viramos para Hoseok, mas ele não reagiu. Os seus olhos estavam penetrantes e ele olhava para Chin Hwa como se o conhecesse de algum lado. Não soube decifrar o que ele sentia e em nenhum momento ele deixou as suas emoções transparecem. Em silêncio, ele se virou e saiu da sala. Voltei a minha atenção para a Alice que também me olhava sem compreender o que estava acontecendo. Será que Hoseok estava bem?
— Bom, eu não quero mais tomar o seu tempo. – disse procurando uma saída para ir atrás de Hoseok. — Eu só queria te dar um beijo.
— Sim, claro. – respondeu ela compreendendo o que eu queria. — Nos vemos em casa.
— Está bem. – respondi lhe dando um beijo nos lábios. — Foi um prazer, Chin Hwa. – continuei indo em direção a saída da sala.
— Igualmente. – murmurou.
— Alice, eu não encontrei o que você pediu. – disse alguém batendo contra mim. — Taehyung? – sim, os pesadelos de Namjoon eram reais.
— Vocês se conhecem? – questionou a Alice.
— Infelizmente. – sussurrei.
— Como? – retrucou ela.
— Sim, nos conhecemos. – respondeu Oh Reum procurando disfarçar.
— Isso é novo. – ela desconfiava de mim, sentia isso. — De onde se conhecem?
— A questão é, quem não o conhece. – respondeu Oh Reum em tom de deboche. — Toda a Coreia sabe quem ele é, sou fã número um. – o meu sangue fervia e a minha vontade era de matá-la. — Ainda não compreendemos os motivos que o fez sumir da mídia. – ela era um dos motivos e ela sabia disso.
— Pensei que o conhecia de algum lado. – comentou Chin Hwa. — Então o rapaz que lhe acompanhava era Jung Hoseok?
— Sim. – respondeu Alice. — O conhece?
— Não. – assegurou. — Apenas conheço alguém que o conhece.
— Preciso ir. – disse sem mais detalhes. — Nos vemos mais tarde, amor.
— Amor? – Oh Reum me causaria problemas.
— Sim! – exclamou Alice. — Kim Taehyung é meu marido e pai dos meus filhos.
— Que lindo. – pude ver as lágrimas em seus olhos, mas ela as engoliu. — Felicidades.
— Até mais tarde. – disse saindo da sala.
Não olhei para trás, apenas saí da sala e fui em direção ao elevador. Hoseok não se encontrava ali, isso só podia ser sinal de que ele me esperava na entrada do prédio. Namjoon e Seokjin estavam corretos, em breve a minha vida mudaria de novo. A presença do meu passado viria para acabar com o pouco de paz que sentia em mim. Agora que Oh Reum sabia da existência da Alice e dos nossos filhos, ela faria de tudo para prejudicar e acabar com a carreira da minha mulher. Precisava agir rápido e quanto mais a Alice soubesse, mais formas de defesas ela teria contra as crueldades de Oh Reum. A conhecia bem e sabia que esse seria o seu próximo passo, ela usaria todas as suas armas para se vingar da única pessoa que realmente me amou e eu não podia permitir que isso acontecesse. Não era justo com a Alice e não era justo comigo, após todos os acontecimentos, eu merecia ser feliz.
***
O dia foi mais produtivo do que imaginava e com Chin Hwa, consegui reorganizar toda a papelada sabotada em meu nome. Além de conhecer várias novas estratégias de trabalho que somente alguém em seu cargo poderia compartilhar comigo. Essa era a melhor parte de ser amiga de alguém como ele, a possibilidade de aprender e, ao mesmo tempo, ensinar. Para a minha tristeza, o meu dia não foi totalmente feliz e em vários momentos, a visita de Taehyung voltou a minha mente. Não conseguia esquecer o que aconteceu ali e ocasionalmente lembrava das palavras ditas por todos. No fundo, também me preocupava com Hoseok, acredito que agora mais do que nunca, eu sabia o motivo do seu sofrimento. Respirei fundo e organizei os últimos documentos em cima da minha mesa e em breve os deixaria na sala de Chin Hwa.
— Há quanto tempo você é casada com o Taehyung? – questionou Oh Reum enquanto limpava a mesa.
— Ele é seu amigo? – retruquei deixando o meu descontentamento nítido.
— Sinto muito. – murmurou. — Há quanto tempo a senhora é casada com o senhor Kim Taehyung? – isso não mudou os meus sentimentos.
— Você poderia pegar a minha agenda? – retruquei ignorando a sua pergunta. — Por favor.
— Sim, senhora. – disse sorrindo. — Deseja tomar mais alguma coisa ou posso levar tudo para a cozinha?
— Não, obrigada. – murmurei. — Pode organizar tudo, já estou de saída.
Em silêncio, ela saiu da sala, levando consigo todas as louças sujas por mim e Chin Hwa. Passamos o dia ali, então, Oh Reum cumpriu o seu trabalho muito bem. Ela nos serviu café, doces e até mesmo comprou o nosso almoço. De acordo com Chin Hwa, esse era o seu trabalho e aos poucos, eu precisava compreender que delegar isso não era nada ruim. Isso me ajudou a diminuir a raiva que sentia dela por saber que ela conhecia o Taehyung. As suas palavras não me convenceram e as atitudes de ambos demonstraram que eles eram mais que conhecidos por fama. Taehyung escondia algo e Oh Reum o ajudou a encobrir isso, era nítido, eu sentia em mim e os meus ciúmes não eram vãos.
— Pronto. – disse entrando na sala. — A sua agenda pessoal.
— Obrigada. – disse. — A parti de hoje eu mesma farei as minhas marcações, assim como você não precisa me acompanhar em nenhuma das minhas reuniões. – ela me olhou sem compreender.
— Esse é o meu trabalho. – continuou. — O que eu farei se você fizer tudo sozinha? – esse não era o seu trabalho.
— Eu agradeço pela atenção e sei que você trabalhava desta forma quando era secretária do senhor Park Jo-wook, mas eu gostaria de manter tudo em minhas mãos. – precisava ser simpática. — Eu melhor do que ninguém sei quando posso ou não por causa da minha família.
— Entendo. – disse. — Está bem. – conclui saindo da sala.
Chin Hwa tinha razão, eu não podia confiar em Oh Reum. Neste momento, não podia confiar em ninguém. Esse era apenas o primeiro passo para pegar a pessoa responsável por todas as sabotagens em meu nome. Sentia-me bem por tê-lo ao meu lado, querendo ou não, ele tinha um certo poder na empresa e o usava para me ajudar. Então, precisava fazer a minha parte. Ela ficaria chateada comigo por um tempo, mas eu não me importava com isso. Com o tempo aprendi que não importa muito quem está chateado contigo, mas sim quem está do seu lado. Oh Reum perdeu todos os privilégios por ser uma pessoa ruim e hoje sentindo que ela tem um passado com o amor da minha vida, tudo mudou e as minhas decisões são mais que pessoais. Querendo ou não, eu jamais confiaria nela e isso seria para sempre, mesmo que ela seja inocente. Evitaria problemas até descobrirmos o culpado, mas não confiaria nela novamente.
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