h.k.l.u.t.t.s: hoseok+yoongi
Hey Kid, Look Up to The Sky
Eu me lembro de quando era criança. Quase todos os dias eu me lembro daquela época.
Passou rápido, assim como o efeito de uma droga.
As vezes, em sonhos, eu volto lá. Eu volto ao tempo que eu tinha um metro e trinta de altura, o cabelo no castanho escuro e natural, os olhos brilhantes, e me preocupava apenas em chegar logo em casa para não perder o Dragon Ball.
Mas esse tempo não volta mais.
Se eu soubesse que seria tão ruim crescer, jamais teria brincado com as gravatas do meu pai, jamais teria reclamado de não ter idade para andar nos brinquedos, jamais teria perguntado o porquê dos países guerrearam.
Não teria perguntado se as balas das armas também eram doces, não teria perguntado o que era 'velório', não teria perguntado o porquê de meus pais terem se separado.
Deixe tudo como está.
Isso é assunto de adulto.
Vá brincar lá fora.
Irmão, crescer é uma merda. Descobri isso à partir do momento em que percebi que nada de bom acontecia, que o tempo passava mais rápido, e as notícias más eram mais frequentes que as boas.
Que há? Por que está tudo tão ruim? O que mudou?
Nada mudou. Eu apenas cresci e descobri sobre o que os adultos falavam quando me mandavam ir brincar ou para o quarto.
Quando você crescer você vai entender. E essa é a pior parte.
Saudades de brigar por coisas bobas. Brigas de adultos doem bem mais, deixam feridas muito piores.
Tanto faz agora. Eu não posso voltar, eu não posso fingir que nada mudou.
Eu devia parar de pensar sobre isso, porque isso me lembra ele.
- O que você queria ser quando era criança? - ele me perguntava, enquanto seus dedos escorregavam por minha pele.
- Astronauta é óbvio - eu ria, com a fumaça saindo por minha boca.
- Por que desistiu? - ele beijou meu ombro.
- Porque descobri que não era simplesmente pôr um capacete e voar - expliquei, tragando mais da essência do cannabis. - Porque física é um saco.
- Mas você não precisa se formar em física - ele sorriu, puxando-me para o seu colo. - Eu posso te fazer alcançar as estrelas.
- Me leve, então - pedi.
Ele me levou, muitas vezes, todas as vezes. Ele despertava a criança que ainda existia em mim, ele a mantinha viva.
Em meus sonhos eu posso vê-lo, com seu sorriso sem igual, como se tudo estivesse bem, como se o mundo à nossa volta não estivesse em ruinas.
Quando eu estava em seus braços, tudo realmente ficava melhor. Quando eu inalava o seu cheiro, toda a podridão sumia. Quando eu beijava a sua boca, o gosto amargo da realidade se dissolvia. Quando eu ouvia sua voz, era como se a sociedade se calasse.
Seu sorriso podia iluminar qualquer escuridão.
Ele me pegou em um momento frágil de minha trajetória, e me resgatou, ele ascendeu as luzes. Ele espantou as nuvens escuras, com sua brisa suave e intensa. Ele lavou minha aura, ele me fez sorrir, ele me fez ter bom humor, ele me fez sentir os batimentos de meu próprio coração.
Há quanto tempo eu não perdia o fôlego? Há quanto tempo eu não suava? Há quanto tempo eu não ria de qualquer coisa? Há quanto tempo eu não vivia?
Eu era uma morte recente causada por overdose, e ele minha dose de adrenalina. Eu era a experiência esquisita, e ele o cientista maluco.
Tem vezes, quando tudo fica silencioso, que eu posso ouvir sua voz de novo, e sentir o toque de seus dedos.
Ele era as minhas 24 horas. A minha semana. Meu mês. Meu ano. Cada segundo.
Era nossa obsessão mútua.
Ele era meu energético, e o motivo para eu levantar todas as manhãs, e quem consumia os créditos do meu telefone.
- Levante, amor, eu estou aqui - eu podia ouvir sua voz em meu ouvido. - Respire fundo, vamos contar até cem, juntos.
Meu doutor. Quem me ajudava, o único que ainda tinha esperanças sobre mim.
Quem cuidava da minha criança. Quem fazia eu rir como quando eu tinha oito anos. Quem ficava comigo até de madrugada para assistir aos desenhos antigos do Cartoon Network.
Quem elogiava meu corpo, e lia minhas letras, quem me levava para conhecer lugares incríveis, quem fazia amor comigo durante a noite toda.
Quem me fazia feliz.
Quem fazia eu acreditar em mim mesmo.
Meu combustível. Meu melhor amigo. Meu sorriso favorito.
Mas meu sol também era chuva por dentro.
Eu descobri isso tarde demais.
Eu me despedi dele na sexta feira, depois das sete da noite, eu deixei um beijo sobre seus lábios, eu recebi um abraço forte, e ele me disse: eu estarei para sempre dentro de ti, lembre-se disso.
Eu dormi sorrindo, porque no sábado nós iríamos fazer um piquenique. Mas durante a noite meu coração doeu, e pela manhã, sua irmã me ligou.
- M-minha mãe e-encontrou ele... - ela soluçava, e meu coração batia mais forte do que nunca. - Ele se j-jogou da s-sacada...
Os próximos dias foram chuvosos, e eu não levantei da cama.
Eu não fui ao seu velório, eu apenas fui ao enterro, e vi seu rosto uma última vez pela vitrola do caixão. Eu não vi os coveiros jogarem a terra por cima, porque meus olhos estavam encharcados, mas eu ouvi a mãe dele chorar desesperada.
Eu não usei roupas escuras, eu usei um casaco azul que ele amava. Eu dormi com o mesmo casaco por dias, sentindo o cheiro que me fazia esquecer do fedor do mundo.
Eu só havia ido à um enterro na minha vida, quando criança. E eu não entendia porque as pessoas choravam sobre a minha tia, ou porque ela estava dormindo dentro de uma caixa.
- Quando precisar de força - ele me disse certa vez. - Olhe para as estrelas, eu serei uma delas, e estarei brilhando para iluminar teu caminho.
Eu me desespero em noites nubladas, porque não posso ver as estrelas. Durante o dia eu me agarro à esperança de que à noite irei vê-lo.
Durante seu enterro eu vi um de seus primos, o menorzinho, e o garotinho não sabia o que estava havendo.
Crianças não conhecem a dor de perder alguém, elas não entendem. Por isso eu sinto saudade de ser criança.
Talvez sob o véu da inocência eu não sentisse o frio que arrepia o meu corpo toda noite.
Mas o corpo só envelhece e a boca fica mais amarga.
Quando minha mãe vem com os remédios, eu não quero tomá-los, mas ele sempre me explicava que as pílulas me faziam bem.
Mesmo longe, ele ainda é a melhor parte de meu dia.
Meu amigo de infância.
- Olhe para o céu, Jung Hoseok está lá - eu pixava no muro de um viaduto qualquer. - Não fale palavrões, Min Yoongi ainda é uma criança.
//oi :)
yeah... yoonseok.
uma 1s menos fofinea aí pra vocês. mas ainda sim um amor vai... comparado à certos plots que eu tenho na cabecinha rsrsrs
e eu vou começar a fazer plots com outros idols aqui, então aguardem.
sobre yuri(lésbicas), olha eu só shippo solar e moonbyul, então talvez eu só escreva sobre elas, e hwasa e wheein.
votem e comentem por favor
sério, se realmente gostarem de uma coisa, VOTEM, não vai cair a mão//
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