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Médicos e pacientes iam de um lado para o outro da clínica, enquanto Tom e Megan aguardavam ser chamados. A morena balançava ansiosamente as pernas, até sentir a palma de uma das mãos de Tom pousando em seu joelho, fazendo com que ela imediatamente parasse o movimento.

Ao desviar sua atenção ao amigo, Megan se deparou com um sorriso. Um que, mesmo sem palavras, dizia "Vai ficar tudo bem, eu estou aqui!" e naquele momento, aquilo era tudo o que ela precisava. —Megan Parker? — a voz repentina da médica chamou a atenção dos amigos, que depois de se levantarem, á seguiram até a sua sala.

Depois de pedir para que Megan deitasse e puxasse sua blusa para cima, a médica começou a aplicar o gel na barriga, quase que imperceptível da morena. —Então, Megan, quando você descobriu que estava grávida? — questionou a médica, enquanto dava as primeiras passadas do aparelho. —Duas semanas atrás. — respondeu a morena, recebendo um olhar surpreso de Tom, que ainda não sabia dessa informação.

—Bom, pelo o que eu estou vendo aqui, você está com 7 semanas de gestação. — afirmou a médica, deslizando o aparelho pela barriga de Megan, que olhava atentamente para a tela. —Estão vendo isso aqui? — ela indagou, apontando para uma massa branca. —Esse aqui é o seu bebê. — afirmou ela, fazendo com que os olhos de Megan se enchessem de lágrimas. Tom segurava firme sua mão, enquanto os dois olhavam a pequena massa se mover no monitor. —Vocês gostariam de ouvir o coração? — perguntou a médica, sorrindo ao vê-los assentir.

Megan não conseguiu conter a emoção ao ouvir o som das batidas do coração de seu filho, algo que estava agora crescendo dentro de si. As lágrimas corriam livremente pelo seu rosto, enquanto o sorriso não saía de seus lábios. —Bom, parece estar tudo bem com o bebê. Vou pedir um exame de sangue para detectar seus níveis de PAPP-A e HCG. E quero você de volta aqui quando completar 20 semanas. Tudo bem? — Megan assentiu, se sentindo extremamente aliviada por estar tudo bem. —Você vai querer as fotos? — indagou a mais velha, —Sim, por favor! — afirmou ela. —Tudo bem! Vou até a sala ao lado buscá-las, pode ficar à vontade para se limpar. — disse a médica, passando uma caixa de lenços para Megan, antes de sair da sala.

Já no caminho de volta pra casa, Megan observava atentamente as fotos do ultrassom, enquanto Tom se concentrava na estrada. —É tão pequeno! — ela murmurou, passando os dedos na imagem borrada. —Isso porquê você está de 7 semanas, imagine com menos disso. — afirmou Tom, sorrindo ao ver a amiga sorrir para as imagens.

Ao chegarem no edifício onde Megan morava, a morena agradeceu novamente por Tom tê-la levado e á acompanhado na consulta. —Sem problemas! Me liga se precisar de alguma coisa. — afirmou Tom, recebendo um aceno positivo da amiga, que se preparou para sair do carro. —Tudo bem! Tchau, Tom! — exclamou Megan, mas antes mesmo dela abrir a porta, seu celular tocou. —Ah, merda! — ela blasfemou ao ver o nome da mãe na tela do celular.

—Oi, mãe! — exclamou Megan, colocando a ligação no viva voz. —Megan! Você está fugindo de mim? Há dias que não atende minhas ligações. — disse a mais velha do outro lado da linha, fazendo a morena rolar os olhos. —Não mãe, eu só ando... ocupada com o trabalho. — afirmou Megan, trocando um olhar nervoso com Tom, que segurou sua mão. —Ah, você está sempre ocupada! Seu pai e eu estamos com saudade, o que acha de um jantar aqui em casa, na sexta? — indagou a mulher, deixando a filha ainda mais nervosa. Tom segurou firme a mão de Megan, á encorajando a aceitar o convite.

—Porquê vocês não vêm aqui em casa? Eu preparo alguma coisa pra gente. — disse Megan, sabendo que, se ela ia mesmo contar para os pais sobre sua gravidez, ela preferia estar em casa. —Combinado! Vou levar sua sobremesa favorita. — exclamou a mais velha animadamente. —Ok! É... eu tenho que desligar agora, a gente se vê na sexta. — Megan exclamou, pronta para encerrar a chamada. —Eu te amo! — disse a mulher do outro lado da linha. —Eu também te amo, mãe! Tchau! — respondeu ela, encerrando a ligação.

—Não foi tão ruim! — afirmou Tom, apertando a mão da amiga. —É? Espera até eles ouvirem que eu estou esperando um filho do cara que eles já não gostavam, e que ele também não quer saber desse bebê? — disse Megan, fechando os olhos ao sentir uma enxaqueca se aproximando. —Hey, sobre isso... tentou falar com ele de novo? — o moreno indagou.

—É só o que eu venho fazendo nas duas últimas semanas, Tom! Chase simplesmente sumiu, nem a mãe dele sabe onde ele está. — Megan deu de ombros. —Onde você acha que ele está? — Tom à questionou. —Eu não faço ideia. — a morena suspirou fundo. —Hey, vai ficar tudo bem! Não precisamos daquele babaca, ele nunca soube tomar conta de si mesmo, imagina de um bebê. — afirmou Tom, arrancando algumas risadas de Megan.

—Porquê você nunca gostou dele? — ela indagou, lembrando da primeira vez que apresentou o namorado ao amigo. —Eu não sei, Meg! Eu sempre achei que você fosse boa demais pra ele. — Tom deu de ombros. —Porquê sempre me apaixono pela pessoa errada? — questionou Megan, arrancando uma risada de Tom. —Talvez você tenha uma queda por idiotas. — disse o moreno, recebendo em troca um tapa da amiga.

—Vou subir, obrigada por me acompanhar. A gente se vê na sexta? — ela indagou. —Se você quiser, estarei lá. — Tom respondeu, sorrindo ao ver a expressão aliviada da amiga. —Obrigada Tom, tchau! — Megan depositou um beijo na bochecha de Tom, antes de sair do carro, recebendo um aceno do moreno, que depois de vê-la subir, ligou novamente seu carro.

• • •

Quando a sexta-feira à noite chegou, Megan não podia estar mais nervosa. Suas mãos tremiam enquanto ela terminava de preparar o prato favorito da mãe, Shepherd's Pie.

Ao perceber o nervosismo da melhor amiga, Tom se aproximou, colocando suas mãos em cima das dela. —Hey, porquê você não senta e deixa que eu termino isso? — disse o moreno, fazendo com que ela assentisse e aceitasse a oferta. —Obrigada! — ela suspirou, sentando na bancada da cozinha.

Assim que Tom colocou o prato no forno, ele se juntou à amiga, que tentava ao máximo controlar sua respiração. —Eles vão me odiar! — exclamou a morena, colocando as duas mãos na cabeça. —Para com isso, Megan! Toda essa preocupação não deve fazer bem para o bebê. Você tem que pensar no bem dele agora. — disse Tom, chamando a atenção da amiga. —Ele? — ela indagou, deixando o amigo sem graça. —É, eu... eu acho que é um menino. — afirmou o moreno, colocando um sorriso no rosto da amiga. —Porquê? — Megan insistiu. —Eu não sei, eu só... acho. — Tom sorriu, suas bochechas totalmente coradas. —Você é tão fofo! O que eu faria sem você? — disse Megan o abraçando.

Meia hora depois, os pais de Megan chegaram, abraçando a filha ao entrarem na casa. —Tom! Não sabia que estaria aqui. — exclamou a mais velha, antes de abraçá-lo. —Oi Margareth! — Tom cumprimentou a mãe de Megan, assim como o pai da garota, que fez questão de perguntar sobre a família do moreno.

Quando a mesa estava repleta de comida, taças de vinho, que Megan educadamente recusou, risadas e conversa afiada, a morena finalmente decidiu que era melhor arrancar o bandaid e contar de uma vez o que estava plantado em sua garganta, desde que seus pais haviam chegado.

Tom pareceu sentir o que Megan estava prestes a fazer, pois ele foi rápido em segurar sua mão, dando um aperto encorajador. —Mãe, pai, eu.. eu tenho que contar uma coisa. — disse a morena, chamando a atenção dos mais velhos. —O que foi, querida? Está tudo bem? — a mãe de Megan indagou, deixando a sua sobremesa de lado. —Sim, eu estou bem! Eu só... eu... — Megan gaguejou, suspirando fundo ao sentir a mão de Tom apertar a sua. —Eu estou grávida. — a morena finalmente admitiu, aguardando a reação dos pais.

O silêncio era quase insuportável, os quatro apenas trocavam olhares entre si, esperando que o outro falasse alguma coisa primeiro. —O que? — a mãe de Megan exclamou, quase perfurando a filha com seu olhar. —Isso é algum tipo de  brincadeira, Megan? — indagou o pai da garota, limpando a boca com um guardanapo. —Não, claro que não! Eu não brincaria com isso. — exclamou a morena, já sentindo que essa conversa não acabaria bem.

—É daquele seu namoradinho, não é? — o mais velho insistiu, um nó se formando no estômago de Megan. —Sim, é do Chase! — ela respondeu. —E onde ele é que ele está agora? — indagou o homem em um tom de voz debochado. —Ele foi embora, não quer saber do bebê. — Megan murmurou, com medo do efeito que suas palavras teriam. —É claro, eu não sei o que eu esperava. — exclamou o mais velho, deixando seu guardanapo na mesa.

Megan trocou um olhar suplicante com a mãe, que apenas balançou a cabeça. —Como pode deixar isso acontecer, filha? — a voz desapontada da mãe partiu o coração da morena. —Eu não sei, mãe! Só... aconteceu. — Megan deu de ombros. —E o que vai fazer agora? Como pretende sustentar essa criança, Megan? — questionou o pai da morena, levantando seu tom de voz. —Eu não sei, pai! Mas eu esperava ter o apoio de vocês. — exclamou Megan. —Devia ter pensado nisso antes. — o mais velho exclamou, levantando da mesa. —Mãe, por favor! — Megan suplicou, lágrimas escorrendo pelo seu rosto. —Esperávamos mais de você, Megan! — murmurou a mais velha, antes de seguir o marido até a porta do apartamento.

Foi então que Tom levantou da mesa e os seguiu, decidindo interferir. —Sr. Parker, o senhor deveria, pelo menos, escutar a sua filha... — a voz dele foi subitamente cortada pela do pai da garota. —Tom, me desculpe, mas você não tem nada a ver com isso. Não tente desculpar as ações da minha filha. Vamos embora, Margareth! — o homem segurou a mão da amada, praticamente os arrastando pra fora do apartamento.

Quando Tom voltou o seu olhar para Megan, sua melhor amiga não parecia nada bem. Seu rosto estava pálido e as lágrimas corriam livremente pelo seu rosto. —Meg, o que foi? — com dois passos, o moreno estava ao lado da amiga, que tinha o olhar fixo à sua frente. —Megan, fala comigo! — Tom praticamente implorou, sentindo que algo estava errado.

Com um movimento rápido, Megan levantou da cadeira onde sentava, praticamente derrubando o amigo, que havia se agachado ao seu lado, antes de correr até o banheiro e despejar o pouco que ela havia comido do jantar, no vaso sanitário.

Tom estava ao lado de Megan em segundos, segurando o cabelo da amiga, á reafirmando de que estava tudo bem. Quando finalmente parou de vomitar, Megan puxou a descarga e se escorou na parede do banheiro, sendo seguida por Tom, que olhava atentamente para ela.

Megan caiu em prantos assim que os acontecimentos de apenas alguns minutos atrás voltaram a ocupar a sua mente. Tom foi rápido em enclausura-lá em seus braços, decidindo ficar em silêncio e deixar que a amiga chorasse. Minutos haviam passado quando Megan pareceu se acalmar.

—O que eu vou fazer, Tom? — murmurou a morena, sua voz trêmula cortando o coração do amigo. —Eles vão voltar atrás, Meg! São seus pais, não podem ficar bravos a vida inteira. — Tom afirmou, acariciando as costas da amiga. —Você acha? — ela fungou, se afastando apenas o suficiente para olhar nos olhos de Tom, que assentiu. —Eu tenho certeza! E se não voltarem, criamos esse bebê sozinhos. Eu e você. Você não está sozinha, Meg! — as palavras foram mais do que reconfortantes para a Megan, que abraçou o amigo, deixando as emoções tomarem conta de si.

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