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Quatro semanas. Esse era, com certeza, o mais longo período de tempo em que Tom e Megan haviam ficado sem se falar ou, se quer, trocado mensagens de texto. E Megan estaria mentindo se dissesse que não sentia falta das mensagens que Tom lhe enviava sobre o crescimento do bebê e com qual fruta ele se parecia atualmente.

Agora, faltavam apenas algumas horas para a sua consulta de 20 semanas e Megan estava morrendo de medo de ter que passar por isso sozinha. Apesar das inúmeras tentativas de entrar em contato com a mãe, Megan continuou sem resposta, o que, junto com a briga com Tom, fez com que ela passasse as últimas semanas na cama, chorando até pegar no sono.

Megan estava quase pronta para sair quando ouviu a campainha tocar. Levantando do sofá e indo até a porta, ela ficou surpresa ao ver quem estava do outro lado. —Tom? — Megan suspirou, confusa com a presença do amigo. —Hey! — disse o moreno com um sorriso torto nos lábios. —O que tá fazendo aqui? — a morena não pode deixar de perguntar, se sentindo mal ao lembrar da briga de semanas atrás. —É sua consulta de vinte semanas. — exclamou Tom.

Megan sentiu seus olhos lacrimejarem, assim como uma vontade enorme de abraçar o amigo, pelo simples fato dele ter lembrado da data. —Oh, é... você... não precisava. — disse a morena, engolindo o nó que se formou em sua garganta. —Eu não deixaria você ir sozinha. — Tom afirmou, antes de pedir se ela estava pronta.

O caminho até a clínica foi preenchido por um completo silêncio, afinal, nenhum dos dois sabia o que falar, ou melhor, quem devia se desculpar primeiro. Ao chegar lá, Tom abriu a porta do carro para a amiga, aguardando ao seu lado até ela ser chamada.

Assim que Megan levantou sua blusa, Tom não tirou mais os olhos da sua barriga, surpreso com o quanto ela havia crescido nas semanas em que eles estavam distantes. Já Megan, sentia como se seu coração fosse sair pela boca. Sem Tom para lhe manter informada sobre o que ela deveria esperar para o seu bebê semana à semana, ela foi obrigada a baixar o tal aplicativo, que lhe informou que já era possível sentir os movimentos entre a 16ª e a 20ª semana, mas até agora ela não havia sentido nada.

Com medo de que alguma coisa estivesse errada, Megan olhava atenta para o monitor, enquanto a médica dava as primeiras passadas do aparelho na sua barriga. —Está tudo bem? — indagou a morena, não suportando mais o silêncio da parte da médica. —Sim, pode ficar tranquila. Seu bebê está perfeito, Megan! — afirmou a mulher, fazendo com que Megan soltasse um suspiro aliviado.

Depois de mais algumas passadas, a médica parou, segurando o aparelho em um local específico, antes de olhar para Megan. —Quer saber o sexo? — a mulher indagou, sorrindo ao vê-la assentir. —Sim, por favor! — a voz de Megan era trêmula, entregando seu nervosismo, o que fez Tom segurar firme sua mão, pela primeira vez na consulta. Megan ficou surpresa com o gesto, mas sorriu, grata por ter o apoio do amigo, que também abriu um sorriso, antes de voltar sua atenção para o monitor.

—É um menino, parabéns! — a médica exclamou sorrindo, suas palavras sendo o suficiente para que Megan deixasse as lágrimas caírem. Seu olhar encontrou o de Tom assim que seus olhos saíram da tela, e ela não pode deixar de sorrir ao ver que o amigo também estava emocionado, depositando um beijo no dorso da mão que ele segurava.

No caminho de volta, Megan não conseguia tirar os olhos das imagens do ultrassom, analisando cada detalhe da vida que estava crescendo dentro dela, imaginando como algo tão pequeno fazia seu coração se sentir tão grande.

Tom parou o carro em frente ao condomínio de Megan, que só tirou os olhos das cópias do ultrassom para olhar pro amigo. —Obrigada por me acompanhar, Tom. Eu sei como a sua agenda é cheia, então... é, obrigada! — Megan estava pronta para abrir a porta do carro e sair, quando Tom à chamou.

—Olha, Meg... eu sinto muito pelo que disse aquele dia. Você tem razão, eu não deveria me meter nas suas decisões. — dizia o moreno, antes de Megan o interromper. —Tom, para! Você tem feito nada além de me apoiar desde que descobriu a minha gravidez. Ninguém mais me apoiou, nem a minha própria família, você não tem nada pelo que se desculpar. Eu estava errada por não ter contar e eu sinto muito por isso. — as palavras da amiga foram como uma onda de alívio para Tom, que sentiu como se um peso enorme tivesse sido tirado de suas costas. —Eu sinto muito! — Tom sussurrou ao se inclinar para abraçar a amiga. —Eu também sinto! — disse Megan, aceitando o abraço.

Naquele momento, com as imagens do ultrassom em mãos e o amigo novamente em seus braços, Megan não teve dúvida do que deveria fazer. —Não vou mais considerar adoção. — afirmou a morena, chamando a atenção de Tom, que se afastou apenas o suficiente para olhar nos olhos da amiga. —Tem certeza? — ele indagou, sentindo um nó se formar em sua garganta. —Sim! — Megan assentiu. —É meu bebê, Tom! Eu não posso desistir dele. — Tom não conteve o sorriso ao ouvir aquelas palavras, voltando a enclausurar a amiga em seus braços.

Quando eles se separaram, ambos tinham os rostos encharcados, o que os fez rir. —Essa droga de hormônios! — exclamou a morena, enxugando o rosto com a manga do casaco. —Pelo menos você tem alguma coisa pra culpar. — Tom afirmou, os fazendo rir ainda mais. —Senti sua falta! — Megan murmurou, um sorriso mais do que sincero nos lábios. —Eu também senti a sua! — afirmou o moreno, abraçando a amiga mais uma vez.

Depois de ficarem parados por aproximadamente 15 minutos em frente ao condomínio de Megan, ela finalmente abriu a porta do carro, mas antes de sair se virou novamente para o amigo. —Você está livre amanhã à tarde? — questionou a morena. —Sim, porquê? — respondeu Tom. —Eu meio que preciso fazer umas compras. Nada mais me serve agora que a barriga está crescendo. — disse Megan, arrancando um sorriso do amigo. —Claro, só me manda uma mensagem quando estiver pronta, que venho te buscar. — Tom afirmou, recebendo um beijo na bochecha da amiga. —Obrigada, Tom! Até amanhã! Tchau! — Megan exclamou ao sair do carro, vendo o amigo acenar antes de ir embora.

• • •

—Onde quer ir primeiro? — Tom indagou assim que ele e a amiga entraram no shopping. —Eu não sei, eu preciso de roupas novas, então vamos começar por isso e aí podemos dar uma olhada nas coisas de bebê. — afirmou Megan, recebendo um aceno positivo do amigo.

Em pouco menos de 30 minutos fazendo compras, Megan percebeu o quão difícil seria sua vida dali pra frente. A maioria das roupas que ela gostava não á serviam, enquanto as opções para grávidas pareciam mais ter vindo do século passado.

Depois de procurar pelo shopping todo, parando em momentos para que Tom tirasse fotos com os fãs que o reconheceram, fazendo Megan esconder ainda mais a sua barriga no seu casaco, a morena finalmente conseguiu encontrar uma loja de roupas que não haviam saído direto de um filme dos anos 60.

Megan escolheu algumas calças, blusas e vestidos, antes de levar tudo ao provador e experimentar cada uma das peças, recebendo elogios de Tom, que tirou fotos de cada um dos looks. Ao sair da loja com duas sacolas, Tom convidou a amiga para tomar sorvete e é claro que Megan aceitou.

Com estômagos cheios, os amigos foram para a próxima missão do dia, tentar não comprar tudo o viam na loja de bebê. —Ai meu Deus, Tom! Olha isso! — Megan exclamou, mostrando um macacão bege e marrom para o amigo, que se derreteu com tamanha fofura. —Muito fofo! — ele exclamou, tirando a peça das mãos de Megan e colocando no carrinho. —Tom! Não é porque eu te mostrei que eu queira comprar. — retrucou a amiga, recebendo um rolar de olhos do ator. —Considere como um presente, então. — afirmou Tom, piscando ao passar pela amiga.

Já no caixa, Megan percebeu que tinha alguma coisa estranha entre as suas compras. —Desculpa, mas eu não comprei isso. — ela exclamou, pegando um pequeno urso de pelúcia em mãos. —É um presente. — Tom afirmou, passando a pelúcia para a operadora do caixa. —Mais um? Metade disso tudo é presente. — Megan retrucou. —Desculpa, não pude resistir. Imagina quando ele estiver segurando isso, Meg! — Tom murmurou, aproximando a pelúcia do rosto. —Tudo bem, mas só porque é muito fofo mesmo. — disse a morena, sorrindo ao ver a animação no rosto do amigo.

Tom e Megan entravam no carro do moreno, quando seu celular tocou. Depois de colocar as sacolas de compras no banco de trás, Tom atendeu. —Oi, mãe! — Megan o ouviu dizer ao entrar no carro. —Sim, eu vou estar aí. — Tom exalou e Megan podia ouvir a voz de Nikki do outro lado da linha perguntando onde ele estava. —Eu estou com a Megan, mãe! Nós fomos às compras. — exclamou ele. —Tá bom, eu vou perguntar. — disse Tom antes de tirar o telefone da orelha, se virando em direção à amiga. —Minha mãe está pedindo se quer jantar com a gente? — não demorou para que Megan estivesse assentindo, afinal, ela estava faminta e a comida de Nikki era uma de suas favoritas. —Sim, mãe! Ela aceitou! Estaremos aí em vinte minutos. Tchau, te amo! — Tom encerrou a ligação.

Depois de guardar o celular, Tom se virou para a amiga com um olhar culpado. —O que foi? Não quer que eu vá? — indagou Megan, sentindo como se esse fosse o significado do olhar. —Não, não é isso. É que... eles ainda não sabem. — afirmou o moreno. —Tom!!! Ainda não contou pra eles que eu estou grávida? — Megan exclamou. Tom negou com a cabeça. —Porquê?! — indagou ela. —Eu não sei, eu só senti que não era meu segredo pra contar e aí a gente discutiu e agora estamos aqui. — Tom deu de ombros.

Megan respirou fundo, pensando se o melhor á fazer não era cancelar o jantar, afinal ela não queria ter que passar novamente pelo havia passado com os pais, já que considerava a família de Tom como a sua segunda família. —Você não precisa ir, Meg! Eu posso dizer pra eles que não estava se sentindo bem. — Tom murmurou, mas Megan balançou a cabeça. —Não, tudo bem! Eles vão ter que ficar sabendo uma hora ou outra, então é melhor acabar com isso de uma vez. — afirmou a morena. —Tem certeza? — indagou ele. —Sim! Eu não vou perder a chance de comer a comida da sua mãe. — Megan sorriu, arrancando risadas do amigo.

Nikki já esperava por eles na porta de casa, com os braços abertos para o filho. —Oi, mãe! — Tom suspirou, abraçando a ruiva, antes de se abaixar para brincar com Tessa. —Oi, darling! — Nikki exclamou, puxando Megan para um abraço, enrijecimento ao notar a barriga da mais nova. —O que?! — a mulher exclamou ao se afastar, pondo suas mãos na barriga de Megan. —Surpresa!?! — a morena sorriu, mordendo o lábio inferior. —Você tá grávida? — indagou a mãe de Tom, fazendo ele se levantar. —Sim! — Megan afirmou, recebendo mais um abraço de Nikki, seguido de felicitações.

Uma comoção pode ser ouvida e logo depois, todos os membros da família Holland se aproximavam da porta. —Quem está gráv—? — questionou Harry, cortando a frase ao ver a barriga de Megan. —Oh, puta merda! — exclamou o gêmeo. —Você está grávida! — Sam adicionou, fazendo a morena rir de suas expressões surpresas.

Paddy foi o último a se aproximar deles, trocando olhares confusos entre Tom e Megan. —Eu nem sabia que vocês estavam juntos. — o ruivo exclamou, sendo imediatamente repreendido pela mãe. —Oh, não... — Megan tentou se explicar, mas Tom já saía em sua defesa. —O bebê não é meu, Paddy. — afirmou o moreno, e Megan não pode deixar de notar uma pequena diferença no seu tom de voz. —Desculpa, Meg! — disse o Holland mais novo, recebendo um sorriso da garota. —Tudo bem! — Megan afirmou, deixando claro que ele não tinha que se desculpar.

Muitos cumprimentos e felicitações depois, Megan foi praticamente escoltada pra dentro de casa, onde foi bombardeada com perguntas. É claro que ela preferia não ter que respondê-las e Tom até tentou ajudá-la a se livrar de algumas delas, mas Megan entendia a curiosidade deles, quer dizer, ela também estaria se Tom batesse em sua porta um dia dizendo que havia engravidado uma garota.

Depois do jantar, que Megan jurou ser o melhor da sua vida toda, talvez porque agora ela comia por dois, ela se juntou à Tom e aos gêmeos no sofá, enquanto Dom e Paddy ajudavam Nikki com a louça na cozinha. Agora que a morena havia descartado o seu casaco e comido um pouco mais do que deveria, sua barriga estava ainda mais evidente. —Já está tão grande! — afirmou Tom ao aproximar as mãos da barriga.

Assim que a mão de Tom entrou em contato com a pele de Megan, ela sentiu um movimento na sua barriga. —Sentiu isso? — indagou a morena, com os olhos arregalados para Tom, que apenas balançou a cabeça. —Aqui! — Megan exclamou, posicionando as mãos do amigo exatamente onde ela havia sentido o movimento e, segundos depois, ela sentiu novamente. E o melhor, dessa vez ela não foi a única. —Oh, shit! — Tom exclamou, mantendo as mãos exatamente onde elas estavam. —Isso é estranhamente incrível. — as suas palavras causaram uma crise de riso em Megan, que sentiu seu bebê se mover outra vez dentro da sua barriga. Era como se ele estivesse fazendo tudo o que deveria ter feito à semanas atrás.

Pelo resto da noite, eles ficaram assim, Tom com as mãos sob a barriga de Megan, enquanto esperavam ansiosamente por um novo movimento, sorrindo e comemorando cada um deles.

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