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Megan estava quase terminando de editar as fotos de um de seus últimos trabalhos, quando ouviu o seu celular tocar. Era Tom, claro. —Alô? — Tom mal deixou a palavra sair da boca da amiga, antes de interrompê-la. —Onde você tá? — o moreno indagou exasperado. —No estúdio. — Megan respondeu, sabendo que estava prestes à ser repreendida. —Como assim, Megan? Sabe que não pode sair de casa. — exclamou o ator.

Rolando os olhos, Megan desligou o computador à sua frente, antes de responde-lo. —Eu sei, Tom! Mas fui obrigada, visto que meu laptop decidiu parar de funcionar bem hoje, quando tinha um ensaio para entregar. — disse a morena, fechando as portas de seu estúdio. —Mesmo assim, não deveria ter saído.  — Tom murmurou, ouvindo a amiga suspirar do outro lado da linha. —Tá tudo bem, Tom! Estou saindo agora, chego aí em dez minutos. — exclamou Megan, encerrando a ligação.

Quando Megan chegou em casa, Tom esperava por ela, seu olhar como o de uma mãe que esperou a noite toda pela volta dos filhos. —Oi! — a morena sorriu, tentando descontrair, mas Tom parecia não estar à fim. —Megan, o que a médica falou sobre as últimas semanas? Não deveria ter saído de casa, e se alguma coisa tivesse acontecido enquanto estava fora? — Tom exclamou, dando alguns passos em direção à amiga. —Tom, eu estou bem! Foi uma emergência, era meu último trabalho e eu precisava mesmo entregá-lo. — Megan afirmou, deixando sua bolsa sobre a bancada da cozinha, enquanto dava atenção para Cooper.

Tom á seguiu. —Deus, você podia, pelo menos, ter me avisado! Quando cheguei aqui e não te encontrei, fiquei preocupado. Achei que tivesse acontecido alguma coisa... ou que estivesse no hospital. — o moreno murmurou, fazendo Megan abraçá-lo. —Hey, tá tudo bem! Eu sei que deveria ter avisado, sinto muito. Eu estava tão frustrada com a droga do computador que não pensei em mais nada ao chamar um táxi e ir pro estúdio. Desculpa! — Megan afirmou, olhando fundo nos olhos do amigo, que assentiu, seu olhar nervoso dando espaço para um pequeno sorriso.

—O que é isso? — indagou a morena ao perceber algumas sacolas na bancada da cozinha. —Posso ter passado no Andy's e pego o seu prato preferido no caminho pra cá. — ele deu de ombros, fazendo os olhos da amiga quase saltarem para fora de sua cabeça. —Mentira! — disse ela, gritando ao dar uma olhada nas sacola e ver que ele estava dizendo a verdade. —Tom, você é o melhor! — Megan correu para abraçá-lo, sentindo o mesmo impulso que havia sentindo nos últimos dias, mas decidindo apenas depositar um beijo na bochecha do amigo.

Ao se afastarem, Tom tinha as bochechas coradas, algo que não era comum entre eles, já que durante todos esses anos de amizade, eles haviam trocado sua cota de beijos no rosto.

Balançando a cabeça, como se quisesse se livrar de um pensamento, Tom pediu se a amiga não queria tomar um banho, enquanto ele organizava os pratos para eles comerem. Megan aceitou e, depois de tirar os sapatos e deixá-los perto da porta de entrada, foi até o banheiro, onde se despiu.

Antes de entrar no chuveiro, enquanto ainda vestia sua roupa íntima, Megan tirou uma foto com o seu celular, registrando o que poderia ser um dos últimos dias do barrigão, já que a data estimada do parto estava se aproximando.


Quando voltou pra sala, Tom já tinha quase tudo pronto na mesa de centro, mandando Megan sentar ao seu lado enquanto ele terminava de tirar os pratos das embalagens. Tom dormiu na casa de Megan aquela noite, assim como havia fazendo desde que ela havia fechado 37 semanas de gestação.

Dias depois do último jantar, Tom acordou com a voz exasperada de Megan chamando seu nome. —O que foi? — ele indagou ao ver a morena sentada na cama. —Acho que estou tendo contrações. — disse Megan, fazendo com que Tom rapidamente saísse da cama e, depois de ligar as luzes, se ajoelhasse em frente dela. —Merda! Qual o intervalo entre elas? — indagou o moreno, vendo o celular na mão da amiga. —Cinco à oito minutos. — as palavras de Megan foram cortadas por uma nova contração, que fez a morena segurar firme a mão de Tom, enquanto respirava profundamente.

Depois de olhar no celular e ver que a contração havia durado mais ou menos 60 segundos, Tom telefonou a médica de Megan, que aconselhou que eles fossem para o hospital, já que as contrações estavam próximas umas da outras.

Alguns minutos depois, Tom estava com a mala da maternidade de Megan em mãos, enquanto ela lutava contra as dores que estava sentindo. —Hey, está tudo pronto. Acha que consegue caminhar até o carro? — ele indagou, vendo o rosto de Megan voltar ao normal. —Acho acho que sim. — afirmou a morena, dando alguns passos em direção à porta do quarto. —Aqui, veste isso. — Tom murmurou, ajudando a amiga a vestir um casaco. —Obrigada! — ela sorriu.

Cooper estava acordado e pronto pra brincar quando eles saíram do quarto, apesar do relógio marcar 2:53 da manhã. —Alguém tem que tomar conta dele. — Megan afirmou, acariciando a cabeça do animal, enquanto Tom abria a porta. —Vou avisar meus pais e Harry assim que chegarmos no hospital e termos a certeza de que está mesmo em trabalho de parto. — o ator parou assim que as palavras saíram de sua boca. —O que? — indagou a morena, o lançando um olhar confuso. —Isso não é outra pegadinha, não é? — disse Tom, fazendo com que Megan soltasse uma leve risada. —Não, Tom! Não dessa vez, eu prometo! — ela sorriu, voltando a contorcer o rosto ao sentir uma nova contração chegando. —Tudo bem, vamos! — exclamou o ator, ajudando a amiga, antes de fechar a porta.

Ao chegar ao hospital, Megan foi levada até o quarto, onde apenas minutos depois, a sua bolsa estourou. Com a confirmação de que a amiga estava mesmo em trabalho de parto, Tom ligou para os pais, tanto dele, quanto os de Megan, para deixá-los saber o que estava acontecendo.

Tom voltou para o quarto ao encerrar a chamada, encontrando Megan, já com a roupa do hospital, deitada na cama, sua barriga e um de seus braços conectados à diversos aparelhos. —Hey, como está se sentindo? — indagou o moreno, recebendo um grunhido de volta da amiga. —Com dor. — ela resmungou, seus olhos fechados. —Já falei com o Harry, ele vai passar pegar a chave do apartamento pra levar o Cooper lá pra casa. Ah, também já avisei os seus pais. — afirmou Tom, sentando na poltrona do acompanhante ao lado da cama. —Falou que eles não precisam vir até aqui, não é? Do jeito que são, passariam a madrugada aqui. — ela indagou, recebendo um aceno positivo do amigo. —Sim, eles me fizeram prometer mantê-los informados e avisar assim que ele nascer, mas no fim concordaram que não fazia sentido estarem todos aqui. — afirmou Tom, arrancando um leve sorriso da amiga. —Clássico! — ela murmurou, antes de segurar a mão do amigo durante uma nova contração.

Quando o médico, seguido de algumas enfermeiras, voltou ao quarto meia hora depois, ele perguntou se Megan estava pronta para fazer força, já que ela estava com quase 10 centímetros de dilatação, ou seja, estava na hora.

Segurando firme a mão de Tom, Megan passou os próximos minutos fazendo o máximo de força possível, respirando fundo durante os intervalos entre uma contração e outra. —Vamos lá, mais uma vez! — exclamou o médico. —Dói demais, Tom! Não sei se consigo! — Megan choramingou, seu rosto contorcido. —Consegue sim, Meg! Ele está quase aqui, só mais um pouquinho e vai poder segura-lo. — Tom afirmou, deixando que a amiga apertasse sua mão, que já tinha o desenho dos dedos da amiga.

Com mais três empurrões, que fizeram Megan quase desmaiar de dor, um choro foi ouvido e o médico finalmente colocou o bebê nos seus braços. —Oi bebê! — as lágrimas corriam livremente pelo rosto de Megan. —Ele é perfeito, Meg! — afirmou o moreno, que também não conteve a emoção ao ver o rosto do pequeno.

Uma das enfermeiras se aproximou, limpando o rosto do bebê, que chorava descontroladamente, o que era normal para um recém-nascido. —Já escolheram um nome? — ela indagou, continuando seu trabalho. Depois de trocar um olhar marejado com o amigo, Megan assentiu. —Sim! Ele vai se chamar Oliver. Oliver Thomas Parker! — afirmou a morena, o bebê se acalmando em seu colo, como se concordasse com o nome escolhido.

Já Tom, sentia que seu coração fosse sair pela boca. Ele não fazia ideia de que a amiga pretendia dar o seu nome para o filho. —Meg... — ele murmurou, sentindo as lágrimas correrem pelo rosto. —Você merece! — a morena afirmou, os olhos brilhando em admiração pelo amigo. —Deus, eu te amo! — as palavras saíram da boca de Tom, antes mesmo que ele pudesse processar o que estava acontecendo. Não que elas fosse falsas, na verdade, elas eram as mais verdadeiras que ele já havia dito. —Eu também te amo! — Megan afirmou, um sorriso de orelha a orelha decorando seu rosto.

Tom estava pronto para beija-lá, para se deixar levar pela vontade que vinha lhe consumindo nas últimas semanas. Mas, antes mesmo que eles soubessem o que estava acontecendo, Oliver foi tirado dos braços de Megan, os parelhos conectados ao seu corpo apitando disparadamente, enquanto seus olhos pareciam perder o foco. —O que está acontecendo? — Tom indagou quando uma das enfermeiras pediu para que ele se retirasse. —Ela está perdendo muito sangue, preciso que espere lá fora. — disse a mulher, o acompanhando até a saída. —Espera! Ela vai ficar bem? — Tom perguntou, sentindo um nó se formar em sua garganta ao ver o corpo de Megan sobre a cama. —Vamos fazer o possível, mas pra isso, preciso que espere lá fora. — afirmou a enfermeira e antes que Tom pudesse falar mais alguma coisa, as portas estavam fechando na sua frente.

Tirando o telefone do bolso, Tom respirou fundo enquanto fazia a chamada. —Sra. Parker? Eu... tenho uma boa e uma má notícia. — essas foram as últimas palavras ditas pelo moreno, antes dele cair no choro.

Meia hora depois, os pais de Megan e a família toda de Tom estavam na sala de espera, aguardando notícias da morena. Quando uma enfermeira saiu da sala, todos ficaram de pé. —Ela está bem! Estamos movendo ela de volta pro quarto. Vão poder vê-la em alguns minutos. — o suspiro de alívio coletivo foi tão alto que pode ser ouvido pelo hospital todo. Os pais de Megan se abraçavam, enquanto os irmãos de Tom foram até ele, envolvendo o mais velho nos braços.

Tom não conteve a emoção ao poder ver a amiga de novo, as lágrimas rolavam livremente em seu rosto, que já estava encharcado. —Nunca mais faça isso comigo! — exclamou ele, abraçando a amiga, que também chorava. Dessa vez, quando ele se afastou, o moreno pegou o rosto da amiga entre as mãos e, em um rápido movimento, colidiu seus lábios com os de Megan, que suspirou ao sentir o sabor dos lábios do amigo.

O beijo foi rápido, mas o suficiente pra demonstrar tudo o que eles estavam sentindo um pelo outro. Quando se afastaram, ambos tinham expressões surpresas, mas que logo deram lugar para sorrisos, que traduziam suas emoções.

Os pais de Megan entraram no quarto, fazendo com que os amigos não tivessem tempo pra conversar sobre o que haviam feito. Dom, Nikki e os irmãos de Tom entraram em seguida, abraçando e parabenizando Megan pelo nascimento de Oliver. Uma enfermeira entrou no quarto minutos depois, trazendo Oliver consigo, agora limpo e enrolado em cobertores, pronto para ser apresentado para o restante da família.

A alegria tomou conta do quarto com a presença do bebê, que dormia no colo da avó materna. —E como vai se chamar essa coisa linda? — indagou a mais velha. Megan trocou olhares com o amigo antes de responder. —Ele vai se chamar Oliver Thomas Parker. — o sorriso tomou conta dos lábios de quem estava naquele quarto, enquanto Tom depositava um beijo na testa de Megan, coração explodindo tamanha felicidade.

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