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1 ano depois

A risada de Ollie era tão alta, que Megan tinha quase certeza de que ela podia ser ouvida até mesmo do outro lado da rua. O pequeno corria livremente pelo quintal da casa dos pais de Tom, enquanto o moreno fingia correr atrás dele, pronto para encurralar-lo em um ataque de cócegas.

Oliver estava agora com 1 ano e 6 meses e Megan não podia estar mais feliz com a sua vida. A morena voltou a trabalhar alguns dias na semana, deixando o filho com os avós, tanto maternos, quanto paternos, que estavam sempre dispostos a passar mais tempo com o neto.

Seu relacionamento com Tom também havia dado um passo e tanto. O delicado anel na mão direita de Megan era prova disso. Dois meses atrás, quando à presenteou com a jóia, Tom prometeu pedir Megan em casamento no futuro, mas enquanto eles se adaptavam com o novo papel de pais, o moreno colocou um anel de compromisso na amada, que mal conseguiu conter a felicidade.

Por esses e muitos outros motivos que, quando viu um carro um tanto quanto conhecido se aproximar da casa dos pais de Tom, e uma figura tatuada ainda mais familiar saindo dele, foi que Megan sentiu como se o mundo estivesse se abrindo debaixo de seus pés.

—O que está fazendo aqui? — ela questionou ao se aproximar, não querendo acreditar no que estava vendo. —Eu fui até sua casa e... como não encontrei ninguém, suspeitei que estaria aqui. — disse Chase, trocando o olhar entre Megan e o filho, que ele via pela primeira vez.

Naquele momento, Megan sentiu um grande aperto no peito. Tom arregalou os olhos ao perceber a presença de Chase, se colocando imediatamente na frente de Oliver. —Então... é ele? — Chase sorriu, apontando a cabeça para o garotinho. —Tom, você pode levar ele lá pra dentro? — pediu Megan, sem tirar os olhos de Chase.

Sem questionar, Tom pegou Oliver no colo, antes de se aproximar de Megan, seu olhar praticamente cortando Chase ao meio. —Precisa que eu volte depois? — indagou o moreno, vendo Chase rolar os olhos. —Tá tudo bem! Eu resolvo, só... tira o Ollie daqui. — ela agradeceu, dando um beijo rápido nos lábios de Tom, antes de voltar o olhar para o ex-namorado.

Mesmo hesitante, Tom levou Oliver para dentro, mas continuou de olho no que acontecia do lado de fora. —O que tá fazendo aqui, Chase? — a morena voltou a questionar ao ficaram sozinhos. —Eu vim conhecer o meu filho! — exclamou ele. —Não! Ele não é seu filho! — afirmou a morena. —Não tem como negar, o garoto é a minha cara. — Chase sorri.

Nisso, Megan tinha que, infelizmente, concordar com o garoto à sua frente. A cada dia, Oliver ficava mais e mais parecido com Chase. Seus olhos verdes e cabelo loiro criavam uma cópia quase idêntica do pai biológico.

—O que você quer, Chase? — a morena insistiu, querendo mesmo que essa conversa acabasse. —Eu te disse, Meggie! Eu quero ver meu filho! — Chase exclamou. —Porquê? Porquê agora? Porquê não há um ano atrás, quando precisei de você? — Megan indagou, sentindo o sangue ferver. —Olha, eu sei que fiz merda... — ele tentou se aproximar, mas Megan deu um passo pra trás. —Você não sabe de nada, Chase! Achou mesmo que vindo aqui contar uma história esfarrapada do porque não foi homem o suficiente pra ficar do meu lado quando eu mais precisei seria o suficiente? — exclamou a morena.

Com passos lentos, Chase continuou tentando se aproximar de Megan, que sentiu um nó se formar na sua garganta. —Meggie, por favor, eu posso explicar... — ele murmurou. —Eu precisei de você, Chase! Eu precisei de você e você não estava lá. — a morena fungou. —Eu sinto muito... — disse Chase, tentando pegar as mãos de Megan. —Não, você não sente! Porque se sentisse teria voltado há muito tempo atrás. — exclamou a morena, secando as lágrimas que corriam pelo seu rosto.

Suspirando frustrado, Chase continuou. —Parece que não sentiu a minha falta, até já colocou outro no meu lugar. Eu sempre soube que havia alguma coisa entre vocês dois, algo bem mais do que... amizade. — as palavras de Chase acertaram Megan como um forte tapa na cara. —Não se atreva a falar dele... — Megan grunhiu, sem conseguir conter a raiva. —Fala sério, Megan? Colocar o nome dele no nosso filho? — disse Chase com um rolar de olhos.

—Ele não é seu filho! — Megan gritou. —Onde você estava quando tive que contar sobre a gravidez para os meus pais? Quando os enjoos começaram a aparecer? Onde você estava quando eu ficava acordada à noite, sem conseguir dormir, por conta do tamanho da barriga? Quando as coisas mais básicas do dia a dia se tornaram extremamente complicadas de serem feitas? Onde você estava quando meus pés estavam tão inchados que mal conseguia ficar de pé? Quando eu acordava no meio da noite, com desejo de comer alguma coisa estranha? Onde você estava quando a bolsa estourou? Quando tive que ir às pressas para o hospital? Onde você estava quando eu quase sangrei até a morte, pra dar à luz pra aquele bebê? Onde você estava nas primeiras noites? Nas noites sem dormir, ouvindo choro de bebê? Nas muitas vezes em que eu duvidei ser uma boa mãe? Onde você estava quando o primeiro dente apareceu? Quando as primeiras palavras foram ditas e os primeiros passos dados? Nos aniversários e nas datas comemorativas? Onde você estava, Chase? Eu não tenho a resposta dessas perguntas e não sei se um dia vou ter, mas você sabe quem estava comigo em todos esses momentos? Tom! Ele esteve sempre ao meu lado, me dando o apoio que você não deu. Então é, Chase! Eu dei o nome dele pro "nosso" filho. — Megan suspirou, sentindo uma sensação de orgulho ao ver a expressão surpresa de Chase.

Segundos passaram sem que nem um dos dois dissesse alguma coisa. Chase novamente tentou se aproximar de Megan, mas dessa vez, a morena não se afastou. —Eu sei, eu... — ele murmurou. —Tom é a porra de uma estrela de cinema e mesmo assim ele esteve ao meu lado em todos esses momentos. Qual é a sua desculpa, Chase? — indagou a morena. —Me desculpa, eu queria ter estado aqui. — disse ele, com uma expressão melancólica. —Mas você não estava, eu precisei de você e você não estava, Chase! Eu te odeio, Chase... eu te odeio! — Megan exclamou, lágrimas voltando a correr livremente pelo seu rosto. —Shh, tá tudo bem! Eu estou aqui agora, Meggie! — Chase se aproximou, acolhendo a ex-namorada nos braços.

Megan teve que admitir que achou a sensação um tanto quanto estranha. Ela esperava sentir, pelo menos, parte dos sentimentos que tinha por ele voltarem, mas tudo que ela sentiu ao estar de volta nos braços do garoto, foi raiva. —Eu quero que vá embora. — ela exclamou ao se afastar. —Meggie, por favor... — Chase insistiu, mas Megan estava decidida. —Por favor... vai embora, Chase!— ela implorou, secando o rosto coberto de lágrimas, enquanto via o ex-namorado e pai de seu filho assentir, antes de entrar no carro e ir embora.

Dentro de casa, Tom esperava por Megan de braços abertos, e sua expressão foi o suficiente para fazê-la cair no choro mais uma vez. O moreno acompanhou a namorada até seu antigo quarto, onde deixou que ela desabasse.

—Deus, eu odeio te ver assim! — Tom exclamou, depositando um beijo na cabeça da amada. —Eu só... esperei tanto por esse momento, mas agora eu queria que ele não tivesse acontecido. — afirmou a morena, secando o rosto com a manga do moletom (roubado do guarda-roupa de Tom) que ela usava. —Eu sabia que devia ter ficado e dado uma surra naquele imbecil. — Tom murmurou, sentindo um alívio ao ouvir a risada de Megan. —Isso fica muito melhor em você. — afirmou o moreno, apontando para os lábios sorridentes de Megan. —Eu te amo! — ela sussurrou, cortando a resposta de Tom com os lábios.

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