17. Pain

– Sinto muito por ter atacado você.

Seokjin desvia o olhar da janela coberta quando ouve a voz, virando-se para ver o garoto que literalmente chorou nos braços de Yoongi na noite passada, aquele por quem ele sabe que Jimin está apaixonado e que, em certo sentido, o salvou.

– Você teria problemas se me machucasse.

Jungkook assente, sem levantar o olhar do chão enquanto o ouve.

– Eu ainda estou com problemas, mas me desculpe... eu não estava com eles quando aconteceu, Taehyung disse que Jimin se foi e então senti um cheiro desconhecido, assumi que você tinha algo haver e acabei te atacando.

– Não é um bom raciocínio, mas eu posso entender você. – Diz Seokjin, deixando escapar um longo suspiro. – Quando Jimin morreu, eu entrei em pânico e corri ao redor do local na esperança de encontrá-lo, não sabia nada sobre isso, só queria encontrá-lo.

Jungkook lembra que esse é o homem que Jimin afirmou ser seu melhor amigo, aquele que o ajudou inúmeras vezes e que ele sabia que sempre poderia confiar; quando Jungkook foi apagar as memórias dos pais de Jimin, pensou em procurá-lo e fazer o mesmo, mas o medo de ser pego por aquele grupo o impediu de fazer isso, eles poderiam pensar que ele atacou um humano, voltar para o mesmo lugar e atacar outro era suspeito demais, além disso, o cheiro de Seokjin não estava relacionado a Jimin em nenhum sentido, e encontrá-lo teria sido um pesadelo.

– Me desculpe, eu o transformei nisso. – Jungkook sussurra; mesmo Jimin dizendo que ele o salvou e lhe deu outra chance de viver, Jungkook não consegue se livrar da sensação de que o havia amaldiçoado, de que fez o garoto passar pelo mesmo curso ao qual está condenado.

– Não foi realmente sua culpa. – Seokjin suspira novamente. – Eu o deixei ir naquela noite, mesmo sabendo que não era seguro, eu deveria ter insistido mais... Você acabou dando a ele um outro tipo de vida.

Jungkook sente seu coração pulando mais uma vez.

– Viver assim não é uma vida boa. –  Jungkook murmura, finalmente olhando para Jin. – Há muitas complicações e agora... agora nem sei onde ele está, só sei que ele não está bem.

– Talvez não seja, mas todos vocês são bons e ele gosta muito de todos, eu vi nos olhos dele. – Seokjin sorri tristemente, como se estivesse se lembrando de seu amigo e da condição em que estava. – Tenho certeza que você tornará isso mais suportável para ele e o encontrará.

Jungkook quer acreditar nisso; agora que sabe que ama Jimin, ele quer que o garoto seja feliz, para não sofrer tudo o que ele tinha sofrido e, não quer que Jimin sofra com aqueles bastardos, o problema é que ele não sabe o que fazer, Yoongi é o mais forte e poderoso de todos eles e se ele nem consegue sentir Jimin e Namjoon, ele e Taehyung não tem uma única chance de fazê-lo.

– É melhor você cuidar dele quando ele estiver aqui. – Seokjin fala novamente depois de um momento, tirando Jungkook de seus pensamentos torturantes e fazendo-o levantar o rosto. – Eu o tinha em excelentes condições, ele era saudável e feliz, mantenha as coisas assim ou eu serei o único a matar você.

Jungkook fica completamente congelado em seu lugar depois de ouvi-lo, Seokjin mudou tão drasticamente que ele não sabe se esse está falando sério ou apenas brincando; o rosto de Jungkook certamente expressa sua confusão, pois logo depois, Seokjin ri baixinho, dando um tapinha no ombro dele.

– O que?

– Estou brincando, não matarei alguém tão inocente.

– Eu não sou inocente e sou mais velho que você! – Jungkook diz, corando, mesmo sem ter sangue, por um motivo desconhecido.

– Bem, você não parece tão velho.

◊◊◊

[...] Jimin grita quando a cruz é empurrada mais fundo em seu pulso direito, sentindo a pele ao redor dela queimando como se eles tivessem jogado um fósforo acesso dentro da ferida e o estivesse derretendo.
(Os vampiros maus estão com proteção: luvas, capas, etc. Eles podem tocar numa crus com luva, porque o material não está diretamente em sua pele)

– Pare! Deixe-o em paz!

De longe, ele pode ouvir Namjoon gritando com eles, mas não consegue ver nada, eles haviam derramado algo em seus olhos (água benta, talvez?) E o que parece sangue seco junto com o próprio líquido torna impossível para ele ver as coisas que não estão bem na sua frente e, nesse momento, esse monstro sorrindo sadicamente para ele é a única coisa que consegue ver.

– É péssimo quando você não pode curar rápido, não acha? – O homem diz, puxando a cruz para fora, mas deixando-a pressionada contra a pele, enquanto a outra mão brinca com o buraco deixado lá. – Você pode matar um vampiro assim, impedindo que seu corpo se cure, enquanto continua a causar feridas que normalmente não doeriam muito.

– P-por favor, pare... – Jimin soluça, lutando contra as correntes que o prende contra a mesa metálica. – P-por favor, deixe-nos ir!

– Isso não irá acontecer, querido. – Diz o homem enquanto puxa o dedo, andando em volta da mesa enquanto observa os objetos ensanguentado repousando ali, e agarrando uma das estacas de madeira que tem sobre a mesa com as mãos enluvadas. – Pelo menos não agora.

Jimin não entende por que isso está acontecendo, ele e Namjoon foram ao local onde se encontrariam com Seokjin quando eles apareceram do nada, dizendo algo que seguia as linhas de "quebraram as regras e deveriam ser punidos". Namjoon tentou protegê-lo, mas o mesmo homem que o está torturando nesse momento pressionou algo contra sua garganta que o fez gritar antes de desmaiar devido à dor intensa.

Quando ele acordou, já estava nessa posição, o homem dando-lhe meros segundos antes de começar a torturá-lo.

– Como eu disse, você merece punição. – E com isso, o que quer que o homem tivesse em suas mãos foi parar no lado direito, fazendo-o gritar de agonia e puxar as correntes ainda mais, sentindo-as cortando sua pele a ponto de achar que poderia arrancá-las de seus braços.

– Porra!

Ele tem certeza de que Namjoon também não está bem, ele o ouviu gritar sem parar há momentos atrás, mas mesmo assim, o mais velho tentou protegê-lo, Jimin desejou que nenhum deles tivesse que estar nessa situação, ele desejou que Seokjin estivesse seguro, 'deus, ele tem que estar seguro.' Até agora ele não ouviu a voz do amigo e aqueles monstros não disseram nada que pudesse significar que eles o pegaram também.

Jimin está aterrorizado, Seokjin é apenas um humano, é normal, se o torturarem assim, Jin certamente irá morrer e ele não consegue lidar com essa ideia, e 'se eles o quiserem como seu saco de sangue pessoal?' Apenas o pensamento o faz gritar novamente, aumentando a dor que ele sente por todo o corpo.

– Limpe-o, seja útil.

Jimin também não sabe com quem o homem está falando, mas depois que esse desaparece na frente dele, alguém aparece, alguém que ele não reconhece como um dos que o havia sequestrado e que parece se mover lentamente, como se estivesse com dor.

– N-não se preocupe... você vai ficar bem.

A voz é tão reconfortante, tão doce e calma que Jimin sente seu corpo desistir e confiar que ele não iria machucá-lo, suas palavras não estão cheias de veneno e ódio como as que vinham daqueles homens, elas são reconfortantes de maneira estranha.

– Isso vai doer, mas aguente firme.

A voz sussurra novamente e Jimin até tentou permanecer consciente para agradecer pela ajuda do estranho, mas quando ele pega o que está apunhalado em seu lado e puxa para fora, seu grito ecoa dentro do lugar antes que a escuridão venha, deixando o dor persistente em seu corpo até que ele não veja mais nada ao ser tragado por ela.

[...]

– Pare de machucá-lo, seus monstros! – Namjoon chora depois de ouvir o grito de Jimin, deixando a cabeça cair para trás, nem se importando mais com a dor no ombro deslocado.

– Oh, mas isso é culpa sua, Namjoon. – Uma voz o faz pular e mover a cabeça para trás, mesmo que ele não consiga ver nada através do material áspero que ameaça empurrar os olhos para dentro do cérebro. – Você é o mais velho, aquele que deveria ter dito a ele que ver e estar com humanos é proibido.

– Ninguém te dá o direito de fazer isso com os outros. – Diz Namjoon, fazendo o possível para ignorar a culpa que o consome pouco a pouco. – Você só quer uma desculpa para atacar, é desprezível, sinto muito pelo que você é.

– Sério? – O homem parece tão divertido que Namjoon sente um arrepio percorrer sua espinha que faz o possível para se esconder. – Ele é jovem, pensei que você queria que ele vivesse um pouco mais.

– Não se atreva a matá-lo. – Namjoon sussurra, balançando a cabeça levemente. – Você me tem, basta tirar tudo de mim e deixá-lo ir.

– Você não pode nos dizer o que fazer, Namjoon.

Namjoon mal tem tempo de morder o lábio, quando o que certamente é água benta é derramada sobre ele, sentindo-se derreter e fazendo o possível para não gritar.

– Limpe-o também, pedaço de lixo.

Namjoon teve a sensação de que não ia conseguir, mas felizmente Jimin ficará bem.

        

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Pobre Jimin. Pobre Namjoon!

Quem você acha que foi forçado
a limpá-los para que eles continuassem torturando?

Espero que tenham gostado do capítulo. Obrigada e até a próxima.

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