𝟷𝟷 - 𝙾 𝚁𝚎𝚒, 𝚘 𝙹𝚘𝚐𝚊𝚍𝚘𝚛 𝚎 𝚊 𝚅𝚒𝚜𝚒𝚝𝚊
Boa leitura🇧🇷
Maria já estava pronta a cerca de uma hora. Ela já estava vestindo sua única legging preta limpa, já que a outra estava secando no pequeno varal do banheiro junto de algumas outras roupas que ela lavou no chuveiro. A camiseta da seleção espanhola que havia ganhado de Gavi já estava em seu corpo, mas dessa vez ela usaria a camiseta completamente solta, sem prender a barra dela no sutiã.
Aproveitando que tinha tempo para tomar um bom café da manhã, Madu desceu para o restaurante e começou a se servir na mesa de comidas.
— Ansiosa? — Gabriela perguntou ao se aproximar.
— Muito e você? — Maria perguntou olhando para a nova amiga.
— Pra ver a Espanha ajudando na eliminação da Alemanha? Sempre. — Gabriela disse e Maria riu. — Acabei de ver a Maisa e ela disse que não vai conseguir ir assistir o jogo com a gente.
— Poxa, pelo menos vamos ver o jogo do Brasil juntas. — Maria disse e Gabriela assentiu.
— Onde comprou essa camiseta? Ela é tão idêntica à verdadeira, tem até o detalhe que só as originais dos jogadores tem. — Gabriela falou com seu português carregado de sotaque, assim como o de Leo, e Maria ficou alguns segundos em silêncio.
— Eu ainda fico surpresa com os camelôs brasileiros. — Maria falou enquanto as duas caminhavam até uma mesa.
— Camelôs?
— Aí, você é minha amiga, eu não consigo mentir. — Maria falou colocando seu prato na mesa. — Pablo Gavi me deu essa aqui.
— Então vocês estão saindo mesmo? — Gabriela perguntou. — Eu já suspeitava, quando ele marcou o gol no primeiro jogo eu reparei ele te olhando e você olhando pra ele. Não vou contar para ninguém, sei como a mídia funciona, boatos sobre mim saem toda hora e eu sei o quanto é horrível, você é minha amiga agora e seu segredo morre comigo.
— Gabriela, você precisa conhecer meus amigos. — Maria disse sorrindo animada. — O que seu pai vai fazer hoje? A gente podia dar uma volta, se ele deixar.
— Ele deixa sim, acho que ele vai entrevistar os meninos da seleção, na verdade. — Gabriela disse e Maria assentiu. — Ah, meu Deus! Eu quase me esqueci!
— O que?
— Papá me entregou ontem uma credencial da imprensa a mais, dada pelo próprio Luis Henrique. — Gabriela falou mexendo em sua bolsa e pegando o crachá de imprensa. — Perguntei se podia dar a você e ele deixou.
— Que incrível! — Maria disse sorrindo animada.
— Consegue um autógrafo e foto com os jogadores pra mim? — Gabriela perguntou brincando.
— Vou ver o que posso fazer. — Maria disse e as duas riram.
🇧🇷🇪🇸
Maria ficou animada com a ideia de ver o jogo junto da imprensa. Ficar pertinho do campo e dos jogadores. Ela já havia visto vários jogos assim graças a seu pai, que sempre foi envolvido com futebol e sempre a levou para todos os jogos possíveis junto de Alisson e Muriel.
O pai de Gabriela, Juan Carlos de La Torre, é um jornalista renomado da Espanha. De primeira, Maria não se ligou que Gabriela é sobrinha do ator Antonio de La Torre, mas quando descobriu ela percebeu o porquê do rosto da garota ser tão familiar.
— Prontas? — Juan perguntou a Maria e Gabriela.
— Sim!
— Então, vamos. A van já está nos esperando.
Eles caminharam até a van e se sentaram juntos, Maria e Gabriela conversaram durante todo caminho e quando desceram no estádio, Maria fez questão de mostrar a um grupo de alemães a bandeira do Brasil amarrada em seu pulso. Em um momento normal, Maria jamais faria isso, mas era Copa e ela precisava sentir o gostinho da vitória contra a Alemanha.
— Você vai acabar apanhando. — Gabriela brincou e Maria estalou a língua no céu da boca negando com a cabeça.
— Todos fracotes, vão ser eliminados no próximo jogo e o jogo de hoje vai ajudar na eliminação. — Maria falou convicta.
— Dios te oiga, Maria. — Gabriela falou e Maria riu. (Deus te ouça, Maria)
— Vamos ficar aqui, se acomodem e deem em cima de nenhum jogador. — Juan falou brincando e as meninas riram.
— Pode deixar, tio. — Maria falou rindo. — A gente chegou a tempo de ver o aquecimento, que delícia.
— Você 'tá realmente na do Gavi. Porque fica falando do Bellingham no Twitter? — Gabriela perguntou olhando para Maria.
— Porque o Pablo fica irritado e eu acho fofo. — Maria disse rindo. — Faço pra encher o saco dele, é meu jeito de mostrar que gosto dele.
— Caramba, você devia ser filha do meu pai. — Gabriela falou e as duas deram risada. — Olha, eles estão entrando.
— Vamos fingir que não damos bola. — Maria brincou.
— Para de ser ruim, Maria. — Gabriela disse rindo. — Olha, seu Golden Boy vai entrar no campo.
— Meu pai do céu, bota sorriso nessa carranca, Pablo! — Maria reclamou ao ver Pablo entrando no campo com a cara fechada.
— Olhando bem, ele parece mesmo um angry bird…principalmente com o uniforme vermelho. — Gabriela falou e Maria riu alto sem querer.
— Não é, menina! — Maria disse olhando para a amiga. — Quando ele fica irritado parece mais ainda.
— Ele 'tá vindo pra cá. — Gabriela falou rindo.
— Você vai ficar aqui? — Pablo perguntou.
— Graças a minha nova amiga, Gabriela. — Maria disse apontando para a garota.
— Pablo Gavi, prazer. — Pablo disse estendendo a mão.
— Volta pro seu aquecimento, não quero que o Bellingham pense que eu tenho outro além dele. — Maria disse brincando e Pablo a mostrou o dedo do meio. — Grosso.
— E…eu vou ficar quieto. — Pablo disse rindo e Maria o olhou chocada. — Está com uma bandeira do Brasil amarrada no braço?
— É o dia do início da vingança brasileira, acha que eu perderia a oportunidade? — Maria disse e Pablo riu antes de olhar para os lados rapidamente e dar um selinho em Maria. — Ficou doido? Eu poderia ter te batido.
— Você não faria isso. — Pablo falou. — Cuida pra ela não querer se meter no jogo e matar um Alemão.
— Pode deixar. — Gabriela disse e Pablo se afastou. — Vou deixar que mate mesmo.
— Rainha.
Assim que o jogo começou, Maria tomou um gole de água e se preparou para torcer tudo o que não torceu em 2014 contra a Alemanha. Sempre que alguém marcava falta contra qualquer jogador da Espanha, em especial Pablo, Maria reclamava e xingava com todo o seu ódio e quando o primeiro gol da Espanha saiu, a animação de Maria foi tanta que Gabriela nem conseguiu comemorar o gol, porque gastou seu tempo rindo da amiga.
Mais tempo de jogo se passou, e quando o jogo estava nos 21 minutos do segundo tempo, Pablo foi para o banco e Maria bufou frustrada e preocupada. No segundo em que a Alemanha marcou seu gol, Maria xingou até a última geração do jogador que marcou o ponto.
— Fala os números da Mega Sena pro povo, Madu. — Gabriela pediu assim que o jogo terminou no resultado que Maria havia dito.
— Vou virar vidente do tikok. — Maria falou jogando o cabelo para trás e as duas riram.
— Meninas, eu vou entrevistar os garotos da Espanha, querem vir comigo? — Juan perguntou as duas garotas, que assentiram sorrindo. — Vocês me prometem ficar quietas apenas observando? — ele perguntou olhando para Maria.
— Eu nem falo tanto, tchê! — Maria protestou seguindo o mais velho.
— Depois do tanto que você xingou nesse jogo, eu duvido, Maria. — Juan disse rindo da garota. — Venham, tenho que entrevistar eles e depois correr falar com o Rei.
— Bah, posso falar com ele para ganhar um título de nobreza? — Maria perguntou em tom de brincadeira. — A coisa 'tá tão feia que até o cargo de boba da corte eu aceito.
— Vamos, e nada de pedir nada, Maria! — Juan disse e Maria revirou os olhos.
— Tudo bem, eu fico de bico fechado. — Maria disse antes de pegar o celular e bater uma foto com Gabriela. — Essa vai para o meu vídeo do tiktok sobre hoje.
— Mas eu nem estava pronta pra foto. — Gabriela reclamou enquanto outros repórteres olhavam confusos para as duas.
— Fotos feias são um dos pilares da amizade. — Maria disse olhando o celular, parando de andar apenas ao sentir Gabriela a segurando. — Valeu.
Durante a entrevista com os jogadores, Maria ficou prestando atenção em tudo que era perguntado e tudo que era respondido. Ao final das entrevistas, Juan chamou as duas meninas e elas correram para junto dele, mas acabaram se perdendo do mesmo no meio do monte de câmeras e jornalistas. Maria segurou a mão de Gabriela e elas conseguiram encontrar o local onde todo o time estava e onde o rei da Espanha também estava, elas pararam a tempo de ver o pai de Gabriela procurando por elas, as duas fizeram joinhas e o mais velho assentiu antes de iniciar a entrevista com o rei de seu país.
Maria estava mandando uma mensagem para seu irmão quando sua visão ficou ofuscada por luzes extremamente fortes. Ela xingou baixo e olhou na direção de onde vinham os flashes, vendo que se tratava de milhões de fotos sendo batidas ao mesmo tempo enquanto Pablo assinava uma camiseta da seleção espanhola que o rei segurava.
— Teu pai já conhece o rei? — Maria perguntou a Gabriela.
— Conhece, eu estudei com a princesa durante anos. Éramos amigas, mas a vida dela é muito corrida e cheia de mídia. — Gabriela disse encolhendo os ombros. — Sinto falta dela às vezes, nós éramos melhores amigas.
— Ela foi estudar no País de Gales, não foi?
— Foi e acabamos nos afastando. Eu sabia que isso ia acontecer, ela é uma princesa, futura rainha do meu país. — Gabriela disse. — Enfim, é a vida.
— Tu já…
— ¡Hija, ven aquí! — Juan chamou e Gabriela olhou para Maria, sentindo a garota dar um leve empurrão nela e murmurar: "Vai minha filha, é o rei!". (Filha, vem aqui!)
Maria ficou parada olhando em volta, tentando a todo custo não olhar para Pablo, pois se o fizesse sabia que a imprensa presente no local perceberia os olhares.
— Madu, vem aqui um pouquinho. — Gabriela chamou e Maria sorriu nervosa.
— O que eu faço? Eu nunca conheci alguém da realeza e eu falo merda quando fico nervosa. — Maria disse ansiosa e Gabriela riu.
— Relaxa, é só fazer uma pequena reverência com a cabeça e apertar a mão dele. — Gabriela disse e Maria assentiu.
— Majestad. — Maria falou acenando levemente com a cabeça, imitando o que Gabriela havia feito pouco antes.
— Tengo curiosidad, ¿eres brasileño y apoyas a España? ¿O eres español y apoyas a Brasil? — o Rei perguntou e Maria travou por alguns para responder, usando seus últimos neurônios para inventar uma mentira convincente o bastante. (Estou curioso, você é brasileiro e torce para a Espanha? Ou você é espanhol e torce para o Brasil?)
— Soy brasileña y apoyo a España, pero también apoyo a Brasil, por supuesto. Es solo que mi mejor amigo es español y me invitó a ir a los juegos y también disfruto mucho viendo los juegos. Pasé mi infancia yendo a los estadios con mi papá para ver los partidos de mis hermanos, todos jugadores, ¿sabes? — Maria falou de uma vez, se embolando nas palavras. (Sou brasileira e torço para a Espanha, mas também torço para o Brasil, claro. É que meu melhor amigo é espanhol e me convidou para ir aos jogos e também gosto muito de assistir aos jogos. Passei minha infância indo aos estádios com meu pai para ver os jogos dos meus irmãos, todos jogadores, sabe?)
— Seus irmãos jogam em quais times? — o Rei perguntou em inglês após perceber que Maria havia tido dificuldade no espanhol.
— Meu irmão mais velho, Muriel Becker, joga no AEL Limassol. — Maria disse mais tranquila por falar inglês. — E meu irmão do meio, Alisson Becker, joga no Liverpool e na Seleção Brasileira. — completou mostrando o orgulho que sentia pelos irmãos.
— Na seleção? Qual a posição dele?
— Goleiro. Os dois jogam como goleiros, seguiram os passos do meu pai, embora ele não jogasse como goleiro em um time grande como meus irmãos. — Maria falou e o Rei assentiu.
— Veio com seus pais? — o Rei questionou e Maria negou. — Veio com quem?
— Eu vim por conta própria, aí o Alisson cuidou da minha hospedagem. — Maria contou encolhendo os ombros. — Minha mãe tinha que resolver algumas coisas envolvendo a empresa da família, acho que ela vem pra cá, mas não tenho certeza.
— E seu pai? — o Rei questionou, gostando de conversar com a garota.
A pergunta fez Maria olhar para suas mãos e ao olhar novamente para cima procurou por Pablo e viu que ele a olhava, lutando contra a vontade de ir até ela.
— Meu pai faleceu no início do ano passado. — Maria disse simplesmente.
— Sinto muito, eu não tinha a intenção.
— Está tudo bem, o senhor não tinha como saber. — Maria disse dando um sorriso triste.
— Sinto muito pelo seu pai. — o Rei disse e Maria deu um leve sorriso.
Depois que o rei saiu dali, Juan chamou as duas garotas e elas o seguiram, mas antes de saírem totalmente do lugar, Pablo chamou Maria e a deu um abraço.
— Vou passar te ver mais tarde.
— Vou te esperar.
Já em seu quarto de hotel, Maria estava escovando os dentes quando ouviu batidas na porta. Ela lavou sua escova e sua boca antes de correr até a porta, parar em frente a mesma e ajeitar o cabelo. No mesmo instante em que Maria abriu a porta, Pablo segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou.
— Eu quis tanto te abraçar quando o Rei perguntou do seu pai. — Pablo disse a puxando para um abraço.
— Eu sei, eu vi sua cara. — Maria disse tendo de leve e retribuindo o abraço. — Jogou bem, mas porque você saiu? — perguntou enquanto fechava a porta.
— Senti um pouco de dor. — Pablo falou fazendo Maria olhar para ele preocupada.
— Mas agora você 'tá bem? Porque você veio? Você precisa descansar! — Maria disse em tom de repreensão e Pablo sorriu.
— Ficou preocupada? Que bonitinha. — Pablo disse apertando as bochechas de Maria, que segurou a risada enquanto batia na mão do garoto.
— Para!
— Eu estou bem, foi só uma dorzinha. — Pablo disse dando um beijo na testa de Maria.
— Quer assistir um filminho comigo? — Maria perguntou e Pablo assentiu. — Eu deixo você escolher, quero ver se você tem bom gosto para filmes.
— É um teste?
— Sim, faça a escolha certa.
Os dois se deitaram na cama de Maria e Pablo pegou o controle para escolher o filme. Quando ele colocou O Diário da Princesa, Maria soltou um gritinho animado e Pablo riu antes de dar um beijo rápido em Madu.
Oi gente, como vcs estão??
Sei que tá tarde mas eu me empenhei muito pra escrever um capítulo maiorzinho e fofo.
Pablo é o maior hater do Bellingham e a Madu ama irritar ele com isso KKKKK
Espero que tenham gostado, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante.
Bjs, Ana!!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top