6° capítulo
Por Dan
Escrevi a primeira de tantas outras cartas que viriam. Não conseguia chorar, apenas estava arrependido comigo mesmo.
Fazia dez dias que vim para a prisão. Ela ainda não veio falar comigo. Talvez deixe a poeira abaixar um pouco, para vir. Estou louco para falar com ela.
Então deixo a carta de lado e me deito na cama dura, sem conseguir dormir por pelo menos uma hora. Por quê?
Eu voltei no passado e lembrei do começo do namoro. Teve um dia que fui visitar a mãe da Aja, ou seja, minha sogra, e ela avisara que era alérgica a rosas. Só que eu comprei um presente... Que eram rosas. De uma cor diferente, uma cor azul escuro. Não mostrei a Aja para ser uma surpresa para ela também, mas acabou que fui expulso da casa dela antes mesmo de entrar, por ter mostrado as flores no portão de casa.
Hoje em dia, quando lembro, da vontade de bater em mim mesmo. Como eu não lembrara disso? Ela tinha me avisado várias vezes. Então com esse pensamento, adormeci.
[…]
Acordo com batidas fortes na porta.
-Acorda! É cedo porém tem visita para você. -Um homem grita do lado de fora e eu levanto o mais rápido possível, pegando a carta e saindo rapidamente dali.
E sabia que era Aja pois todos que conhecia, até minha irmã que me adorava, se afastou e fazia muito tempo que ela não falava comigo.
Cheguei á sala aonde tinha uma cadeira e um telefone, a mesma coisa do outro lado, apenas separados por um vidro. Sento na cadeira e o guarda fala:
-Vocês têm cinco minutos. -E sai logo depois, nos deixando a sós. Aja estava do outro lado do vidro e antes de pegar o telefone, me observa com os olhos cansados e cheios de amor, sem saber o que dizer. Sua trança de lado, que estava sempre usando, não estava lá, com os cabelos bagunçados.
Parecia não dormir há noites, pois havia olheiras debaixo dos seus olhos. Me senti mal por saber que fui eu a causa disso tudo. Então após nos observamos um pequeno tempo, aliás não tínhamos muito tempo, pego o telefone e sussurro:
-Desculpe.
-O que é isso na sua mão? -Pergunta com a voz baixa, confirmando que realmente não estava bem. Vi em seus olhos, mas ela tentou disfarçar com palavras vazias.
-É... Uma carta, para você. Peço para te entregarem depois. -Sorrio fraco e pergunto tão rápido quanto uma bala:
-Por quê demorou para vir?
-Por quê? -Aja fala devagar, como se tivesse raciocinando a minha pergunta. -Eu tive que entender tudo que estava acontecendo primeiro para depois vir aqui. Vai ser ainda mais difícil daqui para a frente... E, sim, vai ser bem complicado sem você. -Ela responde ao ver a pergunta em meus olhos e sorrio, feliz por um pequeno momento.
-Eu não sei como você ficou ao meu lado. Ninguém ficaria... Por quê ficou? -Falo trêmulo, sentindo uma saudade repentina dela.
-Eu não acreditava naquela frase que o amor suporta tudo antes de conhecer você. Eu realmente gosto de você, e a pessoa é o que é, então eu te aceitava desse jeito ou ficava sem. Escolhi ficar porque vi que valia a pena. Mas agora... -Ela balança a cabeça e por um segundo perco o ar. -Ainda continua valendo a pena, porém a lei não perdoa igual eu perdoo. -Fala quase chorando, engolindo em seco e eu me aproximo do vidro, sem saber o que falar.
-Obrigado.-Faço com os lábios, abrindo um sorriso, mas o guarda me levanta, praticamente me puxando da cadeira, por ter acabado o tempo. Me leva de volta a cela e eu peço a ele para entregar a carta a Aja e mesmo com a cara fechada, ele aceita, me deixando ali pensativo sobre a nossa conversa.
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Pela autora:
Espero que tenham gostado desse reencontro dos dois, porque eu amei escrever ❤
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