11° capítulo
Por Dan
Acordo me preparando para o último dia da minha vida. Vai ser um dia normal, tomarei café, farei exercícios antes de ir.
O pior é que só consigo pensar em Aja. Não tivemos direito nosso último momento juntos e, pensar que não vou poder conversar com ela sobre a carta que escreveu, que me fez chorar de felicidade ao saber que me perdoava. Eu só queria mais tempo juntos, é pedir demais?
Enquanto troco de roupa com a roupa que me permitiram usar, eu penso se mais alguém conhecido viria assistir à execução. Algum familiar, amigos... Alguém que lembre de mim, mesmo não me perdoando.
Perto das 10 horas da manhã, os guardas colocam algemas em meus pés e minhas mãos, já dificultando a minha locomoção. E continuo a pensar em Aja, como ela se sentirá ao me ver assim.
Então entro numa sala pequena, onde me colocam em uma cadeira, por enquanto sentado. Havia uma porta me separando das outras pessoas que vieram assistir. Percebi que veio muita gente, mas o meu foco é procurar por Aja. A encontro com os olhos e me desculpo, e ela apenas balança a cabeça, confirmando mais uma vez que me perdoava.
O guarda começa a me amarrar nos braços e nas pernas, tirando as algemas que haviam ali.
Depois de alguns minutos amarrando e eu desejando estar com Aja, mas já me confortava ao saber que estava ali e que me perdoava, ele acaba e meneia com a cabeça, confirmando para alguém para dar continuidade á execução, com o olhar frio em mim.
E soube que era nesse momento.
Engoli em seco ao ver um homem com uma injeção em mãos, sem saber de onde ele saiu e ele me deita na cadeira, esticando meu braço como se fosse fazer um exame de sangue.
Ele injeta o líquido em minha veia e eu faço uma careta, assim como sempre faço ao sentir uma agulha entrar em mim e de repente, tudo fica calmo, e há um clarão em minha mente.
Me toque antes de ir.
Me deixe saber se estou vivo.
Penso ao respirar fundo, ainda pensando em Aja.
Até agora, até o meu último momento, eu pensei em você.
E o mundo ao meu redor para, e quando percebo que realmente ia acontecer, abro um pouco a boca para tentar respirar e sinto as últimas batidas do meu coração um segundo antes delas pararem de bater, fracas.
F I M
-------
Pela autora:
Não foi fácil escrever esse capítulo, porque foi o último e retratar a morte em primeira pessoa é bem difícil, e vocês devem imaginar o porquê.
Para a Aja, deixei em aberto se ela vai ficar com alguém ou não. O que vocês imaginarem, mas pensei que isso não era importante para a história e não coloquei, então apenas imaginem.
Muito obrigada a quem chegou até aqui e espero que tenham gostado quanto eu gostei de escrever. ♡
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top