Paro o carro em frente à casa que meu pai falou, é um pouco longe da casa de Vitor e Lia. Eu consigo ouvir de longe a festa que está tendo lá, mas eu estou tão atordoada e com medo que a melhor ideia é ficar aqui.

Abro a porta da casa está escura, ligo a luz e vejo que a casa é pequena, porém confortável. Alicia corre logo para cima do pequeno sofá e se acomoda.

Abro a porta do único quarto que há na casa, deixo minhas coisas no chão e analiso o quarto. Há uma cama de casal, um armário de madeira e uma mesa com um computador muito velho.

Ouço o telefone tocar e me assusto. Corro pela casa atrás do telefone, até que eu o acho na cozinha.

- Alo? - Atendo o telefone.

- Graças a Deus! - Ouço meu pai - Você chegou bem?

- Sim... Apenas curiosa. O que está acontecendo? - Pergunto.

- Qualquer dia eu vou aí te explicar, mas lembre-se eu sou seu tio... Seus pais viajaram e você não tinha onde ficar. Caso pergunte se você tinha contato comigo diga que não.

- Okay.

- July, não atenda às ligações da sua mãe.

- Porque!?

- Porque não é sua mãe, é uma... Uma pessoa está passando por sua mãe. - Ele parece pensar bem em cada palavra que fala.

- Mas e minha mãe? - Pergunto preocupada.

- Ela está bem, amanhã irei buscar ela no hotel... Não se preocupe, July.

- Okay.

- Tome muito cuidado, boa noite.

- Boa noite. - Desligo

Respiro fundo, estou um pouco confusa e com bastante medo. Entro no quarto e me deito na cama. Alicia pula em cima da cama e se arruma ao meu lado na cama.

- Porque está acontecendo isso com a gente, Alicia? - Passo a mão em seus pelos - Eu estou com muito medo e você?

Olho para Alicia e ela está dormindo. Me ajeito um pouco com dificuldade e durmo também.

(***)

Acordo com o alguém batendo na porta. Me levanto um pouco zonza, a luz do sol invade o quarto e meus olhos doem com a claridade.

Ouço mais batidas repetidas na porta, me arrasto até a porta e as batidas aumentam.

- Eu já estou indo. - Minha voz sai rouca. - Abro a devagar e me assusto com quem vejo - Vitor?

- July. - Ele me olha confuso - O que você está fazendo aqui? Gário te sequestrou?

- Não... Como você sabe o nome dele? - Pergunto.

- Gário morou aqui por muito anos e você?

- O-o que tem eu? - Pergunto.

- Como conhece ele?

- Ele é um tio distante... - Vitor entra na casa sem pedir licença - ... Meus pais viajaram e mandaram eu vim para cá.

Vitor anda por toda a casa analisando cada lugar. Alicia sai do quarto se espreguiçando.

- Hey, mocinha. - Vitor pega Alicia no colo e começa a fazer carinho. - Você tinha contato com ele?

- N-Não nenhum.

- Isso é muito estranho. - Vitor olha para todos os lugares da casa.

- O que é estanho? - Pergunto.

- Você aqui, justo no condômino lua cheia.

- Tem algum problema de eu está aqui?

- Não... Não é isso que eu quis dizer. - Vitor bufa - Um dia você vai entender. Tome banho que eu vamos na casa de Lia.

Apenas concordo e corro para o quarto. Entro no banheiro rapidamente, tiro minhas roupas e me enfio debaixo do chuveiro. A água está fria e eu me estremeço. Tomo meu banho rápido, me seco e vou até a minha mochila onde está as roupas que eu trouxe.

Visto uma calça preta, uma blusa de mangas compridas de cor branca e calço meus tênis preto. Me olho no espelho quebrado que há no armário. Debaixo dos meus olhos há uma olheira funda, minha pele continua pálida, meus olhos azuis mostram o quanto estou cansada. Meu cabelo parece um ninho, então eu o arrumo em um coque frouxo.

Assim que saio do quarto vejo Vitor sentado com Alicia em seu colo.

- Vamos? - Pergunto. Ele olha para mim e sorrir. - O que vamos fazer na casa de Lia? - Pergunto.

- Conhecer umas pessoas. - Vitor coloca Alicia com cuidado no chão.

- Que tipo de pessoas?

- Dez pessoas estranhas. - Ele sorrir novamente para mim.

Apenas concordo com ele e saio da minha nova casa em direção à casa de Lia.