Prólogo

O sol iluminava o horizonte como um beijo romântico entre casais. Os olhos sutis e apaixonados pelo futuro o encarava com esperança, mesmo que a carruagem o levasse para longe daquela iluminação alaranjada do entardecer.
Mesmo que o sorriso se formasse em sua face, lágrimas sutis escorriam por suas orbes, enquanto soluços involuntariamente ecoavam pelo corpo infantil, ele era apenas uma criança.
As grades da carruagem faziam menção a um futuro indescritível, porém, um que não havia escapatória, pelo menos não para ele.

Após as leis serem aceitas pela sociedade, as crianças de doze anos pararam de ser vendidas aos deuses locais, assim, sendo obrigação da humanidade que criassem alimento digno mesmo com a carne humana sendo proxima aos vinte anos, porém infelizmente, essa criação atual de crianças foi obrigada a ser leiloada como a última carne de qualidade do planeta para toda a eternidade.

Com um suspiro, percebia que estava cada vez mais adentro da floresta enorme que cercava o criadouro que o cuidou até sua juventude, se despedindo dos amigos e da sua vida com um olhar que lentamente perdia seu brilho.
A cidade anormal e enorme surgia aos poucos, prédios negros que aos bocados, faziam de seus telhados, o novo céu. Era tão alto que parecia socar a estratosfera para distante, ou seria apenas imaginação de uma criança curiosa?
A enorme criatura tocou em seu ombro, o carregando pela perna, de ponta-cabeça, em direção a um saguão ensanguentado, o carmim pintava os tetos, paredes, móveis e chão.
Seu corpo foi deitado sobre a mesa de ferro, enquanto via a enorme arma branca cada vez mais próxima de seu pescoço.

Seria tarde demais para desistir, apenas apertou as pequenas mãos ao torno de sua blusa larga e confortável, espremendo seus olhinhos, ele não queria ver, porém nem teria tempo de ver algo. O objeto foi certeiro, preciso, cauteloso, cuidadoso, tudo o que era preciso para matar sem a dor que sentiria se prendesse a faca no pescoço da criança.
O sangue jorrava e escorria, enquanto a cabeça pequena quase caiu da mesa com a força do impacto da faca, porém por sorte, o monstro foi rápido e segurou pelo meio pescoço, o impedindo de cair e desperdiçar justamente a melhor parte do corpo humano.

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