CHAPTER III

Percy não queria acreditar que ele não conhecia Nico di Angelo. Darya com certeza não acreditava.

Uma aura tensa pairava ao redor deles, e não apenas por estarem perante o templo de Plutão. O olhar entre Nico e Darya quase faiscava, uma batalha intensa que nenhum dos dois estava disposto a vacilar. Ela sabia que ele estava mentindo. Nico evitar os olhos de Percy apenas fortalecia essa ideia.

Por que ele estava mentindo?

— Tem certeza…? — Percy tentou questionar.

— Absoluta. Eu me lembraria se te conhecesse — Nico disse firme e suspirou, sem olhar para ele.

Era óbvio em seus olhos que ele estava implorando internamente para todos eles calarem a boca, mas infelizmente estavam vivos e sua vontade não os comandava.

— Okay, então. O Mundo Inferior está recebendo muitas almas? — Darya questionou.

— Jason não é uma delas.

Essa informação já era um grande alívio, e Nico sabia que era o que ela queria. Ele era a sua fonte confiável de que ainda havia esperança.

— Essa história de Gaia — ele mudou de assunto. — Conversaram com Reyna?

— Sim, mas, por enquanto, devemos não criar pânico.

— Quem é essa Gaia, afinal?

— Nossa bisavó divina que adora conspirações.

Percy piscou e franziu o cenho.

— Ela deve ser uma deusa bem velha.

— Ela é — Nico confirmou. — A deusa mais antiga. Deusa primordial da Terra. Mãe-Terra. Ela está em um sono profundo na maior parte do tempo, mas odeia os deuses e seus filhos.

— A Mãe-Terra é má? Ela não devia ser… Sei lá, uma deusa boa e gentil com um vestido de flores que cuida da natureza?

— Acho que um vestido de flores combinaria mais com Perséf-… Proserpina, quando está em seu tempo com Ceres principalmente — divagou. — Mas, não. A verdadeira Mãe-Terra está bem longe de ser doce e gentil. Ela convenceu seu filho, o Titã Cronos... hum, quero dizer, Saturno, a matar seu pai, Urano, e dominar o mundo.

— E depois, ajudou a esconder Júpiter até ele crescer e destronar o pai, começando a dinastia dos deuses — completou Darya. — Como eu disse, ela adora conspirações. Agora, provavelmente está tramando mais uma.

— Essa história parece familiar — Percy disse intrigado, mais uma vez sentindo aquela pontada na nuca. Era como se houvesse alguma memória querendo retornar, mas não conseguia. — Mas eu não acho que já tenha ouvido a parte sobre Gaia.

Nico deu de ombros.

— Ela ficou louca quando os deuses assumiram. Ela tomou um novo marido, Tártaro, o espírito do abismo, e deu à luz a uma raça de gigantes. Eles tentaram destruir o Monte Olimpo, mas os deuses venceram. Pelo menos... Na primeira vez

— Primeira vez? Houve uma segunda?

— Está acontecendo agora — Hazel disse num tom sombrio, o olhar perdido no chão.

— No verão passado, Saturno tentou retornar — Darya explicou. — Começou uma Segunda Guerra Titã. A legião atacou o quartel general no Monte Ótris, e nós destruímos seu trono. Foi uma batalha intensa. Tivemos muitas baixas. Eu… — Ela fez uma longa pausa e instintivamente levou uma mão ao tórax. Sentiu como se ainda estivesse naquele momento, com a dor se alastrando por seu corpo. — Eu quase fui uma dessas baixas.

Percy imediatamente focou os olhos na irmã, preocupado. Mal a conhecia, mas saber que quase a perdeu causou uma dor em seu peito. Ele podia nunca ter tido a chance de conhecê-la.

Saber que tinha alguém minimamente próximo a ele de alguma forma naquele lugar estranho era um certo conforto. Podiam nunca terem se visto antes, mas nada apagaria o fato de que tinham o mesmo pai divino e eram irmãos. Isso já os conectava mais que a qualquer outro da legião.

Percy sentiu um gosto amargo na boca, como se soubesse a sensação de estar sozinho ou de perder alguém da família.

Ele já perdeu algum outro irmão e não se lembrava?

— Fico feliz que não tenha sido — disse.

— Olha… Foi por muito pouco.

— O que aconteceu depois que destruíram o trono?

— Saturno desapareceu — Nico quem respondeu, enfim olhando para Percy. Havia cruzado os braços e mantinha a expressão neutra, mas ainda um tanto apreensivo.

Darya encarou-o desconfiada. Ela nunca pensou que veria Nico di Angelo nervoso como ele certamente estava, embora escondesse muito bem.

— De qualquer forma, Saturno provavelmente voltou para o Tártaro. Pensamos que tinha acabado, mas parece que a derrota dos titãs começou a despertar Gaia, e ela vai querer a revanche dos seus outros filhos — ele continuou. — Tenho ouvido relatos de gigantes renascendo. Se eles pretendem desafiar os deuses de novo, provavelmente vão começar por destruir os semideuses.

— Você disse isso à Reyna? — Percy perguntou.

— É claro. — Nico riu sem humor. — Mas nós filhos de Plutão somos tão amados quanto os de Netuno… Na verdade, sem ofensa, eles acham que somos piores. Somos má sorte.

— Eu não sou tratada como um grande símbolo de sorte e prosperidade— Darya retrucou.

— Mas confiam muito menos em mim do que em você. É por isso que eu estava esperando que Reyna ouvisse vocês. Todos detestam filhos do Mundo Inferior.

— A questão é — Hazel interviu rapidamente. — que os gigantes não são o pior problema. Até mesmo... Mesmo Gaia não é o pior problema. A coisa que você disse sobre as górgonas, como elas não morreram, esse é o nosso maior problema.

— E tenho a impressão de que você sabe o que é — Darya disse olhando para Nico.

— Talvez.

Ele não teve a chance de conceder mais explicações, pois logo ouviram um grito vindo abaixo da colina. Frank corria em direção a eles acenando para chamar a atenção, suas mãos sujas de graxa para limpar armas.

— Ei, Nico.

— Olá, Frank. — Nico sorriu pequeno, apenas curvando os lábios. — Teve um grande trabalho no arsenal pelo que vejo.

— Falta pouco para o jantar. Reyna me enviou para buscar Percy para que se prepare. Tudo certo com Octavian?

— Sim. Ele esfolou meu panda de pelúcia.

— Os ursos de pelúcia devem ter pesadelos com aquele cara. Mas você está dentro! Precisamos deixá-lo limpo antes da reunião noturna.

— Me limpar?

— Acho que sua visita à casa de banho vai ser um pouco mais cedo. Frank, por que você e Hazel não levam Percy? Nico e eu alcançamos vocês.

— Na verdade, eu gostaria de conversar com minha irmã — Nico falou.

— Depois.

— Certo, vamos indo então — Frank concordou.

Percy olhou para Nico mais uma vez, que não olhou novamente em sua direção. Tentou forçar sua memória, mas nada vinha à mente, apenas aquela chata sensação familiar.

— Eu gostaria de falar com você um pouco mais também, na verdade. Não posso afastar a sensação de…

— Claro — Nico concordou sem olhá-lo. — Mais tarde. Eu vou ficar essa noite.

Hazel sorriu ao ouvir a última frase.

— Vai ficar?

— Vou. Podem ir, alcançamos vocês.

Hazel pareceu mais animada ao sair com Percy e Frank. Jackson olhou para trás antes de se afastar mais e descer a colina. Nico agarrou o braço de Darya e pulou na sombra dela, puxando-a junto.

— Um aviso antes seria bom — Darya resmungou e estremeceu, enquanto Nico tropeçava nos ossos do telhado do santuário de Plutão.

— O que você quer? — perguntou rispidamente.

Ele desabou sentado no chão e arrastou-se até a borda, onde permaneceu e voltou o olhar para o horizonte, balançando os pés como uma criança. Darya bufou e aproximou-se cautelosamente, sentando-se ao lado dele com cuidado, mantendo as pernas junto ao corpo após retirar a aljava e o arco das costas.

Focou os olhos no horizonte também, admirando a vista das colinas e do acampamento e da cidade ao longe. Não era tão ampla quanto a vista do topo do templo de Júpiter, mas ainda era igualmente belíssima.

Lo conosci — falou, em italiano, os olhos focados no céu que começava a ganhar tons alaranjados. — Percy… Lo conosci.

Nico não respondeu de imediato. O silêncio era a melhor resposta que ela poderia receber.

Não era a primeira vez que conversava com di Angelo. Ela foi uma das primeiras a recebê-lo quando chegou como embaixador de Plutão há cerca de um ano, a única que nunca o encarou com grande receio e desconfiança. Não os chamaria de grandes amigos, mas havia uma cumplicidade por como ambos eram vistos pela legião.

E ele também nunca a olhou com estranheza, isso também contou muito. Nunca a questionou ou foi desnecessariamente invasivo. Na verdade, por breves momentos, sentia quase uma certa admiração, mas não se gabaria por isso. Ela tinha um certo apreço por ele, embora o garoto fosse extremamente isolado e às vezes conseguisse ser irritantemente teimoso.

Ser fluente em italiano talvez também seja um ponto de aproximação. Nico nunca disse em voz alta, mas era claro que gostava de conversar no idioma nativo com ela quando estavam sozinhos.

Non — ele enfim respondeu, também em italiano. — Non lo conosco.

Darya respirou fundo.

— Eu não acredito — retrucou. Ela continuava a falar em italiano.

Ele respondeu, também no idioma:

— Não me importa se acredita ou não em mim. Não preciso da sua confiança.

Ali estava Nico se isolando mais uma vez e tentando afastá-la.

— Sim, você precisa.

— O que a faz acreditar nisso?

— Sem mim, você terá uma aliada a menos no acampamento. Uma que sei que gosta.

— Um pensamento muito egocêntrico da sua parte.

Darya deu de ombros.

— É fácil perceber quando a maioria te detesta — falou. — E sei que você não vai conversar com Percy.

— Deveria assumir o lugar do Octavian. Você faz ótimas adivinhações.

— Está admitindo que acertei que o conhece?

— Que não vou conversar com ele — corrigiu.

— Por quê? Se não o conhece, não deve ter problema, certo? Aí sim você pode conhecê-lo e quem sabe assim ganha mais um apoio no acampamento — ela rebateu rapidamente. — A menos, é claro, que você o conheça e esteja com medo de que se lembre.

Nico enfim a encarou, e ela o olhou de volta. Seu olhar era quase indecifrável, para muitos até bastante intimidante. Não para ela. Já havia visto muitas coisas para se intimidar com facilidade, não seria um garoto de quatorze anos que o faria.

Ela se reconhecia um pouco nele. A lembrava de quando era mais nova, sempre desconfiada porque todos a julgavam por ser filha de um deus não muito adorado, sempre tentando se conter.

Queria que ele confiasse nela como aliada, mesmo sabendo o quão difícil é dar confiança às vezes.

— Você é quem está dizendo isso.

— Ele é meu irmão. Você pode me contar.

— Não posso.

— Então admite? — repetiu arqueando a sobrancelha.

— Estou falando sério, Lancaster.

— Também estou, di Angelo.

— Você é irritantemente teimosa.

— É uma das minhas melhores qualidades.

— Como Jason Grace te aturava todo santo dia?

Ela ficou calada e séria, cerrando os punhos e virando o rosto para o horizonte, encolhendo mais as pernas contra o peito. Não era a primeira vez que alguém fazia uma pergunta do tipo.

Nico comprimiu os lábios por alguns instantes antes de suspirar.

— Desculpa.

— Você não é o primeiro a perguntar — rebateu baixo.

— Sei que sente falta dele.

— Às vezes parece que sou a única que sente e se importa, ninguém quer continuar a procurar por ele — lamentou. — Juno disse que Percy era a chave para me ajudar a encontrá-lo, mas ele não se lembra de nada. Preciso saber quem ele é.

— O que posso dizer é que Juno está certa. Ela quem começou a mover seus peões para combater essa guerra.

Darya suspirou e voltou a olhar para di Angelo, ambos com uma expressão mais suave.

— De onde?

— Hã?

— De onde conhece Percy?

— Não posso responder.

— Mas o conhece?

— Você não vai acreditar se eu negar. — Nico deu de ombros. — Ele vai te ajudar. Percy sempre ajuda, e você é irmã dele.

— É tão potencialmente perigoso quanto com certeza Octavian e Reyna desconfiam? — ela questionou.

— Para os inimigos, tanto quanto você. — Ele exibiu um fraco sorriso. — Talvez um pouco mais.

— Isso vai ser interessante. — Ela também sorriu e voltou a apreciar a vista.

Não estava tão tranquila quanto queria, mas sentia um certo alívio após essa conversa. Ela não estava louca por ter esperanças, e agora havia ganhado ajuda, uma ajuda familiar. Já havia tido uma pequena amostra de poder de Percy.

Seria realmente interessante e curioso.

Jason havia lhe dito que se lembrava de ter uma irmã, mas ele mais a viu desde que foi deixado por sua mãe na Casa do Lobo. Infelizmente, se ela fosse também uma semideusa como ele e nunca chegou ao acampamento, não haviam muitas chances de ainda estar viva. Mesmo não tendo muitas lembranças por ser muito pequeno na época, ele falava dela com grande carinho e nostalgia.

Darya nunca imaginou ter irmãos. Seu pai dizia que estava satisfeito tendo apenas ela em sua vida, seu pequeno tesouro do mar, como a chamava. Netuno não tinha muitos filhos semideuses ultimamente, o último antes dela foi na década de 60. Mas agora ela tem um irmão.

Gostaria de conhecer a sensação de ter um.

— Mais alguma pergunta? — Nico indagou.

— Por que um telhado cheio de ossos sempre parece um lugar apropriado para conversar para você? — Ela fez uma careta e pegou um fêmur, analisando brevemente antes de jogar de volta para os outros ossos.

Nico riu e observou o lugar. Era o telhado do templo de seu pai. A origem dos ossos sempre foi um mistério.

— Eu gosto daqui, é relaxante.

— Muito relaxante estar em meio a vários ossos.

— E a vista é bonita — completou, apontando para o horizonte.

— Isso não posso negar. Jason e eu costumávamos ficar no topo do templo de Júpiter.

— Também gosto de vir com Hazel. Esperava que a vista te fizesse desistir do interrogatório e calar a boca.

— Muito atencioso da sua parte. Poderia ter levado para o de Júpiter.

— Definitivamente, não.

— Então sua ideia estava fadada ao fracasso. Precisa melhorar suas estratégias.

Nico jogou um pequeno osso na direção dela, acertando sua cabeça. Ela rapidamente levou a mão ao local, resmungando dolorido e mostrando a língua e o dedo para ele.

— Você vai encontrá-lo — Nico disse com sinceridade.

— Quem diria que eu receberia um conforto otimista vindo do filho de Plutão — ela falou ainda esfregando o local acertado.

— Aproveite, não receberá sempre.

— Sua sensibilidade é comovente.

— Obrigado.

Ela riu. Realmente gostava de Nico di Angelo, apesar de tudo.

— Ele sente… Deve sentir sua falta também — ele disse.

— Não exagere nos consolos. É estranho vindo de você.

— Sei o que digo. Apenas aceite uma informação que te deixa mais tranquila.

Darya suspirou e em seguida sorriu fraco para Nico.

— Obrigada.

— Por nada.

Ela então franziu o cenho, analisando melhor as palavras de di Angelo, e voltou a falar em inglês:

— Informação?

Nico xingou em italiano.

— Você falou com ele? Sabe onde Jason está?

Ele não respondeu.

— Nico, você viu ele? — Ela perguntou novamente, um misto de esperança, ansiedade e desespero. — Ele está bem?

— Acabamos por aqui. — Nico ficou de pé.

— Nico!

Ci vediamo a cena!

— Niccolo di Angelo, nem pense em fugir.

Darya ficou de pé também, com uma expressão séria no rosto. Nico teve a cara de pau de sorrir antes de pular do telhado em direção a uma sombra projetada pelo templo e desaparecer. Ela xingou-o de todos os nomes possíveis em latim.

Nico sabe. Ele sabe algo sobre Jason e não quer falar. Algo que envolve Percy, com certeza.

***

As casas de banho romanas eram realmente maravilhosas, e Percy não queria mais ir embora.

Como tudo ali, a arquitetura romana era esbelta e magnífica, com várias colunas e o chão totalmente de pedra e mármore. Havia a área com banheiras e chuveiros para quem preferisse banhos mais privativos, porém ninguém resistiria àquelas piscinas, muito menos um filho de Netuno.

Pelo menos duas das que Percy notou eram voltadas para os mais novos, as mais rasas, onde viu crianças em trajes de banho rindo e atirando água umas nas outras. Os mais velhos e que sabiam nadar ficavam nas mais fundas, e havia também é claro as que pareciam fontes termais.

Um verdadeiro paraíso para um semideus do mar. Entendia perfeitamente o porquê Darya comentou que perdia a noção de tempo ali.

— Aqui ficam as toalhas e roupões — Frank disse quando entraram numa espécie de vestiário. Na parede haviam vários nichos com toalhas dobradas e roupões pendurados. — Sugiro sempre pegar antes de entrar para o banho. Ali você pode se vestir.

— Tudo bem.

— Consegui roupas novas para você. Acho que devem servir.

— Obrigado, Frank — Percy agradeceu e sorriu. — Eu posso ir em uma das piscinas?

— Como preferir. Temos um pouco de tempo.

Percy suspirou de satisfação assim que colocou os pés na piscina. Sequer desceu mais que dois degraus na água antes de mergulhar.

Como o lugar já começava a esvaziar por conta do horário, ele estava sozinho ali, na piscina mais funda do lugar. Frank preferiu ir fazer companhia a Hazel, que ficara do lado de fora, e deixou-o à vontade, avisando que viria chamá-lo caso demorasse.

Não teve dificuldade alguma para respirar embaixo d'água. Sentiu-se imediatamente bem e transbordando energia enquanto nadava em torno de todo o perímetro da piscina. A água estava na temperatura perfeita, ele poderia passar o resto do dia ali tranquilamente.

Sentou-se em um degrau no entorno da piscina com a água na altura dos ombros e respirou fundo, recostando-se para apenas relaxar um pouco. Após toda aquela jornada e sua batalha matinal, ele merecia.

Permaneceu de olhos fechados e deixou sua mente vagar pelas lembranças dos últimos dois meses, tão turbulentas quanto ele sentia que deveriam ser as que esqueceu. E então ele viu ela. Sua única memória vívida.

Annabeth.

No início, lembrava-se apenas do nome. Foi a primeira coisa da qual se lembrou. Sabia que era muito importante. Logo o nome levou a mais detalhes. Não muito mais que um rosto e uma sensação calorosa, pequenos momentos desconexos. Ele queria se lembrar mais, ter mais dela. Queria encontrá-la.

Pensar em Annabeth o trazia conforto. Apenas de visualizar seu sorriso ele sentia o coração palpitar com mais força.

Nem percebeu quando um pequeno sorriso bobo surgiu em seu rosto ao pensar nela. Ele conseguia visualizar os olhos acinzentados, a pele escura que reluzia ao sol, os cabelos cacheados que por vezes sabia que possuíam várias tranças. Ela colocou algumas tranças azuis uma vez, tinha certeza.

Ele gostava de azul. Azul também era reconfortante, mesmo que não entendesse como era possível uma cor trazer essa sensação.

Eu vou te encontrar, Annabeth, Percy pensou.

Não saberia dizer quanto tempo ficou ali perdido em sua própria mente, poderiam ser minutos ou horas. Ele não se importava.

Percy foi arrancado de seus pensamentos ao ouvir o som de alguém mergulhando na água. Ele abriu os olhos e viu apenas uma forma sob a superfície. Aguardou alguns minutos para saber quem era. Não viu mais ninguém se aproximar, apenas um roupão jogado na borda.

Quando percebeu que a pessoa não pretendia emergir e estava há tempo demais debaixo d'água, ele suspeitou quem seria. Sorriu antes de mergulhar até o fundo, onde sentou-se no chão e comprovou suas suspeitas.

Darya estava ali sentada, vestindo um short preto e um top roxo, encarando-o encolhida abraçando as pernas contra o corpo. Os cabelos escuros flutuavam ao seu redor, o que dava-lhe uma aparência semelhante a de sereias de filmes de Hollywood. Ela sorriu fraco, não parecendo animada.

— Oi — Percy cumprimentou e acenou. Sua voz saiu um pouco abafada pela água, mas ela pareceu entender.

— Oi — Darya cumprimentou de volta.

— A conversa com o irmão de Hazel parece ter sido animadora — disse irônico.

— Eu quero esganar aquele fantasminha idiota.

— Acho que Hazel não ficaria muito feliz com isso. E eu ainda quero falar com ele, então espere um pouco.

— Ele não vai falar com você.

— Ele vai — afirmou convicto.

Darya riu.

— Boa sorte.

— Você tinha razão. Esse lugar é incrível.

— Eu sei.

— Por que não disse nada quando chegou?

— Você parecia bastante relaxado. Não quis atrapalhar. Depois de tudo, você merece um bom descanso.

— Concordo, mas ainda posso relaxar nessa piscina e conversar com minha irmã. — Percy sorriu largo.

Minha irmã. Percy gostava de falar isso.

Gostaria de poder saber tudo sobre ela. Queria que fossem amigos, companheiros, exatamente como ele e… Bem, ele não sabia. Não tinha certeza, mas se tinha mais algum irmão, sentia que seriam muito próximos.

Conseguia ver que ela estava tão perdida quanto ele nessa história. Seu melhor amigo desapareceu, depois surge de repente um novo irmão trazendo uma ameaça divina super poderosa e uma nova guerra nas costas. Tinha a impressão de que sabia exatamente como era a sensação de estar num momento como aquele, quase um déjà vu.

Eles poderiam encontrar as respostas juntos. Juno disse que precisavam um do outro.

Darya o ajudaria, e Percy não pensaria duas vezes antes de ajudá-la também.

Ele aproximou-se mais dela, ficando sentado à sua frente e também abraçando suas pernas contra o peito, na mesma posição que ela.

Eles se encararam em silêncio por um tempo, antes de Percy tornar a puxar conversa.

— Eu me lembro de uma coisa — confessou.

— De quê? — Darya indagou rapidamente, curiosa.

— Annabeth.

— Quem é Annabeth?

— Minha namorada… Eu acho. — Deu de ombros e desviou o olhar, as bochechas ficando coradas. — Sinto que talvez seja. Sei que ela é importante pra mim, e eu gosto muito dela. Tipo… Muito mesmo. E se não for… Ela vai ser quando eu encontrá-la de novo, porque com certeza quero muito isso.

Darya riu.

— Você está todo vermelho. Deve realmente gostar muito dela.

— Acho que nem eu faço ideia do quanto.

— Não lembra de mais nada além dela?

Percy negou com a cabeça.

— Ela é a única coisa da minha vida que não consigo esquecer.

— Ela vai gostar de saber disso quando encontrá-la — Darya falou. — Eu vou te ajudar a vê-la de novo. Prometo.

— E eu vou te ajudar a encontrar o Jason.

Darya comprimiu os lábios antes de sorrir fraco, agradecida pelo apoio. Era visível que ele fazia falta e que encontrá-lo era tão importante quanto encontrar Annabeth era para Percy.

— Eu agradeço — ela disse baixo. Percy quase não ouviu.

— Ele é importante pra você, não é?

— Ele é. — Confirmou. — Ele é parte da minha família. Nós crescemos juntos aqui, sempre pudemos contar um com o outro. Não serei eu a mudar isso.

— Você tem onze linhas na tatuagem do braço. Esteve aqui com Jason todo esse tempo?

— Sim, desde o meu primeiro dia oficialmente como legionária.

Percy sentiu-se comovido e levemente nostálgico. Ele tinha a impressão de também conhecer Annabeth há bastante tempo. Não tanto quanto Darya conhecia Jason, mas com muitos anos de jornada na bagagem.

Ele franziu o cenho tentando fazer as contas. Arregalou levemente os olhos ao chegar a um resultado surpreendente.

— Está aqui desde os cinco anos?

Quatro. Vou ganhar mais uma linha em breve. Jason chegou um ano antes de mim, com três anos mais ou menos, trazido pela própria Lupa.

— Lupa treinou um bebê?

— Por isso ele sempre foi muito respeitado no acampamento. Lupa cuidou dele como fez com Rômulo e Remo, os fundadores de Roma. É um dos legionários mais antigos e cresceu no acampamento. — Ela então riu fraco. — Imagine uma legião tendo que cuidar de um bebê.

— Um desastre.

— Uma ótima definição. Meu pai era o único com uma real experiência recente com uma criança tão pequena. Todos ajudaram a cuidar de Jason, principalmente os pretores e centuriões da época, já que ele é filho de Júpiter, mas meu pai foi um de seus principais tutores, até o levou para casa algumas vezes. Apesar de acharem bastante questionável ele ter se relacionado com Netuno… Ele era e ainda é muito respeitado por seu cargo de Áugure e o dom da Profecia de Apolo.

— Estou curioso para conhecer seu pai.

— Você vai conhecê-lo. Mesmo aposentado, ele sempre ajuda o acampamento quando precisa. Se estamos enfrentando a própria Terra… Com certeza vamos precisar de ajuda e de uma fonte profética mais confiável que Octavian.

— Ele faz profecias? Ele é um oráculo?

Darya franziu o cenho.

— Eu não o chamaria de oráculo, mas ele faz previsões… Algumas um pouco enigmáticas às vezes — respondeu. — Como você conhece os oráculos? Eles não são vistos nem usados há séculos.

— Não é verdade.

— Como assim?

— Eu… — Percy travou. — Não sei.

Ele bufou frustrado. Não era a primeira que parecia saber de algo, mas a informação não vinha à sua mente. Ter amnésia era terrível e particularmente irritante. Era como se alguém arrancasse suas lembranças como se fossem ervas daninhas sempre que parecia que estavam florescendo e chegando a algum lugar.

— Suas memórias com certeza escondem muitas coisas intrigantes.

— Adoraria poder confirmar isso, mas, bem… Não me lembro.

— Vou conversar com meu pai. Talvez ele possa saber de alguma coisa que ajude ou ter alguma previsão de como podemos recuperar sua memória — disse Darya.

— Qualquer ajuda é bem vinda. — Percy suspirou. — Essa coisa de eu ter que entrar para uma Coorte daqui a pouco… Quais as chances de isso ser estressante?

— Para um filho de Netuno? Noventa por cento de chances de você querer afogar alguém. Cem por cento de chance de esse alguém ser o Octavian ou algum de seus amigos próximos.

— Maravilhoso — disse irônico. — Você e o tal Jason entraram para a Quinta Coorte assim que chegaram? Tipo… Ainda praticamente bebês?

— Eu, sim, Jason entrou depois. Meu pai escreveu uma recomendação para a Quarta e tentou me representar, mas ninguém da Coorte me queria, fiquei na Quinta. Todas as Coortes queriam Jason, ele era filho de Júpiter. Esperaram até ele completar seis anos para que pudesse decidir por si mesmo. Ele escolheu a Quinta.

— Por sua causa? Vocês eram amigos e estavam crescendo juntos, ele provavelmente iria querer ficar na mesma Coorte que você.

— Não, eu até insisti para que ele entrasse para a primeira, na verdade. — Darya balançou a cabeça negativamente várias vezes. — Era muito mais apropriada. Mas Jason nunca gostou muito de como todos sempre esperavam o melhor dele por causa do pai. Então, ele decidiu entrar para a pior Coorte, porque ninguém iria imaginar um filho de Júpiter nela. Queria mudar o que pensavam dele e da Quinta.

— Gostei dele.

— Todos gostam. — Ela desviou o olhar.

— Espero também ficar na Quinta.

— Quer mesmo ficar na pior?

— Minha irmã está lá. Com certeza é a melhor, os outros que não vêem isso.

Darya voltou os olhos para Percy, que sorria gentilmente para ela. Havia um brilho na imensidão azulada, que parecia ainda mais intensa debaixo d'água, refletindo a luz que vinha da superfície.

Ela o encarou em silêncio por longos instantes antes de retribuir o sorriso.

Percy ficou de pé e estendeu a mão para ela.

— Acho que logo Frank deve vir nos tirar da água. Vamos sair, ainda tenho um longo caminho a percorrer por aqui.

Darya hesitou, mas pegou a mão do irmão e também ficou de pé. Não precisaram palavras para aquele ser um contrato selado de que percorreriam aquele caminho de Percy juntos, ajudando um ao outro. Percy já confiava nela apenas por ser sua irmã e queria que ela confiasse também.

Algo Darya tinha muito em comum com Nico di Angelo: ambos aprenderam a não ceder confiança com facilidade. Percy era um mistério, mas talvez devesse dar uma chance.

Eles voltaram à superfície juntos, igualmente molhados. Saíram da piscina, e Darya agarrou seu roupão no chão e o vestiu, enquanto Percy pegava sua toalha. Naquele instante, Frank surgiu.

— Já estava pensando que nunca sairiam — disse.

— Estávamos tendo uma boa conversa de irmãos debaixo d'água — Percy respondeu colocando a toalha ao redor dos ombros.

— Debaixo d'água? — Frank franziu o cenho. — Ah, sim. Filhos de Netuno e tal. Bem… Er… — Ele olhou para os dois, que estavam parados lado a lado. — As Coortes já estão se reunindo, então… Melhor se apressarem. Vou esperar lá fora!

— Tudo bem.

Frank logo foi embora. Percy se vestiu, e a roupa caiu-lhe muito bem. Jeans e uma camiseta roxa com a sigla SPQR rodeada por folhas de louros em cor dourada. Não fez questão de usar seu poder para secar os cabelos, deixando-os úmidos, diferente da irmã. Quando encontrou-a em seguida, ela estava vestida parecida consigo, a mesma camiseta roxa e jeans skinny, e os cabelos estavam secos e arrumados numa trança.

Ela não trazia a aljava e o arco, mas ainda possuía a bainha com suas adagas na cintura.

— Onde está seu arco?

— Deixei no alojamento antes de vir. Hoje não teremos Jogos de Guerra, então depois do jantar vou apenas dar uma volta por Nova Roma.

— Jogos de Guerra?

— Um jogo em que colocamos nosso treinamento em prática. Teremos apenas amanhã à noite, então você vai poder descansar.

— Isso é ótimo. Nem sei o que é ter uma boa noite de sono e descanso. — Percy suspirou exausto. Foi um longo dia.

Eles encontraram Frank e logo partiram.

A legião reunia-se na Via Praetoria, cada Coortes posicionada em fila em frente ao seu quarto, com exceção da Quinta, perante a Principia, pois seu quartel ficava atrás, próximo aos estábulos. Nico já se encontrava ao lado de Reyna e seus cães de metal, fora da linha de legionários, e Hazel estava reunida com a sua Coorte.

Quase todos os olhares voltaram-se para Percy, nos quais ele pôde perceber tanto curiosidade quanto receio e talvez até um certo desprezo. Sentia-se um verdadeiro peixe fora d'água em meio a todas aquelas pessoas encarando-o tão intensamente. Era extremamente desconfortável. Não gostava de ser o centro das atenções.

Eles ultrapassaram as Coortes. Percy seguia a irmã, mas ouviu seu nome ser chamado por Reyna no meio do caminho.

— Percy Jackson, você fica aqui — chamou-o. — Frank, Darya, podem ir.

Percy olhou para a irmã em busca de algum apoio. Ela apenas balançou a cabeça e lançou-lhe um olhar de que estava tudo dentro da normalidade antes de seguir até sua Coortes. Ele então parou ao lado de Nico, que prontamente deu um passo para o lado, afastando-se dele.

O garoto não olhava em sua direção, mas Percy não teve receio de encará-lo, ainda pensando na sensação de familiaridade que ele trazia, exatamente como Reyna, porém com uma intensidade maior. Não parecia certo que nunca tivesse visto ele antes.

Quando todos estavam em seus devidos lugares, Reyna deu um passo à frente. Ela começou a chamar nome por nome em alto e bom som, enquanto os legionários respondiam com "presente".

— COORTES! — Octavian gritou ao final da chamada.

Os porta-estandartes deram um passo à frente, todos vestindo capas de pele de leão e segurando um mastro com o emblema de sua Coorte. O último foi Jacob, que erguia um mastro vazio.

— Romanos! — Reyna exclamou. — Vocês provavelmente ouviram sobre o ocorrido de hoje. Alguns de nossos legionários enfrentaram duas górgonas enquanto este recém-chegado era trazido por Juno, Percy Jackson. Ele foi proclamado por ela como filho de Netuno.

Percy acenou fraco enquanto algumas crianças mais ao fundo ficavam nas pontas dos pés para vê-lo e outros iniciavam burburinhos e faziam comentários nada animadores.

— Mais um? — um legionário murmurou. — E trazendo duas górgonas?

— Deve ser um sinal do destino. Estamos condenados! — sussurrou outro.

— Já não bastava um?

— Uma cria de Netuno é uma maldição para o Acampamento Júpiter.

Este último Darya ouviu bem, pois estava ao seu lado, vindo da Quarta Coorte. Ela cerrou os punhos atrás das costas e comprimiu os lábios, mas não relaxou sua postura, mantendo-se firme e olhando para frente com uma expressão séria.

Ouvia essa frase desde os quatro anos.

— Silêncio! — Reyna ordenou. Todos calaram-se no mesmo instante. — Percy deseja juntar-se a legião. O que dizem os agouros?

Octavian deu um passo a frente.

— Eu li as entranhas! — Octavian anunciou com orgulho, como um grande feito. — Os agouros são favoráveis. Ele está qualificado para servir.

Os legionários gritaram todos: Ave! Salve!

O centurião de cada Coorte deu um passo a frente. Octavian voltou-se para Percy.

— Recruta, você possui credenciais? Uma carta? Alguma referência? — perguntou.

— Hm… Não — Percy respondeu. Octavian exibiu um pequeno sorriso de satisfação.

—  Certo, sem cartas, imaginei. Algum legionário irá representá-lo?

— Eu irei! — Frank deu um passo à frente. — Ele ajudou Darya a salvar minha vida!

Ouviram-se protestos de outras Coortes. Reyna ergueu a mão e logo o silêncio retornou.

— Frank Zhang — ela falou. —, você não está qualificado para representar outro campista até receber sua primeira faixa. Devo lembrá-lo, novamente, de que ainda está em probatio e seu parente divino sequer o reclamou.

Frank encolheu os ombros, envergonhado. Hazel abriu a boca para falar, porém Darya foi mais rápida ao ir para frente.

— Tenho onze faixas, já fui a mais missões que metade dos centuriões e sou filha de Dorian Lancaster, agoureiro adorado e respeitado que serviu por mais de quinze anos à legião — anunciou e olhou friamente na direção de Octavian. Então voltou seus olhos para Reyna. — Acredito que estou mais que qualificada para representar Percy Jackson.

Octavian manteve uma expressão neutra enquanto dava de ombros. Percy sorriu fraco para a irmã.

Os olhares estavam voltados entre ela e Percy no momento, os dois únicos filhos de Netuno no Acampamento Júpiter. Muitos estavam receosos dada a reputação do deus e de suas crias ao longo da história.

Se Darya e Percy precisariam trabalhar juntos, ela já começaria de agora. Primeira missão: enfrentar o próprio acampamento.

— Muito bem, Darya — Reyna concordou. — Sua Coorte o aceita?

Ela voltou os olhos para seus centuriões, que engoliram em seco. Frank bateu o escudo no chão, sendo seguidos pelos outros. Os centuriões suspiraram.

— Minha Coorte falou — disse Dakota, o centurião da Quinta. — Aceitamos o recruta.

— Parabéns, Percy Jackson — Reyna olhou para Percy. — Você está agora em probatio. Receberá uma placa com seu nome e sua Coorte. Em um ano, ou até que complete um ato valoroso, você se tornará um membro integral da Duodécima Legião Fulminata e receberá sua primeira faixa.Sirva a Roma, obedeça às regras da legião e defenda o acampamento com honra. Senatus Populusque Romanus!

Vivas ecoaram pela legião.

— Centuriões, vocês podem guiar suas tropas para o jantar.

Uma animação ainda maior invadiu os campistas com o anúncio do jantar. Logo todos estavam seguindo em fila para o refeitório.

Darya, Hazel e Frank caminharam até Percy e Nico em meio a multidão a caminho do jantar.

— Bem-vindo à Quinta Coorte, irmãozinho — Darya falou.

— Obrigado por me representar! — Percy sorriu. — O que isso significa exatamente?

— Que eu garantirei seu bom comportamento — respondeu. — Ensinarei todas as regras e responderei suas perguntas, basicamente o que já tenho feito desde que chegou.

— Tudo bem então.

— E também serei responsável por qualquer ação sua até que saia do probatio, incluindo os erros.

— Então se eu fizer algo errado…

— Nos ferramos juntos. — Concluiu. — Hora do jantar. Vamos comer. Será também uma ótima oportunidade para você conversar com Nico, não é? Talvez realmente já tenham se encontrado e ele não se lembra também. — Ela disse e sorriu falsamente para di Angelo.

Nico lançou-lhe um olhar mortal, os olhos negros quase faiscando.

— Eu com certeza me lembraria, Lancaster.

Non puoi mentire per sempre, di Angelo. — Darya encarou-o de volta.

Chi ha detto di no? — ele respondeu calmo e frio, arqueando a sobrancelha.

Mi dirai dov'è.

— Podem voltar ao nosso idioma, por favor? — Percy pediu.

— Eles sempre fazem isso — Frank comentou. — Esse diálogo não me pareceu amistoso.

— Impressão sua, Frank. — Nico sorriu fraco para ele. — Que tal irmos logo para o jantar? Aposto que gostará da comida, Jackson.

— Estou faminto! — Percy concordou rapidamente com a sugestão.

Nico logo voltou os olhos para frente e seguiu o resto da legião. Os outros foram logo atrás, e Darya caminhou ao seu lado junto do irmão.

Continua a insistere su questo, e ti getterò nell'ombra dall'altra parte della baia — Nico murmurou baixo.

— Tente — ela respondeu. — Minhas flechas e adagas são mais rápidas.

Percy não quis saber a tradução da frase que originou aquela resposta.

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Olá, semideuses!
Tudo bem?

Demorei, mas voltei! Mais de Percy e Darya irmãozinhos se aproximando, Percy último romântico lembrando só da Annabeth, Nico e Darya coleguinhas :)

Sei que agora teriam os Jogos de Guerra, mas vou deixar eles para depois. Próximo capítulo teremos Darya apresentando mais de Nova Roma para o Percy, para ele conhecer ainda mais do que a cidade pode proporcionar aos semideuses.

Espero que tenham gostado! Não esqueçam de comentar bastante!

Pensando seriamente em uma One Short do Jason no CHB durante esses eventos para mostrar ele lembrando da Darya também rsrsrsrs Vocês gostariam? 👀
Tô sofrendo com esses dois separados, tá? E a história mal começou 😭

Em breve retorno com mais!

Até a próxima!
Beijinhos,
Bye bye 😘👋

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