“It will be our secret"

•Scorpius

Meu coração dispara ao ver os olhos arregalados do Albus. Subo meu jeans preto apertado rapidamente e pego minha camisa. Ele murmura algumas desculpas e sai do banheiro rapidamente. Não sei em que momento fiquei tão corajoso, eu só visto a camisa, deixo desabotoada e me apresso para sair do banheiro.

- Vai sair sem ao menos me agradecer, Potter? - pergunto para irritá-lo.

O Potter apenas me encara por um tempo sem nenhuma resposta engraçadinha ou xingamento. Ele pisca, balança a cabeça e cruza os braços em frente ao peito como se quisesse se proteger.

- Er... Obrigado? - ele deu de ombros - Eu vou indo.

- Potter... - o chamo, mas ele não me dá a chance de falar e apenas sai correndo.

Sento na minha cama frustrado e passo as mãos pelos cabelos. Fecho a camisa e coloco o blazer com o brasão da Sonserina. Calço os sapatos e penteio meus cabelos antes de pegar minha mochila para tomar café da manhã.
Ao chegar na cozinha, vejo meu pai sentado à mesa lendo o jornal, mas ao me ver sentar, ele me olha sério e cruza os braços.

- Bom dia? - falo meio duvidoso ao ver sua cara.

- Posso saber o que o Albus estava fazendo aqui? - ele pergunta direto.

- O Albus? - engulo em seco e dou de ombros.

- Scorpius Malfoy! - agora ficou sério.

- Ele dormiu aqui - suspiro frustrado.

- Eu achei que vocês não se dessem bem - ele observa.

- É uma longa história... Ele passou da conta na bebida e não queria encarar o Harry daquele jeito - levo a xícara de chá aos meus lábios.

- Hum - assenti em silêncio.

...

Meu pai me deixa em frente a escola, encontro a Lily e fico conversando com ela. Quando o sinal soa, me apresso para chegar à aula de Geometria. Encontro a Amy no caminho e nós andamos juntos até a sala.
Estávamos na segunda aula quando no Albus entrou na sala, ele estava usando óculos escuros e sua bochecha ainda estava vermelha.

- Senhor Potter, aqui não é praia. Queira retirar o óculos, por favor - o professor faz sinal para ele retirá-lo.

O Albus retira e joga o óculos em cima da mesa do professor exibindo seu olho roxo, agora mais claro. As pessoas começam a comentar, ele me encara, mas depois desvia o olhar e vai se sentar ao lado da namorada, que ficou fazendo perguntas, extremamente preocupada, enquanto ele a ignorava.

Tentei me concentrar no que o professor explicava, mas era impossível com o Potter me lançando olhares a cada minuto. Só consigo focar quando o Albus acaba dormindo, me deixando em paz.
Estava encarando meu caderno com os cálculos matemáticos na qual eu não fazia a mínima ideia de como responder, então eu apenas segurava o lápis para o professor achar que eu estava respondendo.

- Por acaso aqui é algum hotel, senhor Potter? - Me assusto com a voz do professor falando alto.

- Hã? - ele olha para o professor meio perdido e com o rosto amassado pelo rosto.

- Você não está aqui para dormir! Se der por satisfeito de eu não lhe dar uma advertência - ele diz rindo.

Babaca!

- Me deixa em paz! - o Potter murmura.

- Potter? - o professor adverte ele.

- Você quer ouvir um obrigado por não me ferrar? - o Potter arqueia as sobrancelhas - Mais uma advertência não vai fazer diferença.

- Albus Potter... - ele iria falar, mas eu levanto a mão - Senhor Malfoy?

- Senhor, o Potter não está muito bem, peço que ignore o mau humor dele, são os remédios que ele tomou.

- Vejo que você ganhou um advogado, Potter - ele falou o nome Potter com uma certa raiva - Pelo visto as histórias se repetem...

Histórias se repetem? Que porra ele queria dizer?

A aula seguiu se arrastando, o sinal tocando é um alívio. Saio da sala apressadamente e a Amy me segue.  Abro a porta do armário e me concentro em colocar os livros dentro ignorando as perguntas da Amy.

- O que foi aquilo? - ele me encara.

- Aquilo o que? - me faço de desentendido.

- Scorpius! - ela bufa irritada - Você defendeu o Potter?

- Não defendi, só fiz o certo - dou de ombros.

- Você viu o rosto dele? - ela me olha curiosa e eu desvio o olhar - Você sabe o que foi?

- Não... Não sei quem fez isso com ele, apenas o ajudei - digo baixo - Ele estava mal.

- Santo Malfoy - ela faz uma reverência - Eu sei o que você está fazendo.

- O que? - a olho sem entender.

- Isso não é uma dessas histórias dos livros que você lê - ela me olha preocupada - Você acha que ele vai mudar... Por você.

- Para! - falo sério - Não tem nada haver.

- Se você diz - ela suspira.

- Hum... Eu vou para a aula de educação física - digo fechando o armário.

- Te encontro na quadra - ela sorri contida.

Corro para vestiário, quando eu chego  já haviam vários garotos trocando de roupa. Jogo minha mochila no armário e pego a roupa de ginástica. Me troco sem pressa, eu não era um grande fã da prática de esportes.
Ao terminar de me trocar, percebo que todos já haviam ido para a quadra. Então coloco meu uniforme de qualquer jeito no armário e bato para fechar.

Ao me virar dou de cara com o Potter, ele coloca um dos braços acima do meu ombro me mantendo preso entre seu corpo e os armários.

- Potter... - tento passar por baixo do seu braço, mas ele apenas se aproxima mais de mim.

Nossos rostos estavam muito próximos, ele se aproxima lentamente e eu por um segundo considero que ele vá me beijar, mas os seus lábios vão em direção à minha orelha.

- Obrigada por ontem e por hoje lá na sala - ele fala sussurrando - Espero que não conte isso a ninguém.

- Não vou contar - falo baixo.

- Eu espero - ele dá de ombros e me solta. Ele caminha, mas depois vira e me olha. - Não preciso que me defenda, sei fazer isso sozinho.

- Você é um babaca! - grito - Dá próxima vez te deixo jogado no chão ou levar uma advertência.

- Eu não pedi a sua ajuda - ele fala sarcástico.

Fico parada estático o vendo se afastar. Eu sou um idiota!
É isso que você ganha, Malfoy... Por querer ajudar as pessoas.
Saio do vestiário e corro em direção a Amy.

- O que foi? - ela me analisou - O que o Potter fez?

- Como você sabe? - a olho estupefato.

- Ele saiu antes de você - ela fala simplesmente - E agora você está aí todo irritado.

- Não foi nada - sorrio para ela.

- Malfoy para cá! - o treinador me chama.

- Bom, vou indo - suspiro.

O Albus fica me provocando durante o jogo, fazendo piadinhas e eu agradeço minha falta de habilidade com bola quando eu jogo no queimado e ela vai em direção ao nariz dele.
Juro que eu tentei não ri, apenas tentei.

Ele geme de dor e segura o nariz, eu estava destraido na minha tentativa de não rir quando o vejo vindo em minha direção. Foi tão rápido que eu mal vi, apenas sentir quando seu punho se chocou contra minha face.

- Você ficou louco, porra? - pergunto ao colocar o dedo acima do meu lábio e sentir o sangue escorrendo pelo nariz.

- Você que começou, seu idiota! - ele vociferou e os colegas seguraram ele.

- Já chega! - o treinador gritou, após apitar - Pro chuveiro, agora! Vão esfriar a cabeça.

Andamos afastados e seguimos para o vestiário murmurando xingamentos. Eu passei primeiro e fui para o chuveiro mais distante que tinha. Entrei debaixo da água com roupa e tudo, deixando a água gelada lavar o sangue em meu rosto.

Sinto meu corpo ser empurrado contra a parede molhada e eu fico olhando para ele sem entender.

- Qual é a sua? - ele coloca o dedo em meu rosto.

- O que? - grito de volta, empurrando ele.

- Lá na quadra! - ele revira os olhos.

- Foi sem querer - levanto as mãos em sinal de paz.

- Eu acho que você quer sentir minhas mãos em você! - ele fala segurando o meu braço e dando uma risada irônica.

- Eu? Nunca! - grito - Você que está me prensando contra paredes.

- Arrg - ele me solta - Vou pra casa!

- Já vai tarde - grito e ele me responde apenas me mostrando o dedo do meio.

Abaixo a cabeça e me apoio na parede deixando a água escorrer pelo meu corpo.

...

- Isso se chama tensão sexual! - a Amy fala, enquanto caminhavamos para casa.

- Nada haver... - murmuro - Nós mal nos conhecemos.

- Eu não estou falando de amor - ela revira os olhos - Apenas que vocês são atraídos um pelo outro. Corpo, pele, tesão!

Apenas nego com a cabeça e ela dá um sorriso.

- Você sabe que eu odeio o Potter... - ela fala e anda um pouco mais rápido - Mas se vocês transarem, eu vou querer filmar a fodinha! - grita.

- Por Deus, Amy! - olho pros lados para ver se alguém havia ouvido.

- Porra, vocês são gatos pra caralho! - ela dá de ombros e sorri.

- Isso nunca vai acontecer - eu sorrio - Se acontecer eu mesmo convido.

- Promessa é dívida - ela fala ao se despedir.

...

O capítulo foi pequeno, eu sei. Estou em semana de provas e não tive tempo para escrever. Não queria escrever qualquer coisa. Semana que vem é feriado aqui em Recife, prometo que faço duas atts seguidas.