☃︎ Capítulo 2 ☃︎

Jimin on.



— Alguém me salva? — isso é um pesadelo.

— Não seja assim, não vou te obrigar a amar o Natal. — bom mesmo.

— Ninguém é capaz disso, minha mãe já tentou até me dando dinheiro, eu fiquei com o dinheiro e ainda odeio o Natal. — precisa ser esperto.

— Dúvida disso? — óbvio.

— Sim, eu gosto de odiar. — falei.

— Eu percebi, vem sentar. — parei de olhar lá fora e voltei para o sofá. — Por que passou a odiar no Natal?

— Não sei, é uma data falsa então não faz diferença se eu gosto, ou não. — simples assim. — Por que você ama o Natal?

— Comidas deliciosas, ganhar presentes, e os filmes Natalinos, por que não iria gostar? — ele é doido!

— Mas ganhar presente e comer comidas deliciosas pode fazer isso durante o ano. — falei. — Não acredito que eu trouxe alguém que ama o Natal.

— Prometo que não vai se arrepender. — não prometa o que não pode cumprir. — Como já disse, eu sou uma companhia agradável.

— Espero que seja mesmo, ou vou te mandar de volta em uma caixa de presente para os seus pais. — ele riu.

— Como pretende me fazer entrar em uma caixa? — é bem fácil.

— Só colocar um prato disso que você vai entrar. — falei do chocotone, ele acabou com tudo.

— Vai conseguir, eu amo chocotone. — eu percebi. — Mais que panetone.

— Também, tudo que vai chocolate eu amo. — comentei.

— Tudo mesmo? — confirmei.

— Comentou sobre os filmes Natalinos, qual o seu preferido? — perguntei.

— Tem três, "Esqueceram de Mim", "O Quebra-Nozes", "O Grinch", são esses meus favoritos. — um mafioso que gosta de filmes natalinos.

— Simplesmente não imagino você assistindo esses filmes. — fui sincero.

— Por que? Por eu ser mafioso? — exato. — Julgar pela aparência, que feio Jimin!

— Não pode falar nada, só por eu ser gay pensou que meu filme favorito fosse algum de romance. — jurou que eu não tinha percebido.

— Não foi por você ser gay. — então por quê? — Como explico?

— Eu já entendi, é pelo meu jeito né? — confirmou. — Imaginei, estamos quites em julgar pela aparência.

— Sim, mesmo sendo mafioso assisto filmes Natalinos. — impressionante.

— E mesmo sendo frufru, assisto filmes de ação. — falei. — Para pensar que meu filme favorito era romance, você me vê como? Todo delicado?

Ele pensou, pensou mais um pouco.

— Por acaso está pensando em uma forma de responder sem me ofender? — confirmou. — Pode falar, não me ofendo tão fácil, só fale com cuidado.

— Você é delicado. — sabiá. — E usa roupas que ressalta mais, é fofo, difícil imaginar assistindo um filme do povo se matando.

— Não ofendeu, eu sou assim mesmo. — Então é dessa forma que ele me vê, delicado e fofo.

— Como você me vê? — lindo, gostoso, e hétero.

Ódio!

— Aparência? — confirmou.

Pensei no que responder sem mostrar que sou caidinho por ele.

— Bom, você é todo musculoso, usa roupas pretas, ouve rock, te vejo como alguém bem trevoso. — ele riu. — Mas mesmo fazendo o que faz é respeitoso e trata as pessoas bem, então também te vejo como alguém carinhoso.

Nem mostrei que tenho um abismo por ele, quietos!

— Como sabe que gosto de rock? — não faz pergunta difícil.

— Já andei de carro com você, e na sua playlist do carro só tinha rock. — aqueles pesados que o cantor parece o demônio cantando.

— Mas. — ele pensou. — Você andou de carro comigo faz uns três anos.

— Por aí. — três e meio que isso aconteceu. — Estava chovendo e eu pedi para a minha irmã me buscar no shopping, mas ela estava ocupada transando, você apareceu.

— Sua memória é boa. — não, só para o que me interessa ela é boa. — É, sua irmã me ligou pedindo para te buscar, só não sabia que essa era a ocupação dela.

— Era, menina safada. — eu ainda não dirigia nessa época.

— Você não dirigia ainda, né? — confirmei. — Quando tirou carteira?

— Após o último término, tem três anos. — contei.

— Porque você terminou com ele? — e quem disse que fui eu?

— Bom... — ouvi meu celular tocando. — Preciso ir atender.

Levantei e subi para o segundo andar, fui até o quarto. Atendi a ligação, é a minha mãe.

— Olá mãe. — falei.

— Oi filho, eu te mandei mensagem, mas como não respondeu precisei ligar, é urgente. — o que foi? — Onde colocou as gotas de chocolate que eu comprei? Não achei em lugar nenhum dos armários.

— Isso é a urgência? — confirmou. — Está na dispensa mãe, não cabia no armário.

— Espera. — ficou em silêncio. — Achei, obrigado! Como estão indo as coisas com o Jungkook?

— Tranquilo, ele é uma boa companhia. — sentei na cama.

— Namora ele. — emocionada. — Vocês fariam um casal tão bonito, realize esse desejo antes que eu morra.

— Mãe, a senhora não vai morrer e seu desejo vou ficar devendo, ele é hétero. — desde que eu e a minha irmã assumimos nossa sexualidade, minha mãe pensa que todo mundo tem um pé na comunidade.

— Hétero um ova, quase babou te olhando quando chegamos no aeroporto, que hétero é esse que fica excitado com um homem? Eu nunca vi. — é doida! — E ainda disse "bom dia!", Para você separado de nós, ele está completamente na sua.

— Não cite "Todo mundo odeia o Chris" para mim. — ela não pode assistir nada que fica usando as frases na vida cotidiana. — Estava excitado nada.

— Com certeza estava, e olhou a sua bunda, que você puxou de mim. — Deus, me leva? — Rosé puxou seu pai, e ela o xinga todo dia por isso.

— Mãe, toma um chá, a senhora não está bem. — nadinha mesmo.

— Tô ótima! Já tomei uma tacinha de vinho. — sabiá, está bêbada.

— O que está fazendo agora? — perguntei.

— Cookies, seus preferidos. — esperou eu sair do país, para quê inimigos? — Eu guardo um para você.

— Obrigado! Vou desligar agora. — antes que solte mais uma.

Me despedi dela e desliguei. Saí do quarto, desci as escadas.

— Quem era? — perguntou, enquanto estava na cozinha bebendo algo.

— Minha mãe queria saber onde deixei as gotas de chocolate. — fui para o sofá, sentei.

— Vai fazer Cookies? — confirmei.

— Meus preferidos, provavelmente o que a massa é com essência de baunilha, eu queria. — falei bicudo. — É perfeito! Quando voltarmos, vou pedir para ela fazer, você vai gostar.

— Claro. — ele procurou algo nos armários.

— O que está procurando? — perguntei.

— Chocolate. — Apontei a geladeira. — Obrigado! Vou fazer chocolate quente, você quer?

— Sim, obrigado! — ver ele mexendo as coisas, sem camisa, e essa tatuagem, me fez imaginar tantas coisas.

Nunca transei em uma cozinha, meus antigos namorados gostavam apenas na cama, e olhe lá.

Namorando minha vida sexual ficou inativa, interessante isso. Eu sei que o namoro não é apenas sexo, mas nada também aí é sacanagem. Quando os dois são virgens e tem aquela coisa da vergonha, e não está pronto, eu entendo, mas se os dois tiverem uma vida sexual ativa porque vão acabar namorando? Não faz sentido.

— Distraído, seu chocolate quente. — acordei, peguei a caneca.

— Obrigado! — fiz perninha de índio. — Eu não estava distraído.

— Estava sim. — óbvio. — No que pensava?

— Nada de importante. — em transar com ele em cima daquele balcão, mas ele é hétero.

— Posso te fazer uma pergunta? — quase que para o chocolate na garganta.

— Pode. — Não seja o porquê eu estava olhando ele na cozinha.

— Eu sempre tive a impressão que seu pai não gosta de mim, ele não gosta? — continua sendo uma pergunta difícil.

— Como eu digo isso? — pensei. — É, ele não gosta.

— Por que? — perguntou curioso.

— Não sei. — porque eu gosto de você.

— Sério que não vai me contar? — confirmei. — É por ser da máfia?

— Se fosse por isso eu contava, mas não, ele não dá a mínima por você ser um criminoso. — ele pensa que você vai me roubar dele. — Acredito que agora ele vai passar a gostar.

Saber que você é hétero o alegrou muito.

— Que bom! Nunca entendi porque ele só me olhava bravo. — Nem queira. — Já a sua mãe gosta.

— Sim, bastante. — te vê como genro. — O chocolate está gostoso!

— Obrigado! — Bebi mais. — Você não está interessado em ninguém atualmente?

Engasguei porra, bem que eu queria que fosse com porra, mas não é.

— Assunto delicado? — perguntou. — Quer água?

— Estou bem! — me recuperei. — Não é delicado, só me pegou de surpresa.

— Pode responder? — confirmei.

— Não estou, por quê? Seus dois amigos namoram o Tae, sua amiga namora a Helen, e Namjoon é casado, tem mais um amigo e esse está interessado em mim? — não vou namorar, mas dispensar água quando está com sede é errado.

— Eu tenho mais amigos, mas todos namoram. — droga! — Nenhum está interessado em você.

— Uma pena. — terminei meu chocolate. — Tem muitos amigos?

— Alguns, os que você citou. — Claro. — E mais uns quatro, mas não moram na Coréia.

— Tem bastante amigo, eu tenho só dois. — eles já me enlouquecem. — Queria ser extrovertido como a Rosé que faz amizade com pombo se deixar, mas sou tímido e não consigo fazer amizade tão facilmente.

— Está indo bem comigo. — preciso reformular a frase.

— Não consigo fazer amizade com quem não conheço. — agora entendeu. — É fácil conversar com você, então ajuda manter o diálogo.

— Eu gosto de conversar com você. — falou simples.

Que caneca incrível! Nunca vi tão linda!

— Também gosto. — confessei. — Apesar de falar muito, precisa ser coisas do meu interesse, e com pessoas específicas, não é todo mundo que tem o privilégio em me ouvir falar mais que uma vitrola quebrada.

— Então eu sou privilegiado? — confirmei. — Eu não gosto de ouvir qualquer pessoa falando.

Ele gosta de me ouvir falar, novidade.

— Estava no dia que conheci a sua irmã, né? — ela me obrigava a ir.

Éramos menores, não façam isso crianças.

— Sim. — o dia que me encantei pelo rapaz de jaqueta preta com o cabelo amarrado, e alguns fios caindo nos olhos. — Seu cabelo era maior.

— Dava trabalho para cuidar. — quase chorei o dia que ele cortou.

— Ele está bonito agora, mas longo sempre achei mais bonito. — Naquela época a orelha dele estava cheia de piercing, agora só tem três. — Por que perguntou isso?

— Conversei com o gêmeo errado. — tossi um pouco. — Queria falar com você, mas tinha sumido.

— Apenas ela subiu para área vip, eu continuei com os mais humildes. — ele riu. — Por isso não me achou, por que queria falar comigo?

— O óbvio. — claro.

— Ah! Entendi. — não entendi caralho nenhum.

Não me julgue, minha irmã me bateu no útero da minha mãe, menina agressiva.

— Então? — perguntou.

— O quê? — ele não entendeu.

— Você não entendeu né? — lógico que entendi.

— Não, nadinha mesmo. — A lerdeza é um toque da minha personalidade.

— Imaginei, lentamente eu mostro o que queria ao falar com você. — se ele fosse gay isso seria um flerte dos bons, mas é hétero, então espero ele mostrar logo.

— Eu espero. — ou não. — Bom conversar com você, mas eu cansei da viagem, vou subir para dormir.

— Também vou. — As duas canecas foram para a pia, eu subi e ele ficou apagando as luzes.

Entrei no quarto e fui para o banheiro, escovei o dente, e saí.

Estava procurando algo na mala quando ele entrou, foi para ao banheiro.

Peguei o que achei, minha faixa para os olhos, quando viajo sempre uso, em casa não.

Coloquei na cabeça, fui até a cortina e fechei ela.

Quando saiu do banheiro estava indo para a cama, tirei meu celular de cima e coloquei na mesa de cabeceira.

— Como vamos fazer? — perguntei.

— Para dormir? — neguei.

— Dividir a cama, aquele sofá lá da sala parece ótimo, e tem uma lareira. — sugeri.

— Não gosta de dormir com ninguém? — só você mesmo.

— Às vezes você não quer dormir comigo. — pode pensar que por eu ser gay vou atacar ele enquanto dorme, jamais faria isso, mas tem hétero que pensa ser o cara mais foda do universo para ser atacado por un gay.

— Eu quero. — isso me surpreendeu. — Mas se não se sente confortável, eu durmo no sofá.

— Não, vai machucar as suas costas, a cama é grande. — falei por fim.

— Certeza? — confirmei. — Tudo bem, qual lado você dorme?

— Esquerdo. — Puxei o edredom grosso, coloquei dois dos travesseiros no meio da cama.

— Por que? — perguntou olhando minha barreira de travesseiros.

— Eu abraço as coisas dormindo, isso vai evitar que eu te abrace sem ver. — o que seria bem vergonhoso.

Sentei na cama, ajeitei meu travesseiro, o edredom e deitei.

Ele deitou do lado dele da barreira, ótimo!

— Boa noite! — falou.

— Boa noite! — estiquei a mão e com o controle apaguei a luz do quarto.

Coloquei a faixa nos olhos, não demorou para pegar no sono.

[...]

Acordei com alguém me chamando, se meu corpo não aprovasse, eu ainda deveria estar em sono profundo.

— Que foi? — resmunguei, nem tirei a faixa dos olhos.

— Tomar café da manhã, a mesa está posta. — me acordou para comer, está perdoado.

— Já vou. — Assim que eu encontrar a coragem.

— Estou te esperando. — ouvi passos e logo a porta fechou.

Larguei o travesseiro que abracei dormindo, sentei na cama e tirei a faixa.

Que preguiça!

Coloquei minha faixa na gaveta da mesa de cabeceira. Levantei, calcei minhas pantufas. Fui até o banheiro, escovei meus dentes e lavei o rosto; após usar lavei as mãos.

Saí sentindo frio, fui até a mala, peguei um moletom preto e vesti, coloquei o capuz.

Estou com sono!

Andei meio de olho fechado até o andar debaixo, estava coçando os olhos quando cheguei na sala de jantar.

— Bom dia! — ainda estou rouco.

— Bom dia! Dorminhoco. — Olhei para ele.

— Por que dorminhoco? É cedo. — falei.

— Então quase dez horas é cedo para você? — dez horas?

— Madrugada, que sono! — sentei à mesa. — O que temos para comer?

— Eu fiz pão. — tirou a pequena toalha que cobria, pão bonito.

— Deve estar gostoso, o que mais? — perguntei.

— Bolo de chocolate. — meu preferido. — E Cookies.

Após tirar a toalhinha já senti o cheiro, igual ao da minha mãe.

— Meus preferidos! — até acordei. — Você fez mesmo?

— Sim, achei a receita na internet. — ele procurou a receita para fazer?

— Mas fez com a essência? — confirmou. — Não tinha aqui.

— Eu saí para comprar. — você seria um namorado tão perfeito, a mulher que conseguir conquistar esse coração pode ser eternamente grata.

— Só porque eu disse que queria? — perguntei.

— Sim. — respondeu simples.

— Está saindo de ser apenas meu colega. — falei contente.

Cortei uma fatia do pão, do bolo, peguei vários Cookies.

— Não é só você que presta atenção. — colocou uma xícara na minha frente, peguei e olhei.

— Minha bebida favorita. — capuccino, eu amo!

— Prova. — Bebi um pouco.

— Gostoso. — ele e o capuccino. — Obrigado por tudo isso.

— Por nada. — comecei a comer pelo pão, realmente gostoso, depois o bolo. — Deixando sua parte preferida para ao final.

— Sim, sempre faço isso. — provei um deles. — Está muito bom! Parabéns!

— Obrigado! — comi todos os Cookies e bebi o capuccino delicioso.

— Que horas acordou para fazer tudo isso? — perguntei.

— Seis e meia. — por que hétero, Deus?

Eu queria tanto namorar ele, mas quem vai fazer isso é uma mulher.

— Quando achar alguém legal, essa pessoa terá sorte, se como amigo você é assim imagina namorando. — levantei. — Eu lavo a louça.

Levei o que estava sujo para a pia, lavei as louças. Ele ficou pensativo na mesa, não atrapalhei.

Sequei tudo, guardei deixando organizado.

— Quer ir esquiar? — perguntei me apoiando na mesa. — Hoje está bom para esquiar.

— Sim, quer ir agora? — confirmei.

— Vamos nos arrumar. — subimos.

Peguei minha roupa e entrei no banheiro, tirei o que usava.

Vesti a calça bege cintura alta, ela parece ser fina, mas esquenta muito. Na parte de cima, além de uma blusa branca de gola alta, uma jaqueta bege e branca, fechei.

Escovei meus dentes antes de sair. Jeon fechava sua jaqueta, está todo de preto, nenhuma novidade

Olhou para mim, a forma que ele analisa o que eu estou usando me deixa fraco, isso não se faz.

— Essa calça esquenta? — perguntou.

— Sim, é de pelinho por dentro. — falei.

Peguei a bota branca própria para a neve e esquiar, sentei no sofá e calcei as duas, levantei e andei para ajustar no pé.

Arrumei a cama enquanto ele estava no banheiro, abri as cortinas também.

Peguei luvas e meu cartão, saí com o meu celular.

Todos foram para algum bolso, desci. Esperei ele encostado no sofá, respondi às mensagens dos meus pais e amigos.

— Vamos? — confirmei.

Saímos do chalé, fomos para a garagem.

— Você sabe mesmo esquiar, né? — só para garantir.

— Sim. — espero mesmo.

Com o carro foi até um ponto da montanha, nós paramos no local que você paga para conseguir subir o restante.

Eu paguei para nós dois, nos colocaram no teleférico para subir.

— Faz tempo que não ando em um desse. — falou.

— É uma delícia. — falei olhando a paisagem.

Ele está quieto, eu tentei puxar assunto e ele só respondeu o necessário, às vezes aconteceu algo.

Sei que não fiz nada.

Ao chegar nós descemos, recebemos o equipamento, meu capacete é branco como os óculos para combinar com a roupa.

Fomos até o lugar de descida, coloquei meus esquis, conferiram todo o equipamento.

Abaixei os óculos nos olhos, coloquei a touca e fechei totalmente a jaqueta, não quero meu nariz congelado.

Luvas nas mãos, estou pronto!

— Pronto Jeon? — acostumei.

— Sim. — eu disse que ele só respondia o necessário.

— Quem chegar por último paga a bebida? — sugeri.

— Tudo bem. — legal, vou ganhar bebida.

— Vou contar até três. — ficamos em posição. — Um, dois.

Largou na frente.

— Idiota! — fui atrás.

Ele não conhece essa montanha como eu, vou ganhar fácil.

Tem uma rampa e ele desviou dela, esse foi seu erro.

Passei feliz, ao encostar no chão novamente eu estava na frente.

Na segunda rampa ele quis fazer o mesmo, mas essa você precisa evitar.

Por baixo eu passei entrando em um atalho, não vi mais ele até o final da montanha.

Fiquei na linha de chegada, logo avistei ele chegando, perdeu!

Tirei a touca e abri a parte que está cobrindo minha boca, respirei fundo, ar gelado!

Ele freou quase em cima de cima, mas a neve me acertou.

— Perdeu! Agora vamos lá para você pagar a minha bebida. — falei. — Não fique triste, ninguém me vence.

— Não estou triste, é só uma corrida besta. — O que eu faço sempre que venho aqui, para mim, não é besta.

— Claro. — o que aconteceu com ele?

Se é assim que ele pretende agir pelos próximos nove dias, voltaremos como conhecidos não vai ser nem colega.

Eu não tratei ele mal para agir com grosseria comigo, ou tratei?

Lembrei de toda a manhã, não, eu não tratei ele mal.

— Vai ficar aí parado? — se continuar falando assim, sim, vou ficar plantado na neve.

— Já estou indo. — tirei os esquis e segui ele até onde deixamos os equipamentos.

— Só uma vez, Park? Normalmente faz até quase congelar de frio. — o atendente perguntou pegando as coisas.

— Hoje não, eu vou voltar mais, foi bom falar com você. — acenei antes de sair com ele.

O problema é que hoje, eu tenho uma companhia que está de mau-humor.

— Onde costuma beber? — eu dirigi até o lugar, entrei primeiro.

Tirei o capuz e as luvas, guardei elas no bolso.

Fui e me sentei nas cadeiras do balcão,ele sentou do meu lado.

— Oi Park, o mesmo de sempre? — a barman já me conhece, confirmei. — E você moço bonito?

— Água. — não quer tomar álcool.

Ela me entregou o que sempre bebo, chocolate quente, versão para maiores de idade.

— Oi Jimin. — não, de novo não.

— Oi Stefan. — esse cara tenta sair comigo desde a primeira vez que vim aqui, insistente.

— Veio acompanhado dessa vez, seu namorado? — se está se referindo ao Jeon, não, algo mudou o humor dele e eu estou sofrendo.

— Não, não somos namorados. — neguei o relacionamento.

— Então, quer jantar comigo? — perguntou de novo.

Eu iria negar como sempre faço, mas disseram que eu deveria dar uma chance para o amor. Ele é bonito, sempre me tratou bem, e insiste em sair comigo, deve estar muito interessado.

Também não ligaria em passar um tempo com o gringo, porque faz tempo que saio com ninguém, e quando saí não acabou em sexo, acabou eu comendo sorvete enquanto chorava assistindo a filmes de romance (tenho momentos de fraqueza).

— Tudo bem, eu vou jantar com você. — aceitei o convite.

Ele não esperava que eu fosse aceitar, também negando por anos.

— Hoje a noite está bom para você? — confirmei, Jeon levantou e saiu. — Passa o endereço do chalé que está ficando. — escrevi em um papel e entreguei. — Sete e meia eu passo para te buscar.

— Estarei esperando. — ele voltou para a mesa com os amigos.

— Sério que vai sair com ele? — a barman perguntou, confirmei. — Não acho uma boa ideia, é o maior galinha.

— Não parece. — falei.

— Mas é, nem tudo é como pensamos. — pegou minha caneca vazia. — Deveria dar uma chance para esse rapaz que veio com você, ele é bem melhor.

— Ele é hétero. — contei. — A melhor amiga dele que é minha irmã contou.

— Sua irmã mentiu, ele gosta de você! — Rosé é uma mentirosa nata? A melhor que tem, mas não faria para mim.

— Não, ele não gosta, é hétero e ama o Natal, aí não dá. — falei.

— Você e a sua aversão a Natais. — sim.

— Eu vou sair e ver se ele me deixou aqui, tchau! — saí colocando as luvas, o capuz.

Está do outro lado da rua fazendo bolinhas de neve e atacando na árvore, tadinha da árvore!

Passei a rua, me aproximei devagar.

— Por que saiu de lá? Está frio aqui. — falei.

— Parecia ocupado, não quis atrapalhar. — fez a bolinha e atacou.

— Você não me atrapalha, Jungkook. — olhou para mim. — Vamos embora, ou pretende furar a árvore com as bolinhas?

— Nem joguei forte. — a árvore discorda. — Vamos!

Nós voltamos para o chalé, ele não falou muito, chegamos na hora do almoço.

Após tomar banho e vestir uma roupa quente, desci para fazer comida.

Ele tomou banho no outro antes de mim, não desceu, estava na sala de tv.

Fiz massa com molho branco, e frango grelhado com batatas, eu arraso!

Arrumei a mesa para duas pessoas, subi para chamar ele. Abri a porta, olhei a tela, filme natalino.

Credo!

— Jungkook, almoçar! — desci.

Coloquei para mim e sentei, ouvi os passos dele na escada, foi até as panelas, colocou comida para ele.

Eu esperei que ele viesse sentar aqui comigo, não, olhou a mesa e subiu novamente.

Larguei os talheres, sou eu que ele está ignorando.

Mas o que eu fiz? Na minha cabeça eu tratei ele super bem.

Até após ele agir com grosseria não fiz o mesmo, porque costumo ser pior se me tratarem com grosseria sem motivo.

Realmente não sei o que fiz, e não vou saber, porque eu sou devagar para ver essas coisas.

Comi sozinho na mesa. Lavei a louça antes dele descer, se não quer ter contato comigo tudo bem.

Ele estava querendo ser mais que colega, agora nem quer falar comigo.

Subi e fui para o quarto, após escolher o que iria usar no encontro, deitei.

Coloquei a faixa nos olhos e fui dormir, o sono não vai me decepcionar.

Eu realmente queria ser amigo dele.

Mais que amigo na verdade, mas ele é hétero, respeito a sexualidade de todos.

Dormi a tarde inteira, ele não iria falar comigo, não tinha motivo para ficar acordado.

Acordei com meu celular despertando na hora que decidi, tirei a faixa dos olhos e desliguei.

Quem me cobriu? Ah! Ele me cobriu.

Levantei e fui para o banheiro com uma parte da roupa. Tomei banho e lavei o cabelo, me sequei ao terminar. Vesti a primeira calça, e a branca justa por cima, está frio lá fora.

Blusa vermelha gola alta, o restante da roupa está no quarto. Escovei o dente e passei creme no rosto, saí do banheiro.

Sequei meu cabelo com secador, passei chapinha onde precisava, um óleo para dar brilho em seguida.

Peguei o casaco grosso de pelinhos brancos por fora, quentinho por dentro, deixei em cima da cama. Sentei e calcei uma bota off white, me dá alguns centímetros de altura, aquele cara é alto para um cacete, pareço menor ao lado dele.

Passei perfume e desodorante, protetor labial para não ressecar, coloquei no bolso da calça.

Vesti meu casaco, só peguei meu celular e cartão, não saio sem ele por medo da pessoa me colocar para pagar e eu estar sem nada.

Saí do quarto, ouvi barulho na sala de tv, abri a porta.

— Tô saindo! — avisei.

— Bom jantar! — nem olhou para mim, um dia descubro o que fiz, hoje eu pretendo ter um bom jantar, uma conversa com alguém que quer falar comigo, talvez um bom sexo se tudo der certo, e isso leve para um relacionamento mais para frente, quem sabe.

Olhei para a tela, assistindo "Bright", um dos meus filmes favoritos.

Fechei a porta e desci, ouvi a campainha.

Fui atender, abri a porta.

— Oi Jimin! — falou sorrindo.

— Oi Stefan. — falei.

— Para você. — entregou o buquê de flores.

— Obrigado! Vou colocar em um jarro, já vamos. — tirei o laço que as prende, deixei em cima do balcão, enchi um jarro com água e coloquei elas dentro.

Fui até a porta e saí, fechei a porta.

— Está lindo! — elogiou.

— Obrigado! Você também. — entramos no carro dele.

Fomos conversando até o restaurante, na verdade, eu só respondia o que ele falava, ainda não me sinto totalmente à vontade com isso.

Eu poderia namorar com ele? Sim, mas ainda gosto do Jungkook, então temos um problema.

Ao entrar tirei o casaco, deixando ali na entrada, ele falou da reserva e fomos acompanhados até a mesa escolhida, uma bem no fundo, e longe de olhos curiosos.

Escolhi o que iria comer, o garçom anotou, serviu o vinho que ele pediu, gostoso.

Tivemos um jantar agradável, não foi igual quando comi chocotone com o Jungkook, mas não dá para comparar, afinal, eu gosto dele então sempre vai estar em primeiro.

— Vamos pedir a sobremesa. — eu pedi brownie com calda de chocolate para mergulhar no bolo delicioso, ele pediu algo menos doce. — Agora podemos conversar. — estava terminando meu brownie.

— Sobre? — perguntei, comi o último pedacinho.

— O que você acha sobre sexo casual? — brincadeira né?

Limpei a boca com o guardanapo pensando no que responder.

— Transar sem compromisso? — confirmou. — Não acho legal, por quê? Você quer isso?

— Para ser sincero sim, seu corpo sempre me excitou muito. — meu corpo, de novo isso? — Podemos fazer algo que ficará bom para nós dois.

— Você só quer sexo? — fala que não.

— Sim, não quero namorar, quando eu quiser não será com você. — um simples "sim", bastava. — Desculpe a sinceridade, mas você é meio chato.

— Tudo bem, se queria apenas sexo, por que me chamou para jantar? — estou me controlando para não atacar vinho na cara dele.

— Pensei que isso te deixaria mais flexível a aceitar, então, quer fazer sexo casual comigo? — é cada coisa que eu passo.

— Por que escolheu a mesa mais escondida? — só para ter certeza.

— Não quero que me vejam com você, acabaria com os meus outros relacionamentos. — Sabia.

A pessoa que eu gosto está brava comigo por algo que nem sei, quem eu pensei que poderia ser um futuro namorado só quer meu corpo, e ainda me acha chato.

— Nem morto. — respondi. — Você tem bafo, e insegurança com seu pênis, não adianta colocar meias para parecer maior, quando senta ele some, adeus filho da puta!

Levantei e deixei ele lá, vi a senhora Hansson pegando algo na recepção, ela ama a torta desse lugar.

— Olá, pequeno Jimin. — falou sorrindo ao me ver. — Está bem, querido?

— Pode me levar até o chalé? — ela confirmou, saímos do restaurante, vesti meu casaco.

— O carro está ali. — atravessamos a rua e entramos. — O que aconteceu? Veio jantar sozinho?

— Não, com um idiota. — falei.

— Mas você não está namorando? E aquele rapaz não parece ser idiota. — quando não me ignora ele é incrível.

— Ele falou aquilo brincando, não namoramos. — contei a verdade. — Porque todo mundo pode ser feliz no amor e eu não? Será que sou tão insuportável assim?

— Você não é insuportável, querido, é um amor. — só a senhora acha isso.

— Obrigado, mas só a senhora pensa isso de mim. — estou passando a acreditar nos meus namorados antigos. — Quando falo todo mundo, é todo mundo, minha mãe pegou meu gato saindo para encontrar o gato da vizinha, e o cachorro namora a pinscher do vizinho, corajoso, mas é o amor, agora eu estou há três anos sem ninguém.

— Mas você gosta do Jeon, porque não namora ele? — por que ninguém vê que ele é hétero?

— Ele não gosta de homens como eu senhora Hansson, só mulheres. — a cidade toda iluminada com pisca-pisca e coisas de Natal, tirando os papais Noéis, o resto é bonito.

— Olha Jimin, deveria pensar que talvez o problema esteja na sua percepção, sua alma gêmea pode estar mais perto do que imagina. — soltou essa após pensar.

— Quem dera, os homens perto de mim, sejam casados, noivos, ou héteros, será que irei precisar rodar o mundo atrás desse homem. — comentei. — Existem pessoas que ficam sozinhas para sempre, será que vou ser uma?

— Não vai, acredite em mim, você vai perceber a existência da pessoa. — fiquei pensando.

Então na minha percepção essa pessoa ainda não existe? Isso que ela quis dizer?

Passe a existir uma pessoa que vai me tirar da solidão.

Fui pensando o resto do caminho, mais alguns minutos e ela parou o carro na frente do chalé.

— Obrigado pela carona, senhora Hansson! — agradeci.

— De nada querido, você precisa mais disso que eu. — entregou a sacola. — Dívida com Jeon, boa noite!

— Boa noite! — saí do carro e entrei no chalé, acendi as luzes.

Deixei a sacola no balcão, peguei as flores e enfiei na lixeira, babaca.

Subi para o quarto, ouvi a voz de um personagem conhecido por mim, é outro filme favorito meu que ele está assistindo.

Troquei de roupa, coloquei um pijama branco e roxo, de bolinhas, shortinho e uma blusa longa. Calcei a pantufa, e desci para o andar debaixo.

Peguei um pedaço grande da torta de chocolate com maracujá, uma garrafa de vinho na adega, abri e fui para o sofá.

Coloquei duas almofadas na cabeça, não quero ficar completamente deitado, vai que eu engasgo. A torta está boa, com uma dose de lágrimas ficou mais gostosa.

Tomei um pouco de vinho, só olhando a neve cair lá fora.

Limpei as lágrimas com a barra da blusa, não que eu vá parar de chorar, só não quero molhar a almofada com as minhas lágrimas salgadas.

Mais uma colherada da torta, que tristeza!

Ouvi passos do Jeon, veio pegar algo na cozinha, mas começou a se aproximar de mim. Espero que ele desista e suba, não quero ser visto assim, vulnerável.

— É, des... — olhei para ele. — Está chorando?

— Sim, agora vai assistir. — voltei a olhar a janela, mas ele não saiu do lugar.

— Por que? — perguntou. — Aconteceu algo no seu encontro?

— Você não quer saber dos problemas do gay encalhado aqui. — mais um gole do vinho.

— Eu quero, pode falar. — sentou na mesa de centro, é de madeira maciça, aguenta esses músculos todos em cima.

— Ele só queria sexo casual. — idiota. — Por que ninguém quer namorar comigo?

— Ele é um idiota, e você é demais para ele. — comi mais torta. — Aceitou o que ele queria?

— Até parece, ele disse que quando namorar não será comigo, me chamou de chato, eu sou chato? — perguntei olhando para ele.

— Você não é chato. — não sei se acredito.

— Por que me ignorou hoje? Também se cansou de mim? Não tem problema se a resposta for sim. — falei.

— Eu não te ignorei. — sério?

— Ignorou sim, preferiu comer na sala de tv do que comigo, pensei que quisesse ser mais que meu colega, já desistiu? Eu sei que já, todos desistem. — Nem sei como tenho dois amigos.

— Eu quero ser mais que seu colega, estava chateado com outras coisas, desculpa te ignorar. — pelo menos pede desculpa.

— Tudo bem. — Bebi vinho.

— O que mais ele te falou? — perguntou.

— Ele escolheu a mesa mais escondida só para não ser visto comigo, e disse que meu corpo sempre o excitou muito, por que sempre se interessam pelo meu corpo? Meus outros namorados eram iguais. — Minha vida amorosa é um desastre.

— Por isso terminou com eles? — não.

— Eles terminaram comigo, nem sei porquê vou te contar isso, o primeiro disse que eu era muito grudento e ele queria espaço. — não pode nem ser carinhoso. — O outro disse que eu falava muito e apegado demais, por mensagem que ele terminou, eu não merecia nem uma explicação face-a-face? Por que fazem essas coisas comigo? Eu sou tão ruim assim.

— Você não é ruim, não gostava de nenhum dos seus namorados. — Ninguém gostava.

— Ninguém gostava, e depois eu descobri que os dois me traiam, eu só queria que alguém gostasse de mim, sem me achar chato, grudento, apegado, ou falador, mas não, só querem meu corpo e nada mais. — mais torta e vinho. — E esse ano foi o pior de todos!

— O que aconteceu? — perguntou.

— Eu me apaixonei três vezes, uma vez por um hétero casado, segunda vez por um hétero violento, e a terceira por um gay encubado. — precisava falar disso com alguém.

— Violento? Ele te bateu? — confirmei com vergonha. — Quando?

— Meio do ano, fiquei duas semanas fora da cidade até os hematomas sumirem. — contei.

— Sua irmã disse que você precisava esfriar a cabeça, ninguém sabe sobre isso né? — confirmei.

— Bico fechado, meus pais surtam se souberem. — limpei as lágrimas. — Eu só queria alguém normal, que me ame e eu possa amar de volta, é tão difícil?

— Não. — se fosse ele melhor ainda. — Já pensou em procurar mais perto de você?

— Senhora Hansson disse isso, mas não tem ninguém perto de mim, os homens que tem são casados, namorando, noivos, ou héteros. — contei. — Ser você deve ser legal.

— Por que acha isso? — perguntou.

— Você dorme com várias, tem a mulher que quiser com uma palavra, queria ser assim só que com homens, afinal eu sou gay. — respondi. — Como faz isso?

— Jimin, elas não ficam comigo pela minha personalidade, assim como os homens com quem você sai só querem seu corpo, elas são iguais, só querem sexo de uma noite. — estamos na mesma então. — E quem quer ficar comigo, é pelo dinheiro.

— Você é legal, vai achar alguém que goste da sua personalidade. — uma pena não ser eu.

— Já achei. — Olhei para ele. — Não gosta de mim.

— É trouxa, se quiser eu falo com ela e te ajudo, eu que juntei meus amigos com seus respectivos parceiros. — ajudar quem eu gosto ficar com a pessoa que ele gosta, vou chorar mais. — Para cupido eu sirvo, para namorado não.

— Não precisa, eu vou fazer essa pessoa me notar. — lindo assim não será difícil.

— Não vai ser difícil, você é bonito e tem uma personalidade incrível. — Bebi mais vinho.

— Obrigado! Mas se minha personalidade é incrível, por que me tem apenas como colega? — porque eu te quero como namorado, não amigo.

— Você nunca mostrou interesse em ser mais que meu colega. — triste, mas já tinha aceitado. — Pensei que gostasse de ser amigo apenas da Rosé, ela tem tanto amigo que precisa de dois celulares para conseguir falar com todos, na adolescência eu sentia inveja dela por ser sempre rodeada de pessoas, depois aceitei que meu jeito não é de alguém com muitos amigos.

— Ela nunca me falou sobre isso. — ninguém sai falando "eu tenho mais amigos que você". — E eu mostrei interesse.

— Quando? O que perguntava quando vinha na minha casa? — vamos ser se ele lembra.

— Não sei, se estava bem? — isso também.

— É, "Oi Jimin, como está?", aí eu respondia e logo em seguida "Sua irmã está em casa?", ou "A Rosé está aí?". — agora ele lembrou. — E quando ela não estava, você ia embora, então não tinha como pensar que você queria ser meu amigo, mas está de boa.

Levantei e fui até a adega, a primeira garrafa já foi, escolhi um mais adocicado, no caminho de volta peguei mais torta.

— Então, quando mostrou interesse? — perguntei, me sentei.

— Você tem razão, nunca fui claro. — que bom que sabe. — Mas agora estou mostrando certo?

— Sim. — eu continuei a beber, até eu não ver o que fazia.

[...] Autora on.

Jimin despertou com a cabeça doendo, garganta seca, coberto com o edredom.

— Como eu vim parar na cama? — sentou. — Que sede! E eu tô apertado, bebi demais.

Correu para o banheiro, lavou as mãos, o rosto, depois escovou seus dentes.

— Que cara péssima! — saiu do banheiro e voltou para a cama, se enfiou embaixo do edredom.

— Bom dia! — virou para o lado da porta, Jungkook na beirada da cama com uma bandeja.

— Pode falar dois tons abaixo, minha cabeça está latejando! — implorou. — E bom dia!

— Claro. — falou mais baixo. — Senta, trouxe seu café.

— Café da manhã na cama. — sentou. — Só tive uma vez, mas não foi legal.

— Por que? — colocou nas pernas do mais novo bandeja com pés para apoio.

— Uma "amiga" estava gostando do menino que eu estava ficando, aí ela fez com interesse, deixei que ela ficasse com ele, ela tem um filho dele, mas ele está casado com um homem. — contou. — Esses dois comprimidos, são para quê?

— Dor de cabeça e enjoo, senhora Hansson veio trazer. — ela é um amor, pensou.

— Espera, enjoo? — estava até com medo da resposta

— Sim, você vomitou bastante antes de querer dormir. — bateu na própria testa.

— Ai, que dor! — pegou os comprimidos e tomou com a água. — O que eu fiz de vergonhoso?

— Nada. — não acreditou

— Foi tão grave, vai, me conta o que eu fiz? — perguntou de novo.

— Por onde eu começo? — perguntou sentando na cama.

Jimin pensava em se jogar da sacada, isso seria bem melhor que ouvir o que fez bêbado.

Mas ele precisava enfrentar isso, querendo ou não.

Passar vergonha na frente do crush, a vergonha de Natal.........................


































































































































































Beijo na testa 💋💋!!!!!!!!!!!!

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