Fotografia

"Você precisa se acalmar, Dray. - Harry"

"E se eles não gostarem de mim? - Draco"

"Se eles não gostarem da pessoa mais maravilhosa desse universo, eu escolhi os piores pais terrestres desse mundo. - Harry"

Draco rolou os olhos, mas sorriu para o namorado. Os dois estavam namorando a bons três meses. Havia sido um choque inicial para todos do colégio, mas Harry fez questão de tornar aquela fase confortável para Draco. O platinado até optou por deixar suas roupas de lado, mas Potter deu um tipo de ataque e disse que se Draco se atrevesse, ele iria explodir a Terra com algum tipo de bomba alienígena. O platinado o fitou como se ele fosse maluco, mas então, lembrou-se de quem Harry era e como ele agia. Não evitou de sorrir de lado e, suspirando, assentiu. Tudo para o bem de seu planeta. Harry o chamou de herói.

No mais, Draco iria conhecer os pais de Harry, que eram compostos por Remus Lupin, James Potter e Sirius Black. De primeira, ele não entendeu o motivo para Harry ter três pais, mas ele foi explicando toda a situação. Em um de seus bilhetes, é claro.

"Meu pai, James Potter, era um homem sozinho desde que sua falecida exposa se foi. Ele conheceu meus outros pais, Remus e Sirius, que eram um casal e o acolheram. Eu entendo que muitos possam achar esquisito o relacionamento que eles formaram, mas eu não. - Harry"

"E você? Como chegou? - Draco"

"Em minha história humana, eu era filho de James e Lily, mulher esta que morreu em seu parto para me conceber. Em minha história extraterrestre, eu acabei caindo com a minha nave no quintal deles e o gentil James Potter me ajudou. - Harry"

Draco guardou aqueles bilhetes. Eram tão naturais; tão Harry! Ria toda vez que os lia, mas admirava aquela história. Harry era... era único. Talvez fosse por isso que ele o conquistara tanto.

Naquele dia, os dois saíram de mãos dadas da escola para irem à casa de Harry. O moreno tagarelava sobre futebol e sobre as injustiças do Professor Snape com ele. Draco o escutava e algumas vezes ria do drama do rapaz. Era engraçado vê-lo tão indignado com coisas pequenas.

- E então ele veio para cima de mim com aquele nariz gigantesco e disse: "Sr. Potter, terei que retirar dois pontos de seu trabalho por sua incompetência em Química". - imitou a voz do Professor com um rosto desgostoso. - Ele sabe que me reprovando só vai me manter mais tempo perto dele?

- Talvez seja o que ele quer. Você é a pequena diversão dele. - falou e Harry encarou Draco com um olhar perdido.

- O maldito veio de Marte. Marcianos são tristes e adoram ver os outros sofrerem. - argumentou e Draco o empurrou de leve, causando risadas do namorado. - Hey, onde está aquela saia amarela que você usa?

- Na minha gaveta? - perguntou confuso. Harry fez um bico.

- Queria que você estivesse usando ela hoje.

- Harry, eu vou almoçar com os seus pais. Usar uma saia...

- Amor- - Harry o cortou e Draco sentiu seu coração quentinho com o apelido referido a ele. - Meus pais têm um relacionamento a três. Uma saia não faz diferença. - suspirou e beijou o nariz do namorado. - Mas se você não se sente confortável, não vou obrigá-lo.

- Obrigado por entender. - disse e abraçou o namorado pela cintura. Os dois voltaram a caminhar. - Me conte como é esse momento em Vênus. Digo, como as pessoas agem ao conhecer os pais da sua alma gêmea?

Harry fez um som com a boca e empurrou os óculos no rosto, pensativo. Draco amava quando ele fazia aquela expressão:

- Em Vênus, esse momento é tão especial que o almoço tem que ser único, com uma comida que apenas será feita em situações onde a família estiver junta. - explicou. - Eu já fui em um desses almoços e comi uma torta de morango deliciosa.

- Parece bom.

- É sim! E os pais sempre fazem uma cantiga para os namorados, essa que será a música perfeita para o casamento. - contou. Draco riu de leve com aquela imaginação sem igual do moreno. - Mas eu não confio muito nas cantigas de Sirius, que se resumem a Its My Life no violão.

- Bon Jovi tem músicas legais. - admitiu e Harry concordou. Os dois atravessaram a rua e entraram em uma outra, que havia várias árvores que tampavam o sol. Era outono e as folhas caíam, o que dava um ar rústico ao lugar. - Vênus parece ser um lugar perfeito. Como Neverland.

- Neverland foi baseada em Vênus. - falou e sorriu convencido. Draco negou com a cabeça. - Bem, chegamos.

A casa de Harry era a coisa mais fofa que Draco já havia visto. Tinha dois andares e era uma mistura de madeira e tijolos muito conservados. Havia uma picape vermelha na garagem e o platinado pôde ver um gato laranja caçando uma borboleta no gramado. Riu com aquilo. Harry abriu o pequeno portão e puxou um Draco muito estupefado para dentro.

- Cheguei! - o garoto gritou no batente da porta e abraçou o namorado, que estava encolhido no moletom azul turquesa. - E trouxe o Draco!

- Estamos na cozinha! - uma voz gritou devolta. Draco pensou que essa mania fosse de família. O pobre Malfoy foi puxado pelo namorado para dentro da cozinha, onde pôde-se ver três homens no cômodo com olhares desesperados.

Harry abriu a boca em descrença quando seu pai Sirius tirou do forno um frango totalmente queimado. James mexia desesperado um caldo no fogão, enquanto Remus parecia ler uma coisa muito complicada no livro de receitas.

- A gente... - Sirius engasgou e sorriu abertamente para Draco. - Bem, não importa. Você deve ser o Draco. Eu sou Sirius Black.

- Muito prazer, Sr. Black. - disse Draco e Sirius apontou para o menino com um olhar admirado.

- Ele é uma coisa fofa, não acha Jamie?! - soltou um gritinho, o que assustou Remus, que deixou o livro cair. James se virou, para só então Draco perceber o quão parecido estéticamente Harry era com seu pai biológico.

- Olá, Draco. Sou James. - se apresentou e retirou a panela do fogão. - A gente tentou fazer um almoço, mas não deu muito certo.

- Você incluiu as avelãs? - Sirius perguntou.

- As avelãs eram para a torta, Sirius. - James respondeu. Remus interviu.

- Na verdade, as avelãs eram para o mousse. - contou.

Draco fitou Harry, que parecia estar a ponto de ter um ataque. Suas bochechas estavam vermelhas e seu rosto se contorcia.

- Bem, que seja. Sou Remus, querido. É um prazer finalmente conhecer você. - falou o castanho. Ele parecia ser o mais inteligente dali. - Nos perdoe pelo desastre, mas acho que iremos pedir comida fora...

- Tudo bem, eu não me importo. - Draco garantiu e James já estava pendurado no gancho do telefone discando os números de cabeça.

- Vocês destruíram a cozinha. - afirmou Harry. - No dia em que eu resolvo apresentar meu namorado, vocês resolvem destruir a cozinha.

- Hey, mais respeito, rapaz. - Sirius advertiu e se virou para Draco. - Bem, enquanto esperamos pela comida, que tal fazermos toda a tradição de envergonhar o Harry com fotos dele bebê?

- Sirius! - o Potter gritou, mas o Black já havia puxado Draco com ele. Harry olhou desesperado para Remus, que fingia tentar salvar alguma coisa do frango queimado.

Aquilo estava fora de controle.

Momentos depois, Draco balançava uma foto de um Harry de 2 anos pelado na piscina com um pato de borracha. O moreno encarava aquela imagem como se pudesse pulverizá-la.

- Você era uma gracinha. - Draco falou risonho e Harry estreitou os olhos.

- Você é venenoso. Sorte sua que tem esse rostinho angelical. - disse. Draco se aproximou e beijou sua bochecha.

- Sirius disse que eu posso ficar com a foto. - falou e Harry grunhiu. - Seus pais são legais.

- Eles são malucos, isso sim! - reclamou e na mesma hora, James passou carregando Sirius nas costas, que sorriu para os dois adolescentes. Os dois adultos desapareceram no corredor.

- As melhores pessoas são assim. - disse e Harry sorriu, entendendo a indireta. - Você tem meu coração, meu explorador de Vênus.

- Você tem meu coração, meu humano único. - respondeu e os dois roçaram os narizes um no outro, rindo.

Mal notaram o pequeno flash da câmera de Remus. Eles agora tinham uma nova fotografia para a caixa de lembranças. Uma imagem única, de um habitante de Vênus e um Humano, que se apaixonaram perdidamente e estavam fadados ao glorioso Felizes Para Sempre, mesmo que tivessem suas diferenças e suas maluquices.

[notas finais]: Hey, chuchus! Bem, eu resolvi escrever um extra dessa one para matar a saudade do nosso extraterreste. Obrigada por todas as leituras, acessos, votos e comentários. Eu fico super feliz com cada mensagem que recebo por conta da história. Thanks <3

Anyway, espero que tenha gostado dessa one bem curtinha. Obrigada por ler e até uma próxima vez!

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