Filhos do Sol e Marcianos Desafiadores

Olá! Alguém pediu uma continuação? Aqui é igual eleição, os capítulos vem de 4 em 4 anos hahahah

Afim de compensar vocês, trouxe um capítulo cheio de fluflu e glitter. Eu gosto de como os personagens foram evoluindo, principalmente o Draco, que saiu de um menino inseguro para um homem de sucesso.

Enfim, espero que tenham uma boa leitura.

Sou eternamente grata por todos vocês. Obrigada por lerem Nascido em Vênus. Aos novos e antigos leitores, espero que possamos nos encontrar em algum planeta por ai.





— Sabe, sempre que acasalamos...

Uma blusa de botões voou em direção ao rosto de Harry, o fazendo soltar uma gargalhada. Draco sentou na cama, os cabelos loiros completamente bagunçados enquanto encarava o moreno com um olhar julgador.

— Se você chamar nossos atos sexuais de acasalamento novamente, eu vou deixá-lo sozinho no altar! — ele berrou indignado, se levantando da cama. Harry ajeitou o óculos e encarou atentamente o corpo nu de seu noivo passear pelo quarto. Sua pele estava marcada e ele parecia ainda mais lindo do que anos atrás.

Oh, bom Deus, Harry amava aquele homem.

— E como eu devo chamar nossos "atos sexuais", então? — perguntou, mordendo os lábios enquanto observava Draco praticamente dançar pelo quarto.

— Não sei. — Draco se abaixou, pegando uma cueca do chão. Harry quase teve um treco com a visão. — Talvez você pudesse chamar de "fazer amor"?

— Que romântico! — Harry exclamou surpreso. Draco se virou com um rosto dolorido.

— Eu sei! Você me contaminou! Vamos acabar com esse noivado agora antes que eu fique maluco como você!

O moreno se aproximou, abraçando seu amado e beijando seu ombro lentamente. Sua pele era macia e Potter amava afundar suas unhas nela, pois marcava facilmente. Draco suspirou com o carinho, mas disfarçadamente encarou o relógio na escrivaninha ao lado.

— Eu me nego a terminar nosso noivado. Você acha que vai se livrar de mim assim? — um selinho nos lábios foi o bastante para tirar um sorriso bobo de Harry. Draco ergueu as sobrancelhas em completo cinismo e diversão. — Desde quando éramos apenas estrelas no céu, eu havia me apaixonado por você.

— Tá ficando caduco? Não era "explorador de Vênus"? Você inventa uma história diferente a cada mês, Potter. — Draco se retirou dos braços do futuro marido e riu quando Harry fez um som frustado. Ainda de costas, Potter levantou uma mão, gesticulando como louco e começou a tagarelar:

— Você precisa saber sobre o início de todo esse sistema solar, Draco. Antes de sermos nós, fomos algo confuso e explosivo, cheios de sentimentos misturados e sem forma. Todos nós éramos estrelas, filhos do Sol, que nos deu a luz para que... — Harry girou de seu lugar afim de fazer contato visual com o loiro e abaixou o braço em completa confusão. — Amor?

Nenhuma palavra ou resposta foi ouvida. Draco havia corrido do quarto furtivamente e o deixou falando sozinho.

Eles estavam juntos a quase quatro anos. Desde o incidente da cafeteria, ambos voltaram a se falar com flertes aqui e ali. Harry descobriu que Draco era muito mais difícil de se conquistar do que na adolescência e sofreu um bocado até conseguir agarrar aquele homem para si. Em compensação, foi recebido com noites cheias de carícia e afeto. Ele não se lembrava de ter isso aos quinze anos, o que sempre lhe tirava uma risada enquanto Draco o atacava com certa fome.

A parte mais difícil de adentrar nesse relacionamento para Malfoy foi Lily Luna, filha de Harry. Ele fez milhões de cenários em sua mente, onde sua enteada o odiaria e faria de sua vida um inferno. Felizmente, Lily era tão parecida com seu pai que amou Draco na primeira vez que o viu, puxando-o para ele opinar sobre seu dever de casa de ciências. Em resposta, Malfoy acabou se apegando tanto a garota que a levava para todos os lugares com ele - Harry sempre reclamava quando seu namorado aparecia em sua casa e simplesmente saía com sua filha de 10 anos sem ao menos olhar na sua cara. Lily praticamente montou um império na empresa de Draco. Todos os funcionários a amavam e ela, é claro, adorava a atenção. Draco, por sua vez, amou adotar uma nova pupila que era tão apaixonada por roupas e moda quanto ele.

E claro, ainda havia Ginny, ex-esposa de Harry. Muitos pensariam que ambos (Draco e Ginny) competiriam pela atenção de Lily Luna e pelo próprio Potter. Ledo engano, claro. A primeira vez que os dois se esbarraram, Ginny o puxou para um abraço e calorosamente se apresentou. Malfoy, mesmo não acostumado com apresentações tão febris, adorou a Weasley e ficou deslumbrado com sua beleza.

A relação de Draco e Ginny era estranhamente confortável de se observar (menos para o Potter). Harry sentia arrepios só de pensar naqueles dois juntos, que formaram algum tipo de clube ou aliança onde o Potter era o tópico principal de todas as reuniões. Ele podia enxergar os sorrisos maldosos enquanto uma xícara de café seguia até os lábios de ambos. E aqueles olhares...

Julgamento. Sem dúvidas.

Ginny era como uma leoa protetora, muito pé no chão e de temperamente forte. Draco era mais quieto, porém seu cinismo era visto de longe em suas falas calculadas. Quando os dois se juntavam, Harry podia jurar que a energia do universo mudava. Era como se flechas fossem atiradas pelo ar e todas estavam indo em direção a ele. Ginny e Draco mantinham uma amizade silenciosa que com certeza incomodava apenas ao moreno.

Nos dias atuais, os dois estavam noivos. Não havia sido um pedido deslumbrante. Harry havia decorado a cafeteria com luzes e mini-planetas pendurados no teto. A meia-luz, o local parecia ser uma constelação entre quatro paredes. Havia cobertores estendidos no chão e alguns lanches. Ele apenas se aproximou a caixa com o anel.

Apesar de Draco aparentar ser pomposo, ele apreciou muito o pedido simples e íntimo. E é claro que ele reclamou da demora, puxando seu noivo - ele sussurrou essa palavras muitas vezes no ouvido de Harry naquela noite - para beijá-lo ardentemente.

Paidrasto! — a voz de Lily Luna soou como sinos. Draco já estava vestido e agora ignorava prontamente as reclamações de Harry, que havia saído do quarto completamente frustado por ter sido negligenciado com sua história sobre o início do universo.

— Olá, minha pequena fogueira. — Draco respondeu com um sorriso amável. Lily já possuía catorze anos e era muito ativa e agitada, como sua mãe. Apesar de tudo, havia pego algumas manias de Draco, como usar arcos na cabeça. Obviamente, Malfoy não os usava atualmente, mas havia contado que quando era jovem os amava. Lily implorou para que ele pudesse comprar alguns para ela e agora a garota nunca mais os tirava. Era como sua segunda pele.

— Tenho novos desenhos! — ela estendeu seu caderno e Draco se sentou na mesa, abrindo-o. Sua visão se encheu de desenhos de manequins e roupas. Malfoy assoprou sua xícara de chá e sorriu satisfeito em como a técnica de sua enteada estava progredindo.

— Okay, me ignorem. — Harry disse alto e gesticulou dramaticamente. — É assim que eu sou tratado nessa casa. As vezes sinto falta de Vênus. Lá todos me tratavam bem.

— Pega um foguete e voa pra lá, pai. — Lily falou e Draco a estapeou no braço. — Ai! — A menina fez um rosto dolorido e suspirou. — Estou brincando. Eu amo o senhor. Por favor, não entre em um foguete e vá para outro planeta.

— Obrigado por sua sinceridade. — Harry disse irônico. — Certo, eu vou me arrumar. Preciso trabalhar.

— Trabalhar? Você vai se casar daqui a três dias, Harry Potter! Não ouse pisar naquela cafeteria! — Draco ordenou e Harry estendeu os braços em sinal de rendição.

— Certo, me perdoe. Nada de trabalho. Apenas relaxar com meu noivo.

— Relaxar? Ousa... — Draco estava pronto para citar toda sua agenda quando a ruivinha ao seu lado puxou sua manga.

— Essa regra vale para a minha escola também? Porque eu prometo que não irei reclamar como o papai. — Lily perguntou com um sorrisinho maroto.

— Não. E é bom que esteja arrumada em vinte minutos. — Draco sorriu maldosamente e Lily bufou, batendo o pé para o seu quarto. — Seus desenhos estão lindos!

— Lindos, mas não perfeitos! — a garota rebateu e logo pôde-se ouvir uma porta batendo. Malfoy riu, fechando o caderno e encarando seu futuro marido.

— Bom dia, papai etzinho.

— Não me chame assim. É... antiquado. — Harry se aproximou com um sorriso. Draco se levantou, colocando sua xícara na mesa e rodeando seus braços no pescoço de Harry. — O que vamos fazer hoje, já que estou proibido de ir trabalhar?

— Eu vou te dizer o que vamos fazer hoje. — Draco murmurou e estava pronto para beijar Harry, quando Lily Luna surgiu na sala.

— Oh, meu Deus. Que nojo. Esperem eu ir pra escola primeiro. — Lily pegou seu caderno as pressas e saiu correndo para seu quarto novamente.

— Ela está mais abusada a cada dia. — Harry murmurou.

— Ela tem catorze anos. Não espere menos que isso. — Draco beijou os lábios do marido e sorriu. — Coloque uma roupa bonita. Vamos encontrar com Blaise em uma hora.

Harry fechou a cara. Blaise Zabini era o ex-namorado de Draco e convenhamos, agia como se ainda fosse, sempre se atirando para Malfoy e sendo atrevido. Harry o odiava profundamente, mas para o seu horror, Blaise se ofereceu como organizador de seu casamento. Dono das melhores boates e salões de festas da Europa, não havia pessoa melhor do que Zabini para o trabalho.

Essa era a opinião na visão de Draco, que não parecia enxergar problema nenhum nas ações de Blaise.

Para Harry, era um pesadelo. E sempre quando seu noivo virava de costas, Zabini sorria desafiante para ele, como um verdadeiro demônio.

Harry afirma que aquele homem havia vindo de Marte. E ele disse isso em voz alta uma vez.

— Certo, eu vou me arrepender de perguntar mas... por quê? — aquele havia sido o primeiro dia do planejamento do casamento e Harry estava furioso.

— Marcianos são irritantes. Amam brigas, desafios. Tudo para eles é um jogo de conquista. Porque você acha que nomearam o Deus da Guerra de "Marte"? — explicou prontamente e Draco o encarou.

— Você é o único que está vendo jogos aqui, Harry.

— Draco, você não viu aquele olhar! Ele claramente estava convocando uma seção 7! — apertou o volante, olhando atentamente para estrada. Draco rolou os olhos no banco do passageiro. — Sabe o que é a seção 7?! Não?! Ok! É quando dois habitantes de planetas diferentes duelam até a morte em prol de sua alma gêmea!

— Harry, pare com esse ciúmes disfarçados de historinhas de marcianos e exploradores. Você não vai duelar com ninguém como um cavalheiro medieval. Blaise e eu tivemos um caso, mas ele era péssimo e eu amo você.

— Não estou com ciúmes!

Ele estava com ciúmes.

Maldito marciano. Eu poderia convocar a seção 7 e afogá-lo em uma privada. Pensou, enquanto se vestia para sair.




Após deixar Lily na escola, o casal se dirigiu para onde seria seu casamento. Draco era extremamente famoso, mas desejava algo fechado apenas para amigos íntimos, sem a presença de fotógrafos para lançar algum momento embaraçoso no twitter. Portanto, eles conseguiram alugar uma chácara próxima a cidade, pequena e aconchegante para seus votos. Blaise cuidou de toda organização - desde buffet a decoração. Harry e Draco optaram por se casar ao anoitecer e, para representar o que foi o começo do seu amor, a decoração era delicada e brilhante, como as estrelas.

— Olá, Draco! — Blaise se aproximou com um sorriso. — E olá habitante de Vênus.

Harry soltou uma risada irônica e antes que pudesse responder, Draco entrou na frente.

— Está tudo certo com a decoração?

— Tudo certo. — Blaise respondeu, ignorando a reação de Potter. — Estamos testando as lâmpadas e havia um pequeno vazamento no telhado, mas já consertamos. Há vazamentos nos telhados de Vênus, Harry?

— Não. Nossos telhados são impecáveis. - respondeu e Blaise riu.

— Se são impecáveis, porque se mudou para um lugar com telhados imperfeitos?

Draco suspirou.

— Ok, chega de brincadeiras. — ele pediu e Blaise se afastou de um Harry muito irado. — Pare com provocações, Zabini.

— Estou apenas tentando conhecer a cultura de seu noivo. — disse e Potter estava pronto para esganar aquele maldito marciano com suas próprias mãos. — Ok, brincadeira. Estou apenas brincando. — Blaise garantiu. Rindo, ele apontou para um grande arco cheio de flores rosas e brancas. — Lá, o palco para os votos.

— Está perfeito, Blaise. — Draco murmurou maravilhado, se aproximando rapidamente. Harry deixou seus sentimentos de amargura de lado para observar seu noivo.

Ele estava lindo, sorrindo enquanto acariciava as flores.

Harry sabia, desde que havia visto aquele garotinho com arco na cabeça, que ele seria seu para sempre. E agora, observá-lo alguns dias antes do casamento dos dois, só reforçou aquele sentimento que ele havia adquirido tão instantaneamente ainda na adolescência.

Ele não havia guardado os bilhetes. Os papeizinhos haviam se perdido com o tempo, mas a memória daquele garoto bonito em uma saia amarela permaneceu escrita em seu coração. Ele se lembra de beijá-lo na calçada da escola e ainda se lembra de como o jovem Draco tremeu com o ato. Muito diferente do atual, que parece sempre saber o que faz.

A fotografia que Remus havia tirado em sua antiga casa ainda residia no albúm de lembranças. Seu pai havia entregue a foto para os dois quando recebeu a notícia do noivado. Os dois roçavam o nariz um no outro e riam. Harry quase podia ver a foto se mexer.

Blaise se afastou, erguendo uma sobrancelha para Harry.

— Vou deixar vocês sozinhos. Esse marciano precisa resolver alguns detalhes no salão. — Blaise sorriu e saiu andando.

Antes que Harry pudesse ir até Draco, ele parou e processou por alguns segundos o que Zabini havia dito.

Eu nunca falei na cara dele sobre ele ser um marciano. Pensou confuso e abriu os lábios, um pouco curioso demais. Sabia que não havia sido Draco, já que ele não contaria as atrocidades que Harry dizia sobre o homem.

— Harry! — Draco o chamou e ele foi se aproximando, ainda com um rosto pensativo. — O que foi?

— Nada, apenas uma conscidência esquisita. — disse. Sorriu quando viu seu noivo depositar uma flor em seu cabelo. — Tudo está lindo, mas você está mais.

— Ah, pare com isso! — Malfoy sentiu seu rosto se avermelhar. — Eu nem estou arrumado!

— Para mim, você fica lindo de qualquer maneira.

Harry o rodopiou em uma dança improvisada. Draco grudou suas testas, sorrindo ligeiramente. Suas mãos acariciaram a nuca do moreno, enquando as dele apertavam sua cintura.

— Estou ansioso. — admitiu e Harry beijou seus lábios devagar.

— Vai ser tudo perfeito porque estaremos juntos. — murmurou e Draco o beijou novamente. Os dois ficaram assim por alguns minutos, enquanto recebiam a brisa da manhã em seus corpos. Era verão, estava quente. As roupas leves dançavam em seus corpos.

— Harry...

— Sim?

— Você tem meu coração. Sempre. Sempre teve. — murmurou e Harry o apertou mais contra si, satisfeito com a proximidade.

— Você tem meu coração, meu amor. E eu o amarei para sempre.

Quem visse de longe, observaria um casal excêntrico dançar em um palco florido numa manhã de verão. Eles estavam absortos em seu mundo, montando seu próprio planeta. O habitante de Vênus e o humano de gostos diferentes eram, de fato, almas gêmeas. E eles irradiavam isso para todos os cantos, como fogos de artifício.

Blaise, segurando sua prancheta, enfiou a mão no bolso e retirou de lá um pequeno caderno. Abrindo, ele foi até a última página, que estava escrito em letras garrafais "Localização Atual: Terra".

— De repente, depois daqui, eu passe em Netuno. — disse sozinho, fechando a caderneta de viagens e voltando a encarar os noivos de longe. — É... até que eles fazem um casal fofo. Fazia tempo que não via um assim. É bem raro, mesmo com tantos planetas por ai.

Ele riscou algo em sua prancheta e voltou ao trabalho, sem muito cerimônia.





Hello! Obrigada por ler até aqui. Espero que tenham gostado. Agradeço a leitura de todos e ao carinho! Espero que essa parte tenha agradado, de verdade.

Um beijo dessa habitante de Vênus aqui. Espero que possamos nos ver em breve!

Att (23/05/21): o wattpad acabou desconfigurando o capítulo inteiro e incluindo hifen ao invés de travessão nas falas dos personagens. Já está consertado!

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