Resenha crítica

Angelle T. 

"Além do riacho proibido" é uma obra distópica escrita por Salete de Baragoudar, uma escritora nordestina que traz assuntos recorrentes da nossa sociedade atual nas suas histórias, pondo em cena um pouco da era feudal e outros temas que tornam a história completa e complexa.

Desde o começo, é perceptível alguns acontecimentos que lembram a região nordeste do Brasil, como a linguagem, mas o assunto principal é que, todo o enredo nos lembra da nossa realidade brasileira, de desigualdade, trabalho pouco remunerado, fome e analfabetismo. Margarida Flor, a principal dessa obra, mostra nitidamente a falta de conhecimento e inocência recorrente na nossa sociedade, vinda da desigualdade intensa.

Durante a história, Margarida vai criando conhecimento de mundo, até descobrir o que há por trás do riacho proibido, que até então, era dito que havia um monstro que protegia aquele local e que ele era extremamente rígido e protetor. Ela descobre que há um outro mundo por trás desse riacho, um mundo no qual é tão diferente do seu. As pessoas de lá parecem ter uma vida melhor, serem mais inteligentes e limpas.

Ao meu ver, a história atingiu mais do que minhas expectativas. Antes, pensei que seria mais um romance mal organizado, que traria coisas clichês e repetitivas, mas tive a surpresa de ser pega do início ao fim, tentando cada vez descobrir o desfecho. É bem escrita, prende a atenção e, apesar de ser uma obra de primeira pessoa, onde muitos costumam reclamar da enrolação do autor, o que, muitas vezes concordo, essa não foi assim. Apesar de tudo girar ao redor de Margarida e seu crescimento, como a autora diz "Ela desabrocha como uma flor", dando metáfora a seu nome, é um "desabrochamento" que nos faz querer acompanhar.

Não tenho críticas negativas, foi surpreendente. Me surpreendeu mais do que esperei. O fato de ser uma escritora nacional é ainda melhor, mostrando que nossos artistas brasileiros tem cartas nas mangas e uma ótima habilidade de envolver situações cotidianas em histórias, muitas vezes, metafóricas.

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