Capítulo 24 - Senti sua falta
Assim que chegamos ao castelo, agradeci à rainha pela companhia e me despedi dela. Esperei Zoe sair do carro atrás do meu antes de começarmos a nos afastar em direção ao meu quarto.
— A rainha me contou que Dante e sua equipe haviam retornado e que estava tudo bem — comentei, tentando dissipar um pouco da tensão que envolvia nossa preocupação. — Queria vê-lo para ter certeza.
Zoe lançou-me um olhar solidário, compreendendo perfeitamente minha aflição.
— Eu sei, Lysa. Mas precisamos ser pacientes. Vamos encontrar uma maneira de contatá-lo e garantir que esteja tudo bem — ela respondeu, colocando uma mão reconfortante em meu ombro.
Concordei com um aceno de cabeça, tentando manter a esperança viva dentro de mim enquanto seguimos em frente.
Uma ideia surgiu em minha mente enquanto considerava a possibilidade de encontrar Dante. Com o castelo mais vazio devido à cerimônia da dádiva de Lilith, poderíamos ter uma chance maior de localizá-lo.
— Você sabe onde fica o quarto de Dante? — sugeri, esperançosa de que isso pudesse funcionar.
Ela pareceu ponderar por um momento antes de assentir com determinação.
— Sim, sei onde é o quarto dele, mas fica no andar acima do seu. Será difícil contornar os guardas — respondeu.
— Não se preocupe com os guardas, eu tenho um plano para contorná-los — disse, com determinação.
Zoe pareceu surpresa, mas assentiu, confiando na determinação de sua amiga.
— Tudo bem, estarei esperando por notícias suas. Boa sorte, Lysa — disse, desejando-lhe sorte enquanto se preparavam para seguir caminhos separados.
Agradeci com um sorriso antes de me despedir de Zoe e me afastar, determinada a encontrar Dante.
Entrei em meu quarto e troquei para uma roupa simples, sem muitos detalhes, para evitar chamar atenção. Sentada em minha cama, aguardei ansiosamente pelo momento que eu estimava ser próximo ao horário de minha própria cerimônia da dádiva.
Quando finalmente decidi sair, entrei silenciosamente no corredor, movendo-me com cuidado para evitar ser detectada pelos guardas que patrulhavam a área. Ao chegar ao andar onde ficava o quarto de Dante, observei com alívio que havia menos guardas naquela noite, aumentando minhas chances de sucesso em minha missão de encontrá-lo antes da cerimônia.
Escondi-me em uma alcova próxima ao quarto de Dante, aguardando pacientemente pelo momento oportuno. O coração batia com uma mistura de expectativa e nervosismo, mas eu estava decidida a seguir em frente, mesmo que isso significasse arriscar ser reconhecida.
Assim que um dos guardas se afastou, desviando para o outro corredor, vi minha chance e me movi rapidamente em direção ao quarto de Dante. Adentrei apressadamente no ambiente, mas minha pressa foi interrompida quando me deparei com Dante parado na varanda, sem camisa.
Um misto de surpresa e alívio inundou meu peito ao vê-lo ali, ileso e aparentemente bem. Seu olhar encontrou o meu, e por um breve instante, todo o medo e preocupação se dissiparam, substituídos por uma sensação reconfortante de estar ao lado dele novamente.
Por um breve momento, fiquei parada, simplesmente absorvendo a visão daquele corpo lindo, cada contorno, cada músculo destacado sob a luz suave da lua.
— Lysa... — Antes que Dante pudesse continuar, fiz um sinal de silêncio com o dedo nos lábios e fechei a porta atrás de mim com cuidado, garantindo que não seríamos interrompidos.
— Desculpe por entrar assim — murmurei rapidamente, sentindo um rubor de constrangimento aquecer minhas bochechas. — Eu estava correndo para não ser pega pelos guardas.
Seus olhos se iluminaram com um sorriso caloroso e ele se aproximou, envolvendo-me em seus braços fortes.
— Não se preocupe — ele disse suavemente, seu tom transbordando de calor e afeto. — Estou feliz por te ver. Senti sua falta.
Por um momento, permiti-me aproveitar a sensação reconfortante de estar nos braços dele, apoiando minha cabeça em seu peito. Era como se todo o caos ao nosso redor desaparecesse, deixando-me em paz por um instante precioso. No entanto, a lembrança do ataque que ele e sua equipe enfrentaram invadiu minha mente, dissipando a calma momentânea.
Com um suspiro discreto, afastei-me um pouco, mantendo-me nos braços dele, mas o suficiente para encontrar seus olhos.
— Você está bem? — perguntei, minha voz carregada de preocupação. — Você me deixou preocupada!
Dante me encarou com ternura, um sorriso gentil brincando em seus lábios.
— Estou bem, mi amore. Desculpe, acabei perdendo meu celular na confusão.
Com um suspiro discreto, afastei-me um pouco dentro dos braços dele, permitindo que meu olhar percorresse seu corpo. Foi então que notei um curativo nas costas de Dante, revelando uma ferida recente, que ele tentava esconder com um movimento sutil.
Meu coração se apertou ao ver aquilo, uma nova onda de preocupação inundando meus pensamentos.
— O que aconteceu? Você está machucado? — perguntei, meu coração acelerando com a possibilidade de que ele tivesse sofrido ferimentos mais graves durante o ataque.
Ele soltou um suspiro pesado, seus olhos cansados refletindo a intensidade dos últimos acontecimentos, mas ainda assim, mantendo uma determinação inabalável.
— Foi um ataque surpresa. — A tensão em sua voz era palpável, carregada com a gravidade da situação. Ele hesitou por um momento, como se ponderasse sobre como expressar a próxima parte. — Mas o que mais me preocupa é que vi alguém controlando o fogo.
A menção de alguém controlando o fogo fez meu coração disparar.
— Mas como é possível? — indaguei, minha mente girando com perguntas e preocupações. — O Dragão do Fogo amaldiçoou os outros para viverem como humanos. Por que alguém faria o mesmo consigo mesmo?
Dante balançou a cabeça, uma expressão de perplexidade cruzando seu rosto.
— Não sei. Mas o fato é que estamos enfrentando uma situação perigosa. Se alguém está controlando o fogo, isso pode significar grandes problemas para todos nós. Eu acho que... — Ele suspira e conclui: — Acho que podem existir outros como eles.
Sua observação ecoou em minha mente, trazendo à tona o quão sinistro e imprevisível era esse novo desenvolvimento. Enquanto Dante falava, a gravidade da situação parecia pesar mais sobre nós, como uma sombra escura pairando no horizonte.
— Foi um ataque bem planejado. Se eu não tivesse percebido a movimentação estranha, nossa equipe inteira teria sido pega desprevenida e estaria em chamas.
As batidas na porta ecoaram, interrompendo nossos pensamentos tumultuados. Dante e eu nos entreolhamos, compartilhando uma expressão de urgência e preocupação enquanto buscávamos uma solução rápida para a situação iminente.
— Dante! — ouvi a voz de Gael chamar do lado de fora.
Com um olhar desesperado, ele apontou para o banheiro, indicando-me para me esconder lá. Agindo instintivamente, corri em direção ao banheiro e me escondi lá dentro, mal contendo a respiração enquanto Gael entrava no quarto.
A tensão era palpável enquanto eu me encolhia atrás da porta, meu coração martelando no peito, esperando que Gael não notasse minha presença ali.
— Dante, por que você não está indo para a cerimônia da dádiva de Lilith? — questionou, sua voz carregada de curiosidade.
— Preciso descansar depois de tudo o que aconteceu. Estou exausto.
Um calafrio percorreu minha espinha ao ouvir suas palavras, reacendendo minha preocupação.
Gael prosseguiu, compartilhando uma informação que chamou minha atenção.
— Eu encontrei Lucius na festa mais cedo. Ele mencionou que Lilith está ansiosa para se tornar a próxima princesa de Drako, parece que ela está determinada a conseguir um arranjo para se casar com você.
Os comentários de Gael sobre Lilith despertaram uma pontada de ciúme dentro de mim. O pensamento de Dante se envolvendo romanticamente com outra pessoa era perturbador. E se ele se apaixonasse por Lilith? Seria mais fácil para ele, sem a necessidade de sacrificar sua vida no reino para viver um amor. O dilema de ter que escolher entre o coração e o dever me atormentava, deixando-me inquieta e temerosa do que o futuro poderia trazer.
Antes que eu pudesse me afogar em minhas próprias preocupações, Dante interveio com uma resposta que trouxe alívio imediato.
— Não tenho nenhum interesse em Lilith — disse ele com firmeza.
A firmeza em sua voz acalmou meu coração turbulento por um momento. Contudo, as palavras seguintes de Gael me deixaram tensa, um arrepio percorrendo minha espinha.
— Então, para quem é o seu coração, irmão? — Gael para e ouço sua risada.— Já conversamos sobre isso uma vez, Lysandra é minha, e não vou deixar que você a tenha.
— Estou cansado de voltarmos a esse assunto, Gael. Podemos deixá-lo de lado? Você é meu irmão, só quero que seja feliz com alguém que realmente ame.
Dante responde com uma calma palpável, mas há uma nota de exasperação em sua voz, como se estivesse esgotado de ter que reiterar seus sentimentos.
— E eu serei com Lysandra.
Dante responde com convicção, reafirmando seus sentimentos pela mulher que ama.
— Quem você está tentando enganar? Eu sei sobre suas escapadas, Gael.
A pergunta paira no ar, carregada de tensão e desconfiança. O que estava acontecendo? Será que Gael estava escondendo algo? O pensamento provoca uma onda de confusão em minha mente. Se ele estava vendo outra pessoa, por que então continuava insistindo em nosso casamento?
— O que... Bom, então deveria saber que elas não valem nada, são apenas um passatempo antes que eu tenha Lysandra.
— Tenha mais respeito, Gael! — A voz de Dante sobe em tom, repreendendo-o.
Decido intervir antes que a situação se torne ainda mais tensa. Estendi a mão para pegar meu celular, pronto para ligar para Gael e distrair a situação, quando batidas na porta ecoam pelo quarto, interrompendo o momento de conflito.
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