Capítulo 23 - Onde está Dante?
Corri até meu antigo quarto, sentindo meu coração bater descompassado dentro do peito, enquanto a terra sob meus pés parecia querer se agitar em resposta à minha própria agitação. Ao chegar, encontrei Zoe parada perto da porta, seu rosto tenso e preocupado, como se ela também sentisse as vibrações da minha inquietação.
Ela fez um gesto para que eu entrasse, e assim que fechamos a porta atrás de nós, ela começou a falar em um sussurro tenso, como se estivesse com medo de que nossas próprias palavras pudessem desencadear algum desastre.
— Lysa, eu... Eu não sei como te dizer isso, mas... sinto que algo ruim aconteceu.
O tom de sua voz enviou um arrepio pela minha espinha, e eu senti a terra debaixo de mim responder ao meu próprio medo, tremendo levemente em resposta à minha ansiedade.
— O que quer dizer? — Perguntei, tentando manter a calma enquanto lutava para conter o poder que ameaçava se descontrolar dentro de mim.
Zoe olhou ao redor do quarto, seus olhos vasculhando cada canto em busca de intrusos indesejados, antes de continuar em um sussurro tenso:
— Quando foi a última vez que você falou com Dante?
Meu coração disparou diante da pergunta, e senti a terra sob meus pés tremer mais uma vez, como se estivesse respondendo ao meu próprio tumulto emocional. Engoli em seco antes de responder, tentando controlar a ansiedade que ameaçava me dominar.
— Está manhã — murmurei, desviando o olhar. — Tentei ligar para ele alguns minutos atrás, mas não atendeu. A última mensagem que recebi foi de manhã, dizendo que ele tentaria voltar a tempo para a festa do meu pai.
Zoe fitou-me com uma expressão grave, seus olhos fixos nos meus, transmitindo uma seriedade que capturou minha atenção, enquanto a terra debaixo de mim parecia se aquietar momentaneamente, como se também estivesse aguardando por uma resposta.
— Estava conversando com o assistente de Dante, um homem chamado Marcus. Nos aproximamos depois que você se mudou para o castelo. — Ela fez uma pausa significativa, como se buscasse as palavras certas. — De repente, ouvi um estrondo alto do outro lado da linha. Perguntei o que estava acontecendo, mas antes que ele pudesse responder, a ligação caiu. Parecia uma explosão.
Um frio percorreu minha espinha ao ouvir suas palavras, e uma sensação de apreensão se instalou em meu peito, enquanto a terra sob meus pés parecia querer se agitar mais uma vez em resposta ao perigo iminente. O que poderia ter acontecido com eles? O que aquele barulho significava? As perguntas giravam em minha mente, deixando-me ainda mais inquieta e fazendo com que o poder da Terra dentro de mim se agitasse em resposta ao meu próprio medo.
Com as mãos trêmulas, tento ligar novamente para Dante, mas a chamada vai direto para a caixa postal, aumentando minha ansiedade.
— Lysa, precisamos agir com cautela. Não podemos levantar suspeitas — disse Zoe, colocando uma mão reconfortante em meu ombro, enquanto a terra sob nossos pés parecia se aquietar em resposta ao seu toque reconfortante. — Respire fundo e controle seu poder.
Sinto-me aliviada com o toque de Zoe, mas a preocupação ainda ecoa em minha mente, enquanto a terra debaixo de mim parece esperar por uma solução para o perigo iminente.
— Você está certa. Preciso manter a calma — concordei, forçando um sorriso para ocultar o turbilhão de emoções que me assalta, enquanto lutava para conter o poder da Terra que ameaçava se descontrolar dentro de mim.
Decidida a manter a compostura diante dos convidados e evitar levantar suspeitas, decidi voltar à festa em busca de respostas.
— Vamos voltar à festa e fingir que está tudo bem por enquanto, preciso verificar se Gael sabe de algo — disse a Zoe, tentando transmitir confiança em minhas palavras, mesmo que a incerteza ainda se aninhasse em meu peito.
Zoe assentiu, compreendendo minha decisão, e juntas saímos do quarto.
Decidi procurar Gael entre os convidados, no entanto, mesmo depois de vasculhar a multidão com o olhar, não o encontrei em lugar algum.
Foi então que avistei a rainha Zaya entre os convidados, e me aproximei dela com cautela. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela se adiantou, seus olhos cheios de preocupação.
— Lysandra, querida, me perdoe, mas Gael e o rei tiveram que se retirar inesperadamente — explicou ela, com um tom de pesar em sua voz.
Um frio percorreu minha espinha ao ouvir suas palavras, aumentando ainda mais minha apreensão. O que poderia ser tão urgente a ponto de Gael e o rei deixarem a festa às pressas? A sensação de inquietação que me assolava agora se intensificava, deixando-me ainda mais determinada a descobrir a verdade.
Com um nó na garganta, fiz o meu melhor para manter a compostura diante da rainha.
— Sinto muito, majestade, mas não estou me sentindo muito bem. Acho que seria melhor se eu fosse embora — murmurei, tentando não deixar transparecer o verdadeiro tumulto de emoções que estava sentindo.
A rainha assentiu compreensiva, colocando uma mão reconfortante em meu braço.
— Claro, minha querida. Vou acompanhá-la para garantir que você chegue em segurança — respondeu ela, com um olhar gentil.
Antes de partirmos, cruzamos com meu pai e Helena, que estavam conversando animadamente com alguns convidados. Ao informá-los de nossa saída antecipada, vi a preocupação se espalhar pelo rosto de meu pai.
— Lysandra, o que aconteceu? Você está bem? — perguntou ele, examinando-me atentamente em busca de sinais de desconforto.
Tentei sorrir para tranquilizá-lo, mesmo que por dentro estivesse aflita.
— Estou bem, pai, só preciso descansar um pouco. A rainha vai me acompanhar. — Expliquei, esperando que minha voz soasse mais calma do que realmente me sentia.
Meu pai trocou um olhar preocupado com a rainha, mas acabou concordando, embora relutante.
— Tudo bem, querida. Se precisar de algo, me avise imediatamente, está bem? — pediu ele, com uma expressão séria.
Assenti com a cabeça, agradecendo silenciosamente por seu cuidado e preocupação.
Enquanto o carro nos afastava, mergulhamos em um silêncio carregado de tensão, apenas o suave ronco do motor quebrava a quietude. O interior do veículo parecia imerso em uma penumbra melancólica, onde nossas preocupações se misturavam com a escuridão da noite.
— Majestade, você teve alguma notícia do Dante? — perguntei, sentindo o peso da incerteza pairando sobre nós, enquanto minhas palavras buscavam esconder a verdadeira razão de minha preocupação. — Ele havia prometido uma dança com minha irmã esta noite, mas não deu as caras.
A rainha hesitou por um momento, seus olhos refletindo uma mistura de compaixão e cautela, como se estivesse ponderando cuidadosamente cada palavra antes de pronunciá-la.
— Querida, você sabe que já te considero como parte da família, não é mesmo? — ela disse finalmente, suas palavras carregadas de uma sinceridade reconfortante. — Não vejo motivos para esconder isso de você, mas por enquanto, peço que mantenha isso entre nós, tudo bem?
Concordei silenciosamente, compreendendo a necessidade do sigilo diante da delicada situação.
— Aparentemente, a equipe de Dante foi atacada e perderam a comunicação. Estamos fazendo o possível para encontrá-los e garantir sua segurança. — Ela revelou, sua voz carregada de pesar diante da situação incerta, ecoando os medos que assombravam a todos nós.
Um arrepio percorreu minha espinha ao ouvir suas palavras, e meu coração apertou com a preocupação, enquanto o som da estrada se misturava ao tumulto de pensamentos que se agitavam em minha mente.
— Você... Você acha que eles estão bem? — murmurei, mal conseguindo conter a ansiedade em minha voz.
Antes que ela pudesse me responder, o barulho do toque de seu celular interrompeu nosso breve silêncio. Observando a rainha atender, meu coração acelerou, ansiando por qualquer sinal de esperança ou notícia tranquilizadora.
"Acharam?"
"Sim, estou voltando com Lysandra."
"Ok, até logo."
Meus ouvidos captaram apenas fragmentos da conversa, mas foi o suficiente para aumentar minha inquietação. Meu coração batia descompassado dentro do peito, ansioso por notícias sobre Dante e sua equipe. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto esperava por alguma palavra de conforto ou esclarecimento.
Depois de alguns momentos de silêncio, a rainha suspirou aliviada e desligou o telefone. Seus olhos encontraram os meus, transmitindo uma mistura de alívio e preocupação.
— Lysandra, Dante está bem. Eles acabaram de chegar — disse ela, seu sorriso trazendo um lampejo de tranquilidade para a atmosfera tensa que nos envolvia.
Um peso se levantou de meus ombros, substituído pela gratidão e alívio. A notícia de que Dante estava são e salvo era como uma lufada de ar fresco em meio à tempestade de preocupações que inundavam minha mente.
— Ah, que alívio! — murmurei, sentindo-me inundada por uma mistura de emoções. — Obrigada por me informar, Majestade.
A rainha, percebendo a necessidade de aliviar a tensão que pairava no ar, suavizou o tom da conversa com uma mudança de assunto.
— Falando em celebrações, hoje é o aniversário de Lilith Skylark, da família do ar. Ela receberá a dádiva esta noite. Gostaria de estar presente?
Senti um peso sendo tirado de meus ombros com a gentileza do convite, mas a exaustão acumulada ao longo do dia pesava sobre mim como uma âncora.
— Agradeço pelo convite, Majestade, mas estou realmente exausta. Se não se importa, prefiro descansar esta noite — respondi, escondendo meu verdadeiro motivo: a necessidade premente de encontrar uma maneira de chegar até Dante e garantir que ele estava seguro.
A rainha assentiu compreensivamente, aceitando minha decisão sem questionamentos.
— Compreendo, querida. Descanse bem esta noite. Se precisar de algo, estarei aqui — disse ela, com um sorriso reconfortante.
Agradeci silenciosamente pela compreensão da rainha, sentindo-me grata por sua presença reconfortante em meio às preocupações que me consumiam.
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