Capítulo 21 - Eu te amo

O olhar de Dante suavizou-se enquanto ele segurava meu rosto entre suas mãos, seus olhos azuis encontrando os meus com uma ternura que fez meu coração acelerar.

— Mi amore, desde o momento em que pus os olhos em você, meu coração sabia que estava diante da pessoa mais especial que já conheci. — Sua voz era suave, mas firme, carregada com a sinceridade de suas palavras. — Você é minha inspiração, minha razão para acreditar no melhor em mim e no mundo ao nosso redor. Sim, eu te amo. Mais do que palavras podem expressar.

Um sorriso trêmulo curvou meus lábios enquanto lágrimas de alívio e alegria brotavam em meus olhos. Naquele momento, todas as incertezas e medos pareciam desvanecer diante do calor reconfortante de seu amor.

— Eu também te amo, Dante. Mais do que qualquer coisa neste mundo — murmurei, minhas palavras carregadas com a mesma intensidade de sentimento que emanava de seu coração para o meu.

Com o coração aliviado pela sinceridade das palavras de Dante, senti um peso se dissolver dentro de mim. Um sorriso tímido brincou em meus lábios, enquanto meus olhos se encontravam com os dele, refletindo toda a intensidade do amor que compartilhávamos.

Sem mais hesitação, ele se aproximou, seu rosto se inclinando na direção do meu. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer, deixando apenas nós dois, unidos pelo vínculo inquebrável do amor. E então, nossos lábios se encontraram em um beijo doce e apaixonado, selando nosso compromisso mútuo de enfrentar o destino juntos, não importa quais desafios estivessem por vir. Em meio àquele instante de ternura e conexão, eu soube, sem sombra de dúvida, que o amor verdadeiro era capaz de superar até mesmo as mais sombrias das profecias.

Entretanto, fomos interrompidos pelo som insistente de batidas na porta. Nos afastamos rapidamente, com o coração batendo forte pela expectativa e surpresa. Quando a porta se abriu, lá estava Zoe, minha querida amiga, com um olhar de preocupação estampado em seu rosto.

— Lysa, você está bem? — ela perguntou, sua voz carregada de ansiedade.

Dante e eu trocamos olhares rápidos antes de voltar nossa atenção para Zoe, tentando disfarçar o momento íntimo que acabáramos de compartilhar.

— Sim, tudo bem por aqui — respondi, tentando soar tranquila, apesar da agitação interna.

Zoe nos observou por um momento, como se soubesse que havia algo mais acontecendo, mas decidiu não insistir no assunto.

Dante se levantou rapidamente, como se impulsionado por um súbito senso de urgência.

— Eu preciso sair por um momento. Zoe, você pode ficar com Lysa? — ele perguntou, dirigindo-se à minha amiga com um tom de preocupação.

Ela assentiu com um olhar compreensivo.

Dante olhou para mim com um ar de determinação misturado com um toque de brincadeira nos olhos.

— Tenho que avisar os guardas para pararem as buscas pelo vilão que quer destruir o castelo.

Eu sorri, apesar da tensão que sentia.

— Tome cuidado lá fora, não vá encontrar um dragão pelo caminho — brinquei, tentando manter o clima descontraído apesar das circunstâncias.

Ele retribuiu meu sorriso e me deu um beijo rápido na testa antes de se afastar, saindo do quarto em direção ao corredor do castelo.

Assim que ele saiu, senti um vazio se instalar dentro de mim, uma sensação de inquietação que não conseguia dissipar. Estar separada de Dante sempre me deixava nervosa, especialmente agora, quando os perigos pareciam se multiplicar a cada dia que passava.

Zoe lançou um olhar curioso na minha direção, seu rosto se iluminando com uma mistura travessa de curiosidade e amizade.

— Vocês dormiram juntos? — sua pergunta direta fez com que meu rosto ardesse em um tom de vermelho intenso, e eu sacudi a cabeça rapidamente antes de responder.

— O que?... — perguntei, envergonhada. — Claro que não! Nada disso aconteceu — respondi, minha voz soando um pouco mais aguda do que eu gostaria.

Ela soltou uma risada suave, seus olhos brilhando com diversão enquanto se recostava confortavelmente na poltrona.

— Eu gostei de como ele foi carinhoso com você, Lysa. É bom ver que ele não tem medo de demonstrar afeto, especialmente na frente de nós duas — ela comentou, sua expressão suavizando-se em uma mistura de admiração e carinho.

Minha respiração ficou presa na garganta enquanto lutava para encontrar as palavras certas para expressar meus sentimentos. Finalmente, depois de um momento de hesitação, eu olhei nos olhos de Zoe com uma mistura de vulnerabilidade e determinação.

— Eu... Eu o amo. Dante me faz feliz de uma maneira que eu nunca soube que era possível. Decidi seguir meu coração, mesmo que isso signifique enfrentar desafios desconhecidos no caminho — admiti, sentindo-me exposta e vulnerável diante da minha amiga.

Ela me encarou por um momento, seu olhar refletindo compreensão e apoio inabalável.

— Lysa, você sempre soube que eu estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. Se Dante é o que faz seu coração cantar, então eu estou aqui para apoiá-la em cada passo do caminho — ela respondeu, suas palavras carregadas com o peso do amor e da amizade verdadeira.

Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu lutava contra as lágrimas que ameaçavam inundar meus olhos.

— Eu tive um pesadelo... — comecei, minha voz vacilante. — E estou com medo do que podemos enfrentar no futuro. Mas estou disposta a enfrentar tudo isso, contanto que possa ficar com ele.

As palavras saíram em um sussurro, mas continham toda a determinação que eu era capaz de reunir naquele momento de vulnerabilidade. Eu sabia que a estrada à frente seria árdua e repleta de desafios, mas se Dante estivesse ao meu lado, eu teria coragem para enfrentar qualquer coisa.

Zoe me olhou com compaixão, entendendo a gravidade das minhas palavras. Seus olhos expressavam solidariedade e apoio, como se estivesse pronta para compartilhar o peso das minhas preocupações.

— Lysa, você não está sozinha nisso. Nós estaremos aqui, sempre. — Ela colocou uma mão sobre a minha, transmitindo conforto e força. — Juntas, somos mais fortes do que qualquer adversidade que possa surgir em nosso caminho.

Senti um leve sorriso brotar em meus lábios, agradecida pelo apoio inabalável da minha amiga. Por mais que o medo ainda ecoasse em meu coração, suas palavras foram como um raio de esperança, dissipando as sombras da incerteza.

— Obrigada — murmurei, minha voz embargada pela emoção. — Por estar sempre ao meu lado, mesmo nos momentos mais difíceis.

Ela retribuiu meu sorriso, um brilho de determinação reluzindo em seus olhos.

— Somos uma família. E família cuida uns dos outros.

Zoe desviou o olhar por um momento, como se estivesse se preparando para dar uma notícia que poderia mudar o curso de nossas conversas.

— A rainha pediu sua presença no jantar desta noite — disse ela, parecendo preocupada com a reação que sua notícia poderia causar.

Um misto de surpresa e ansiedade se apoderou de mim. Eu não esperava ser convocada para um jantar oficial tão repentinamente, especialmente considerando as circunstâncias recentes. No entanto, sabia que não podia recusar o pedido da rainha, especialmente estando morando na casa dela.

— Obrigada por me avisar. — Respondi, tentando esconder a inquietação em minha voz. — Vou me preparar para o jantar. E, se não for pedir muito, eu adoraria sua ajuda com os preparativos.

Zoe sorriu, aliviada por minha aceitação e pela oportunidade de me oferecer apoio.

— Claro, estarei aqui para ajudar no que precisar. Vamos tornar este jantar memorável por todos os motivos certos — ela disse, sua voz repleta de determinação e amizade.

Com um sorriso de gratidão, eu sabia que poderia contar com Zoe para me apoiar em mais esse desafio que se apresentava.

A tarde passou voando enquanto nos dedicávamos aos preparativos para o jantar. Entre escolher o vestido certo, arrumar o cabelo e garantir que cada detalhe estivesse impecável, mal tivemos tempo para respirar. No entanto, à medida que as horas se esvaíam, uma sensação de nervosismo começou a se instalar em mim, misturada com uma pitada de antecipação.

Quando finalmente me dei conta, o sol já começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons quentes de laranja e rosa. Era um daqueles momentos mágicos que pareciam suspender o tempo, mas eu sabia que o jantar não esperaria por nós.

— Lysa, está na hora de nos apressarmos um pouco mais — disse Zoe, interrompendo meus devaneios enquanto ela terminava de ajustar os últimos detalhes em meu vestido.

Assenti com a cabeça, sentindo o coração bater um pouco mais rápido à medida que o momento crucial se aproximava. Era a primeira vez que iria participar de um jantar privado com a família real, e a ansiedade começava a se acumular dentro de mim.

Juntas, nos dirigimos para a sala de jantar, onde o jantar seria servido. Enquanto caminhávamos pelos corredores iluminados pelo suave brilho das tochas, minha mente estava repleta de pensamentos e preocupações. O que a rainha esperava de mim? Será que seria constrangedor falar sobre o casamento na frente de Dante?

Com um suspiro silencioso, tomei uma respiração profunda, reunindo toda a coragem e determinação que pude encontrar. Não importava quais desafios estivessem por vir, eu estava determinada a enfrentá-los de cabeça erguida.

Com um olhar de encorajamento de Zoe ao meu lado, empurrei suavemente a porta da sala de jantar e entrei, pronta para enfrentar o que quer que o destino reservasse.

A sala de jantar estava ricamente decorada, com toalhas de mesa bordadas, candelabros reluzentes e talheres de prata meticulosamente alinhados. O ambiente exalava uma aura de elegância e pompa, deixando-me momentaneamente sem fala diante da grandiosidade do cenário.

Ao adentrar, fui recebida com um sorriso caloroso da rainha, que se ergueu graciosamente para me cumprimentar. Seu gesto afetuoso transmitia uma sensação reconfortante de boas-vindas, dissipando qualquer vestígio de nervosismo que ainda persistisse em mim.

— Lysandra, que alegria tê-la conosco esta noite — disse a rainha, sua voz suave carregada de calor maternal. — Permita-me apresentá-la à minha filha mais nova, Valentina.

Uma menina que deve ter na faixa de uns dez anos, com cachos dourados e olhos brilhantes, aproximou-se timidamente, lançando um sorriso doce para mim. Eu sorri em retorno, tocada pela sua gentileza e encanto juvenil.

— É um prazer conhecê-la, Princesa Valentina — respondi, inclinando-me levemente em sinal de cortesia.

Enquanto a rainha continuava a nos apresentar, Gael aproximou-se com uma expressão calorosa em seu rosto.

— Lysa, por favor, deixe-me acompanhá-la até o seu lugar à mesa — ofereceu ele, estendendo o braço em um gesto gracioso.

Agradeci enquanto Gael me conduzia com gentileza até meu assento designado. O Rei, com sua postura majestosa, cumprimentou-me com um aceno de cabeça respeitoso. Dante também estava presente, seus olhos encontrando os meus com um brilho reconfortante de reconhecimento. Um simples aceno de sua cabeça bastou para acalmar meu coração agitado. No entanto, ao me sentar em frente a Dante, percebi que a tensão no ar entre os irmãos parecia aumentar, o que se somava ao meu nervosismo por estar ali.

Os criados começavam a servir os pratos e a princesa Valentina, embora tímida no início, logo se mostrou uma companhia encantadora, compartilhando histórias animadas sobre suas travessuras no castelo e suas aspirações de um dia explorar os reinos vizinhos.

Enquanto desfrutávamos da refeição, o Rei, com sua voz respeitosa, quebrou o silêncio.

— Lysandra, queria expressar minha sincera gratidão por seu ato corajoso no acidente com Dante. Sua prontidão em ajudá-lo não passou despercebida por nós.

Um rubor de surpresa e gratidão tomou conta de mim diante das palavras do Rei. Olhei brevemente para Dante, que assentiu em silêncio, apreciando o gesto de reconhecimento de seu pai.

No entanto, a rainha pareceu ficar um tanto desconfortável com o assunto, lançando um olhar significativo na direção do rei.

— Meu amor, eu pedi para que não mencionasse esse assunto durante o jantar — disse ela, com uma expressão de leve repreensão.

O Rei soltou uma risada suave, ignorando a sugestão da Rainha.

— Minha querida, precisamos mostrar nossa gratidão a Lysandra por seu ato altruísta. Agora que ela fará parte de nossa família, não há necessidade de escondermos as coisas. Devemos ser honestos e expressar nossos sentimentos abertamente — respondeu ele, com um sorriso gentil.

A Rainha suspirou resignadamente, aceitando a decisão do Rei. Seu olhar encontrou o meu, transmitindo um agradecimento silencioso pelo que fizera por seu filho. Eu assenti com um sorriso tímido, sentindo-me reconfortada pela acolhida calorosa da família real.

— Dante deveria ter mais cuidado durante os treinos — a ironia na voz de Gael não passou despercebida por mim.

Lancei um olhar rápido na direção de Dante, cuja expressão permanecia imperturbável à primeira vista. No entanto, ao observá-lo mais de perto, percebi uma sombra de tensão em seus olhos.

Antes que Dante pudesse responder ao comentário, ele parou abruptamente, como se reconsiderasse suas palavras. Vi-o respirar fundo, como se estivesse contendo algo que queria dizer, mas optasse por manter em silêncio naquele momento.

Uma troca de olhares intensa ocorreu entre os irmãos, transmitindo uma comunicação não verbal carregada de significado. Era evidente que havia assuntos não resolvidos entre eles, mas nenhum dos dois parecia disposto a abordá-los naquele instante, especialmente na presença dos pais e de mim

Uma onda de preocupação se infiltrou em meus pensamentos. Será que Gael sabia sobre nós dois? Seria esse o motivo subjacente da discórdia entre os irmãos? Essas perguntas ecoaram em minha mente, mas eu sabia que não era o momento nem o lugar para buscá-las.

Antes que a tensão pudesse se intensificar ainda mais, a rainha interveio com sua voz suave, porém firme, interrompendo a potencial discussão.

— Por favor, meus filhos, não comecem com esse assunto novamente esta noite. Estamos aqui para desfrutar de uma refeição em família, não para discutir questões que possam nos dividir.

Seu apelo foi o suficiente para acalmar os ânimos, pelo menos momentaneamente. Os irmãos trocaram olhares relutantes, cedendo à autoridade materna, enquanto concordavam em deixar de lado suas diferenças pelo bem do jantar em família.

Após o incidente no jantar, o restante da refeição transcorreu relativamente tranquilo. No entanto, assim que o jantar chegou ao fim, Gael se aproximou de mim e solicitou educadamente acompanhar-me até o quarto. Senti-me um tanto desconfortável com a situação, mas não havia muito o que fazer além de concordar.

Enquanto caminhávamos pelos corredores iluminados pelas tochas, Gael quebrou o silêncio, expressando sua ansiedade pelo casamento. Aquelas palavras despertaram uma onda de indignação dentro de mim, e antes que pudesse conter minha reação, explodi.

— Casamento? Você está louco! — disse eu, minha voz elevando-se com cada palavra. — Nunca me casaria com você!

Minhas palavras pareciam ecoar pelo corredor vazio, e senti os olhares curiosos dos criados que passavam por nós. Eu estava furiosa, incapaz de conter a torrente de emoções que se acumulava dentro de mim. A lembrança do incidente com Dante ainda estava fresca em minha mente, e eu não conseguia entender como Gael podia pensar em casamento depois do que acontecera.

— Você quase matou seu próprio irmão, Gael! — continuei, meu tom agora misturado com indignação e incredulidade. — Como ousa mencionar casamento depois de tudo o que aconteceu? Eu nunca poderia me unir a alguém tão imprudente e perigoso como você!

Minha voz vacilava sob a onda de emoção que me dominava, mas eu persistia, decidida a fazer com que Gael entendesse a gravidade de suas ações.

— Sua família parece pronta para varrer tudo isso para debaixo do tapete, mas eu não vou permitir! — minha voz soava carregada de indignação, cada palavra ecoando com intensidade. — Você deveria estar envergonhado, Gael! Envergonhado por colocar a vida do seu próprio irmão em risco e por não ter a decência de pedir desculpas a ele!

Enquanto falava, sentia meu coração bater descompassado contra o peito, uma mistura de raiva e tristeza borbulhando dentro de mim. Eu o encarava, buscando nos seus olhos uma resposta que nunca veio. Seu silêncio pesava no ar, uma sombra de culpa dançando em seu rosto, mas ele se mantinha calado, evitando meu olhar.

A sensação de impotência me envolvia enquanto eu tentava fazer com que ele entendesse a gravidade do que havia feito, o perigo que havia colocado Dante. Acima de tudo, desejava que ele compreendesse o risco que Dante teria corrido se eu não tivesse estado lá para salvá-lo naquele momento crítico.

Com um suspiro resignado, percebi que aquela conversa não nos levaria a lugar algum. Não havia como desfazer o passado, mas eu estava decidida a proteger o futuro, a qualquer custo. Lancei-lhe um último olhar antes de me afastar apressadamente, incapaz de suportar mais um segundo ao seu lado.

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