Capítulo 20 - Rugido de um Dragão

O sol brilha radiante no céu azul, banhando o campo de ninféias com uma luz dourada que dança sobre as flores e aquece minha pele. Cada respiração é uma lufada de ar fresco, impregnado com os aromas da terra e das flores que me cercam, enquanto me sinto envolvida por uma serenidade encantadora.

Neste campo de beleza incomparável, onde as ninféias balançam suavemente ao sabor da brisa, sinto-me em casa, em paz. Cada passo que dou é uma dança em harmonia com a natureza, preenchendo meu coração com uma alegria indescritível.

De repente, no horizonte, vejo Dante, seu sorriso radiante me chamando. Seus olhos brilham com promessas de amor e aventura, e um calor reconfortante se espalha dentro de mim quando ele estende a mão, convidando-me para escapar juntos deste mundo de obrigações e expectativas.

— Lysa, venha comigo — sua voz é como música aos meus ouvidos, suave e melodiosa. — Juntos, podemos encontrar um lugar onde nosso amor possa florescer livremente, longe das amarras que nos prendem aqui.

Um sorriso se forma em meus lábios enquanto me aproximo, pronta para aceitar seu convite, pronta para começar esta nova jornada ao lado dele. Mas antes que eu possa chegar até ele, um rugido ensurdecedor interrompe nossa cena de felicidade.

O rugido de um dragão.

Um arrepio de medo percorre minha espinha enquanto o colossal dragão emerge das sombras, suas escamas reluzindo sob o sol da tarde. Meu coração acelera quando vejo o olhar ardente do dragão fixado em Dante, e o desespero toma conta de mim quando ele ergue a cabeça e lança chamas em sua direção.

— Dante, cuidado! — minha voz sai em um grito de pânico, ecoando pelo campo enquanto o fogo consome o espaço entre nós. Meu coração parece querer saltar para fora do peito enquanto assisto impotente à cena diante de mim.

Agarro a mão de Dante com força, determinada a não deixá-lo para trás, e começo a correr, o medo me impulsionando para frente. As chamas lambem nossos calcanhares enquanto lutamos para escapar, e a cada passo que damos, sinto o calor intenso do fogo nos alcançando.

Então, de repente, sinto a mão de Dante escorregar da minha, e meu coração se parte quando vejo-o ser envolto pelo fogo, transformando-se em cinzas diante dos meus olhos. O choque me paralisa por um momento, o desespero ameaçando me engolir.

Com as lágrimas turvando minha visão, encaro o dragão com um misto de horror e raiva. Grito com todas as minhas forças, um grito de desafio e desespero, enquanto o dragão ri, seu riso ecoando ao meu redor como uma sentença de morte.

"Você vê?" ele zomba. "Seu amor por ele vai acabar destruindo tudo."

Despertei abruptamente, envolta em um turbilhão de sensações: meu corpo impregnado de suor, o coração pulsando desenfreado no peito, e o chão oscilando sob meus pés. Estrondos ecoavam pelas paredes, sacudindo cada móvel do quarto, enquanto eu me via compelida a agir num frenesi de urgência.

Lancei o cobertor de lado, erguendo-me da cama em um movimento ágil, lutando para recuperar o fôlego diante da agonia que me assolava. Com mãos trêmulas, alcancei o telefone ao lado da cama e disquei o número de Dante, clamando pelo conforto de sua voz em meio ao caos que me envolvia. Cada segundo de espera parecia uma eternidade, enquanto os tremores da terra pareciam ecoar minha própria inquietação.

Finalmente, a linha se conectou, e a voz de Dante rompeu o silêncio, carregada de preocupação e incerteza.

— Lysa... — ele começou, mas não o deixei continuar.

— Dante, onde você está? — minha voz saiu em um sussurro trêmulo, carregado de alívio ao perceber sua presença mesmo à distância.

— Algo está acontecendo com a terra... Espera, isso é você? O que houve? Alguém te fez mal? — ele questionou, preocupado.

— Você está no castelo? — perguntei, buscando confirmar sua segurança.

— Sim, estou aqui. O que está acontecendo? Por que você está tão agitada? — ele perguntou, sua preocupação agora misturada com confusão.

A confirmação de sua segurança trouxe um vislumbre de esperança, dissipando em parte o medo que me dominava. Lentamente, os tremores começaram a diminuir, substituídos por uma sensação de alívio.

— Estou bem. — Tentei tranquilizá-lo, embora minha voz tremesse com a agitação. Após uma breve pausa, continuei. — Eu... preciso desligar agora.

Sem hesitar, desliguei o telefone e me deixei cair no chão ao lado da cama. As lágrimas brotaram dos meus olhos, uma mistura tumultuosa de alívio por saber que Dante estava seguro e o medo pulsante gerado pelo significado do meu sonho. A sensação de impotência me envolveu enquanto o choro me dominava, e eu me permiti render à vulnerabilidade despertada pelo pesadelo.

Não sei quanto tempo fiquei ali, imersa em um mar de emoções turbulentas, até sentir uma mão gentil repousar em meu ombro. Ergui os olhos e me deparei com o olhar preocupado de Dante, como se ele tentasse decifrar cada fragmento da minha angústia.

Sem pronunciar uma palavra, ele se sentou ao meu lado e começou a examinar meu corpo em busca de ferimentos, seus olhos percorrendo cada centímetro da minha pele em busca de sinais de dano. Senti um calorzinho no coração ao perceber sua preocupação genuína, e um suspiro de alívio escapou dos meus lábios quando ele não encontrou nada.

Ele então beijou minha testa suavemente e me envolveu em um abraço reconfortante, como se quisesse me proteger de todas as adversidades do mundo. Senti um calorzinho no coração ao sentir seu calor e sua presença tranquilizadora ao meu lado.

— Estou aqui. Sempre estarei aqui para protegê-la, aconteça o que acontecer — sussurrou ele, sua voz carregada de determinação e afeto.

Permanecemos assim por um tempo, apenas nos abraçando em silêncio, enquanto eu tentava acalmar minha respiração e acalmar o tumulto de pensamentos em minha mente. A presença reconfortante de Dante era como um bálsamo para minha alma atribulada, dissipando gradualmente as sombras do medo que haviam se instalado em meu coração.

Finalmente, enxuguei as lágrimas e ergui o olhar para encontrar os olhos azuis de Dante, que me encaravam com ternura e compreensão. Um sorriso terno curvou seus lábios, transmitindo uma sensação de tranquilidade que eu tanto ansiava.

— Obrigada — murmurei, minha voz ainda embargada pelo choro recente.

Ele apertou suavemente minha mão e me olhou com um brilho reconfortante nos olhos.

— Sempre — prometeu ele, com uma convicção que fez meu coração se aquecer.

Com um suspiro de gratidão, permiti-me acreditar em suas palavras, deixando-me envolver pela certeza de que, enquanto estivéssemos juntos, poderíamos enfrentar qualquer desafio que a vida nos trouxesse.

Então, rompendo o silêncio que pairava entre nós, compartilhei com Dante os detalhes perturbadores do pesadelo que me assolara, descrevendo o terror do dragão, a sensação de impotência e o medo avassalador de perdê-lo.

Dante me ouviu atentamente, sua expressão alternando entre preocupação e determinação. Quando terminei, ele me abraçou com mais força, como se quisesse me proteger não apenas do mundo real, mas também dos terrores de meus sonhos mais sombrios.

— "Seu amor por ele vai acabar destruindo tudo" — repeti, as palavras pesadas pairando no ar como uma maldição indesejada. — O oráculo me disse a mesma coisa.

Dante franziu a testa, uma expressão de preocupação se instalando em seu rosto enquanto processava a revelação. Seus dedos traçaram suavemente a linha de minha mandíbula, um gesto que me fez sentir segura e protegida, mesmo diante da incerteza que nos rodeava.

— Não acredito que o amor possa ser uma maldição, Lysa — disse ele com voz firme, mas suave. — Estou disposto a enfrentar qualquer obstáculo ao seu lado, seja qual for o preço.

Eu olhei para ele, vendo a convicção em seus olhos, mas também percebendo o peso das preocupações que ele carregava.

— Dante, e se houver algo de verdade nessas palavras? E se meu amor por você realmente trouxer destruição? — minha voz traiu minha insegurança, uma parte de mim temendo a resposta.

Ele segurou meu rosto com ternura, olhando-me nos olhos com uma determinação inabalável.

— Lysa, nosso amor é mais forte do que qualquer profecia sombria. Juntos, podemos superar qualquer obstáculo que a vida nos apresentar. Confie em mim, confie em nós — suas palavras eram como uma promessa, ecoando em meu coração e dissipando as nuvens de medo que ameaçavam obscurecer nosso caminho.

Com o coração apertado pela incerteza, deixei escapar as palavras que há tanto tempo pairavam em minha mente, esperando por coragem para serem pronunciadas.

— Dante... Você... você me ama? — perguntei, minhas palavras saindo em um sussurro trêmulo, carregado de uma mistura de esperança e medo da resposta. Sentimentos tumultuavam dentro de mim, fazendo-me questionar se aquilo que sentia era verdadeiro amor ou apenas uma ilusão.





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