o retrato em preto e branco que um dia pendurarão na minha parede

[...]

pergunto a ti,
porque de mãos tão cheias?
de rosto e corpo tão cansados?
olhos que chovem aquarelas?
pés que caminham descalços?

olhando tua face percebo o teu efeito na multidão,
no homem e na mulher que quebram o dia em busca da renda,
do esmerilhar dos anos de aposentadoria e descanso.

percebo tua poesia na hora em que os caixões se fecham,
os vestidos se tornam noite,
e almas temem tua chegada repentina,
mesmo você nunca ter saído da porta.

durante as eras nas marcas profundas da tua história,
tua memória preserva intacta e tua justiça, sem lógica é a melhor que temos para hoje.

embriagado nos cantos urbanos,
lotados aço e cinzas,
me questiono quando irá me buscar,
se demorará para vir,
e no mistério do teu silêncio me escondo,
refúgio dos fracos e desesperados,
que buscam em ti o sentido de estarem aqui,
despedaçados neste imenso inferno azul.

[...]

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