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- Você tem certeza de que quer mesmo fazer isso? - Chaz repetiu aquela pergunta pela... décima vez?Eu não me lembrava , mas estava me irritando, assim como geralmente qualquer coisa fazia.
- Porra, Chaz , parece que ficou surdo! - Chris interveio, encostando a cabeça no vidro da janela , irritado. Era a primeira vez que ele dizia algo após eu dar um soco no seu olho que ficou roxo como seu saco.
- Eu também não acho uma boa, mas deixa ele, bro - foi a vez de Ryan vir com aqueles olhos de paternais pra mim, o que me fez revirar os meus. Se quer um moleque , faz um, caralho! - Tem certeza de que não quer mandar qualquer mano, Drew? Você é a última pessoa que devia entrar lá.
- Eu já disse que vou atravessar aquela porra! - rosnei.
A gente estava há mais de meia hora naquele carro, onde discutiam sobre a minha decisão como se eu fosse a porra de um pirralho de doze anos, enquanto minha mão coçava para pegar a arma e mirar na tal Liv Dylans e logo depois, de preferência, atirar em sua cabeça assim que ela entregasse o que era meu, mas antes tínhamos que esperar até que a polícia fosse fazer ronda naquela área, exatamente onde se localizava a fronteira.
Seria o momento perfeito para que eu entrasse, os strongs que ficavam de guarda na entrada, não estariam lá. E se eu tivesse sorte, não seria pego quando entrasse e nem quando saísse.
- Nove horas! - Chaz quase gritou, em alerta, os olhos arregalados sob mim.
- Então é hora de concertar uma merda - falei, já destravando a porta do acento de trás para que eu me mandasse.
- Boa sorte, bro - disse Ryan, erguendo um punho pela janela do carona para que eu fizesse um toque.
- Falou - então encarei Chris , eu precisaria desferir mais socos do que ele aguentaria para que a minha raiva cessasse , mas mesmo assim eu disse, com humor - Se eu não voltar, podem matar esse filho da puta - ergui o queixo, o indicando. Ryan riu, talvez aliviado por minha cara de rabo estar mais humorada.
- Podem me matar - ele levantou as mãos, com um meio sorriso.
- Não tô querendo atrapalhar a reconciliação das maricas, mas já atrapalhando, queria dizer que o tempo tá correndo! - disse Chaz, seu tom continuava nervoso, quase trêmulo.
- Relaxa, mijāo - fiz uma careta quando coloquei a cabeça na janela para ver melhor Chaz que estava no volante - , eu volto pra você - e soltei um beijo pra ele, que desatou a rir. Eu tinha que parar com aquelas veadagens.
- Vaza daqui, seu desgraçado!
- Ligo assim que conseguir o lance.
E após uma batida na janela, comecei a me afastar da BMW de Chaz. Estava há duas quadras da fronteira, foi o que eu considerei uma distância segura.
Meu coração a mil, era por isso que eu estava nessa porra!
Já conseguia ouvir a sirene da polícia, as luzes atravessando meu rosto na rua escura, mais alguns passos e eu estava prestes a dar o passo que poderia me deixar cheio de balas no cu.
Eu esperava que voltasse vivo, não só para esmurrar mais o imbecil do Christian por ser imbecil, mas também por não ter que dar minha gangue de mão beijada pra McLean. Puta que pariu! Se eu não voltasse, ele ganharia a briga, a briga mais velha que o próprio Brooklyn, uma briga que já teve adversários menos zé roelas como ele, e nem por isso alguém ganhou. Não seria ele, nem que pra isso eu tivesse que matá -lo no seu próprio território.
Regras da rua :
* Mate ou morra.
Quando pus os pés no lado oeste, usando um capuz escuro que cobria uma boa parte do meu rosto e carregando um par de óculos escuros na māo, nāo demorou pouco mais de três minutos para que eu fosse parado. Minha mão foi até o cós da minha calça, ainda sobre a blusa, faltava pouco para que eu pegasse minha arma.
- Tu deixou cair isso - disse o idiota quando eu me virei.
Fitando os óculos na palma da sua mão, desconfiando , eu me perguntei o que MCLean dava pra aqueles poodles. Amor?
Então eu os peguei, logo me virando para voltar pro meu caminho, mas não antes de ver a testa enrugada do poodle. O que ele queria que eu fizesse? Agradecesse? Era só o que me faltava.
- Você não é daqui, é? - sua pergunta soou perto embora eu já estivesse andando. Deduzi que o cara me seguia. Merda!
- Eu não costumo sair muito de casa - o que tecnicamente era verdade se considerasse que a minha casa era o lado norte, e era. Mas olha só, eu não estava mentindo. Que milagre esse acontecimento por aqui.
- Hum - foi a última coisa que eu ouvi.
Ele não me seguiu quando eu continuei andando, dessa vez com os óculos no rosto, até virar na primeira esquina. Onde a cada calçada havia um grupo usando crack ou LSD. Aquela garota morava praticamente na porra da cracolândia.
Mais a frente , após chutar um bando de pés jogados no chāo , capturei a imagem do prédio que Ryan havia me mostrado por imagem, um caindo aos pedaços e sem tintura, algumas janelas estavam quebradas e a madeira da porta da frente parecia podre.
Adentrei enquanto tocava minha arma por cima da camisa. A recepção era tão acolhedora quanto um banheiro público.
- Ei, moleque! Vem cá - chamei o garoto que tinha acabado de passar por mim correndo com um par de patins numa mão e um maço de cigarros na outra.
- O que foi? - ele quis saber, irritado. Era muita moral pra pouco saco.
Com a mão escorregando no rosto e pedindo para mim mesmo, para que eu tivesse piedade daquele pirralho , abri a boca.
- Qual o número do apartamento da Liv Dylans?
As sobrancelhas grossas se contraíram enquanto ele tentava me ver melhor sobre o capuz e os óculos.
- Não sei, o que eu ganho com isso?
A minha risada fez aquele abrigo de mendigos parecer realmente vazio.
- A chance de continuar respirando, que tal? - e toquei seu ombro, o apertando. Isso fez o moleque se contorcer todo e dar lentos passos para trás. Ah, assustar pirralhos! Nunca perderia a graça.
- A - a - apa...
- A...a o que? - eu tentei parecer irritado, mas minha garganta implorava para zombar da criança.
- Apartamento 2002 - disse rápido, desvencilhando da minha mão no mesmo instante e correndo para a porta.
- Ô moleque - falei o olhando sob o ombro - , de quem são esses cigarros?
- Me - eus - gaguejou, extasiado
- Me dá - e tomei da sua mão assim que segui até onde ele estava -, eu hein, porra, tu não tem nem pulmão pra tá fumando isso - e vasculhei meu bolso atrás do esqueiro para acender um. - Agora vaza daqui! - ele assentiu, ou a cabeça estava tremendo. Então correu e atravessou a rua.
Soprando a fumaça do cigarro que eu havia acendido, caminhei até as escadas e subi nos degraus que deviam ranger até com o peso de uma formiga.
Pelo que Ryan descobriu sobre a vadia loirinha, ela tinha antecedentes criminais. Então nos entregar para os tiras estava fora de cogitaçāo, mas ela ainda poderia vender aquelas informações para alguém que as consideraria muito mais valiosas, McLean.
Só que eu estava confiante, embora ainda tivesse minhas dúvidas sobre a garota estar mesmo com a mochila. Qualquer momento podia ter pego. No entando ,mesmo com uma raiva que me subia à cabeça a ponto de estourar meus miolos, se eu desse sorte, ela estava com ela e nem havia tocado no pen drive e muito menos o encontrado.
- Quem é? - uma voz feminina e aguda soou do outro lado quando eu comecei a bater freneticamente naquela porta velha.
- Pizza - me sentia um ator pornô.
- Eu não pedi pizza.
- Então eu devo ter me enganado, será que existe outra Liv Dylans por aqui? - minha expressão era confusa.
- Você não tá com pizza alguma - ela retrucou, de repente, com a voz assustada. Devia ter olhando no olho mágico.
- É, eu acho que me enganei. Eu quis dizer balas, tenho umas balas pra você.
" Merda " - ela murmurou antes de eu jogar a ponta do cigarro no chão e pegar minha arma para abrir aquela porta, apesar de que não precisaria de muito esforço.
- Não se aproxime - ela gritou quando pus os pés dentro da sua casa. Com as duas mãos ela segurava uma arma fajuda. Eu queria de verdade tratar daquele assunto com seriedade, mas a garota era uma comédia. - Mãos pra cima.
Minhas mãos penderam no ar e arma deslizou no meu dedo.
- Calminha, tá?Não atire água em mim - encenei, apertando os lábios com humor assim que ela se tocou de que eu havia notado sua arma muito pouco convincente.
- Água? - aquela vagabunda não cansava de passar vergonha? - Aqui dentro não tem água, meu amor.
- Com certeza não - abaixando as mãos, eu caminhei até ela, segurando firme minha arma -, escuta aqui ratinha, eu já vi muitas armas de verdade por aí para reconhecer uma de mentirinha, tá bom?- toquei seu queixo, claramente a olhando como quem olhava pra uma lesada. - Agora vamos ao que interessa , devolva a mochila que você pegou do meu chefe - eu não poderia me por em risco daquela forma.
- Mo - mochila? - seus olhos piscaram rápido, como se ela achasse que estava tendo um pesadelo ou merda parecida. Acertou, neném.
- O que há com a galera dessa rua? - me joguei na poltrona escura da sua sala - O crack anda afetando a fala de vocês - sorri com debobche, balançando a arma em sua direção.
- Eu não tenho mochila nenhuma, cara - disse, com os olhos grandes para mim. Fechei os meus por um segundo, respirei fundo...e fiz toda aquela merda que os terapeutas mandavam e que não funcionava comigo. Depois, ainda irritado pra cacete, segurei a mão da loira e a puxei até que de maneira desajeitada ela caísse em meu colo.
Tinha dúvidas de que aquilo seria uma boa ideia, já que tão próxima assim seria mais fácil para eu apertar seu pescoço.
- Olha só, ratinha, eu preciso da mochila, então você vai contar aqui pro papai onde é que ela tá. De preferência, colocar nas minhas mãos - falei, escorregando o cano do revólver em seu rosto.
- Eu não sei aonde ela tá - respondeu, mas antes que continuasse , um barulho de algo quebrando soou, vindo de uma sala próxima a janela quebrada.
Lançando um olhar irritado para a garota, decidi perguntar.
- Tem mais alguém aqui?
- Não - falou rápido.
- Não? - levantei as sobrancelhas, sugerindo a ela se eu tinha cara de idiota.
Fiquei em silêncio por um tempo, esperando que quem estivesse ali, desse mais um sinal.
- Liv? Liv? Você tá bem? - eu lembrava daquela voz, uma num tom que eu nunca havia ouvido igual e ainda assim não me lembrava a quem pertencia.
- Não , né? - sussurrei , apertando seu queixo - você vai dizer que tá bem, e acho bom sua amiguinha ficar de bico fechado.
Ela assentiu , ficando de pé para se aproximar da porta enquanto eu a acompanhava com o cano da arma pressionando contra sua costela.
- Eu tô bem, Clarie. Tá tudo bem, mas não sai daí, tá bom? - ela trancou a porta com chave.
- Liv...
- Fica aí, cacete!
Um silêncio permaneceu por alguns segundos antes que eu destravasse minha arma e levasse a loira para longe de onde a outra vagabunda estava.
- Então, onde tá?
- Eu vou explicar tudo, só fica calmo - ela custava para olhar diretamente pra mim, os lábios se apertavam como se tivesse que se conter. Só podia ser brincadeira, se tivesse alguém ali que tinha que se conter, era eu.
- Esse sou eu sendo calmo - retruquei, afundando mais o revólver em sua testa.
- Ok - sua respiração ficou pesada, talvez estivesse assim há mais tempo. - Vou contar tudo do início...hoje, quando percebi que aquela mochila não era minha - ao menos ela havia mesmo ficado com a mochila do Beadles filho da puta -, estava na boate aqui perto onde eu trabalho. Eu tenho uma dívida grande com o dono e venho tentando pagar faz tempo, só que ele já tava cansado de esperar , então decidiu que ia ficar com todos os meus documentos até que tudo tivese pago, por isso ficou com a mochila , levou sem nem ao menos me deixar dizer que não era minha.
- VADIA BURRA! - larguei a arma do seu rosto, a empurrando. - E agora você não sabe onde tá? - ri com desdém - Essa porra só podia tá acontecendo comigo.
- Foi mal, cara - falou, se retraindo.
- Foi mal? - arqueei uma sobrancelha, rindo mais uma vez - Porra nenhuma! Eu só não estouro essa sua cabeça porque talvez eu ainda precise de você - gritei, roçando meu nariz no seu e prensando seu corpo contra a pia. Os olhos dela iam dos meus até seu corpo sendo espremido. Por um momento , pensei que ela estivesse tendo ilusões de nós dois fodendo. Aquela garota era mais alucinada do que Ryan tinha mencionado.
Em todos os meus anos fodidos, eu nunca fiquei irritado por uma mulher me oferecer uma foda, mas a vadia me tirou do sério , e eu já não estava.
Ela devia ter passado por muitas situações parecidas para pensar em sexo quando estava na mira de uma arma, ou exagerou nas drogas. Que se fodesse o caralho a quatro que tivesse passado por sua cabeça, meu sangue estava quente como o inferno.
De repente, balas foram disparadas por toda a sua casa, obviamente atingindo as paredes vizinhas, um choro de criança ressoava pelo andar, assim como o grito da loira e da outra vagabunda que estava presa na sala , da qual ela tentava arrombar a porta.
- Eu até tô a fim de comer uma buceta agora - toquei seu rosto trêmulo, fazendo seus olhos focarem em mim - , mas se eu trepasse com você, não ia acabar somente com ela - e de forma agressiva, o joguei pro lado. - Como se chama seu chefe?
- M - McBil - não fode! - Ele deve ter colocado a mi... a mochila do seu chefe em algum cofre na boate ou em algo do tipo. Eu já tentei roubar ele antes, com certeza deve desconfiar de mim.
Assentindo, eu me afastei o suficiente para que ela pudesse finalmente respirar. Vadia desgraçada! Eu devia ter a matado asfixiada.
Caminhei até a porta, a abrindo , o corredor estava movimentado, mas assim que eu coloquei os pés nele, a maioria das pessoas antes ali, entraram por onde tinham saído.
Olhei a loira atrás de mim por um instante e andei rápido pelas escadas. Não poderia piorar o que já estava pior. Não, não dava para matar a vadia ainda, e muito menos mandar ela ir atrás da mochila, seria arriscado demais envolver a maluca nisso.
- E aí? Pegou? - Ryan perguntou, eufórico, atendendo o celular na segunda chamada.
- Porra nenhuma! - chutei uma lata de cerveja na calçada. Precisaria muito mais que aquilo para aliviar minha raiva. - A vadia tem uma dívida e o chefe dela confiscou os documentos, os documentos que ele achava que tavam na mochila daquele imbecil que você chama de amigo!
- Puta merda! - Ryan lamentou, conseguia ouvir sua mão batendo com vontade na própria cara. - E agora?
- Rá! - ri com sarcasmo - Agora? - os dedos do meu punho direito afundavam na palma da mão, mais afundo e atravessariam - Agora escuta o resto da merda que eu ainda não acabei. Quer saber quem é o chefe dela?
- Quem? - podia sentir sua apreensão.
- McBil - escutei uma sequência de tosses, como se ele tivesse Ryan engasgado com algo, Chaz fazia o mesmo.
- Se engasgando, Ryan? Deixa pra tomar leitinho outra hora.
- Santo Tupac! McBil...você quer dizer...
- É, a bichona louca , irmão do McLean.
- Fodeu! - ouvi a voz de Chris. Ouvir a voz dele era como tomar um tiro. Eu precisava revidar.
- E a culpa é sua, seu arrombado!
- Mc pra lá, Mc pra cá, Será que o McDonald também é irmão do McLean? - Chaz irtervio, talvez só por ser idiota, ou também para não escutar a discussão que se iniciaria.
- Deixa de ser idiota, Chaz! - Ryan resmungou - Escuta, volta pra casa, a gente vai arranjar um plano. Já convoquei os manos pra te esperarem na fronteira.
- Eu não vou voltar agora - e nem eu mesmo sabia o porquê.
- Como assim nāo vai voltar? Você precisa voltar, caralho!
- Tu não é meu pai, Ryan, e nem meu pai mandaria em mim.
- Você não pode ficar a...
Então eu desliguei. Estava passando por uma boate quando escutei os berros de Ryan pela última vez. E uma boate era a última coisa de que eu precisava, principalmente uma boate no lado oeste. Mas eu entrei. Não precisava de indetidade, e os seguranças da entrada mais pareciam dois postes. Pensei em mijar no pé deles pra ver se tinham alguma reação. Eles deviam ser uns poodles como os que "protegiam" a fronteira.
Ali era como um lugar específico para pessoas específicas. Quem entrava sabia por que.
O local com luzes vermelhas piscando e cheiro de maconha era até que agradável pra mim, garotas seminuas por toda a parte, muitas bundas , alguns camarotes, um palco e muitos caras.
Aquela devia ser a boate onde a vadia loira "trabalhava".
- O que vai querer hoje, garotāo? - alguém questionou assim que sentei num banco do bar, de frente para a pista, com os cotovelos apoiados no balcāo. Meus olhos dentro dos óculos se estreitaram para o dono da pergunta quando eu me virei.
Era um homem, embora sua voz fosse fina demais para um, ele tinha cabelos pretos e usava...batom? Por que porra eu estava mesmo surpreso?
- O drink mais forte que você tiver - respondi , ele sorriu pra mim como quem queria me comer e se afastou. À puta que pariu!
Eu sabia que nunca tinha andado na linha, mas a porra do castigo não acabava nunca?
- Aqui está, querido - disse ele, minutos depois, arrastando um copo que continha um líquido verde com gelo.
- Não perca tempo comigo, eu não sou delicado como você - cuspi. Minha mãe está morrendo, McLean pode ter acesso a minha vida a qualquer momento, se isso já não aconteceu, e de brinde sou flertado por outro homem. Era uma vida fodida mesmo a minha.
- Eu percebi - falou, dando uma boa olhada em mim. O que eu disse antes com certeza nem passou perto dos seus ouvidos. Mas aquilo era o de menos, não tinha culpa por ser gostoso pra caralho.
O meu trono sim era um assunto que precisava de atenção. E em uma tragada, eu estava com ódio nos olhos de novo.
O gosto forte e a ardência na minha garganta causada pelo drink que devia se chamar fogo do capeta só me deixava pior. Por muitas vezes , a cena , que nunca aconteceu, em que McLean tomava meu território, me atormentava.
A cada gole, eu me sentia menos relaxado, tanto que quando vi a loira, vulgo vagabunda burra, mais conhecida como Liv , entrando na boate com uma amiga de quem eu me lembrava bem, achei que estivesse fantasiando.
Eu quero tanto matar a porra da garota que tô imaginando ela?
Deixei o drink de lado e me concentrei na pista onde as duas vadias dançavam, um homem agarrou a loira, a fazendo sentar num sofá e em seguida em seu colo , a outra continuou de pé, dançando de uma forma que mexeria com meu pau em instantes.
Sem que eu percebesse, meus dedos acompanhavam o contorno de suas curvas , de onde eu estava. A bunda dela se movia dentro do vestido preto e justo como se não fosse ligada ao tronco. Não, não era porra de fantasia , eu estava duro demais para que fosse.
Ela se virou para mim, escorregando e rebolando a bunda pela pança de um homem bem mais velho. Seus olhos verdes me encontraram por um momento, os dentes morderam o lábio inferior da boca perfeita que eu adoraria ver e sentir me chupando. No entanto, eu sabia que não era pra mim que ela esbanjava desejo.
E como se aquilo fosse realmente importante, passei a ficar com raiva por aquele motivo também, mesmo que meu pau tivesse adorando o espetáculo.
Ainda a seguia com o dedo quando meu cérebro me jogou a real. Afinal, quantos anos eu tinha para ficar só olhando? E quando foi que eu fiquei só olhando? Fazia muito tempo desde a primeira vez que eu chupei uma buceta.
Então eu saí do banco, o que não foi muito confortável com todo aquele volume na minha virilha.
Na velocidade de uma bala, meu corpo sentia o seu, minhas mãos apertavam sua cintura contra meu pau como se eu pretendesse foder ela ali mesmo.
O homem a sua frente me olhou enviesado, confuso e com raiva enquanto ela continuava deslizando em mim, me arrancando um gemido que ficou preso na garganta. Assim que o imbecil de cara amassada como se tivesse sido atropelado, se foi, a morena se virou para me olhar. Eu podia sentir sua raiva ao me ver, mesmo que ela tenha começado a sorrir.
Clarie, então era esse o nome da vadia. A que me deixou excitado em segundos apenas com um movimento.
- Você tá bem duro - ela sussurrou. A sua voz em sussurro conseguia ser melhor, mais rouca, como já era em estado natural. Parecia haver uma falha nas suas cordas vocais, então em por alguns instantes seu tom era rasgado. Ah , porra... aquela voz gemendo pra mim.
- Vou fazer você se sentir melhor - sussurrei de volta, trazendo seu corpo para mais perto, até que sua virilha encostasse na minha, e então ela gemeu. Um gemido rouco e delicioso, como eu imaginava.
Ela não disse nada, mas parecia bem menos estressada que minutos antes, bem menos estressada que horas antes no hospital. Era como se nunca tivéssemos nos visto.
- Vem cá - ela tocou minha mão e quis me puxar. Quem ela pensava que eu era pra sair por aí segurando minha mão como um adolescente virgem que nunca visitou uma boate?
Agarrei sua cintura e afundei meu nariz nos seus cabelos e depois segui até o pescoço. E lá estava ela, gemendo de novo, por pouco não me fazendo gozar.
Foi tudo tão rápido que eu pensei que não lembraria no outro dia. Dinheiro por toda a parte, bundas gostosas , e depois ela na parede de um quarto, com as pernas apertando meu tronco, arfando a cada vez que meus dedos insinuavam mergulhar nela de novo. Então depois ela saiu do meu colo, as mãos me empurrando até que eu caísse num sofá vermelho, foi quando ela se livrou do vestido áspero e me deixou sentir sua pele macia, sentando no meu colo, jogando meus óculos longe e parecendo um pouco surpresa com o que via.
- O que foi? Gostou dos meus olhos? - ri, logo atacando sua barriga, a mordendo . - Eu tenho algo melhor pra você - murmurei contra a pele do seu pescoço. Ela puxou meus cabelos por dentro do capuz, vi seus olhos se fechando enquanto rebolava a buceta em mim. Puta que pariu três vezes!
- Me mostre - ela falou, passando o moletom por meus ombros e o jogando assim como fez com os óculos. Segundos depois ela estava arrastando aquela boca por meu peito coberto e abdômen. Antes que ela chegasse onde eu tanto desejava, tirei a arma da cintura e coloquei numa mesa de centro. Ela não parecia surpresa ao ver.
Um botão depois e um zíper , e sua boca estava me enlouquecendo. Comecei a tirar a camisa para me distrair e não acabar gozando de uma vez. Mas estava difícil.
- Tá ótimo, mas pode ficar melhor - falei , trazendo sua boca para a minha, com facilidade eu rasguei seu sutiã e então tinha aqueles peitos pra mim. Lambi um dos seus mamilos duros o que a fez arquear as costas. - Vadia gostosa do caralho...
- Me fode - ela disse em um gemido cortado. Se eu já não estava a ponto de explodir antes, explodiria agora. Aproveitei um pouco sua bunda e dei um tapa forte antes de jogá - la no chão e fazer a vadiazinha chorar. Rasguei sua calcinha molhada e meti fundo enquanto concentrava minhas mãos em seus seios.
Eu não devia estar com tanta fome assim, porra, eu tinha problemas pra resolver, sexo deveria ser a última coisa em que eu devia pensar.
Mas aquela garota me deixava em êstaxe apenas rebolando por dois segundos, e a vontade que eu sentia de fodê - la era a mesma de um virgem. Ferrou com tudo mesmo! Passei tanto tempo fodendo com corpos tão atraentes quanto aquele, para no fim me ver de quatro por uma mulher , como um virgem.
E se eu achava que estava louco, isso foi antes de ela rebolar no meu pau, com ele dentro dela.
Talvez fosse o o olhar desafiador ou a forma como ela não me temia e nem... me queria tanto quanto as outras. Uma voz sussurrou na minha cabeça, me deixando puto.
Meus olhos se perdiam no seu corpo nu enquanto ela se vestia, talvez o motivo da minha vontade dela fosse por ela de alguma forma pertencer a McLean. Era isso, mas ainda assim, sua indiferença me deixava irritado, e ela devia ter notado.
- O que foi garotinho? - garotinho? - Eu preciso voltar ao trabalho - garotinho?
- Garotinho? - a minha indignação foi acobertada por minha risada. Ela estava mesmo me chamando de garotinho? Quando devia ser até mais jovem que eu? A que ponto eu cheguei, depois de tantos assaltos e assassinatos para me tornar um homem, vem uma filha da puta e me rebaixava daquele jeito. Aonde estava a porra da minha moral? Pareceia até que eu havia me tornado McLean.
- Se você quiser que eu fique mais - ela ajeitava o vestido, encarando meu sorriso nem um pouco amigável - , é só me pagar mais.
A veia do meu pescoço corria o risco de saltar a qualquer momento de tanto que eu ria.
- Pagar mais? - repeti, depois voltei a rir. Seu olhar ainda era desafiador, um sorriso de lado nos lábios a deixava com mais indiferença. Foder ela assim era um idieia maravilhosa, já podia sentir meu pau latejar dentro da calça e....e que merda eu estava pensando? Aquela vadia não podia nem respirar que meu pau já acordava? Fiquei virgem de novo! - Eu não vou pagar nem pela primeira , meu bem.
- Qual o problema de vocês? - ela se pôs na minha frente enquanto eu calçava os tênis brancos que ela tinha acabado de sujar de vinho - Nāo sou obrigada a me derreter por causa de uma foda. É só o meu trabalho, "meu bem " - e ali estava, a porra toda que eu negava com vontade, o fato de ela não estar "derretida" , ô palavrinha fresca , por mim - E eu não quero ferir seu ego, mas você deve saber que as garotas transam com vocês por dinheiro ou poder, e você me parece ter algum - era sempre assim. Eu odiava mulher no meu pé, mas sem elas, quem inflaria 50% do meu ego? Quebrar corações era minha diversão. E agora a vagabunda mais gostosa que eu já tinha conhecido vinha me dizer que eu não tinha capacidade de fazer alguém se apaixonar por mim. As mulheres me amavam, nem que fosse pelo sexo, aliás, era só isso que eu tinha pra oferecer.
- Eu não vou pagar - respondi, minha voz dessa vez não conseguia soar menos irritada.
Ótimo, mais uma para a minha lista de "quero matar ".
- Ah você vai - e estava de volta à garota estressada do hospital.
- Hm... pobrezinho de mim - encenei, ficando de pé e tocando sua coxa - Ninguém transaria comigo de graça - sussurrei, e minha mão subiu mais por baixo do seu vestido, já podia sentir seu corpo mole pra mim, mas ela me deteve, puxando minha mão e a largando no ar.
- Pobre, garotinho - ela disse, estável. Eu não tinha efeito nenhum sobre ela... Filha da puta!
- Não peça para ser paga quando eu te levo ao céu - conti a raiva.
- Eu não fui sozinha - seus lábios roçavam nos meus. Se ela se aproximasse mais, sentiria meu pau duro, ou quem sabe se olhasse para baixo. Eu esperava que isso não acontecesse.
- Você quer dinheiro, quer vadia? - rosnei, com um sorriso, puxando minha carteira do bolso traseiro - Toma - afundei dez notas de cem no seu decote, ela ainda estava sem expressão enquanto eu colocava mais, mas pretendia ir embora, isso se eu nāo tivesse a puxado de volta pela cintura.
Não sabia se queria continuar a humilhando mais ou colocando a mão nos seus seios. Os seios era um bom motivo, mas a humilhação era um motivo maior.
- Ok - ela tocou minha mão e a abaixou, finalmente exibindo uma expressão furiosa - Volte sempre, ou talvez não.
- O que? - eu ri com deboche.
- Eu não sei quem você é, mas sei que não devia estar aqui
[...]
- Pensei que você tinha morrido, porra! - Chaz falou assim que eu entrei na sala, me acertando com um tapa na cabeça.
- Olha o respeito, será que eu não tenho mais moral nessa merda? - falei, me jogando no sofá. Achei que foder com aquela garota seria ao menos uma coisa boa no meu dia, mas acabou chegando perto da pior.
- Ryan! A madame chegou!
Após um barulho de pisadas pesadas na escada, Ryan parou na minha frente. Chris veio em seguida, passando pela porta da cozinha.
- E aí? - Ryan falou, com expectativa. De onde ele estava tirando aquela merda?
- E aí o que, caralho? Já falei que o McBil tá com a porra da mochila - meu olhar inevitavelmente parou em Chris, o fuzilando.
- Fodeu mesmo! - Chaz se jogou no tapete - Será que ele já descobriu tudo?
- É uma grande possibilidade - falei.
- Por que tu demorou tanto? - foi a vez de Chris se pronunciar. Ele era bem corajoso. Talvez quisesse fugir do assunto que o incluía até demais, mas isso não serviu para que eu parace de pensar na melhor forma para matá - lo.
- Tava fodendo com uma vadia.
- E ainda chega com essa cara? - Chaz riu fraco - Foi tão ruim assim? - não, até ela abrir a boca que só devia ser usada pra gemer e chupar.
- A vadia era mais grossa que meu pau - suspirei , pesado, jogando meu ante braço contra o rosto.
- Então ela não era tão grossa assim - Chris falou. Eu não ouvi direito. Alguém queria mesmo morrer.
Meu corpo se levantou de uma vez, fazendo Chris dar passos para trás.
- Você sabe que se a gente for em cana ou coisa pior, eu te mato, não sabe? - apontei para ele. Ah se meu dedo fosse uma arma. Ele tinha sorte por não ser.
- A gente não tem tempo pra brigar por besteira agora , falou? - disse Ryan, parando em minha frente.
- Ryan tem razão, como minha vó sempre diz, não vamos esquentar o cu com rola fina.
- Como é? - olhei para Chaz.
- Nada.
- Meu pau é grosso o suficiente pra encher uma boca grande como a sua!
- Por que estamos mesmo falando de rola? - Ryan gritou ,destravando meu olhar da cara idiota que Chaz tinha - Tive uma ideia, andei pesquisando sobre o McBil e ele não anda muito bem com o irmão, e agora vem a chave para a solução dos nossos problemas... ele precisa de alguém para fazer a coreografia das garotas da boate. Talvez ele tenha guardado a mochila e esteja pensando no que vai fazer, já que ele e o irmão não se falam.
- Até que enfim alguém decidiu se mexer! Prossiga - me sentei no sofá, apoiando os cotovelos no joelhos.
- Alguém precisa se infiltrar lá e descobrir onde tá a mochila - disse de uma vez.
- Ótimo, vamos mandar alguém de confiança - comentou Chaz.
- Alguém de confiança? - ri - Não podemos envolver mais ninguém nisso, imbecil!
- Drew tem razão, vai ter que ser um de nós - Ryan continuou.
- Um de nós? - Chaz questionou, espantado. Medroso do caralho.
- Você tem sorte de ser meu amigo, caso contrário, passava bem longe dessa gangue! - falei, antes de levantar e pegar um uísque.
- Não vamos precisar de uma identidade falsa? Um disfarce? Só por precaução? - ouvi Chris perguntar.
Colocando uma dose de uísque no copo e levando à boca, senti a ardência costumeira, uma bem diferente daquela do drink verde. Por falar em drink...
- Coloquem batom e digam que são gays - soltei um riso, no entanto , quando me virei, os imbecis pareciam pensar na ideia.
- Eu não acredito que achei isso uma boa ideia - disse Chaz.
- Então vocês vão mesmo? - gargalhei - Acho que até vale a pena ir em cana só para ver isso.
- Como você tem certeza que vai ser um de nós? - Ryan falou, estreitando os olhos - Pode muito bem ser você.
- Eu? - ri mais um vez - Tá pra nascer o dia em que eu vou sair por aí saltitando e usando porra de batom!
Regras da rua:
* Não roube no terreno inimigo.
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