One-Shot| Cego de vingança

Eu ainda vejo o seu rosto quando eu vou dormir.
Eu odeio que todas essas memórias sejam tão persistentes, mas agora eu sei
Eu sei o quão difícil é seguir em frente com a minha vida.
Quando todos os devaneios voltam para mim à noite.
— Ashley Kutcher.

Betado por: parfaitjoon | Obrigado anjo ❤️.
Pedido externo no projeto: PurpleGalaxy_Project

Conteúdo do capítulo:

A primavera é uma estação notoriamente satisfatória, ainda mais quando as flores desabrocham para poder nascer outras no lugar. Mas o que mais gosto são as pétalas que acabam se espalhando pelo jardim e criando um mar lindo com sua coloração rosada.

É interessante ressaltar que eu não tinha tempo para poder usufruir do meu próprio palácio quando me tornei rei, mas isso mudou quando me casei dois meses depois. Certo que eu estava me casando para poder ter um herdeiro e continuar a maldita linhagem, mas no processo acabei me apaixonando, e nesse mar de sentimentos conheci o jardim com a ajuda da minha querida esposa.

Minha rainha.

Meus olhos estavam delirando sobre a linda flor de magnólia rosada, o seu centro era tão simples, mas tão lindo. Minha mão direita estava sob a base do meu rosto, deixando a visão mais atrativa, mas a flor se foi com o vento forte, fazendo-a flutuar e ir embora.

A solidão se apossou do meu peito ao ouvir o som de sua risada ecoando por cada canto daquele pequeno jardim. Encolhi minhas pernas, encostando minhas costas no tronco da árvore e continuei a assistir o desabrochar da flor em minhas mãos. Meus pensamentos foram longe, lembrando dos momentos dela aqui ao meu lado.

"Ji-won dançava enquanto as folhas caiam ao seu redor, algumas acabavam acompanhando seus movimentos por culpa da ventania que ela fazia ao seu redor.

— Querido, venha dançar comigo. — Me chamou com um biquinho. — Logo nosso filho acordará e não teremos mais oportunidade. — Chantageou-me. A olhei desconfiado, mas seu sorriso lindo me convenceu a levantar-me e ir ao seu encontro.

As folhas agora não só a acompanhavam, mas a nós dois, nos tornando um só. Mas logo nosso brotinho de arroz estava em nosso meio, após acordar de um cochilo. Sorrimos harmoniosamente, envolvidos na aura suave."

— Appa?

Pisquei meus olhos, focando de novo para a realidade e vendo meu brotinho de arroz com sua nova vestimenta de batalha, orgulho preenche meu peito ao vê-lo ir atrás da justiça.

— Meu filho, você ficou ótimo nas vestimentas de combate. Estou tão orgulhoso de você — murmuro ao ficar em sua frente, segurando em seus ombros. Ele sorriu junto a mim, me dando lembranças das características parecidas com sua mãe.

— A Omma ficaria orgulhosa de mim também? — perguntou-me, fazendo meu sorriso vacilar um pouco.

Mas logo mudei meu semblante para desconfiado.

— Podemos dizer que... Talvez, mas ela estaria mais preocupada em saber se o seu brotinho de arroz iria ficar bem e não se machucaria indo para o campo de batalha.

Ele riu com a minha especulação exagerada e sorriu frágil.

Eu sabia perfeitamente que não ter lembranças nítidas da sua mãe era horrível, ela se foi tão de repente quando ele tinha apenas 6 anos, e 10 anos se passaram como sopro. Mas cada dia a mais era um sufoco, porque eu nunca a superei e sim consegui sobreviver apenas com as lembranças.

O Conselho até mesmo queria que eu me casasse novamente e escolhesse uma nova rainha, mas meu próprio povo foi contra o Conselho, porque ninguém queria uma rainha nova, ninguém se comparava a ela. As coisas não eram fáceis pra mim, cuidar de um filho sozinho não foi e não é nada fácil. Hoon estava em luto, só querendo a mim, nada de babás além do momento em que eu tinha o dever de batalhar. Mas fora isso, era Hoon pendurado ao meu pescoço, se juntando a mim nas responsabilidades de rei.

— Eu voltarei logo, Appa. Não lhe deixarei sozinho — promete com os olhos brilhando em mágoa e percebo que acabei deixando os sentimentos negativos me dominarem.

— Eu sei, meu filho — concluo, juntando nossas testas e fechando os olhos. — E mesmo que algo aconteça, saiba que o Appa vai atrás dessa pessoa, custe o que custar.

[...]

A maioria do povo estava reunida para se despedir dos soldados que estavam indo para a batalha, os sucessores estavam à frente, esperando que todo aquele alvoroço fosse embora.

Nossas testas estavam juntas novamente, virou uma mania desde que ele aprendeu isso vendo uma mãe se despedindo da sua filha para ir trabalhar.

— Que Deus te abençoe e lhe proteja de todo mal.

— Amém.

As despedidas não foram muito longas, apesar de ser a primeira batalha sem mim ao seu lado, estava confiante de que ele vai se sair bem. Eu o treinei desde os dez anos, mas ele ainda precisaria de mais alguns anos de treinamento.

Os três dias passaram voando em meio a agenda cheia de afazeres, estava sorrindo para uma pequena garotinha que havia vindo até mim com uma florzinha, e com algumas ferramentas, consegui lhe fazer um arco para colocar em sua cabeça.

— Vossa majestade — chama-me Seokjin, aflito. A sua voz me preocupou, fazendo-me virar o corpo em sua direção —, temos um problema.

— O que aconteceu, soldado Kim?

— Seu filho, ele não voltou com os outros. — Meu coração parou junto com o fôlego. — Ele foi levado por samurais.

Algo em mim se agitou, fazendo meu sangue bombear por cada partícula do corpo e a raiva começou a se espalhar por ele. Um sorriso sádico misturado com a fúria surgiu em meus lábios, a secura deles foi substituída pela saliva da minha língua e o riso saiu dos meus lábios.

— O que? — O meu tom de voz foi tão assustador que vi o soldado se assustar.

— Sinto muito, vossa majestade. O general Park tentou salvá-lo, mas acabou... Falecendo.

Essa notícia destruiu todo o amor que eu tinha. Lutei contra os meus monstros esse tempo todo, me segurando e batalhando contra mim mesmo para não ir atrás de vingança pela morte da minha esposa. Meu filho precisava de mim, mas agora havia sido levado por meu antigo povo. A pessoa que mais me ajudou depois que virei rei, que me ajudou depois que minha esposa se foi, agora está.... morto.

— Onde está Park Jimin? — pergunto, me referindo ao filho de Seojun e o soldado soltou um suspiro.

— Está em silêncio — revela, fazendo a preocupação segurar um pouco minha raiva.

O silêncio é a pior dor que alguém pode ter, eu sei bem como o silêncio é mais sufocante que tudo na vida. Os sentimentos negativos roubam todas as lembranças positivas e felizes, nos lembrando somente da dor.

Minutos depois, eu estava em frente à casa do general Park, ouvindo barulho de coisas se quebrando. A porta de bambú arrastou-se para o lado, dando-me passagem para entrar na pequena casa e parar por segundos para analisar o caos, Jimin estava possesso enquanto jogava vasos e mais outras coisas no chão.

Minha próxima reação foi usar uma tática de luta para imobilizar seu corpo e ele logo se desfez dela, socando meus estômago, mas não atingiu da maneira que ele queria, porque minha próxima tática foi voltar a prender seu pescoço sob meus braços e dizer nosso código de conduta, que apenas eu e Seojun criamos para nossos filhos.

— Honshin.

Automaticamente ele para de lutar contra mim e fica algum tempo parado sem tomar nenhuma atitude, mas pouco tempo depois os soluços começam e eu alívio um pouco meu aperto para que ele me abrace, que encontrasse um ombro para descontar seus sentimentos negativos.

Algo que eu não tive.

À noite, o reino estava em total luto por conta da morte de Park, a dor fazia as entranhas de meu estômago se agitarem com a visão de seu corpo gelado sobre o caixão aberto com flores e Jimin de joelhos ao lado, chorando ainda mais.

Então eu me agacho ao lado dele, e olho para seu rosto mais pálido do que o normal.

— Vou vingar sua morte, meu amigo. E vou trazer meu filho de volta — prometo, sentindo algo se agitar dentro de mim, querendo tomar controle, mas ainda consigo conter. — Obrigado por tudo, Seojun.

Os soluços do mais novo se intensificam, fazendo-me olhá-lo. Logo ele estava se abraçando a mim. Os soldados ficaram à nossa frente, chamando minha atenção, e no semblante deles, percebi que estava na hora do executamento.

Eu balanço minha cabeça, dando meu consentimento, abraçando Jimin pela cabeça, dando a entender que estava na hora.

— Seja forte, ele está descansando agora — digo em uma falha tentativa de tentar consolá-lo. Quando seu pai me disse isso quando ji-won se foi, eu quis socá-lo, mas fiquei quieto enquanto estava em luto.

Porque nem o rosto pálido da minha esposa eu tive a oportunidade de olhar, porque haviam levado seu corpo em um deslize meu.

— Dispare a flecha junto comigo — peço com os lábios em seu ouvido e ele concorda.

Minutos depois, Jimin está à minha frente, nossas mãos estavam juntas no arco e flecha. Disparamos a flecha com as chamas e acertamos de primeira o caixão. O garoto com a idade do meu filho se abriga em mim novamente, e enquanto ele me abraçava chorando, eu deixei que as sombras tomassem conta de mim.

A cor das chamas devem estar brilhando em meio ao escuro opaco das minhas pupilas e me deixando cego, mas apenas de vingança.

Eu vou me vingar. Por mim e por todos.

O que acharam?
Em breve tem mais!

30/06/2024.

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