Capítulo 15 - Micaela Lupino

Ele estava a procura de algo.

Luca Quintavalla poderia negar a todos, mas os olhos dele deixavam claro que não havia ninguém mais desesperado que ele naquele lugar.

Pessoas, homens principalmente, iam a bordéis em busca de coisas que jamais teriam de graça sendo eles mesmos.

Uma mulher bonita, diversão, saciar suas vontades, realizar seus desejos sórdidos, provar a si mesmo que poderia ter uma mulher bonita em sua cama e até mesmo achar alguém que fingisse felicidade em tê-lo para si.

Ainda que usasse suas roupas sob medidas, tivesse em seu pulso um relógio que valia um carro popular e sua expressão fosse a mesma coisa de sempre, parcialmente escondido pelas luzes de néon da boate, os olhos dele procuravam por algo com urgência, o que deixou Micah alerta. Não era só a carência usual que o homem sentia. Parecia ser algo mais intenso e primitivo. O que instiga a mulher.

- Aqui está. Leve e suma daqui... Senhor Alexander Mazzacurati agradece a seus serviços - falando com o homem que executou o serviço mal feito mais cedo, entrega a ele uma bolsinha de mão de porpurina preta.

A aquela altura Luca, deveria ter salvo a mulher e ela deveria estar o enchendo de carinhos pela sua atitude. Não fazia sentido que ele estivesse ali, a menos que o imbecil tivesse a deixado ser salva por Romeo, atrapalhando os planos de Micaela.

Tão logo que o seu peão, inútil pois Luca em breve o descobriria, saiu entre a multidão, Micaela sinalizou para que seu segurança o seguisse, deixando num gesto claro que era pra livrar-se daquele fio solto.

Fingindo espanto, ela vai até um dos seguranças da boate, mas antes que pudesse dizer algo, foi pega pelo braço por Luca, que a arrastou escada a cima sem dizer nada.

Confusa, sem saber se deveria ter sido pega, ela apenas se deixa levar, até que ele a joga dentro de seu quarto particular e fecha a porta.

- O que houve? - finje estar confusa, sendo respondida por um beijo dele.

Enojada pela audácia daquele homem, Micah tenta o dar um tapa, sendo segurada por ele que apenas a faz olhá-lo nos olhos dizendo:

- Ao menos pra isso me sirva como noiva.

Rindo baixo ela o faz cair sob uma poltrona antes de se forçar a ter paciência para falar com ele. Pois não era da laia dele pra dormir com aquele tipo de gente.

- Não sou sua boneca inflável. Se procura uma mulher para fuder, desça lá e arrume uma - Micah o repreendeu sentando-se sobre o homem.

Aquele idiota não valia a pena o esforço de matar. Na verdade precisaria usá-lo para tirar a tal Anne Collins de perto do Romeo, mas pensava seriamente em matar os dois e resolver o problema. Já que Anne decerto não iria querer aquele Capo esquisito para marido. Pois tinha a mesmíssima cor suja e achavam que mereciam mais do que deveriam ter.

- Não quero uma prostituta... - Luca Quintavalla começa a dizer impaciente.

Claro, no mínimo a pessoa que ele buscava se satisfazer e o deixou na mão era importante. Muito até para usar uma prostituta qualquer para fingir ser ela.

Luca Quintavalla o robozinho obediente da Cosa Nostra estaria apaixonado? E quem seria a pobre infeliz?

- Não sinto tesão nenhum em você, mas se quiser pode fingir que sou a mulher que tanto quer e eu finjo que você é o Romeo, está bem? - sugere antes dele a beijar novamente.

Dessa vez com suas mãos já descendo o zíper do vestido vermelho que ela usava, o que novamente a deu certo nojo.

Romeo tinha as suas mãos macias, delicadas como a de um médico seria. E apesar de ser mais bruto de maneiras, aquele beijo lento e carinhoso, poderia apenas fingir que era por gostar dela e não por vê-la como uma mulher qualquer.

Foi tudo bem mais devagar do que o costume dela, que detestava caras carinhosos, mas quando finalmente o livrou das roupas que impediam de chegar a sua ereção, Micah se sentou sobre o membro que era um tanto grande, causando desconforto à princípio.

- Está tudo...?

O impedindo de falar qualquer coisa, depois de ficar parada por alguns segundos se põe a mover-se, de início devagar, mas conforme o sentia mais perto de ter seu orgasmo aumenta o ritmo, sendo auxiliada pelo próprio Luca, que a segurou pelos quadris.

Não havia muito o que ser dito. Eram apenas duas pessoas que precisavam de sexo para tentar dar um jeito em seus próprios pensamentos e sentimentos. Com isso só se escutava no lugar o som dos corpos em contato e seus gemidos baixos.

Em breve Romeo seria dela, agora quanto a Luca Quintavalla? Não tinha ideia de quem seria a tal mulher.

E tampouco o porquê de rechaçar um capo da máfia Italiana mais poderosa dali. Logo a estrangeira que não tinha nem um real, tampouco onde cair morta.

Tão logo que ele chegou ao seu orgasmo, ainda conseguiu se manter por algum tempo para que ela continuasse, chegando ao seu depois.

- Isso entre a gente não vai se repetir - Luca Quintavalla consegue dizer após alguns segundos.

Dando de ombros, Micaela sai de cima do homem, pegando seu vestido no chão com cara de poucos amigos.

- Pois é. Já dei pra melhores, se é isso que está interessado em saber. Nada contra, mas se quisesse carinho pediria a minha mãe que me desse - desdenha do mafioso que a olha furioso.

Rindo baixo, ela põe seu vestido no corpo, sobe em seu salto alto e sai do quarto, indo direto a boate onde encontra Romeo bebendo sozinho.

- ... Ela é terrível. Precisava ver o que Anne disse a ele - Romeo conversava com um amigo que ria.

O olhando, usando seu terno sob medida que ficava maravilhosamente bem nele, Micaela ignora os olhares dos homens de Luca e vai até o artista que ao vê-la deixou de sorrir.

- Boa noite. A procura de Luca? - o Mazzacurati a perguntou com sarcasmo, a olhando sentar-se no colo dele.

- Ele não é o que eu preciso... - Micah fala manhosa se esfregando no colo do homem que continua a beber a ignorando.

Não queria carinho, cuidado ou gentileza. Queria Romeo a fodendo com força e fazendo gritar como fizeram várias vezes até uns anos atrás, quando ele foi expulso de casa por seu pai e a deixou para trás, indo a outro continente.

- Eu tampouco - ele a devolvendo ríspido gesticula para que Micaela se afastasse.

- Não seja chato... Preciso de você - insistiu segurando com força a mão dele.

- Vá arrumar outro e certifique-se de se higienizar, pois muitos homens, como eu, não gostam de prostitutas baratas que sequer se limpam - Romeo resmunga a empurrando para o lado com rispidez.

O dando um soco na cara, Micah sai de perto do Mazzacurati, marchando furiosa para fora daquele puteiro sujo, onde por ela botaria uma bomba e explodiria tudo. Com todos os mafiosos e vagabundas sujas dentro de lá, assim que pudesse.

Romeo a cada dia ficava mais distante dela e não sabia como reacender o desejo mútuo que sentiam antes de o artista ir para os EUA dar início a sua carreira.

Parada na entrada do lugar, esperando seu motorista terminar o serviço que havia sido dado, Micaela Lupino acaba escutando alguma vozes, que a fizeram ir até o anexo, onde se surpreendeu em ver Anne sendo arrastada para a casa de Luca por um segurança.

- Eu disse que quero ir dormir! - a mulher esperneou no ombro do animal que a arrastava para dentro.

Indo até eles, usou sua pistola para matar o segurança que caiu, derrubando Anne Collins no chão.

Mas é claro. A mulher que não queria Luca era ela. E ele como mafioso metido a príncipe encantado jamais forçaria aquela criatura abusada a dormir com ele. Dobrar usando a sua força era algo que Romeo adorava fazer, não o capo que era incumbido de matar pessoas a mando de Michelangelo e os anciões.

Dobrar a todas sob suas vontades, subjugar a seus desejos, era tudo que o Mazzacurati pedia em troca de dar quem estivesse com ele uma noite inesquecível. E ela adorava aquilo.

Entretanto, se quisesse se livrar de uma vez daquela mulher incomoda que Anne Collins vinha sendo, precisaria fazê-lo com suas próprias mãos. Não havia muito jeito.

- Levanta daí garota. Você vem comigo - Micaela dá o ultimato a Collins que para sua surpresa ficou de pé, mas não saiu do lugar.

- Não, Obrigada. Se sair com você o Quintavalla vai surtar comigo, mas agradeço muito pela força...

- Eu não estou lhe pedindo. - destravou novamente sua arma a colocando na direção da estrangeira.

Parecendo surpresa, ela deixa cair o que pareciam cartas que Micah movimenta com os pés, vendo que se tratavam de bruxaria. Ou ciganinsmo, não sabia ao certo o nome da religião.

- Você é uma bruxa? - perguntando confusa a Lupino recebe um olhar desinteressado da mulher.

- Talvez? Depende do seu ponto de vista...

Sorrindo com calma, Anne Collins levanta suas mãos, antes de Micaela sentir alguém puxar sua arma para longe de onde mirava.

- Vai embora agora, Micah - Romeo se faz presente, a expulsando como um cão sarnento.

O olhando de soslaio, a mafiosa é puxada pelo Mazzacurati para longe da Collins, sendo jogada contra um carro por Romeo que se põe a tocá-la em busca de mais armas, jogando tudo que encontrou de perigoso no chão.

- Não quer tirar o resto, querido? - Micaela o provocou se encostando em Romeo que novamente a empurrou contra o carro.

E a fez sentir aquela ereção maravilhosa que bem conhecia dentro de si. Mas para sua tristeza, ele não a tocou, apenas forçou seu rosto contra o veículo sujo, enfurecendo a senhorita Lupino.

- Some daqui ou vou contar ao Luca que tentou machucar a senhorita Collins... Tem cinco segundos, Micaela. - o mafioso acrescenta em tom baixo, próximo ao ouvido dela, a deixando de lado e voltando toda sua atenção para Anne, que ele gentilmente guiou de volta a casa de Luca Quintavalla.

- Obrigada pela ajuda, Romeo... - a desgraçada sorri para ele que, de pronto, estende seu braço para que ela segure.

- Sempre que precisar, mea Dea - responde sorridente a guiando para longe.

Claro, porque Romeo Mazzacurati era um anjo com qualquer mulher que o interessasse, isto é até mostrar o depravado que era entre quatro paredes.

O que a fez de imediato ficar alerta, pois sorrindo e sendo gentil como estava sendo, decerto já via Anne como um tipo de interesse romântico exótico. O que significava que Micaela precisava de livrar o mais rápido que podia daquela estrangeira estúpida.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top