Capítulo 14 - Luca Quintavalla

Sem acreditar no que o seu segurança havia o contado, Luca subiu as escadas indo atrás de Anne que preferiu ficar com Marzio ao invés de esperá-lo.

— Mulheres tem um instinto maternal muito forte. Não pode culpá-la por cuidar do garoto... — Romeo comentando também subindo as escadas intervém em favor dela.

Para seu amigo nada era afronta, falta de respeito ou qualquer outra coisa. Tudo se resumia a pensar no que a pessoa estava tentando fazer e não culpá-la por ser mal-educada. Romeo Mazzacurati era tudo, menos um mafioso.

Com seu coração mole o homem sozinho levaria a máfia a ruína. Sorte a dos Três Poderes que havia os conselheiros e eles jamais deixariam que Romeo fizesse aquilo que bem entendia.

— Ela deveria estar lá embaixo me esperando! Quem Anne acha que é? — Luca Quintavalla reclamando irritado, recebe um sinal negativo de seu melhor amigo.

Porque pra ele tudo era flores e o respeito era opcional.

Ao entrar a vê sentada no chão, dormindo sobre a cama com um livro sob seus braços, debruçada sobre ele.

— Ela vai ter um torcicolo terrível, caso esteja dormindo... — Romeo sussurrou, antes de fazer menção de dar um passo e ser impedido por ele.

O capo com receio de acordar a mulher, optou por fazer seu amigo barulhento ficar do lado de fora, indo até Anne que dormia resmungando algo em inglês.

Tão logo que a tocou, fez a mesma se sobressaltar, levando Romeo Mazzacurati a rir, ligando as luzes.

— Muito sutil, mio amico Luca...

Não era bom com mulheres na parte de conquista e abordagem. Era melhor na cama e isso era óbvio para todas que o conheciam.

— Vai à merda, Mazzacurati! — xinga o interrompendo.

Depressa, Anne cobriu os lábios dele com uma de suas mãos, olhando nos olhos de Quintavalla e em seguida para o menino que dormia, num aviso que não deveria atrapalhar o sono da criança. Algo muito corajoso para uma mulher que não usava arma alguma, apenas suas mãos para o impedir de fazer qualquer coisa.

Saindo do quarto de hóspedes para o seu quarto, que Anne relutou a entrar em princípio, Luca é acompanhado por Romeo que ao vê-la parada na porta, sorri para mulher dizendo:

— Não vamos machucar você.

Menos receosa, ela entra no quarto, não fechando a porta o que deixou Luca confuso, mas optou por ignorar a falta de etiqueta da mesma, indo até a porta e a fechando.

— Pode deixar entreaberta? — Anne Collins pede a Luca Quintavalla que ri.

Ela só podia estar brincando. O que achava que ele poderia fazê-la com Romeo era um grande mistério, mas que era divertido vê-la constrangida pelas suas risadas escandalosas, isso era. Uma mulher que cruzava o país para conhecer um homem com quem falava pela Internet ser tão conservadora é algo a ser estudado, tinha quase certeza disso.

— Não ria, Luca... Deixa encostada — Romeo interveio em favor dela que parece mais tranquila ao vê-lo indo até a porta.

Que Luca abriu, só então concluindo que estava sendo um pau-mandado do Mazzacurati e da mulher, a bate com toda sua força a porta. Porque não recebia ordens de ninguém além dos líderes dos Três Poderes, o que nenhum dos dois presentes eram.

— A porra da casa é minha e eu quero a porta fechada. Quem manda aqui sou eu! Chega de escutar blah ,blah blah de vocês! — repreendendo os dois recebe olhares divergentes de ambos.

Anne estava incrédula, ficando furiosa por fim, enquanto Romeo Mazzacurati parecia achar aquilo um tipo de piada hilariante.

— Ah, pronto. Vai começar a ser mal-educado agora? Que bicho lhe mordeu hoje? — o homem o provocando recebe um sorriso de Anne Collins.

Para aquele paspalho ela sorria. Olhava com carinho e até mesmo respeitava. E a Luca Quintavalla? O que ele não possuía para ser digno de tais atitudes dela?

Romeo sabia muitíssimo bem que Luca estava irritado pois desde cedo vinha se preocupando com Anne. Sabia também que preocupar-se era algo que ele jamais faria em sua vida por algo que não fosse a máfia, mas vinha de maneira bem miserável fazendo pela sua hóspede mal agradecida.

— Onde esteve? — fez a pergunta de um milhão de euros.

Andaram de carro para todo lado e não a viram em lugar algum. Romeo até mesmo brincou dizendo que Anne havia usado seu conhecimento em bruxaria para desaparecer. O que fez o segurança com eles temer mais ainda a mulher que dividiu os Três Poderes.

E Luca logo preocupou-se com a ideia de perdê-la e ter que explicar a Michelangelo como havia acontecido.

— Jogando cartas... — ela disse tirando de seu bolso um baralho estranho.

Embrulhado num pano vermelho aveludado, as cartas lembravam muito a de ciganas, o que o fez ficar preocupado, antes de voltar a falar:

— Cartas de quê?

— Baralho Cigano. Posso lhe dizer seu passado presente e futuro por elas... — Anne Collins respondeu com tranquilidade o deixando perplexo.

De fato a mulher era adepta a paganismo. Talvez tivesse ela feito algo que pudesse ter mexido com a cabeça e coração dele?

Não era comum afeiçoar-se a alguém que sequer havia conseguido conhecer direito. Nem mesmo uma boa noite de sexo tiveram. Ainda sim, lá estava ele agindo como um idiota apaixonado. O que nem de longe era.

— Você é uma bruxa? — pensando alto faz Romeo rir.

O homem não parava de rir como um idiota. Se continuasse tão sorridente iria o dar um tiro.

— É uma forma de pensar, mas não acho que seja sobre meu paganismo que estejamos aqui — Anne Collins encerra a conversa cruzando seus braços.

Sem se dar conta ela atrai a atenção dos dois, que acabaram volta do sua atenção de maneira bem cômica ao decote da blusa de Anne.

— Estamos... — Romeo desvia o foco de Luca que o olha sério.

A casa era dele, portanto quem falaria com a mulher seria o Quintavalla, não seu amigo.

— Essa sua mania de me desobedecer vai causar sua morte! É isso que você quer? Voltar num caixão para casa? — brigando com Anne recebe um resmungo de concordância de Mazzacurati.

Ao menos ele preferiu ficar em silêncio olhando para os atributos dela, ao invés de a protegendo como fazia.

Sem descrição alguma, deu uma cotovelada no ombro de Romeo que depressa volta sua atenção para ele.

— Precisa se cuidar, Anne. Não queremos que você se machuque...

— Então me deem uma forma de defesa sem ser escondida por detrás de vocês! — ela brada com os dois que ficam sem reação.

— O que quer dizer com isso? — o Mazzacurati questionando curioso o olha sério.

A mulher havia enlouquecido de vez. Só faltava dizer que queria treinar com os novos soldados da organização. Aí sim eles dois ligariam para um hospício com toda certeza.

— Quero aprender a lutar também...

Rindo alto, é repreendido pelo olhar por Romeo, Luca Quintavalla recebeu um tapa que de imediato o fez parar e respirar fundo. Ela havia passado dos limites dessa vez.

— Eu sou uma piada pra você? É isso? — Anne Collins exigiu saber o fazendo a segurar pelo braço.

Usando sua mão livre para segurá-la pelo queixo, o mafioso a fez olhar em seus olhos para que a mulher entendesse a seriedade de suas palavras.

— Nunca mais faça isso. Ou terei que mostrar a você um lado meu que não irá agradá-la... Estamos entendidos?

— Pega leve com ela. Eu vou indo e você resolve isso aí... Paz para todos — Romeo Mazzacurati se despede indo para saída do quarto. — Nada de rispidez! — acrescentando para Luca sai e deixa a porta encostada.

— Me solta agora — Anne Collins exige o olhando nos olhos.

Luca em fato não tinha medo da cara feia dela. Muito pelo contrário. Ele queria mesmo que tudo fosse pra o inferno.

Ela era linda, brava, mas muito difícil de achar por aí. Anne era um tipo único que duvidava que fosse ver novamente em sua vida. E fazia alguns dias que a desejava pra si.

— Me obrigue, sirena — provocando a mulher é empurrado por ela.

A trazendo para si, pelo queixo novamente, a fez o olhar nos seus olhos antes de continuar a dizer:

— Você não serve para ser um soldado. Lá vão te machucar, torturar e arrancar toda a bondade que tem dentro de si. É isso que você quer? Ser um monstro como eu?

— Eu quero ser livre! E matarei quem for necessário para conseguir! Agora me solta! — Anne retrucou malcriada.

— Você entende que se algum dia você aparecer com qualquer ferimento aqui eu irei à base e matarei com minhas próprias mãos o responsável? — explica Luca a fazendo parar por completo.

Embora receosa, Anne parece o avaliar antes de finalmente olhá-lo nos olhos buscando a veracidade das palavras ditas por Luca.

Foi então que as viu e pelo olhar o porguntava o porquê daquela ameaça cruel do homem. Isto porque, ao contrário dele, a Collins não via em si mesma a doçura, gentileza, inocência, benevolência e até mesmo a falta de malícia da parte dela. E ele sabia que se fosse para começar o treinamento pela base dos Lupino, Anne Collins seria destruída por dentro e por fora.

Pois isso era tudo que eles sabiam fazer. Destruir pessoas e moldá-las de acordo com seus interesses.

— Por que se importar comigo? Eu sou só um peso morto! Quero fazer alguma coisa... — Anne suplicando o faz soltá-la por fim.

— Porque mesmo que você não ache, eu a tenho e penso como minha. De forma que a ideia de alguém a ferir novamente, me desperta o pior...

— Você não é meu dono, nem nunca será. E se não aceitar que eu seja treinada, tudo bem, mas irei até Michelangelo e o pedirei que o faça — Anne Collins ameaçou o mafioso que riu.

Poderia ser um desgraçado e a deixar a mercê dos Lupino?

Claro, poderia fazê-lo, seria divertido no primeiro momento, mas tão logo que dessem início a quebra da moralidade, fazendo Anne renunciar a suas virtudes e até mesmo dormir com alguns deles, pois as soldadas tiravam informações dos inimigos por meio de sexo, Luca iria perder sua cabeça e por fim a paz entre as máfias mais poderosas.

A ideia de um homem tocá-la era pior que um veneno em sua mente.

E mesmo Anne sendo involátil, presunçosa, dona de si e muito cabeça dura por vezes, o Quintavalla não conseguia pensar em deixá-la passar por tamanha monstruosidade que era a iniciação das soldadas da organização.

— Vai concordar ou não? A escolha é sua. — Anne Collins cruzou seus braços sobre o peito dando uma visão boa de seus seios.

Luca não era nenhum homem hipócrita. Estavam a sós num quarto. Poderia muito bem a convencer a dormir com ele.

Só de pensar em sentir aquela pele quente contra a dele, beijar aqueles lábios que pareciam macios, massagear com suas mãos aqueles seios fartos, enterrar seu rosto entre aquelas pernas grossas e sentir o gosto maravilhoso que ela deveria possuir o deixava a beira de um colapso.

Queria estar com Anne, não de qualquer forma. Queria estar dentro dela, a mostrando que as coisas que poderia fazê-la sentir são melhores e mais prazerosas que qualquer outra coisa que Romeo poderia proporcionar.

Anne Collins merecia um homem que não só a achasse fofa, mas que soubesse como a tratar entre quatro paredes. Romeo precisaria de uma esposa após tirar seu irmão do posto, mas essa mulher não era ela. Pois a Anne Collins parecia perfeita para Luca assim que estivesse pronta para aceitar a aproximação dele. A mimaria, daria tudo que ela quisesse e até mesmo poderia ceder a suas sugestões, desde que Anne as desse no momento oportuno, na cama que dividiriam após uma ótima noite juntos.

O que não era algo que Romeo tinha em mente com mulher alguma, visto que o mafioso, um grande amigo seu, nunca foi de repetir por muito tempo alguma das que dormiram com ele.

— Estou cansada de prejudicar os outros. Não quero mais ser o elo mais fraco... — a Collins explica mais calma, sentando-se na cama, ao mafioso que sorri, indo até ela.

Poderia ser um canalha e em troca de treiná-la pedir sexo, mas não achava justo agir assim. Daria tudo que Anne quisesse, mais até se ele achasse necessário e tinha certeza que ela acabaria por ceder.

— Se é o que deseja, podemos treiná-la, mas será sob sigilo absoluto e em troca, não poderá mais sair daqui. Até cumprir o treinamento, ao menos...

Sorridente, ela se joga sobre o mafioso, que é pego de surpresa, sendo derrubado pelo gesto de carinho inesperado. Concluindo de maneira muito errada que a mulher não só parecia, como de fato não usava sutiã, de forma que os bicos de seus seios estavam encostados ao peito dele, que podia senti-los.

— Muito obrigada! Muito mesmo! — agradecendo o olha e tenta se levantar.

Sem pensar muito, movido por um segundo de coragem, Luca Quintavalla agiu sob comando de seus instintos secretos e a deu um beijo. Um inocente selinho que se fosse correspondido, seria muito mais do que o homem poderia sonhar.

O que, para seu espanto, aconteceu não só em sonhos eróticos. Anne o correspondeu sem demora, dando começo a um beijo rápido, faminto e quente. Que logo que ele notou o ar sendo necessário para a mulher, que não tinha tanta habilidade naquele quesito, inverteu as posições, descendo seus lábios para o pescoço dela, desabotando a camisa social branca que estava com três botões abertos. Já dando um vislumbre dos seios redondos e de tamanho médio que ele gostava de ver se movendo enquanto a mulher malhava na academia das suas funcionárias.

Estava prestes a descer também a calça quando Anne Collins o empurra e se afasta depressa dizendo:

— Desculpa... Isso foi inapropriado. Não deveria ter sido assim. Desculpa.

Ciente que ainda não era hora de importunar a mulher com seu desejo estúpido sobre ela, o mafioso apenas respira fundo, ajeita sua camisa e logo pede desculpas também, prometendo que não se excederia nunca mais.

Dali por diante o mais sábio seria aguardar que ela desse a sua permissão e tomasse a frente. Isto é, se sua reação à ele não fosse apenas uma tentativa falha de demonstrar felicidade com Luca ter atendido seu pedido.

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