Capítulo 8


Wesley e Dylan chegaram em casa, o moreno estava se preparando para ouvir todas de seu pai, principalmente a infalível tática dele de meter o nome de sua mãe no meio e relembrar coisas do passado, coisas que Wesley se arrepende e Paul, fazia questão de jogar em sua cara.

Dylan, ao contrario de Wesley, estava desesperado, seu coração batia mil por hora em seu peito, o fazendo arfar. Pensava nas imensas coisas que diria para sua mãe, que o fez fazer isso, porém, não queria que Wesley levasse toda a culpa.

Entraram em casa, e a primeira pessoa que estava no sofá era Paul. Que assistia um programa de TV qualquer e batia o pé no chão várias vezes. Quando percebeu que a porta havia sido aberta, levantou rapidamente e olhou para Wesley e Dylan com o cenho franzido.

- Achei que demorariam mais – Disse ele, cruzando os braços.

- Se eu quisesse, teria demorado – Debochou Wesley.

- É isso que tem para dizer para mim, Wesley?

- Não, na verdade – Wesley colocou suas mãos nos ombros de Dylan e saiu o empurrando em direção á escada – Eu vou dormir, boa noite.

- Não mesmo, Wesley! – Gritou Paul – Você e Dylan, ficam aqui.

Emilly apareceu no fim da escada, e desceu rápido e foi em direção ao filho. Ela a puxou para longe de Wesley, fazendo o loiro olhar para trás para encarar o moreno.

Só o que me faltava, pensou Wesley, revirando os olhos.

Encarou seu pai que gritava com ele, e ele parecia não estar nem ai. Ouviu o nome de sua mãe, e nesse momento, parou completamente de ouvir e fazia apenas caras e bocas, o que irritava ainda mais seu pai.

Wesley abaixou a cabeça, e encarou a cena ao lado, Emilly que gritava com Dylan, abraçou seu filho e disse para ele nunca mais fazer isso. Ela olhou para o moreno e sorriu.

Desviou o olhar, e observou seu pai.

Percebeu algo diferente. O perfume. O perfume do seu pai estava diferente, desde que sua mãe morreu ele usava apenas o que ela havia lhe dado, e agora, o perfume estava diferente. Não era um perfume masculino, era um feminino.

Encarou a feição de seu pai, se perguntou como ele podia ser tão idiota. Percebeu algo ainda pior. O batom. Do lado esquerdo da gola de sua camiseta escura. Então, tudo começou a fazer sentido, havia entendido.

Essa foi péssima pai.

Olhou para os olhos de Paul, e deu risada.

- Do que você tá rindo?

- Ah, não. Pode continuar a falar, mesmo você sabendo que eu não tô prestando atenção. – Wesley soltou um som de deboche.

Paul se irritou e levantou a mão pronto para bater em seu filho, mas ele se conteve, e pairou a mão no ar.

- O que foi, pai? – Wesley cruzou os braços – Você não consegue? É a única coisa que você sabe fazer?

O moreno sem temer, se vira e vai em direção á escada e puxa Dylan consigo.

Eles entram no quarto e fecham a porta. Wesley encosta as costas na porta, e escorrega por ela, colocando as mãos nos cabelos. Abriu os olhos, e encara Dylan. Que olha para ele e sorri.

- Você tá bem?

- Eu que te pergunto – Diz Wesley – Eu vi a bronca que a sua mãe te deu.

- Pois é – Sorriu de leve – Achei que ia morrer.

- Dylan – Wesley balança a cabeça e diz num tom melancólico – Eu preciso te ensinar tanta coisa ainda.

Os dois sorriram.

Wesley na verdade odiava isso, o fato de sempre sorrir quando Dylan está por perto, ou sentir cada parte do seu corpo arrepiar, mas essa sensação esquisita não é de hoje, desde que se conheceram, o moreno se sente assim perto do outro garoto, nem mesmo com Valerie, que o conhece há mais tempo.

E Wesley odiava, pois não sabia explicar e nem sabia o porquê disso, apenas sentia, e odiava sentir.

- Acho que meu pai – Começou Wesley – está traindo sua mãe.

Essa afirmação pega Dylan de surpresa, o moreno levanta o rosto e encara o garoto á sua frente e arregala os olhos, mesmo que sem querer.

- Por que acha isso?

- Você não vê, porque não esta nem ai, porém, eu vejo tudo – Disse o moreno, se levantando do chão – Ontem à noite, Paul estava no telefone e chamou a outra pessoa de querida, fora que esses dias ele vem chegada mais tarde em casa.

- Só isso? Acho que não é provas o suficiente.

- Ah qual é? Falei pra você porque pensei que iria acreditar em mim e me ajudar a descobrir a verdade.

- Por que você achou isso?

- Eu acho que você é única pessoa que acreditaria em mim.

- Por ser um mentiroso compulsivo? – Dylan cruza os braços.

Outra pergunta que pegou Wesley desprevenido, os olhos verdes de Dylan fez com que cada neurônio de Wesley parasse de funcionar por um instante, ele logo se perguntou: Que droga é essa? Mas no fundo, ele já sabia o que era só não queria aceitar.

- Ok – Disse Dylan se levantando – Eu te ajudo a descobrir se é verdade essa sua paranoia.

Wesley sorri mostrando os dentes, e recebe um abraço caloroso do loiro. O garoto não estava acostumado com tanto carinho em tão poucos dias, sua única reação foi se espantar, e dar três tapinhas nas costas de Dylan até ele o soltar.

- Até porque você me deve uma.

- Te devo uma? – Pergunta Wesley, dando um passo para trás, para impedir de Dylan o abraçar de novo.

- É, você teria sido expulso se eu não tivesse entrado na sua frente quando ia bater no Ed.

- Ah, claro. Ou teria ganhado um olho roxo.

- Você nunca bateria em mim – Diz Dylan, cruzando os braços, com uma cara de convencido.

- Você que pensa – Responde Wesley, acabando com o sorrisinho de Dylan.

E no fundo, é verdade. Wesley poderia se machucar, mas nunca tocaria em Dylan. E ele nunca poderia responder o porquê.

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