Capitulo 7
- Vamos ir à casa da Valerie. – Disse Dylan, enquanto desabotoava os botões da sua camisa. Wesley se sentou na casa e soltou o ar forte pelo nariz, cruzou os braços e ficou pensativo por um instante.
- Tudo bem. – Deu de ombros.
- Não. Eu estou afirmando – Disse Dylan, com um ar de superioridade – A gente vai à casa da Valerie!
Wesley ficou sentado esperando Dylan terminar de se arrumar. Tirou sua camisa, e a jogou em seu armário. Fez com que o moreno revirasse os olhos, e olhar em outra direção ao se sentir incomodado olhando para o peito nu de Dylan.
Não sabia o porquê, apenas sabia que sentia errado ao fazer isso, por mais que não parecesse uma grande coisa. O loiro terminou de escolher outra camiseta e saiu do seu quarto. Provavelmente, pedir permissão para sair para seus pais, porém, Wesley não precisava disso, seu pai deixasse ou não, iria ir para a casa da Valerie mesmo assim.
Dylan abriu a porta e ficou entre o batente e maçaneta, sorrindo amigavelmente.
- Seu pai não deixou você sair.
- Não importa, de qualquer maneira. – Disse Wesley, que abriu a janela atrás de si – Vamos descer por aqui. Fecha a porta e entra rápido!
Dylan fez o que o moreno mandou e se aproximou.
- Não é muito alto?
- Acha que é a primeira vez que faço isso? – Disse Wesley com um sorriso confiante no rosto – Escuta, eu vou descer primeiro. Daí você pula e eu te seguro. Mas – O moreno aponta o dedo no rosto de Dylan, o fazendo se assustar – se você quebrar uma perna, não grita, entendeu?
O loiro balança a cabeça, e engole em seco, ele sabia bem como Wesley era, e isso o preocupava, ele não era atlético ou participou de um time da escola como o moreno, suas chances de fracassar eram enormes, e ainda, foder com tudo.
Wesley ficou em cima da janela, que o cabia perfeitamente, e pulou, sentindo a tensão em seus joelhos. Inclinar e endurecer as pernas eram seu segredo para não acontecer um desastre. Depois de sair de casa escondido tantas vezes, acabou pegando o jeito da coisa. Dylan fez os mesmos movimentos antes de se preparar para pular. Wesley balançou a cabeça, fazendo o loiro ter um pouquinho mais de confiança, quase nada.
Então, pulou. E sentiu seus pés tocarem o gramado com força, e seus braços tocarem algo firme. As mãos de Wesley. Que o olhou preocupado, e franziu o cenho.
- Você está bem? – Perguntou o garoto que segurava Dylan tão forte, por medo de solta-lo e ele se desfazer logo ali.
- Estou, quer dizer, parece que vou morrer, é muita adrenalina no sangue. – Disse Dylan soltando-se do moreno, e passando as costas das mãos na testa. Soando frio.
- Então, melhor se acostumar. – Afirmou Wesley. É claro que eles irão passar por isso várias vezes, já que Paul não parece confiar muito em seu filho.
Esse não foi um dos melhores planos da vida de Wesley, já que eles desceram bem ao lado da janela da sala, onde Paul ainda estava lendo o jornal, e Emilly em qualquer outro lugar. Assim, Paul levantou se olhar e encarou os dois. Dylan sentiu seu coração quase pular para fora, e Wesley deu risada, da expressão brava de seu pai. Que levantou rapidamente, e apontou para os dois, indicando que estava os vendo, embora isso já fosse bem óbvio.
- O que vamos fazer? – Perguntou o loiro baixinho.
- O que adolescentes sabem fazer de melhor – Respondeu Wesley, que levantou o dedo do meio para seu pai, e riu mais um pouco.
Paul, porém, não deixou isso passar. Se ele estava achando que Wesley estava sendo rebelde, então ele iria realmente ser. Ao perceber que seu pai iria sair pela porta da sala, e a coisa ficaria feia, Wesley pegou a mão de Dylan, e começou a correr.
Sentindo o ar frio da tarde, bater em seu rosto. Correram até seus pulmões quase pararem de funcionar. Ás vezes, o moreno olhava para trás para ver se Paul ainda estava correndo atrás deles, e estava.
Pensou em um plano bem rápido, fazendo sua dor de cabeça piorar quase dez vezes mais. Sentiu a mão de Dylan escorregar pela sua, por conta do suor. Então, parou um pouco. Soltando a mão dele, e olhando para os lados, o ponto de ônibus não estava tão longe de onde eles estavam, iria dar para chegar a tempo.
Viu seu pai se aproximar, procurando entre o tumulto de pessoas aglomeradas perto dali. Agarrou a mão de Dylan de novo, mas dessa vez entrelaçando-as, para não correr o risco de se soltarem, e saiu correndo em direção ao ponto que queria chegar.
Quando chegaram, perceberam que Paul estava bem longe, e que ele não poderia vê-los. Sentaram-se no banco que havia várias outras pessoas esperando o mesmo ônibus. E conseguiram respirar fundo, e se entreolhar, e rir.
- Isso foi insano – Comentou Wesley, que escorregou no banco, e cruzou os braços.
- Eu tô morrendo. – Eles se entreolham e dão risada, fazendo as pessoas que esperavam o ônibus o olharem, e se afastarem. Todos aquelas pessoas, se sentiam incomodadas com a alegria deles, e eles, não parecem se importar muito com isso.
O ônibus chegou, fazendo as pessoas se levantarem, e irem fazer uma fila desajeitada. Wesley se levanta primeiro, e Dylan o segue, batendo em sua perna para tirar o pó que o banco de cimento deixava.
Entraram no ônibus, e se sentaram em um lugar não tão distante da porta de saída. Algumas pessoas o olhavam, e cochichavam alguma coisa. Wesley não ligou, mas Dylan pareceu se sentir incomodado.
- As pessoas estão olhando – Comentou o loiro, voltando a olhar para frente.
- E daí? – Wesley o encarou.
- As garotas, principalmente.
- Ignora –Disse o moreno, voltando a olhar para frente – Não gosto de garotas mesmo.
- Oh! Claro – Dylan entrelaçou seus dedos, e olhou para frente.
Ficaram em silencio a viagem inteira, ás vezes, Wesley olhava para o rosto calmo do loiro ao seu lado, a maldita sensação de insanidade havia saído completamente do seu corpo, ele se sentia mais vivo perto de Dylan, mesmo que na semana passada ele o odiasse. Mas acabou cedendo à parte boa que lhe trazia, e a calmaria que estava seu estado agora.
Ele conseguia sorrir, como se fosse a coisa mais fácil do mundo, embora para ele, desde que sua mãe morreu, sorrir pareceu ser uma tortura. E é por isso, que ele era amigo de Valerie, pois ela sabia qual era a sensação, e mesmo assim sorria, como se isso não doesse.
Mas doía só que Valerie não dizia, apenas guardava para si, e continuava a fazer as pessoas ao seu redor rirem, mesmo que ela estivesse em seu pior dia, e que a dor aumentasse cada dia mais.
O que Wesley fazia, ou fez com Dylan era só uma maneira de mantê-lo longe, igual como fazia com Valerie no começo do ano, mas acabou cedendo outras coisas além deles dois.
A calmaria fazia seu coração relaxar e seus ombros descansarem, como se isso não fosse se tornar seu pior pesadelo quando chegasse em casa, mas Wesley se preocuparia depois. Porém, ia fazer de tudo para não colocar Dylan no meio da historia, não queria foder com mais uma amizade calma, que o fazia bem.
E Dylan amou a sensação de estar fazendo algo que nunca fez na vida, e por mais assustador que pareça, ele esperava fazer de novo.
Wesley conseguiu ver seu pai chegar á esquina do ponto e olhar ao redor, e ir correndo em outra direção, o que fez o moreno sorrir fraco e cruzar os braços com uma satisfação no olhar.
Chegaram na casa da Valerie, e desde que desceram do ônibus, Wesley ficou pensando no que dizer para a garota, estava nervoso pois nunca precisou se desculpar com Valerie sobre algo sério. Quase suando do lado de Dylan, Wesley bate três vezes na porta da ruiva, e espera alguns segundos.
- O que você quer, Wesley? – Diz Valerie com cara de poucos amigos, mas ao mesmo tempo, sem expressão alguma.
- Me desculpa, Val...
Valerie não deixou o garoto terminar e já fechou a porta na cara dos dois. Fazendo Dylan revirar os olhos e balançar a cabeça.
- Qual é, Valerie?
- Você me empurra, me faz quebrar uma unha e acha que um pedido de desculpa mesquinho vai resolver alguma coisa? – Disse ela, atrás da porta, com a voz um pouco embaçada.
- Tá bom – Wesley pensa por um instante e olha para o lado, encarando os olhos do loiro – Sou amiguinho do Dylan agora, fugimos de casa, quer dizer, eu fugi, só para vir falar com você.
- Isso qualquer um faria. Isso era seu dever, pelo menos.
- Me escuta, Val. Me desculpa, pra valer. A porra da diretora Abby tentou colocar culpa em mim, e eu me estressei, foi isso. Eu fui um completo idiota.
A porta se abre um pouquinho, e os cabelos de Valerie aparecem entre o batente, e então se abre por completo. Wesley levanta as sobrancelhas, esperando alguma reação.
- Um completo idiota?
- Um completo idiota. – Diz Wesley, sorrindo ao perceber que seu pedido desculpas havia dado certo.
- Mas se você fizer isso de novo – Ela aponta o dedo na cara do garoto – Eu corto suas bolas.
- Anotado.
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