Capítulo 17
- Você quer sair? – Perguntou Wesley. Ele ainda estava deitado na cama, olhando o loiro á sua frente se trocar. Ele tirou sua camiseta e olhou para Wesley.
- Tipo, um encontro? – Perguntou o garoto em pé, que encarou o moreno, segurando sua camiseta em mãos.
- É, sair – Afirmou ele – Eu tô entediado.
- É final de semana – Dylan se aproximou de Wesley, ainda sem camiseta – O que está aberto que a gente poderia ir?
Dylan se aproxima de Wesley, o mesmo se senta na cama, um pouco pensativo. Ele, no começo, pensaria em apenas ficar em casa, dormir, comer, assistir uns seriados, ouvir música, mas ele não suportaria ficar dois dias inteiros em uma casa junto com Paul.
Ele não aguentaria ver seu pai mentindo para Emilly e contaria tudo para ele, e iria estragar as coisas com Dylan, e isso, era a última coisa que ele queria fazer.
- O parque de diversões é aberto no sábado – Wesley sorri e inclina a cabeça, como se fosse uma ideia brilhante.
- E o que a gente faria lá?
- Se divertir? – O moreno responde como se fosse óbvio, e era. Os dois se encaram por mais que segundos que pessoas normais fazem. Dylan não queria sair, ele queria apenas ficar em casa e aproveitar Wesley. Já que eles tinham muito pouco tempo juntos em dia de semana. Dylan tenta colocar sua camiseta, que se mantinha em seu braço, entretanto, o moreno pega-a antes.
- Wesley – Disse Dylan, começando a ficar bravo, isso era evidente em sua expressão – Devolve.
- Só vou devolver se você sair comigo. – Wesley diz, levantando as sobrancelhas e sorrindo. Ele adorava irritar o garoto, e estava funcionando.
- Wesley...
Ele se levanta da cama e fica de frente ao loiro.
- Tá legal – Wesley desiste, e joga a camiseta nos braços de Dylan.
Wesley volta a sentar na cama, encostando a cabeça na parede. Estava decepcionado. Ele realmente queria sair com seu namorado, para um lugar diferente de seu quarto ou a escola.
Dylan tira sua calça e coloca um jeans preto. Ele encarou seu armário, impecavelmente arrumado. Pegou uma jaqueta de Wesley, que tinha seu perfume, e vestiu.
- Vamos, Wesley – Disse o loiro – Mas não me faça me arrepender.
Wesley sorri, balançando a cabeça. Esse era apenas um aviso de que ele não poderia arrumar briga alguma, ou Dylan iria embora. Ele se levanta e vai em direção ao loiro, o abraça, balançando seus corpos para os lados. E depois sela seus lábios, ainda se mexendo.
- Vai logo – Respondeu Dylan, sorrindo. Não era uma má ideia.
Wesley havia se arrependido de ter saído com uma blusa quente, achou que faria frio, ou até mesmo que o vento estaria gelado, mas na verdade ele estava com calor. Mas não queria tirar a blusa e ficar a carregando para todos os lados depois.
Os dois passeavam para o lugar, Wesley comprou algodão doce para os dois. Havia conseguido uma grana ajudando umas pessoas pela cidade um tempo atrás. Ele só não sabia no que usar. As pessoas encaravam os dois, como monstros, apenas porque andavam de mãos dadas, mas sempre que isso acontecia, Wesley beijava a bochecha do loiro ou dava um pedaço de seu algodão doce na boca dele.
Ele adorava provocar, principalmente tão na frente das outras pessoas, como eles estavam ali. Wesley se lembrava que o parque era mais divertido, porém, isso já faz muito tempo, quando ele era criança.
- Eu vinha aqui com a minha mãe – Disse ele, fazendo Dylan olhar para ele, com um biquinho, ele estava sentindo o açúcar derreter em sua boca.
- Sério? É a primeira vez que eu venho aqui.
- Meu deus, você não tem infância – Retruca o moreno – Lembro que ela dizia que quando era pequena queria trabalhar em um circo, até perceber que nem o circo é tão engraçado assim.
- Não gosto de circos, prefiro stand-up ou até mesmo comediantes – Diz Dylan, terminando seu algodão doce.
- Acho que eu também – Wesley balança a cabeça – Ela teria gostado de você – O moreno dá uma leve cotovelada no garoto ao seu lado.
Os dois começaram a cansar, estavam andando fazia quinze minutos, procuraram algum lugar para descansaram, mas desde que chegaram o lugar havia ficado mais cheio e menos lugar para sentar.
Mas é claro que Wesley ia dar um jeito. O seu jeito.
Ele encontrou o lugar perfeito, não tão perto e nem tão longe, porém, havia uma criança ali sozinha, com o seu pirulito.
Dylan já havia percebido o que Wesley estava pensando, ele revira os olhos, e Wesley sorri. O moreno vai até a criança, de braços cruzados. Dylan preferiu ficar um pouco longe, não queria participar desse showzinho.
- Caí fora, garoto – Disse Wesley.
- Mas eu cheguei aqui primeiro – Choramingou o garoto. Wesley pega o pirulito do garoto e joga no chão.
- E eu cheguei aqui agora, caí foro – Disse o moreno, franzindo o cenho, parecendo pior do que é, o garoto começa a chorar. – Isso, corre pra mamãe.
O garoto sai correndo, chorando. E Wesley sorri, vitorioso, e acena para o loiro que estava um pouco longe, vendo a cena toda.
- Não acredito que você fez isso – Dylan diz, rindo, mais de desespero do que de ser engraçado.
- Muito fácil – Wesley ri baixinho, tirando um maço de cigarros do bolso e um isqueiro. Colocou um na boca e acendeu – Não sei porque está surpreso.
- Pensei que tivesse parado – Disse o loiro, sentado ao lado de Wesley.
- E parei – Disse o moreno, soltando a fumaça presa na garganta no rosto de Dylan. Que o olha com uma cara feia e balança a mão tentando afastar.
- Você sabe que isso diminui sua expectativa de vida em 36%?
- Sei. – Disse Wesley, tragando a fumaça mais uma vez.
Dylan não entendia porque ele estava fumando de novo, estava ansioso? Ou nervoso?
- Quando eu tô fumando – O moreno solta mais uma vez a fumaça, prendendo o cigarro entre os dedos – eu sinto as coisas desacelerarem.
- Que coisas? As coisas para você?
- Para a gente – Ele suspira – Para nós dois.
- E isso é bom? – Pergunta o loiro.
As pessoas passavam e viam o garoto fumando, sempre o julgavam. Não é normal, não para eles. Por sorte, Dylan não é alérgico a fumaça de cigarro.
- Com certeza – Ele prende o cigarro nos dentes – É bom desacelerar as vezes.
Dylan o encara, imaginando o que se passava na cabeça do garoto ao seu lado, imaginando o que ele sentia que o fazia colocar essas merdas em seu corpo.
Wesley joga o cigarro quase todo apagado no chão, e pisa em cima. Passa seu braço por cima dos ombros do garoto loiro. Dylan sorri, soltando uma leve risadinha.
- Wesley... – No momento que o loiro olhou para o lado, encontrou o garotinho que chorava para um cara grande, musculoso que olhava em direção á eles – Eu acho que não é mamãe.
- Quê? Como assim? – Wesley disse, sem entender.
- Corre! – Diz Dylan, segurando a mão do moreno – Não é mamãe, não é mamãe.
O loiro puxa Wesley rápido ao perceber que o cara musculoso vinha em direção á eles, eles esbarravam em outras pessoas, e ás vezes, em barracas que estavam no caminho. Wesley ainda não estava entendendo, ele não havia visto o provável pai do garoto, e por isso, nem fazia ideia do que Dylan estava fazendo.
Dylan parou de correr com Wesley, quando percebeu que o cara não ia mais encontrar eles. Eles pararam um beco, bem perto de uma lojinha de milk shake. Wesley apoia suas mãos nos joelhos, cansado. Se ele soubesse que ia correr quase uma maratona, não teria fumado antes.
- O que foi isso? E por que?
- Você não viu? – Dylan volta com sua respiração normal – Acho que aquele garotinho que você assustou tinha um pai bem forte.
- Nem vi, fala sério – Wesley se aproxima do outro – Fomos embora apenas por causa disso?
- Calma, fodão – Diz Dylan, tocando o peito do moreno com as pontas dos dedos tentando afasta-lo. – Ele era grande, ok? E forte muito forte.
Wesley sorri, com o pensamento que seu namorado havia, ou queria protege-lo. Ele o abraça, inclinando o corpo para o lado, o apertando como se fosse um ursinho de pelúcia.
- Ah, deus! – Dylan usa a força de seus braços e empurra Wesley – Jesus, me solta.
Mas Wesley não o escuta e apenas o aperta de novo, balançando seu corpo. Dylan conseguia sentir o coração acelerado de Wesley bater tão rápido quanto um bater de asas de um beija-flor. Sua bochecha estava em contato direto com o som rápido, que o fazia ficar feliz.
E então, Wesley aproxima seu rosto do loiro, que fecha os olhos institivamente, fechando os punhos. Wesley coloca suas mãos grandes em volta do rosto dele, sorrindo e aproximando suas bocas, deixando o calor entre eles ficar mais forte.
Ele cerra seus lábios inferiores, e depois sorri.
- Vamos para o campo? – Pergunta o moreno.
Dylan abre os olhos, encarando as íris escuras, tentando entender a pergunta.
- Para quê?
- Para que mais as pessoas vão ao campo além de jogar futebol? – Pergunta Wesley, olhando com uma sobrancelha arqueada, todas as possibilidades passavam pela mente de Dylan – Correr. – Diz o moreno sorrindo.
Ele pega a mão do loiro e o puxa até a rua. Os dois foram andando até o campo de futebol, que estava fechado já que estava quase de noite. Os dois pularam a cerca que não era tão alta e entraram. O cheiro de grama úmida trouxe certas lembranças para a mente de Wesley, quando ele jogava e era a melhor coisa no seu dia. Quando Dylan participava e o moreno ficava o encarando de longe sem que alguém percebesse, mas perceberam: Valerie. Ela via como eles se encaravam e riam juntos, antes de pararem de serem amigos e Wesley nunca mais dizer o nome do outro.
- Ah, que saudade. Nem parece que faz seis meses que eu não piso aqui – Disse Wesley, esticando os braços.
- A gente jogava juntos, né? – Diz Dylan – Me pergunto se eu não tivesse lá naquele dia, você se quer olharia para mim.
Dylan dá uma cotovelada em Wesley, que corri uma distancia razoável.
- Seria impossível não notar você – Diz Wesley, piscando para o loiro, que se aproximou ficando ao lado dele.
Wesley se prepara para correr e Dylan também. Na verdade, o moreno não pretendia correr, seu pulmão havia vacilado demais hoje. Wesley começa a correr, e Dylan o acompanha, mas o moreno parou no meio do caminho, vendo o outro correr até certo ponto até perceber que estava correndo sozinho.
- O que foi? – Perguntou Dylan, apoiando-se nos joelhos, para descansar.
- Volta correndo – Grita Wesley de volta para o loiro.
Dylan sorri, quase rindo. Mesmo que ali já estivesse escuro, ele conseguia enxergar a felicidade vinda do outro garoto. O mesmo começa a correr, em uma velocidade extrema, cada segundo correndo veloz que o fazia ficar ainda mais próximo de um quase impacto.
Quando eles estavam prestes a colidirem, Dylan pula nos braços de Wesley, que o agarrou. As pernas em volta de Wesley, e os braços dele em volta da cintura do loiro. Ambos riam, riam como se fossem crianças que acabaram de encontrar doces escondido da mãe.
Eles estavam treinando a volta de Dylan depois de algum tempo longe de Wesley, estavam treinando a chegada dos dois. E por isso estavam rindo, isso não ia acontecer agora ou amanhã, mas eles queriam estar preparados para quando isso acontecer. Eles tinham tão pouco tempo juntos, se Wesley soubesse que isso poderia acontecer, teria feito antes, assim, eles poderiam ter mais tempo.
Dylan desce dos braços de Wesley, que o enrola com as mãos e o beija, meio sorrindo.
- Eu amo você – Diz Dylan, por impulso, nenhum dos dois estava esperando por isso, isso poderia facilmente ser confirmado pelas expressões em seus rostos.
Wesley não diz nada, embora seu interior grite para ele dizer que também o amava, mas ele sabia que não era a hora certa. Ele apenas sorri e beija o loiro de novo.
- A gente precisa voltar para casa – Diz Dylan, mas é interrompido pelos beijos desesperados de Wesley – Seu pai vai matar a gente.
- Ele que tente.
Wesley beija o loiro de novo, mesmo sabendo que é verdade. E nenhum beijo de qualquer outra pessoa faria Wesley se sentir do mesmo jeito que se sente quando está com o garoto loiro, quando agarra a nuca dele e ele sorri com o toque, quando a adrenalina invade e explora as veias deles. Eles sentiam isso direto na pele.
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