Capítulo 11

- Então, o que você descobriu? – Perguntou Dylan para Wesley, que parou de morder seu sanduiche quando ouviu. Arregalou os olhos, e passou as costas da mão na boca. Ele poderia mentir facilmente, mas como ele iria explicar que seu pai estava traindo a mãe dele?

Suspirou, e coçou a cabeça. Pensou em uma resposta rápida.

- Nada. Ele foi trabalhar, e depois foi para casa. Nada demais.

- Sério? – Dylan parecia bem decepcionado. – Mas você tinha certeza de que ele estava traindo minha mãe.

- Eu errei, todo mundo erra.

- Fico aliviado, então. Acho que seu pai mudou, o que é muito bom.

- Isso significa que posso ter meu carro de volta? – Perguntou Valerie, que estava ao lado de Dylan, tomando um suco de laranja.

- Claro, só pegar lá em casa.

Wesley estava distante, ele queria explicar o porquê para seus amigos, mas estava com medo de magoar Dylan, ainda agora que o loiro pensava que Paul havia mudado, que com certeza não é verdade.

No fundo, Wesley não queria mentir, mas quando olhava para Dylan, suas mãos tremiam. Suspirava, e depois passava suas mãos por cima das calças por causa do suor. Esfregava a testa, ao sentir seu coração bater tão rápido a ponto de fazer sua camiseta tremer. E coçava a bochecha, para tentar disfarçar, mas ele era péssimo nessa parte.

E sempre que Dylan tentava puxar conversa, o moreno o parava, dizendo que se seu pai estivesse feito alguma coisa não fez naquele dia. E Dylan sempre respondia que era melhor verificar mais vezes, e Wesley dizia que estava com preguiça só de pensar nisso. Uma ótima mentira na verdade.

Dylan tinha aula de química, já Wesley e Valerie estavam com aula vaga, já que seu professor de inglês não foi dar aula. E o moreno, achou ser uma ótima chance para contar para Valerie, já que ela era sua melhor amiga.

- Val? – Disse Wesley, um pouco mais baixo para que ninguém o ouça.

- O quê? – Perguntou Valerie, que estava na carteira ao lado.

- Eu menti para o Dylan.

- Wesley fala mais alto, tá todo mundo gritando aqui.

- Eu menti para o Dylan – Falou o moreno de novo, só que dessa vez um pouco mais alto.

Valerie que escrevia alguma coisa no seu caderno parou, e deixou a caneta rolar pela sua mesa. Ela olhou para Wesley e piscou os olhos duas vezes.

- Sobre?

- Sobre meu pai – Dessa vez, Valerie virou e ficou de lado em sua cadeira – Ele tá sim traindo a mãe dele.

- E por quê?

- Como você explica pra alguém que a família perfeita dela não existe?

- Mas mentir nunca é a melhor opção, você sabe disso.

- Eu fiquei nervoso, tá bom? Eu não soube reagir, porque, porra, a Emilly gosta do meu pai, de verdade, e ele sempre fode tudo.

- Mas ele é seu irmão, Wesley.

- Ele não é meu irmão – Wesley cerra o punho e as sobrancelhas, coça a cabeça. – Você não pode contar.

- Não vou, você vai ter que fazer isso sozinho.

Ela contava com isso, mas conhecia seu amigo, ele iria adiar isso até que isso o consumisse e ele jogaria na cara de Dylan, embora, a garota já havia percebido a estranha reação de Wesley em relação à pergunta do loiro. Wesley nunca fica nervoso perto do outro garoto, a não ser que estivesse escondendo alguma coisa. Talvez Dylan estivesse tão distraído com outra coisa que nem havia percebido isso, ou percebeu e não quis questionar, pois confiava em nele.

Eles foram embora, Dylan foi primeiro pois precisava conversar com Mia. O que fez Wesley revirar os olhos, e bufar. E saiu correndo para ficar ao lado de Valerie, mesmo que a casa dela fosse na direção contrária da dele.

- Por que você revirou os olhos daquele jeito?

- Que jeito? – O moreno se fez de desentendido, segurando a alça de sua mochila.

- Do jeito de quem não gosta de ver o Dylan com a Mia.

- Não sei do que você tá falando. – Apressou os passos, fazendo Valerie dar uma corridinha – Você deve ter esquecido de tomar café hoje.

- Não, não esqueci, porque eu bebo suco de laranja, e isso, é você com ciúmes do Dylan com a Mia.

- O que tinha naquele seu suco de laranja?

- Admite, vai. Você gosta dele. – A ruiva cutucou o abdômen de garoto ao seu lado, fazendo ele ficar muito furioso.

- Cala a boca, Valerie.

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