Capítulo 10

É  claro que Wesley não esperava sair ileso daquilo que aconteceu há dois dias, mas nunca pensou que a policia iria demorar tanto para encontrar sua casa. Ficou pensando no discurso que faria para seu pai, mas ele e Dylan concordaram em apenas se desculpar e dizer que nunca mais farão isso, até agora, Wesley não sabe como o loiro o fez concordar com isso. Não contou para ninguém, nenhum dos dois, faltava muita coragem.

Wesley foi para a escola conversando com Dylan e Valerie, que perguntou se eles ainda precisam do carro, o que fez eles lembrarem o que iriam fazer naquele dia.

- Droga – Exclamou Dylan, batendo a mão na testa – Eu esqueci.

- Foi tanta adrenalina, não é?

- O que vocês dois fizeram que eu não posso fazer junto com vocês?

- É muito perigoso. – Respondeu Wesley, passando os braços ao redor dos ombros da ruiva ao seu lado.

- Perigoso? Para mim?

- Não – O moreno a olha nos olhos, com um sorrisinho sarcástico no rosto – Perigoso para as pessoas que estarão envolvidas, porque você vai estar no meio.

- Tá bom – Valerie retira o braço de Wesley de cima de seus ombros e revira os olhos ao perceber que ele e Dylan estão rindo.

Passaram à manhã na escola assim, Valerie perguntando sobre o que eles iam fazer e quando teria o carro de volta, mas sempre sem nenhuma resposta concreta. Wesley não tinha certeza se poderia contar para Valerie, não por confiar nela ou algo do tipo, mas sim porque ele não sabia se estava certo ou não. Por incrível que pareça, Ed não foi encher o saco deles naquele dia, começou a sair boatos por ai que talvez ele tenha sido expulso, por causa de brigas, mas nenhum quis saber se era isso mesmo ou não passava de fofocas. O dia foi até bom, o que fez o moreno saber que iria acontecer alguma coisa, sua vida nunca foi calma desse jeito.

Wesley chegou em sua casa junto com Dylan. O loiro encarou a caminhonete de Valerie e sorriu. O moreno passou as mãos nos cabelos, enquanto esperava que Dylan dissesse que iria junto com ele, mas isso não aconteceu. Ficaram ali sem saber o que dizer, apenas encarando o veículo e sorrindo, como se fossem donos do mundo.

- Desculpa, mas eu realmente preciso ir ajudar Mia.

- Até você parar de ser idiota e perceber que ela está dando em cima de você.

- Não é isso, eu vi as notas dela, são realmente ruins – Dylan desvia o olhar do carro para Wesley, que mexia no cabelo com as pontas dos dedos.

- Tem algumas pessoas que nascem burras naturalmente, Mia é uma delas.

- Wesley! – Dylan eleva a voz, muito mais do que o planejado, que o deixa envergonhado – Deve ser por isso que eu tenho que ajudar ela.

- Isso não é ajudar, é você querer consertar ela.

- Consertar ela? – Dylan vira o corpo em direção á Wesley, que faz o mesmo e deixa apenas alguns centímetros entre eles, com a respiração ofegante – Se eu quisesse consertar alguém, acho que eu começaria com você.

- Por que? Eu preciso de conserto?

- Não, por isso, eu tô ajudando a Mia, e não consertando ela.

- E se eu pedisse sua ajuda? Você me ajudaria? – Wesley se aproximou mais.

- Desde quando isso se tornou uma discussão? – Dylan dá dois passos para trás sentindo-se intimidado pelo moreno – É claro que ajudaria.

- Não, não ajudaria.

Eles ficaram ali, se encarando, ofegantes como se acabassem de sair uma corrida de 100 metros sem pausa. Dylan cerrou o cenho, tentando entender o que Wesley queria dizer com isso, afinal, como ele poderia saber? Wesley nem nunca conhecera o verdadeiro Dylan.

- Como pode ter tanta certeza? – O loiro cruza os braços e encara os olhos raivosos de Wesley.

- Porque eu já vi acontecer, Mia vira sua amiguinha depois você vai andar junto com ela e os amigos dela, depois você vai passar a ignorar eu e a Val. Estou errado?

- Não vou discutir isso com você – Dylan segurou sua mochila e entrou na casa.

Wesley sabia de alguma forma, que isso ia acontecer, ela já havia presenciado isso antes, quando ele e Dylan eram amigos, e ele o deixou por causa de alguns dias de popularidade. O moreno preferiria acabar com isso agora a passar por aquilo de novo. Fora a morte de sua mãe, foi a pior dor que sentiu.

Balançou a cabeça e entrou na caminhonete de Valerie. A ligou e seguiu em direção ao trabalho de seu pai, torcia para que a gasolina fosse o suficiente, e que isso não fosse uma total perda de tempo. Seguir seu pai talvez não fosse uma boa ideia, mas precisava ter certeza.

Quando chegou lá, por sorte o carro de seu pai ainda estava lá, significava que ele ainda estava no trabalho. Pelo menos, não havia perdido seu tempo. Estacionou o carro um pouco longe do prédio, mas o suficiente para o ver.

Ele ia descer da caminhonete quando de repente, viu seu pai sair da porta, com um terno, uma maleta e olhando para os dois lados, como se precisasse se certificar de que se alguém o seguiu.

Ele entrou no seu carro e foi em direção oposta da caminhonete de Wesley, que o seguiu, mas mantendo certa distancia para que ele não o percebesse. Ás vezes, quando se aproximava demais, virava uma curva, mas sempre voltava para trás do carro de seu pai.

O carro de seu pai parou em frente á uma casa, que para Wesley parecia ser bem familiar, Wesley parou o carro também, mas distante, Paul desceu do carro e foi até aquela casa, bateu na porta umas duas vezes e alguém a abriu. Uma mulher, de uns trinta e poucos anos, enrolada em um roupão, abraçou Paul e depois o beijou.

Wesley sentiu seu coração bater tão rápido que teve medo por um leve segundo de que seu pai pudesse o ouvir. Ficou sem ar, pensou em abrir a janela, mas isso poderia dar bem ruim para seu lado. Ele nunca pensou que seu pai poderia fazer isso, bem agora que ele encontrou alguém que o ama de verdade, que casou com ele.

- Droga, pai. – Wesley tirou uma mecha de cabelo de sua testa cheia de suor – Já sei de quem eu puxei isso de sempre foder com tudo.

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