Estava me sentindo doente, fui ao médico para tratar minha dor, mas ele me disse que não havia nada de errado. Saí revoltada, pois como poderia não haver nada errado se eu sangrava todos os dias?

Passei por uma igreja e perguntei ao padre o que poderia fazer para que minha dor diminuísse e ele me mandou rezar. Rezei, rezei, rezei, mas continuava a sangrar. Desisti da reza, pois isso poderia funcionar para uns, mas não para mim.

Fui até uma farmácia então, deveria existir ao menos um remédio. Ao discorrer minhas dores ao farmacêutico, ele me olhou sábio e disse entre em um sorriso que o remédio que buscava não se encontrava em farmácias, pois poesia não vinha em comprimidos. Saí de lá pensativa e resolvi ir a uma biblioteca.

Pedi livros de poesia para a bibliotecária e ela me olhou como se eu tivesse dito alguma blasfêmia. Ela gritou que não haviam livros de poesia ali, pois poesias não contavam histórias, poesias não faziam sentido. Saí cabisbaixa, pois ainda estava com dor.

Resolvi visitar a única pessoa que respira poesia; minha Inspiração. Ela me deu um punhado de flor de cerejeira assim que cheguei e sorriu docemente, como sempre fazia. Me perguntou com uma voz suave qual era o problema, me assistiu falar pacientemente e preparou um chá.

"Querida, eles dizem que poesia não contam histórias, mas não faz sentido. Se histórias são feitas de linhas, e poesias são feitas de estrofes cheias de linhas, como poderiam não ser histórias? Eles não entendem, Jay! Não entendem!"

Ela sorriu quando terminei de falar, como um personagem de anime antes de morrer, ela sorriu como se aquele fosse seu último momento na Terra. Me entregou a xícara de chá, sentou-se delicadamente ao meu lado e olhou em meus olhos antes de perguntar:

"E qual história você quer ouvir hoje, meu bem?"

Respirei fundo, sentindo minha dor aos poucos anestesiada. Esse era o efeito dela sobre mim, curar onde dói, mesmo não contando uma história. Pois ela respira poesia, e eu, eu sou totalmente co-dependente disso.

"Aquela que sempre conta, de como você o ama em todas as vidas que cria. Quero ouvir a história do amor, por favor..."

Ela sorriu, como se já esperasse por essa resposta e olhou o nada com um olhar distante. Seus olhos brilharam, eu sabia o porquê. Ela ainda sorria, ela sempre sorria ao falar dele.

"Ele tem uma pele dourada como o ouro..."

[09/09/22]
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Me inspirei na pjjvantie que escreveu uma cartinha para sua autora favorita, expressando toda sua admiração e amor, e resolvi criar minha versão de sei-la-o-que-seja-isso dedicada à minha inspiração como escritora.

Não é o primeiro texto que escrevo dedicado à ela, mas é o primeiro que deixo bem óbvio de quem estou falando, para quem a conhece. Sempre que escrevo sobre ela, sinto como se pudesse escrever um livro inteiro falando disso. Da sua delicadeza, do seu amor, das suas letras lindas e a forma como transpira poesia. Sinto que poderia passar o dia inteiro falando sobre como ela me inspirou e me inspira, como me ajuda, como me fez chorar com frases de encorajamento veladas a elogios que jamais imaginei um dia receber dela.

Jay (como eu carinhosamente a chamo em segredo), é linda, é poética, é inspiradora. Jay é um dos motivos de eu ter criado coragem para expôr minhas letras no mundo, ela é... céus, eu vou parar de falar.