um término e um livro ruim
Ele me deu rosas sem espinhos para que eu não machucasse os dedos, abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar, e não me deixou pagar a conta. Ele nunca se cansava de dizer o quanto eu era linda, ele me deu um livro com a capa bonita de presente, me tocou sem nem usar as mãos. Ele mapeou cada estrela da minha galáxia com as pontas dos dedos, ele sorria sempre que me via de longe, cantava canções bregas no telefone em plena madrugada. Ele agia como um príncipe, ele me tratava como uma princesa. Me prometia milhares de coisas, me pedia em casamento todos os dias, queria me dar jóias e outras coisas fúteis que garotas gostam. Ele me amou, como ninguém nunca o fez.
Mas acabou. Acabou para mim.
Porque ele nunca realmente me conheceu, ele nunca soube o que eu realmente queria, os meus sonhos, meus desejos mais sombrios. Não que eu não tenha contado, ele só não prestou atenção. Ele só queria me amar, me amar, me amar... Me tratava feito uma boneca de porcelana, se esquecia muitas vezes dos meus gostos e até minha alergia. Se esquecia que eu era uma humana, e não um personagem inanimado. Por isso o deixei, porque estava cansada de ser alguém que não era, estava cansada de conversar com uma parede. Eu cansei, cansei dele! Como podia ser tão estúpido?
Eu não sou uma princesa, tampouco uma bonequinha que pode-se vestir e moldar da forma que quiser. Não sonho com véu e grinalda, odeio festas, não sou fã de animes, e odeio contato físico. Crianças? Amo-as, mas Deus me livre ter uma, quem dirá três? Ele sonhava com tudo isso para nós, mas se esquecia que eu odiava a maioria delas. Conhecê-lo foi como o livro que ele próprio me presenteou: uma linda capa, enredo interessante, mas eu odiei a estória. Abandonei ele e o livro pela metade. Eles me dizem que fiz algo ruim, mas poxa... eu nunca me senti tão bem!
[14/07/22]
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