Capítulo Quatro - Entre Arrependimento e Desejo
Nostálgica.
A palavra que me define e dá nome a euforia causada por você. Os lábios que tanto desejei, toques dos quais senti ausência, desejo reprimido por tanto tempo.
Seguro seu queixo, rompendo a distância entre nossas peles.
No embaraço, meu coração pula, essas emoções que tanto desejei, emoções que tanto almejei. Quando disse que isso era o paraíso, o céu, não fazia ideia de que apenas uma única pessoa seria capaz disso, me lançar ao alto, fazendo-me tocar o céu e sentir a liberdade disso. Meu corpo segura, em seu colo me põe, trazendo até mim seus olhos tão fixados em meus lábios.
Não houve um dia em que não pensei nisso, em como falaria com ela, o que mostraria, se conseguiria ser honesta ou se mentiria para ela mais uma vez. Se estaria apta a evitar olhar em seus olhos, e, na verdade. Foram tantas perguntas, mas agora todas fazem seu sentido. Mas talvez seja tarde demais para dizer isso a ela, revelar meus sentimentos que por tanto ficaram presos.
Suas mãos sobem por minha cintura, sinto a nostalgia tomar conta de meu peito, a alegria tão tangente se apossa de meu corpo. Sinto minha cabeça pesar, repouso sob seu ombro, o perfume de sua pele é o mesmo desde o dia em que nos conhecemos.
Tudo parece tão calmo, mas tão confuso ao ponto de me obrigar a fechar meus olhos para ela. Aqui, em seu abraço, tudo é tão calmo que o mundo poderia acabar enquanto estivesse aqui.
"Ji-eun..."
Nossos lábios se separam, me permitindo encarar a seus olhos cintilantes.
"Eu ainda te amo, Ha-yoon."
Sua voz soa tão distante que parece até mesmo que estou afundada nisso, verdade, me lembro de um momento engraçado.
E essas palavras...
Desde o primeiro dia em que a conheci, sabia que as coisas eram diferentes, não era comum. Nunca foi comum, desde o beijo até o encontro de nossos olhares.
Abraço seu corpo repousando minha cabeça em seu ombro, e no beijar de seu pescoço sinto seu corpo estremecer em minhas mãos.
Seu abraço é tão confortável que poderia residir para sempre.
Eu quero fazer isso...
Meus olhos fecho.
A vejo carregando um pano, estou deitada, ou estou apenas sonhando? Sinto seus toques, mas, tudo parece tão distante e escuro.
Essa sensação tão estranha, sinto como se eu fosse apagar para sempre.
O som dos pássaros escuto, um incômodo me atormenta os sentidos, e no levantar das pálpebras enxergo as cortinas que balançam com o soprar do vento.
Esse brilho, como pode já ser tão cedo? E que sonho estranho, eu realmente deveria parar com isso. Beber, não é algo que sou capaz.
Mas o que importa na verdade é... por que tão claro? Me reviro dentro dos lençóis, não encontrando nada além de seu perfume neles.
Viro-me buscando no cômodo meu celular, e não há nada aqui, espera, eu não estou em casa e esse não é meu quarto. Sento-me sentindo o frio abster-se sobre meu corpo, onde estão minhas roupas.
Espera... Ontem, nós fomos ao... e estou sem roupas, a cama está tão bagunça, mas por que os cabelos estão secos? Tive a impressão de estar no chuveiro. Se bem que eu apenas apaguei num instante e agora estou aqui.
Por que pensar faz minha cabeça doer?
"Bom dia, vemos aqui que o álcool continua sendo seu ponto fraco." sigo sua voz, vislumbrando sua figura vestida. "O mundo está um caos com seu sumiço."
“Obrigada... Eu acho.”
Vislumbro seus olhos que me enceram de cima a baixo, a nudez, com um sorriso desvia seus olhos buscando na poltrona o blazer.
Meu rosto arde, mas não é como se ela já não tivesse me visto assim, conheço todas as suas curvas, mas ela parece tão diferente vestida dessa forma elegant.
"Minha cabeça dói, bebi tanto assim?"
"O suficiente para fazer coisas que eu nem mesmo sabia que era capaz," em seus lábios, o surgir de um sorriso, seu sorriso travesso.
“Eu fiz algo?”
"Fez? Foi um espetáculo caótico, é realmente o tipo de coisa que posso esperar de você."
"Então eu..."
"Posso dizer que se entregou totalmente."
Sua risada, fazia tempo que não ouvia ela se aproxima de mim. Não posso dizer que não gosto, alguns anos atrás eu pensava que ela jamais conseguiria olhar para mim e sorrir...
"Deixando de lado a brincadeira, como está se sentindo? Bem?"
"Morrendo."
“Vou precisar sair, como deve imaginar resolvi quase tudo. Porém você não é a única que arruma confusões na empresa.”
“Vou com você, vou apenas me trocar.”
“Separei uma roupa, não esperava que fosse acordar agora então apenas vista aquela quando acabar. Depois devolvo suas roupas.”
Após o banho, deixo o cômodo encontrando sob o cabide ao lado do espelho as roupas penduradas. Engraçado como até isso ela pensou, eu realmente devia estar fora.
Visto a roupa, e após pentear meus cabelos deixo o quarto para enfim encontrar ela sentada no banco diante da bancada, noto o tablet em sua mão enquanto fala ao telefone. Ela mudou mesmo, óbvio que não posso ignorar esses quatro anos de distância, mas a diferença entre aquela que conheci em Jeju e a que vejo em minha frente são opostos.
"Solte a nota agora, também avise que iniciará um processo contra os jornalistas que ultrapassaram sua segurança. Quero que mostrem ações dessa vez, assim não farão de novo e certamente vão repensar suas escolhas." É estranho como ela soa tão inquisitiva nesses termos. "E me faça um favor pessoal, demita toda a equipe de Ji-eun."
Quando abaixa seu celular, seus olhos escapam da borda do aparelho, caindo em mim. Esse sorriso sem jeito, será que podemos dizer que estamos em bons termos ou ainda estamos naquele estágio antigo?
“Vai demitir minha equipe?”
“Descobri que os rumores foram fabricados por ela, portanto vou me livrar deste mau pela raiz sem que precise saber.”
“Você nessa forma, diretora, parece inquisitiva demais quando me lembro de Jeju.”
“As coisas são diferentes, em Jeju eu estava de férias e quase conseguindo me demitir... E agora sou apenas a Song Ha-yoon, rosto da Starlight Entertainment quando se fala sobre planejamento.”
Me aproximo dela, sentando no banco do balcão, o tablet deixa de lado e, com um sorriso fraco, se levanta da cadeira. Por um instante, seus olhos, arrisco, me fitam de cima para baixo, as roupas que me emprestou, não o maior exemplo de conforto e liberdade. Mas são aquilo que seus olhos gostam de ver, e muito.
"Podemos ir?" Ouço suas palavras recuando por um breve instante. "Mandei mensagem para essa amiga, e ela disse que vai abrir os fundos para a gente. Tudo bem?"
"Sim"
Não levou mais que cinco minutos até que no lugar chegássemos, é diferente pensar que estou aos fundos daqui e não lá na frente como uma pessoa comum.
Se bem que, depois de tudo isso, eu definitivamente não sou uma pessoa comum nesse mundo. O lugar, um restaurante familiar, é bem confortável, mas um tanto rustico. Realmente parece o tipo de lugar que ela frequentaria. Ha-yoon, ela realmente é assim tão simplista em seu dia a dia ou você só está agindo assim por conta de minha fraqueza?
Com a bandeja em mãos, ela retorna colocando a sopa diante de minha presença, o copo de água e um suco são colocados ao lado. Isso me faz recordar daqueles dias, antes de sumir, como ela cuidava de mim e a maneira com que ela sempre olhou para mim com ternura eram tão boas que somente meu pau poderia me fazer deixar ela de lado após experimentar isso. Não sei dizer se é o calor, ou se estou emotiva demais. Mas ser trata assim faz meu coração aquecer de um jeito inexplicável, esse é o poder que ela possui sob mim, a capacidade de fazer meu coração se derreter por completo.
"Espero que goste, geralmente poucos vêm aqui. Bom, com minha companhia, na verdade..."
E ao tomar um assento, seus olhos se voltam para mim, então outra pessoa já veio aqui com ela? Não posso pedir que me espere, não é? Afinal, eu fui embora tão depressa que mal pude ouvir ela.
"Quando digo isso, me refiro às pessoas com quem convivo no dia a dia. Apenas elas sabem daqui, não há nenhuma namorada."
"Não precisava... se explicar."
"É, sei. Apenas pensei que..."
Em susto me afasto observando a risonha surgir pela entrada, sob a mesa seu debruçar trazendo até meus olhos um olhar curioso. É diferente, me lembra um pouco de como eu era antes de tudo acontecer. Afasto-me de seu olhar encontrando os olhos de Ha-yoon que a fitam com certa desaprovação, pelo jeito são bem próximas seja para o mau ou para o bem.
"E então é ela? A mulher que fez minha irmã chorar nesses quatro anos?"
Seus olhos, elas realmente se parecem um pouco se não fosse pelo fato de que parece ligeiramente mais nova. E sem dúvidas mais energética.
"Entendo você, ela é mais bonita pessoalmente. Nunca pensei que voltariam depois de seu estado deplorável."
"Ela chorou por mim?"
"Você não faz nem ideia do quanto, bem, vim apresentar. Sou Song Seul-ki, a irmã do meio, e a única que sabe do segredo de vocês."
"Pare de ser irritante Seul-ki. Você não disse que tinha negócios importantes lá na frente? Que eu saiba quem possui negócios não perde seu tempo bisbilhotando a vida das outras pessoas."
"Unnie! Você é péssima com sua irmã." seus olhos me encontram. "Como pode ter se apaixonado por ela? Foi algum ritual que ela fez? Podemos chamar um exorcista para você."
"Você não disse que era importante manter o segredo. Não conto o seu, e então?"
“A mamãe ainda pensa que você está com a filha dos Kwon's, mas ver que trouxe aqui essa garota. As coisas parecem diferentes.”
Isso foi inesperado... e quem seria essa mulher que ela namorou? Se bem que olhando em seus olhos vejo o quanto esse assunto parece triste, é evidente que não gosta disso.
“Ha-yoon estava namorando uma mulher que era legal, mas deixava minha irmã tensa, agora com você ela até sorri de certas loucuras.”
"Se estiverem namorando, você pode vir à festa de casamento de nossos pais."
"Espera, filha dos Kwon's, diz a família dona da Starlight ?"
"Essa mesmo. Mas saiba que é mentira, apesar de serem amigas de longa data o namorico delas acabou faz tempo."
"Seul-ki, já chega."
"Tudo bem, não precisa ficar nervosa. Vim apenas ver como estavam, e dizer que o Yoo-han está te ligando, pela voz ele parece bastante desesperado." E com um sorriso, ela se aproxima de mim. "Espero que goste da comida, Ji-eun, ela foi feita por mim e tomara que o sabor dela te faça querer voltar em outro momento."
"Eu certamente gostaria, você é bem engraçada Seul-ki."
"Então venha. Tenho ótimas histórias sobre minha irmã para contar."
E ao ver sua partida retorno minha atenção para Ha-yoon que esconde seu rosto graças a xícara de porcelana, seu semblante, mesmo que anos tenham se passado ainda é o mesmo. Me lembro de quando conheceu meu pai, do quanto dizia estar nervosa e sendo honesta eu também estava.
Ainda vejo essa versão sua ali, em minha frente, consigo ver a mulher que amo, apesar de talvez não conseguir recitar essas palavras em voz alta. Não sobria.
Todas as pequenas coisas que amei e que ainda amo continuam ali dentro, fazendo com que dentro de mim ressoe aquilo que por muito tempo não senti. Essa vontade de me perder nela mais uma vez, não sei o porquê, embora eu ame todas as coisas que ela faz, desde as pequenas até as grandiosas.
Acho que é isso...
"Pensativa? Apenas ignore ela."
"Ha-yoon, o que ela disse é verdade? Realmente causei dor a você, seja honesta comigo por favor."
E antes que pudesse ouvir qualquer coisa, sua fala é cortada pelo toque brusco. Seu celular toca, acho que é justo, né? No passado, fui eu quem cortei esse vínculo ao sair pela porta e, agora, um toque é o que nos separa. Em seus olhos, pesar, tudo que ouço é a frase de que precisamos ir embora logo. Agora entendo o motivo, a pouca comida e sua magreza mais evidente são o resultado de minha fuga de sua vida.
Minha ausência trouxe a bagunça para sua vida e, o trabalho foi sua maneira de escapar do que um dia foi minha companhia. Não somos tão diferentes assim, depois que você foi, minha alma ficou mais vazia e apática quase que sem rumo perante a tudo que vi até ali.
Ha-yoon... Será que um dia poderia dizer com todo meu coração aquilo que guardo aqui como o maior dos segredos?
Me pergunto...
Será que algum dia deixarei de viver entre essas constantes possibilidades?
Honestamente a única coisa que tenho certeza é que eu te amo, e não deixei de fazer isso nem por um único minuto em minha vida.
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