𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑 • Enigmáticas e perturbadoras

QUANDO ME MUDEI, passei rapidamente pelas ruas pitorescas de Mystery Spell, sonhando pelo momento em que eu poderia caminhar por elas com mais calma. A aula do professor Jones ainda está na minha mente. Agora era a hora perfeita para caminhar. Eu precisava de um pouco de ar e arejar os pensamentos depois de tudo.

Ajeitei a alça da bolsa no meu ombro e desci os poucos degraus até a calçada, mas Loan surgiu ao meu lado com um grande sorriso no rosto. Respirei fundo, tentando manter a calma.

— Ei, Elizabeth — chamou-me. — Já se acostumou com a cidade?

Loan é um flerte. Ele não é o tipo de cara com que eu gostaria de sair. Pelo o que vejo, ele parece arrogante e consquistador. Ele dele ser te acostumado a ter todas as garotas se jogando ao seus braços, mas eu era diferente.

— Estou gostando do lugar, a universidade é fantástica — respondo, dando de ombros.

— Posso dar uma volta com você para te mostrar a cidade — ofereceu. — Sempre morei aqui. Sei de todos os lugares secretos e íntimos.

Seu sorriso encantador me faz ter vontade de revirar os olhos. Me pergunto se ele sempre agia assim com todas as garotas que apareciam em sua frente.

— Obrigada, mas não! — respondo, tentando não soar tão grosseira.

Não tenho interesse em ser sua nova conquista num grupo interminável de meninas. O que eu quero é um relacionamento mais sério.

— Eu já sei o necessário daqui. Além disso, eu não tenho muito tempo. E agora eu preciso voltar para o trabalho.

Loan parece decepcionado com a minha reação, mas rapidamente encontra seu brilhante sorriso.

— Então é verdade? É mesmo au pair da pirralha dos Bartholy?

Ele dá alguns passos, se afastando como se estivesse com medo. Pouco a pouco, ele começa a franzir a testa, negando com a cabeça.

— Eu não pensei que eles teriam essa audácia — resmunga. — Cuidado, Elizabeth, essas pessoas não são normais.

Ele também tem um problema com os Bartholy ou todos em Mystery Spell eram assim?

— Sou grandinha o suficiente para enfrentá-los sozinha, Loan — afirmo. — E não preciso ser salva.











NO DIA SEGUINTE, decidi usar meu tempo livre para investigar sobre essa família tão peculiar. Depois de dar uma volta pela mansão, o que me consumiu muito tempo, notei que há apenas dois espelhos em toda a casa. E eles se encontram no meu quarto e outro no banheiro que me reservaram.

Esta seria uma escolha decorativa bem estranha... Talvez fosse precaução a ter em conta com a minha chegada? Estou ficando paranóica? Estou vendo coisas onde não há? Preciso descobrir. Bati na porta do quarto da Lorie, a ouvindo resmungar:

— O que você quer?

— Veja o que eu te trouxe.

Estendo o pequeno prato com uma fatia de bolo rosa com flores ao redor. Trouxe-o da minha saída de manhã, na esperança de que aquilo de ajudasse, já que qualquer criança que o visse teria a mesma reação: devorá-lo.

Espero por uma reação dela. Lorie encara o bolo visivelmente surpresa, e depois faz seu biquinho usual.

— Seu bolo é uma droga! Não gosto disso! — grita ela. — Não quero!

Ela está prestes a sair do quarto, mas seguro em sua mão e congelo. Como ela poderia ser tão fria?

— Lorie, comprei ele de manhã pensando em você — insisto. — Não quer nem prová-lo?

Seus olhos vagam entre o bolo e eu. Para minha surpresa, ela começa a chorar. Grandes e pesadas lágrimas correm por suas bochechas de boneca de porcelana.

— O que foi, Lorie? — pergunto, mantendo a calma.

Mas ela nnão para. Seu choro atrai a atenção de seu irmão mais velho que passava pelo corredor.

— O que está acontecendo? — pergunta ele, levantando sua pequena irmã nos braços. — Por que está chorando, Lorie?

Ela funga e, de repente, aponta para mim.

— Ela quer que eu coma o bolo bonito quando eu não posso! — explica, desesperada. — É tão bonito, Nicolae! Eu quero...

Nicolae, geralmente tão cauteloso, arregala os olhos ao ver o bolo que está apoiado na pequena escrivaninha. Ele rapidamente volta a ficar distante.

— Sinto muito, Elizabeth, mas a Lorie tem uma condição física especial que a impede de poder comer esse tipo de bolo — diz ele, tentando não soar suspeito. — Agradeço-lhe por querer agradá-la.

Sem mais palavras, ele a leva embora, provavelmente para o seu escritório particular para conversar com a irmã. Me pego pensando no que ele disse sobre uma condição física que não explica como ela não comeu absolutamente nada em duas semanas. Ele acha que isso poderia me enganar?

Um confronto direto seria inútil. Eles não fariam nada a não ser encontrar desculpas para seu comportamento estranho. A palavra "normal" não se aplica ao vocabulário desta família. Por outro lado, eu mesma tenho poderes inesplicáveis que nunca consegui controlar, e posso sentir que o sobrenatural está tão entrelaçado com a vida dos Bartholy quando a minha. Terei de ser cuidadosa.

Não estou assustada. Eles podem ser vampiros, mas até agora estou vida. Mas ainda há a possibilidade deles terem me contratado por outros motivos... Trombo com Peter na frente da porta.

Lembro-me de seu comportamento na aula de Mitos e Lendas, que também foi muito suspeito. Evito o assunto, sabendo que ele não era tanto de conversar, mas isso não me tentar:

— Está tudo bem? Te vi deixando a aula com pressa — explico. — Fiquei preocupada.

Peter me observa sem dizer nada, mas seu olhar está perdido no meu e me esqueço da minha pergunta por um momento.

— O assunto não era interessante — respondeu.

Ele pode até ser um vampiro, mas sinto que ele é diferente. Essa diferença me atrai e me faz querer saber mais e mais sobre a verdadeira natureza dele. Sem conseguir impedir meu pensamentos, me escapa:

— Eu queria saber mais sobre você.

Ele ergue as sobrancelhas, visivelmente surpreso com o que eu disse.

— Não está interessada no Drogo ou no Nicolae? — pergunta. — Por que quer saber mais sobre mim? Não há nada de interessante para saber sobre a minha vida.

— É estranho eu achar que você é diferente dos seus irmão? — arrisco. — Esse contraste que me faz querer conhecê-lo.

Por um instante, seus olhos verdes brilham, desconcertado como se o meu interesse lhe parecesse totalmente incongruente. Ele sorri minimamente, fisgando meus olhos.

— Você é um enigma para mim, Elizabeth — sibila. — Você não pé como as outras garotas.

— E como são elas?

Lentamente, ele se aproxima do meu rosto, como se me provocasse.

— Normalmente, as meninas vão atrás de badboys como o Drogo ou cavalheiros como o Nicolae — responde ele. — Eu não as interesso.

Sua voz é suave, doce, vibrante... Ele está na minha frente, mas eu o ouço como se estivesse sussurrando em meu ouvido. Isso mexe comigo. Seu rosto angelical a poucos centímetros do meu, me faz perder o controle. Eu queria que ele me mordesse. Enquanto me observa, sinto seu cheiro lenhoso, tão masculino, envolvendo meus sentidos.

Mas isso morre e ele me dá um olhar frio, virando as costas para mim e se afastando. Isso me machuca.

— Você não está pronta para o que espera por você aqui, Elizabeth — diz ele, como se estivesse com dor. — Se eu estivesse no seu lugar, eu iria embora antes que seja tarde demais.

Sobre estas palavras enigmáticas e perturbadoras, ele me abandonou ali, deixando-me sozinha e completamente dominada. A aparência angelical e introvertida de Peter realmente esconde um ser torturado?

No meu quarto, eu deito na cama, em uma bola debaixo do cobertos, e me deixo ter tomada pelas palavras dele que se esgueiram da minha minha cabeça. Estou pronta para o que espera por mim? Por que não estaria? Me pergunto o que realmente está esperando por mim.


━━━━━━

19.07.22

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Me desculpem mesmo pela demora para atualizar!
Eu ando que nem uma louca trabalhando sem parar nas obras da minha lista de leitura Gotham, mad city, mas saibam que My Red Moon está o tempo todo na minha cabeça, e sim eu planejo trazer mais capítulos assim que for possível!

Não desistam de mim! Eu prometo que vou voltar com muito mais emoção e romance em pouco tempo!
Aliás, o que estão achando? Estão gostando da forma como eu estou escrevendo? Faz muito tempo desde que eu escrevi algo como narrador-personagem, então tem sido um desafio para mim conciliar o meu modo de escrita com a 1ª pessoa e no tempo presente.

VOTEM e COMENTEM
[atualizações aos sábados]

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top