𝐈𝐈𝐈. 𝒈𝒆𝒕𝒕𝒊𝒏𝒈 𝒕𝒐 𝒌𝒏𝒐𝒘 𝒖𝒔

𝐈𝐑𝐈𝐒

As duas últimas semanas foram agitadas. Eu e James sempre estávamos juntos, sempre que podíamos, Joshua não falava nada, apenas olhava feio para James e paquerava descaradamente comigo, na frente dele, isso tudo, entre outras coisas, que estou com zero vontade de listar.

Agora estou na aula de poções, com James, ele está reclamando sobre querer está com Lily e etc.

— Acho que devemos desistir, ela nem presta atenção na gente. — Eu, que até então, estava compondo uma música, me viro para ele.

— Quer que ela preste atenção na gente? — Ele faz que sim com a cabeça. — Ótimo, então vai ter que confiar em mim e não ligar para uma detenção de duas semanas.

— Eu confio em você e, eu sou um Maroto, não ligo para uma detenção. — Olhei maliciosamente para ele.

— Ótimo, vai até o quadro e faça coisas irritantes, quando eu falar "já", sai correndo, pela porta.

— O que vai fazer?

— Você vai ver.

Dito isso ele foi até Horácio e começou a fazer idiotices, as quais irritaram o professor profundamente. Olhei para os ingredientes na mesa e joguei todos no caldeirão, pude ver um líquido viscoso e avermelhado se formar e de repente, subiu um cheiro de fumaça.

— JÁ!

James parou de irritar o professor e correu para a porta assim como eu. Correndo pelos corredores ele segurou minha mão e me direcionou para um caminho familiar. O vento das estações mudando batia no meu rosto de forma aconchegante e aquela sensação foi incrível.

A sala, que agora, estava a quilômetros de distância, havia explodido e o barulho tomou conta daquela parte de Hogwarts. James riu, eu ri, e eu gostei da sensação de uma risada perto do meu ouvido.

Chegamos a sala dos Marotos, continuava do mesmo jeito, talvez um pouco mais bagunçada, mas da mesma forma. O que mudava era um cheiro de chocolate subindo pelos ares.

— De quem é esse chocolate, cabeça de alga? — Ele fez uma careta com o novo apelido. Esse tinha surgido alguns dias atrás quando eu decidi por mim que os miolos dele estavam cheios de algas, ou era isso, ou ele realmente era muito lerdo.

— Remus. — Fiz uma cara decepcionada; os chocolates de Remus Lupin são restritos para todas as pessoas do mundo. — Mas tenho certeza que ele deixa a gente pegar dois pedaços.

Ele pegou dois pacotes de chocolate e me ofereceu um, eu aceitei, sem pensar duas vezes.

— Então, Rainbow, acha que conseguimos um olhar de Lily Evans?

— Hoje mesmo ela vai ficar vermelha de tanto brigar com você.

— Que bom. Isso significa que a detenção valerá a pena.

— Para você, sim, para mim, nem tanto. — Ficamos quietos por um tempo, um silêncio que logo foi quebrado.

— Duas verdades e uma mentira, topa?

— Claro!

— Eu começo. — Sua feição agora era totalmente pensativa. — Eu nunca beijei, eu bati um recorde de quinhentas pegadinhas em um ano e quebrei minha perna enquanto fugia de um cachorro.

— Segunda opção. Temos só 365 dias no ano, Cabeça de alga.

— Errou feio! A mentira é a terceira.

— Sério?! Achava que você era tão lerdo que isso realmente aconteceu.

— Sua vez. — Ele diz revirando os olhos.

— Eu odeio relacionamentos, eu odeio meu pai e amo os Beatles.

— Número um, quem odeio os Beatles?

— Eu odeio, Potter pirado. — Ele jogou uma almofada em mim, como se tentasse demonstrar a ofensa.

— Se não se incomodar em falar, porque odeia seu pai?

— Ele é um idiota.

— Se importa em ser mais específica?

— Ele não gosta de mim, para ele eu fui um erro. Quando minha mãe estava grávida ele queria que ela me abortasse, como ela não aceitou, então ele fazia de tudo para que eu morresse sem nenhum processo cirúrgico, entregava-lhe bebidas demais, a empurrava muito e até chegou a apontar uma varinha para sua barriga. — Descobrir isso com seis anos não foi uma coisa fácil, mas eu nem o considero pai e estou feliz sem ele, minha mãe está feliz sem ele; ela pode se assumir sem nenhuma pressão e hoje tenho as duas melhores mães do mundo.

— Sinto muito, Rainbow.

— Não sinta, eu nem o considero pai.

— Isso é bom. — Depois de um longo silêncio, ele se pronunciou. —Minha vez.

— Pode falar.

— Eu não sei o que é amor, eu sou um animago e eu amo os Beatles.

— Fácil! Opção dois.

— Acertou. — Sua voz estremeceu um pouco.

— Como assim não sabe o que é amor? Você passou anos idolatrando a Evans.

— Óbvio, porque ela é linda e inteligente, perfeita em todos os sentidos. Mas eu... — Ele hesitou, pareceu um assunto delicado.

— Se não quiser falar não tem problema. — Ele estava apreensivo. — Eu te conto sobre meu medo de relacionamentos, vai que isso te conforta.

— Ok. Eu sempre tive meus pais como inspiração de um romance, ele é completamente apaixonado por ela de um jeito absurdo e ela é a alma gêmea dele, ela o ama, sabe seus erros e mesmo assim o ama. Eu nunca senti isso antes, não no sentido platônico. Eu nunca senti o frio na barriga, a sensação de que tudo muda quando ouve a voz da pessoa. Entende?

— Na verdade não tem como entender, você procura isso, eu fujo disso. E se eu me magoar? E se eu me perder por dentro? Isso tudo apenas porque eu perdi minha "cara metade"

— Não entendi.

— Ok, o amor, é legal escrever sobre, é legal ler sobre, mas quando ele é real ele simplesmente...

— Te assusta?

— Sim.

— Mas e se ele valer a pena a dor? E se apesar de tudo você souber que a pessoa se machucaria apenas para ver você bem?

— Se alguém sai machucado ele simplesmente não vale a pena.

— Depende muito.

— Não depende James, pense comigo, o amor só funciona quando ele é recíproco, certo? Se é recíproco os dois saem machucados, saem com lesões.

— Essa é a graça do amor, ele é uma rosa cheia de espinhos, precisamos das cicatrizes para crescer, não acha. — Não tive tempo de responder, cinco pessoas entraram pela porta; Donatella, Sirius, Dominique, Remus e Peter.

— Aquilo foi incrível! — Peter e Sirius gritaram.

— Aquilo foi horrível! — Dominique e Donatella gritaram.

— Desculpe Nique, aquilo foi incrível! — Remus falou recebendo a cara de espanto vinda de sua amiga e de Tella. — Minerva está furiosa! Eu sei que eu sou o exemplar do grupo, mas aquela aula estava chata.

— Tenho que concordar, Peter estava quase babando no meu uniforme. — Sirius fala.

— Escutem aqui, toda Hogwarts sabe da explosão que vocês causaram, vocês se ferraram. — Donatella fala preocupada. Na verdade era de se esperar que todo mundo soubesse, afinal, as meninas são da Corvinal e da Lufa-Lufa, elas nem estavam com a gente naquela sala.

— Ei, cadê a Helena? — James pergunta.

— Ela está fazendo o trabalho de quatro pontos da Minerva. Trabalho do qual eu vou copiar.

— Saiba que conhecendo minha amiga, ela vai te matar, te picar e fazer sopa com cada pedaço da sua carne e vai usar seu sangue como bebida. — Não estou mentindo, se Six copiar este trabalho, ela vai o matar.

— Para de drama, o máximo que ela vai fazer é me matar, até lá eu já terei fechado o trabalho. — Ele fala com a maior leveza do mundo.

— Bom, falando em trabalho eu tenho que ir a biblioteca. — Me levanto e olho para James e lhe dei um beijo no pescoço. — Tchau, Cabeça de alga.

★★★

Gente estou publicando três vezes na semana! Decisão que futuramente vai mudar, mas por enquanto é isso

Capítulo grande, mas amanhã o capítulo vai ser curtinho.

Eles estão se conhecendo e meu mood é boiola, porque eu sei o que vem pela frente com as pequenas coisas desse capítulo.

Espero que tenham gostado e beijos!

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