6 - Trust

NOAH

Eu fui cobrar alguns estabelecimentos que me deviam e armaram pra mim, quatro contra um. Eu consegui sair praticamente ileso, eles queriam me matar. Eu matei um deles e os outros três continuaram a me procurar, a minha sorte foi ter vindo no carro de Josh que é blindado.

O único lugar para correr que me veio a mente foi a casa de Any, que era a duas quadras dali praticamente. Any cuidou de mim, mas como eu já imaginava, ela ia querer saber o motivo por ter acontecido isso comigo, Any é a curiosidade em pessoa.

_Então esses que te atacaram hoje são seus inimigos? Você não tem medo não? De sair na rua e encontrar eles? -Any perguntou enquanto jantávamos na sala, como eu disse, a curiosidade em pessoa-.

_Eu não tenho medo de nenhum deles, muito pelo contrário, porém hoje eles me pegaram desprevenido e sozinho. -eu disse e ela prestava atenção em cada palavra que saia da minha boca-.

_E tem um mandante por trás disso? -ela perguntou, eu tenho que ser bastante paciente com tantas perguntas-.

_Sim, e estamos atrás de descobrir quem é. -eu disse-.

Ela parou com as perguntas por um momento e acabamos de jantar, mas tenho certeza que não acabou por aí, Any vai querer saber sobre tudo nos mínimos detalhes.

_Esse tal mandante.. -ela começou-, Ele rouba as coisas que você fornece?

_Sim, já sumiram três caminhões de drogas e armas, e não conseguimos localizar de jeito algum, o quarto caminhão deste mês chegou intacto, mas os outros três eu levei um prejuízo grande, tinham muito dinheiro envolvido. -eu disse e ela prestava ainda mais atenção-.

_Eu posso te perguntar uma coisa? -Any fez outra pergunta e eu assenti-, E a sua mãe? Você só me falou do seu pai.

_Eu não conheci ela. -eu disse-, Ela me abandonou com meses de vida, desde então eu nunca procurei saber sobre ela, mas pelo jeito que o meu pai falava dela, ela já morreu, era uma viciada. -eu disse e Any ficou boquiaberta-.

_Meu Deus, eu sinto muito Noah. -ela disse e me abraçou de lado, me fazendo sentir dor por encostar em um dos machucados-.

_Não sinta, isso é algo que não me afeta. -eu disse-.

Em relação a minha mãe, ela me abandonar já me afetou muito, mas agora não me afeta mais, tenho muito o que pensar e fazer e não tenho tempo pra deixar besteiras assim me afetar. Eu confio em Any, por isso contei a ela sobre a minha vida, sei que ela não falaria nada disso pra ninguém.

Eu e Any conversamos sobre algumas coisas aleatórias e depois fomos dormir, eu dormi em seu quarto mesmo dizendo a ela que estava tudo bem dormir no sofá, mas ela insistiu tanto que acabei dormindo em seu quarto e ela na sala.

Eu acordei no dia seguinte com o meu celular apitando, Josh havia me ligado várias vezes e eu não vi, e quando desbloqueei a tela havia várias mensagens dele.

Mensagens

Josh: você não me atende
Josh: eu descobri algumas coisas sobre o sumiço dos caminhões
Josh: vem pro galpão assim que você ver essas mensagens

Noah: estou indo agora.

Josh: não demore, temos que pensar no que fazer.

Mensagens off.

Eu me levantei apressado com essa informação, e quando fui para a sala Any estava fazendo o café da manhã.

_Bom dia. -ela disse assim que me viu-, está melhor? Porque acordou tão cedo? -Any perguntou-.

_Eu preciso ir. -eu disse apenas-.

_Sossega Noah, você está machucado não consegue ir. -ela disse me fazendo respirar fundo-, Vai tomar café.

_Eu preciso ir, tenho que revolver uma coisa. -eu disse-.

_Você não está conseguindo andar direito, dirigir vai abrir esse pontos na perna. Resolve pelo celular ou resolve depois. -ela disse autoritária, e isso me irrita-.

_Não é algo que dê pra resolver pelo celular, Any. Eu realmente preciso ir. -eu disse fazendo Any bufar-.

_E você vai ir como? Olha o seu estado! -ela disse-.

_Eu não estou tão mal, eu dou meu jeito. -eu disse-.

_Você não vai ir. -ela disse começando a se irritar-.

_Vem comigo então, Any. E não faça eu perder a minha paciência, eu estou com pressa. -Eu disse fazendo ela parar o que estava fazendo e me olhar-.

_Ir com você? O que você vai fazer? -ela perguntou vindo até mim-.

_Para de fazer perguntas, se não quiser ir eu estou indo, estou com pressa. -eu disse indo em direção a porta-.

_Ok. Eu vou. -ela disse, pegando seu celular e a chave da casa-.

Descemos o elevador em silêncio, por incrível que pareça Any não fez mais nenhum tipo de pergunta. O carro estava no estacionamento.

_Já dirigiu alguma vez? -perguntei e ela-.

_Já... -ela disse fraco-.

_Não me convenceu. -eu disse fazendo Any rir-.

_É porque tipo.. eu não sou muito experiente mas tenho alguma noção. -ela disse e paramos na frente do carro-.

_Então vamos ver, qual seu nível de experiência. -joguei a chave do carro para ela fazendo ela arregalar os olhos-.

_Você tá maluco, eu não consigo dirigir um carro desse, eu nunca dirigi algo assim. -ela disse olhando o carro de Josh, que estava com marcas de balas por conta de ontem-.

_Eu não vou consegui dirigir com a perna desse jeito. -eu disse-, E relaxa, o carro é automático, não precisa fazer muita coisa.

Ela ficou em silêncio e alguns segundos depois entrou no carro, e eu entrei no banco de passageiro. Ela ligou o carro e arrancou, fez certo mas o desespero estava em seu rosto assim que saímos na rua.

_Eu não vou conseguir. -ela disse respirando fundo várias vezes-.

_Você tem que conseguir. -eu disse fazendo a mesma me olhar-, O sinal está vermelho. -eu disse alto fazendo Any parar o carro com brutalidade, ela me olhou desesperada e minha única reação foi rir-.

_Para de rir, eu disse que não era experiente. -ela disse arrancando o carro quando o sinal ficou verde-.

_Só não cause um acidente e me mate, você tá mandando bem. -eu disse para tentar tranquilizar ela, pois na verdade ela estava dirigindo muito mal-.

Eu guiei o caminho para ela, e finalmente, sem acidentes e sem mortes chegamos ao local, meu galpão.

_Que lugar é esse? No meio do mato e escondido. Não deve nem ter sinal de celular. -Any disse saindo do carro e checando seu celular-.

_Tem sinal de sobra. -eu disse andando na frente e entrando no galpão-.

Assim que entrei no galpão Josh já veio até mim com um notebook na mão, mas parou logo quando viu Any.

_O que ela tá fazendo aqui? E que porra aconteceu com você? -ele disse olhando para Any e em seguida para os meus machucados-.

_Quatro caras me atacaram ontem quando fui na boate fazer cobrança. -eu disse e Josh voltou seu olhar para Any-.

_Porque ela tá aqui? -Josh perguntou-.

_Está preocupado com ela aqui ou com o fato de que fui atacado e quase morto? -perguntei fazendo Josh me olhar-.

_É muita informação. -Josh disse-.

Contei a Josh sobre o ataque de ontem e o motivo por Any estar ali.

_Que bom que você tá bem, mas porra deixou a garota saber onde é o nosso galpão. E se ela falar com alguém? -Josh disse com preocupação na voz-.

_Ela não vai falar. -eu disse apenas, fazendo Any nos encarar-.

_Eu não quero atrapalhar, vou ficar lá fora. -ela disse e eu neguei, fazendo a mesma ficar parada-.

_Ela sabe de tudo? -Josh perguntou e eu assenti-, Porra Urrea!

_Relaxa Josh eu sei o que estou fazendo. -eu disse fazendo Josh revirar os olhos-.

_Eu não vou contar nada disso para ninguém. -Any disse fazendo Josh respirar fundo-.

_Ela tomou várias multas de radar no seu carro. -eu disse fazendo Josh arregalar os olhos-.

_Noah! -Any me repreendeu-, Porquê não me avisou sobre os radares?

_Estava com pressa. -disse fazendo ela revirar os olhos-.

_Porra Urrea, o meu carro. -Josh disse e em seguida bufou-.

_O assunto era tão importante assim pra você tá preocupado com seu carro? -Eu perguntei fazendo Josh ir até uma mesa e eu o segui-.

Josh tinha conseguido descobrir quem era dois dos quatro caras que estão sumindo com meus caminhões, e os dois eram da mesma cidade, então provavelmente o mandante deles é da mesma cidade também, e eu vou caçar esses filhos da puta até no inferno.

Notas Finais:
Querem mais?

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