17. Serendipity

➼ Quando for a hora da música, põe pra tocar Dear no One na versão do Jungkook, vai ser legal :3

➼ Boa leitura!

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Capítulo 17 - Serendipity

Jungkook avisou ao time que não iria ao treino, pois não teria como ficar correndo no estado que se encontrava. Então passou o dia dormindo com Jimin, comendo, assistindo filmes da Disney e transando mais um pouco. 

Cerca de uma e pouco da manhã acordou com o alfa mexendo em seu guarda roupa.

— O que está fazendo? — perguntou com voz sonolenta, sentando na cama.

— Eu não posso dormir de dia, acabo perdendo o sono. Então tomei um banho para ver se relaxo um pouco, agora estou procurando algo para vestir. Eu estou com fome e não vai ser legal andar pelado por aí, não é?

— Eu não me importaria em te ver andando pelado por aí. — mordeu o lábio, o secando de cima a baixo.

— Sei que não, mas se seu irmão não pensa o mesmo. — riu. 

— Nem sabemos se ele já chegou. 

— Não quero arriscar perder meu pau. Pode vir aqui me ajudar? — ele assentiu, levantando e fazendo careta ao caminhar e sentir um leve incômodo típico. Jimin riu, recebendo um olhar repreendedor.

— Se você fizer alguma piadinha, você morre. 

— Uh, que ômega bravo. — o abraçou, selando sua nuca.

— Jimin-ah, se ficar agarrado a mim como irei procurar a roupa? — deitou a cabeça no ombro dele, o encarando como pôde.

— Você parece gostar. — Kook sorriu adorável, logo o mais velho lhe soltou antes que não resistisse aquele rostinho lindo e o corpo quente colado ao seu.

— Eu preciso reformar isso. A maioria das minhas roupas de ficar em casa estão curtas. 

— Sou uns centímetros menor, devem servir em mim.

— Mas você tem mais músculos. Vai ficar apertadinho, espero que não se importe. — o entregou uma calça de moletom preta e uma camiseta branca. 

— Sem problemas. 

De fato as roupas ficaram um tantinho justas mas não incomodavam, apenas destacavam aquele corpo escultural fazendo Jeon chegar a babar. Ele estava tão focado nele que sequer ouviu o que o mesmo dizia. 

— Jungkook!

— An? — piscou algumas vezes, voltando a si e notando que o moreno sorria travesso.

— Não precisa ficar na vontade, não. Sou todo seu, pode vir tocar se quiser. 

— Eu só estava admirando. — murmurou um tanto tímido. — E você não estava com fome? Pois vá buscar algo pra nós enquanto eu passo uma água no corpo. — o empurrou quarto a fora, ouvindo ele gargalhar.

Ao fechar a porta se escorou na mesma, fechando os olhos e suspirando com um sorriso nos lábios. Estava muitíssimo alegre por terem se acertado, tido a primeira vez, ajudado no rut e estarem ainda mais íntimos.

Já no andar de baixo Park seguia pelos cômodos até a cozinha. Lá abriu os armários em busca de algo e, não encontrando nada de seu interesse, foi para a geladeira onde achou um bolo de chocolate. Sorriu animado, pegando a bandeja, ao virar para colocá-lo na mesa praguejou alto pelo susto.

— Namjoon! Quer me matar do coração parado aí como se fosse um fantasma? 

— Dependendo da sua resposta, você quem vai virar um fantasma. — sorriu sarcástico. — O que está fazendo aqui, às uma e quinze manhã, mexendo na minha cozinha? 

— Você não tem nenhuma ideia? — deu um sorriso insinuante.

— Que ideia? — estreitou os olhos.

— Jiminnie, espero que não esteja comendo tudo sozin... Ops! — o rapaz engoliu em seco por aparecer ali, apenas de cueca e choker, contribuindo para a cena do crime. 

Seu irmão estava mais liberal, porém acreditava que não seria legal para ele saber que perdeu a virgindade e ajudou o amigo dele em um cio enquanto Jin o enganava dizendo que ainda estavam brigados e seria melhor Namjoon dar um tempo ao dongsaeng, o convencendo então a viajar até Jeju onde ficaram com Chaeyeom e a vovó Nari.

— Se expliquem. — cruzou os braços.

— Eu e o Jimin-ssi discutimos naquele dia, mas já nos resolvemos. 

— Pelo jeito se resolveram muito bem, ahn? — fitou o jovem só de cueca e marcas no corpo, Jimin com as roupas dele e ambos com cara de quem transou por horas, fora os cheiroso misturados.

— Muito bem. — respondeu o moreno com um sorriso ladino. — E pretendemos namorar.

— Nós pretendemos...?! — o rosado se virou para ele.

— É, nós pretendemos. Você disse que não era para eu dizer enquanto não fosse para ser real. 

Jungkook sorriu largo, ganhando um sorriso amplo com os olhos apertadinhos. 

Um silêncio se instalou ali e os dois encararam Namjoon, esperando ele falar algo ou até mesmo dar algum chilique a respeito. 

— Não vai falar nada, hyung? 

— Ah, eu já esperava. Mas mesmo assim não sei o que dizer. — descruzou os braços. — Se fosse meses atrás provavelmente eu te socaria, Park. Mas atualmente acredito que Jungkook não é tão ingênuo, que ele te conhece e sabe todos os riscos de um relacionamento. Se ainda não sabe irá descobrir, então se ele quer ficar com você... — respirou fundo, soltando o ar para então dizer:  — Que fique. É melhor namorar um amigo meu que conheço bem do que um cara qualquer, não é? 

O garoto de cabelo pink deu um grito empolgado, pulando em cima do irmão e o causando uma risada. 

— Obrigado. Você não faz ideia do quanto eu estou feliz! — murmurou, o abraçando forte.

— Imagino. Estou fazendo isso por ti porque se dependesse de mim você não namorava enquanto não completasse trinta. — brincou, os dois riram. — Toma cuidado, sim? — ele assentiu animado, logo soltando o alfa. — E você... — se aproximou do cunhado. — Lembre que nossa amizade está em jogo. Se magoá-lo ou qualquer outra merda eu vou acabar com você e nunca mais olhar na sua cara.

— Está certo. E só pra ressaltar, em relação ao Jin, faço das suas as minhas palavras. — estavam se encarando sérios como se fossem se socar a qualquer momento mas logo sorrisos brotaram em seus lábios e eles se abraçaram. O sorriso de Kook aumentou mais ao ver essa cena. 

— Mas, vejam bem, não é porque estou sendo legal que quero ver sem vergonhices de vocês. Se controlem! — alertou.

— Tá bom. — o dongsaeng concordou. — Agora vamos devorar esse bolo cheiroso e aparentemente delicioso porque a minha barriguinha está pedindo muito por isso!

— Nem me fale. — disse o ator.

Eles pegaram pratos e talheres.

— Que absurdo! Estão fazendo uma festinha e não me chamaram? — se viraram para o dono da voz que surgiu ali.

— Jinnie hyung? — exclamou o rosado. — Não sabia que você estava aqui. 

— É óbvio que ele está aqui. — Jimin riu irônico, porém dessa vez sem ciúmes, era força do hábito. — Senta conosco.

— Quer, príncipe? — o alfa castanho ofereceu uma fatia do bolo de chocolate.

— Claro. — sorriu, o dando um selar e pegando o prato, indo se sentar. 

Em um clima leve e descontraído eles comeram ao passo que conversaram da viagem a Jeju e riram de momentos constrangedores que o casal passou por lá. Foi um bom momento.

— Eu amei! — disse Jungkook passando pela porta de seu quarto junto de Jimin. — O Jin hyung é muito legal e você e meu irmão deixaram o ciúmes de lado e continuaram os amigos que devem ser. Isso foi maravilhoso! Também amei Nam aceitar nosso futuro namoro. Estou tão feliz! — se jogou na cama mas logo sentou novamente. — Nós vamos mesmo namorar?

O alfa sorriu diante do jeitinho adorável dele.

— Depende. Você gostaria de me conhecer melhor? 

— Está brincando com a minha cara? Eu já te conheço e será uma honra conhecer totalmente, namorar você... Quer dizer, se você também quiser e... — parou de falar ao vê-lo tão perto de si.

— Não sabia que você falava demais estando nervoso, namorado. — soou debochado.

— Geralmente não acontece, mas você me deixa além de nerv- — os lábios fartos lhe impediram de se explicar. 

O beijo de Jimin era apaixonado, molhado, sensual, retribuía a ele e também aos toques pelo corpo que pouco a pouco lhe deixava com calor.
Ele retirou a camiseta, nisso o garoto se pronunciou:

— Jimin-ah, o hyung disse que não queria ver nossas sem vergonhices...

— Ele disse ver, não ouvir. — sorriu cafajeste, terminando de se despir.

Os beijos voltaram, dessa vez o ator foi descendo pelo torso do parceiro, selando cada marquinha que havia feito. Passou pelas coxas, dando beijinhos e abrindo para selar a parte de dentro onde tinha mordido anteriormente. Ainda que com poucas carícias, o ômega se excitava cada vez mais. 

Chegando ao pênis, Jimin pôs a língua para fora e lambeu por cima da cueca, lhe fitando eroticamente, Jungkook não conseguiu segurar o gemido.

Sorrindo malicioso com uma expressão devassa no rosto, que fazia o mais novo chegar a pulsar, o moreno passou os lábios fartos pelo comprimento, no fim sugando a glande sensível. 

— Ah… — estremeceu, por reflexo fechando as pernas mas o alfa as abriu novamente, massageando os testículos sensíveis, enquanto continuava com a carícia com a boca, ganhando gemidos manhosos que lhe atiçavam demais.

Em certo momento se livrou do pano, descendo e subindo a língua atrevida por todo o falo, logo na boca, provocando Jungkook com seu olhar azul felino e uma lentidão desgraçada.

— Hyung, por favor.

— O que você quer? — perguntou baixo, rouco de tesão, olhando sério ao passo que o punhetava.

— Q-quero... — fechou os olhos, sentindo um leve rubor ao dizer: — Quero que chupe meu pau. 

— Então olha pra mim. 

Ele o fez. Dali em diante o alfa usou toda sua prática na felação para levá-lo à loucura.

E por mais que Jimin lhe chupasse com intensidade, seu instinto pedia mais, sempre mais, então o incentivava com seus feromônios, gemidos e elogios. 

— Sua boca é deliciosa... Ah — já sentia suas pernas tremerem, estava muito sensível por terem transando tanto — Que gostoso… Hyung! — franziu o cenho, sentindo espasmos se espalharem pelo seu corpo. — Não dá mais. E-eu vou…! — rolou os olhos, tornando a abri-lo em tempo de ver ele engolindo sua porra. Caralho, nunca achou que seria tão erótico, se pudesse teria gozado de novo.

Eles sorriam um para o outro e Jungkook ofegou, surpreso, quando foi virado de bruços sem aviso. O hyung puxou sua cintura e abaixou as costas, o deixando de quatro e sorrindo porque ele estava sempre escorrendo por si. Após colocar a camisinha, entrou em seu canal molhado. 

— Uhm... — o ômega mordeu o lábio, sentindo como se estivesse entorpecido já que havia acabado de gozar e estava completamente sensível.

— Quer que eu pare? — perguntou, movendo cuidadoso, acariciando a lateral do corpo dele que, diante disso, estremeceu.

— N-não. Jimin… — murmurou manhoso, mordendo a fronha.

Pouco a pouco ficou duro novamente e ainda mais embriagado de prazer devido aos feromônios fortes do alfa, fora as sensações das investidas calmas e prazerosas e elogios.

— Já disse que é apertado? Você é tão apertadinho, fica tão molhado por mim, é tão gostoso, meu doce.

— Hyung… — manhou.

Park aumentou as estocadas gradativamente. Agora já ia com velocidade enquanto apertava as nádegas com força. Não se aguentava e às vezes dava uns tapinhas, grunhindo de tesão por Jeon ser tão delicioso. Este sempre respondia com arfares ou gemidos de deleite.

— Jimin-ah… Oh... — seus lábios estavam maltratados de tanto morder e os lençóis foram arrancados por estar os puxando. Estava chegando ao limite novamente, dessa vez diante do vai e vem delicioso e as frases impróprias que o alfa dizia rente ao seu ouvido.

Seus espasmos logo vieram, gozou intenso, vibrando todo e chamando por Jimin.

— Você não foi um bom ômega agora, baby. — o selou o ombro, em seguida o ajudando a deitar de costas no colchão. 

— P-por que? 

— Não mandei você gozar. 

— Você vai me castigar, hyung? — perguntou manhoso com uma carinha fofa proposital de "não me castigue, eu sou seu bebê", mas isso não ia fazê-lo mudar de ideia.

— Ah, eu vou. Senta. — ele obedeceu e Jimin tirou a camisinha, jogando no chão. — Abre a boca. — ele obedeceu, nela o ator colocou seu caralho, fazendo o favor de segurar a nuca dele e foder a cavidade.

Afastava quando Kook ameaçava engasgar mas quando acontecia logo estava de volta. Seu ritmo era intenso, o castigando e se satisfazendo. 

Jeon sentia as lágrimas rolarem por suas bochechas, sua garganta incomodava, porém não estava odiando aquilo visto que descobriu gostar de um jeitinho rude durante o sexo. Fora que dar prazer ao hyung era satisfatório. Principalmente quando ele estava assim, gemendo rouco, com a face séria e o cenho franzido demonstrando apreço pelo ato.

Acabou se engasgando com a porra quando ele gozou mas não demorou a se recuperar. 

E mais uma vez se deitou cansado, suado e sujo pelos resquícios de sexo.

— Você acabou comigo, Jiminnie. — disse rouco, preguiçoso, dando um sorriso lerdo. O alfa devolveu o sorriso, beijando seus lábios com carinho.

— Peguei pesado?

— Foi ótimo. — acariciou a nuca dele. — Você é perfeito sempre, em tudo.

— Eu tenho defeitos como toda pessoa, Jungkook-ah. Se você não os vê agora vai acabar vendo depois.

— Mas eles completam você então eu os amo também. 

— Quer dizer que você me ama? 

— Lá vem você me colocar contra a parede.

— Já coloquei em alguns momentos e você gostou. — sorriu safado.

— Tá bom, eu admito que gostei. Mas agora quero ir pra banheira, me leva.

— Que folga é essa?

— Folga? Já esqueceu que você acabou comigo? 

— Não irei me desculpar por isso, mas irei cuidar de você. — o pegou no colo.

— Não faz mais que sua obrigação. 

— O que disse? — perguntou fingindo indignação. — Repete.

— Você sabe que eu estou cert... Ei! — reclamou ao ser jogado na cama.

— Agora que eu vou acabar mesmo com você. — o garoto lhe encarou confuso até sentir os dedos cutucarem sua barriga, o obrigando a gargalhar sem parar e pedir por arrego, porém o Park só parou quando o viu cheio de lágrimas e aparentemente exausto.

— Um dia eu vou me vingar, escreve o que estou te falando. — fungou, limpando as lágrimas de riso.

— Estarei esperando por isso. Vamos deixar essa banheira para depois? — se espalhou no colchão, preguiçoso. Jeon assentiu porque haviam tomado banho a pouco tempo e também estava com preguiça. — Vem cá. — abriu os braços. — Agora eu só quero te encher de carinho. 

— Uhmm, gosto disso. — sorriu, depositando o corpo sobre o do moreno.

— Também gosto disso. — selou seus lábios, sorrindo feliz junto dele.

— Ei, você não tinha uma surpresa para mim?

— Está lá em casa. 

— E se a gente for lá? — propôs. — Podemos pegar o carro do Nam. Eu sei onde estão as chaves.

— Eu não sei…

— Por favor, hyunggie! — ajoelhou juntando as mãos e fazendo cara fofa. — Não deixe o seu doce curioso! Me leva! Uhm? — um bico pidão surgiu em sua boca.

— Eu não resisto a você. Vamos então. 

— Eba! — pulou nele, o selando e logo levantando, com certa dificuldade, para se vestir. — Eu vou atrás das chaves, você escreve um bilhete para avisar a ele que pegamos o carro.

— Certo. — também se vestiu, logo escrevendo:

Nam hyung, fugi com seu carro e o Jungkook, se precisar dele se vira aí. Dele me refiro ao carro, o meu baby não devolvo :p

O rosado não demorou a aparecer já com as chaves em mãos, trocando ela com o papel e rindo ao ler o que Jimin escreveu.

— Você sempre provoca, né? 

— Claro. Amigos são pra isso. Onde vai por? 

— Vou jogar debaixo da porta do quarto dele. Enquanto isso, se quiser ir tirando o carro, te encontro lá fora. — ele assentiu e assim foi feito.

Já no veículo eles riam da proeza, imaginando qual reação Namjoon teria e era certo que ele iria ficar puto da vida com ambos por simplesmente saírem com seu carro de madrugada deixando para trás apenas um bilhete provocativo. 

Na rádio passava uma música qualquer, logo sendo substituída por uma que Kook conhecia bem. Ele sorriu, aumentando o volume, acompanhando os versos enquanto olhava a lua brilhante pela janela.

I like being independent
(Eu gosto de ser independente)

Not so much of an investment
(Não é um investimento tão grande)

No one to tell me what to do
(Ninguém para me dizer o que fazer)

Jimin diminuiu a velocidade, o olhando. A letra cantada na voz doce lhe chamou atenção.

I like being by myself
(Eu gosto de estar sozinho)

Don't gotta entertain anybody else
(Não ter que entreter ninguém)

No one to answer to...
(Ninguém para dar satisfação)

O ômega fitou o alfa que lhe olhava com admiração e um sorriso nos lábios, sorrindo de volta, pegando a mão dele e entrelaçando seus dedos, continuando a cantar baixo numa melodia prazerosa.

But sometimes, I just want somebody to hold
(Mas às vezes, eu apenas queria ter alguém para abraçar)

Someone to give me their jacket when it's cold
(Alguém para me dar sua jaqueta quando estiver frio)

Got that young love even when we're old
(Ter aquele amor jovem mesmo quando formos velhos)

Yeah sometimes, I want someone to grab my hand
(Sim, às vezes, eu quero alguém para pegar minha mão)

Pick me up, pull me close, be my man
(Me levantar, me puxar para perto, ser meu homem)

I will love you till the end
(Eu irei te amar até o fim)

Park sorriu largo, acariciando a mão dele com o dedão ao que prestava atenção nas ruas, vez ou outra o encarando e agora notando Jeon com a cabeça deitada no banco, ainda o olhando, com os olhos brilhantes como a lua que iluminava a cidade e um sorriso frouxo nos lábios.

So if you're out there I swear to be good to you
(Então se você está por ai, eu juro ser bom para você)

But I'm done lookin', for my future someone
(Mas eu cansei de procurar pelo meu futuro alguém)

Cause when the time is right
(Porque quando for a hora certa)

You'll be here, but for now
(Você estará aqui, mas por agora)

Dear no one, this is your love song
(Querido ninguém, essa é sua canção de amor)

— Devo pensar que sou o seu querido alguém? — perguntou, todo balançado pela doçura da voz dele ao cantar e o coração acelerado pela maneira intensa, apaixonada, em que ele lhe encarava.

— Sabe, eu ouvi essa música a minha adolescência inteira e ninguém nunca se encaixava nela. Não é irônico que assim que eu parei de ouvi-la, de pensar nesse querido alguém e ficar esperando, você apareceu? 

— Acho que tudo acontece quando deve acontecer. Não dá para controlar o tempo, apressar ou até voltar atrás. Era para ser agora. Esse é o nosso momento. 

— Por isso vamos aproveitar muito, meu querido Jimin. — eles trocaram sorrisos bobos.

— Muito mesmo, meu doce. — o selou nas costas da mão, mantendo elas unidas até chegarem.

Assim que estacionou Jeon foi questionando:

— Cadê minha surpresa? 

— Está nos fundos da casa. — mal terminou de dizer e ele desceu do automóvel, saindo correndo. — Jungkook! Espera! Porra, você corre rápido mesmo estando dolorido! — reclamou, parando ao lado dele que estava estático encarando a tenda rodeada de luzinhas que o alfa havia montado com a ajuda de Katy a alguns dias.

— Isso… Isso é lindo! — estava sem palavras, apenas sentia diversas emoções eufóricas. Correu até a tenda romântica, adentrando nela, sentando e pegando uma almofada, apertando contra seu peito quentinho e coração acelerado como se fosse a pelúcia mais fofa do mundo. Jimin o observava, sorrindo por toda a empolgação dele. — Bombons! — exclamou, deixando a almofada de lado e capturando a caixa em formato de coração, abrindo e degustando um, fazendo caretas apreciativas pelo sabor delicioso. Não demorou a perceber uma uma carta caída no chão acolchoado, curioso, abriu. — Para o meu doce… 

O tanto que meu coração palpita, eu me preocupo
O destino está com inveja de nós
Assim como você, eu estou tão assustado
Quando você me vê
Quando você me toca
O universo se move para nós
Não houve nem uma pequena falta
Nossa felicidade
Era pra ser

Você é minha penicilina
Me salvando
Meu anjo
Meu mundo
Eu sou seu gato de chita
Aqui pra te ver
Me ame agora
Me toque agora
Apenas deixe-me te amar - Serendipity.

Terminando de ler, olhou em direção ao hyung com os olhos marejados de emoção.

— J-Jimin-ssi… — o chamou. Estava sem palavras, no entanto, não precisou dizer mais nada. O moreno havia entendido, Jeon queria senti-lo. Portanto, aproximou, sendo abraçado fortemente e retribuindo. 

— Ei, baby. Por que está chorando? — perguntou doce, segurando o rosto dele, conectando seus olhares.

— Ninguém nunca f-fez isso. — fungou. — É muito “uau” para o meu coração. — disse dengoso, com um pequeno bico nos lábios. Jimin riu, lhe beijando as bochechas perto dos olhos, cortando algumas lágrimas.

— Você é muito precioso, sabia? — seus dedos afagaram o rosto dele enquanto seus olhos demonstravam paixão. 

— Você não é diferente. — colou suas testas. — Obrigado, hyung. Eu amei a surpresa. Eu… Eu amo você.

Ele arfou, tendo o coração bastante acelerado e sorrindo tanto que não era capaz de enxergar o dongsaeng.

— Acho que você já percebeu meus sentimentos. — pareceu tímido. — Bem, não sou alguém de ficar falando muito "eu te amo" porque eu já falei demais e quebrei a cara. Lembre que dizer o que eu sinto ainda é difícil… Eu acho que preciso me acostumar de novo. 

— Você está se saindo bem em expressar o que se passa aí dentro. A sua atitude de literalmente correr atrás de mim, passar pelo Nam e se esclarecer, a sua declaração, isso — ergueu os braços, enfatizando ao redor — E esse poema tão encantador já deixa claro. Eu sei que sou correspondido. 

— Sim, Jungkookie… — o abraçou carinhoso, se aconchegando nos braços dele. — Obrigado por entender. Você é incrível. 

— Você é igualmente incrível, Jiminnie. — sorriu pelo jeitinho que ele lhe chamou e também pelo elogio. — Sei que já concordamos em namorar, mas depois dessa maravilha eu quero fazer o pedido! 

— Pois faça. 

— Quer namorar comigo Park Jimin? — perguntou todo adorável.

— Eu seria um idiota se dissesse não. — sorriu, o selando. — Eu aceito. 

— Ótimo! — seu sorriso se tornou enorme. — Eu gostei muito da tenda, dos bombons e da cartinha, mas o que esse vinho faz aqui? — pegou a garrafa que estava do lado deles.

— Pelo tempo que ficamos fora, deve estar quente. 

— Você ia me embebedar, é? — disse brincalhão.

— Eu só pensei que uma circunstância especial como passar meu rut com você e me declarar depois de tanto ensaiar no espelho, merecia um brinde. 

— Você sabia que eu diria sim para tudo?

— Eu imaginei que os sinais que estava tendo não poderiam estar me enganando tanto e fiquei positivo. Não funcionou como eu esperava, mas no fim aqui estamos nós. 

— Entendi. Essa coisa nem parece ter um sabor legal. — falou, analisando a bebida rose. — É melhor jogar fora. Brindemos com bombons.

— Não. — tomou a garrafa da mão dele pois Jeon estava querendo jogá-la para fora de onde estavam. — Essa bebêzinha foi cara. 

— Você mesmo disse que deve estar quente.

— Acho que dá para salvar. Vou guardar na geladeira.

— Tá bom, mas faz isso depois. — pegou um dos bombons, entregando para ele e ficando com outro. — Ao oficial nós! 

— Oficial nós? — riu. 

— Sim!

— Ao oficial nós. — tocou o bombom dele de leve.

— Tim tim. — murmurou o ômega, em seguida jogando a bolinha na boca, desfrutando de seu sabor gostoso. — Você disse que a Katy te ajudou, ela te deu dicas de como escrever um poema romântico também ou você pegou de algum canto na internet? — brincou com um fundo de curiosidade.

— Ela me ajudou a montar a tenda apenas. Eu quem escrevi. — se deitou, sendo acompanhado. — É um segredo meu. Eu nunca contei para ninguém mas tenho alguns rabiscos como você diz.

— Estou surpreso! 

— Não deve ser muito comum ver atores de conteúdo adulto criando poemas românticos. — debochou de si próprio. — Por um tempo, quando eu ainda estava na escola, era só sobre isso que eu escrevia. Sempre estive rodeado de amor. Seja vindo do Jin, dos meus pais, da vovó Nari e depois do Nam. Meus pais… Eles eram completamente apaixonados e formavam um casal maravilhoso. Mas eu me tornei descrente quanto a esse sentimento, me fechei quando passei por algumas desilusões, a última sendo uma traição, e logo em seguida perdi meu pai. Meu mundo passou a funcionar diferente. Eu estava quebrado. Parei de me importar com a moral ou o que fosse, quis me afastar de todos, ao mesmo tempo que tinha medo de ficar sozinho e quando esse sentimento ruim batia forte, eu me entregava a pessoas aleatórias só para ter prazer momentâneo.  

Jungkook ouvia o desabafo com atenção, acariciando o braço dele e de certa forma o confortando.

— Namjoon me contou da empresa, disse que precisava de alguém pra encenar e me perguntou se eu não queria participar. Eu pensei que não tinha nada a perder, então descobri que sentia bem me exibindo, tendo atenção, sentindo desejado, e pedi a ele que me contratasse. Eu não tinha nenhum propósito, muito menos juízo, apenas estava afim de satisfazer meu ego. E isso bastou por anos, assim como as relações de uma noite ou de amizade colorida com Esther. Até eu te conhecer — sorriu de leve, pegando a mão dele e brincando com seus dedos — Essas coisas pouco a pouco foram perdendo o sentido. Eu voltei a desejar mais, para mim, para a minha vida, e também ansiar ser mais para quem está ao meu redor. Voltei a querer estar bem comigo mesmo e a sonhar, a sentir, a escrever. Você tirou a venda dos meus olhos, me ensinou a ver a luz novamente, coloriu meu mundo com o seu jeitinho, e eu sou muito grato por ter na minha vida. — sorriram juntos. — E pensar que no início eu pensei que você era só um garotinho qualquer.

— Eu fui o garotinho que mudou a sua vida. — apertou no nariz dele com o indicador, rindo. — Você tem que ter mais fé nas pessoas. Mas eu admito que pensei que você era só um cara quente com quem eu não podia perder oportunidades e você foi mais do que isso. Me despertou para a vida. Me fez enxergar o mundo de outra maneira, uma mais livre e empoderada, e eu também sou grato por te ter. — o selou. — Bem que a Katy disse estávamos nos ajudando a sermos melhores sem nem perceber.

— Temos uma boa relação. 

— Concordo. — o abraçou pela cintura, deitando a cabeça no peito dele. Jimin passou a afagar os fios pink.

— Eu acho que vou sair da empresa.

— O que? — se levantou, surpreso.

— Volta aqui. — o trouxe para si, continuando com a carícia. — Eu te disse que ficaria nesse trabalho até quando estivesse satisfeito. Não estou mais. Como disse, eu voltei a sonhar e desejar mais. Ainda não decidi o que irei fazer, mas quero mudar a minha vida mesmo que me sinta velho para isso.

— Você não está velho, ainda não chegou aos trinta. — brincou.

— Mas estou quase. 

— Hyung, não pense assim. Nunca estaremos velhos demais para correr atrás das nossas vontades ou até para dar uma pausa na rotina e tentar descobrir no que somos bons. O que vou te dizer pode ser clichê mas é algo que aprendi de tanto ser cobrado por parecer um garoto prodígio e ficar com medo de frustrar quem sempre espera muito do meu futuro, ao qual eu sequer sei como será: ninguém é obrigado a formar com dezoito e entrar na faculdade, se formar com vinte e dois, arrumar um emprego e construir uma família antes dos trinta. Cada um tem seu tempo para tentar, para amadurecer, e no fim conquistar seja o que for. Fora que somos livres. E como lupinos livres não podemos nos resumir a certas ilusões só porque x pessoas acham que deve ser assim.

— Você tem razão. Na maioria das vezes essas x pessoas nunca souberam o que fazer das próprias vidas e no fim são um bando de gente frustrada que vivem de idealizar mas nunca correm atrás e só servem para despejar veneno nos outros. — riu sarcástico.

— Vamos dar um desconto. Algumas nem sabem que estão sendo maldosas em seus comentários, apenas passam adiante o que a sociedade esperou delas e o que esperam da gente, como por exemplo meu irmão. Mas cabe a nós aprendermos a filtrar, guardar só o que é produtivo ou que vá ajudar em nossa caminhada e buscar fazer diferente, não é?

— Às vezes você fala coisas que me deixam surpreso tamanha a sabedoria. Parece tão maduro perto do garotinho que eu conheci. 

— Isso é porque eu sou inteligente. — empinou o nariz, se gabando, mas logo rindo. — Eu sempre fui de pensar muito mas nunca terminava o raciocínio pois perguntava ao Nam e o que ele dizia eu acreditava como verdade absoluta. Até que eu percebi que ele não é perfeito em tudo o que pensa ou diz e, tudo bem, porque ele é humano. Ninguém é completamente perfeito e é comum errarmos. Eu reconheci isso então passei a raciocinar bem, a formular minha opinião sobre cada coisa, mostrando a vocês tudo o que acredito.

— Como disse, você é precioso. — o selou a testa. 

— E você, Jiminnie, é a minha pessoa perfeita.

— Mas eu já disse que tenho defeitos e você acabou de dizer que não existe ninguém perfeito.

— Não existe. O que eu quero dizer com você ser perfeito é que quando alguém nos encanta, nos faz bem e a aceitamos em nossa vida, vemos ele como perfeito independentemente dos defeitos, dos erros e vacilos que possa cometer. Isso desde que busque continuar a nos fazer bem, claro. Você me encanta e me faz bem. Então é a minha pessoa perfeita.

— Sendo assim você é minha pessoa perfeita também.

— Nossa relação pode ser perfeita, ainda que cheia de erros e acertos?

— Não só pode como deve.

Deitados, apreciando o ambiente confortável de decoração bonita e a luz da lua que refletia ali dentro, eles tiveram mais conversas profundas, talvez um tanto sentido por estarem sonolentos, mas que entenderam bem e significaram muito. Foi assim até caírem no sono agarradinhos, satisfeitos por aquela madrugada.

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➼ Tenda que Jimin preparou com a Katy:


➼ Já estamos indo para a reta final de MPA. Até o próximo capítulo ❤

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