09. Itália parte final
Capítulo 9 - Itália parte final
No segundo dia Jin e Jimin saíram pelas ruas de Milão, explorando e fotografando as belezas que encontravam no caminho.
À tarde encontraram Taemin que foi com eles ao Teatro de Alla Scala. Um dos mais belos e famosos do mundo. Ainda assistiram ao ensaio de uma peça de Shakespeare, admirando a atuação dos artistas - rindo de alguns erros e palhaçadas durante a prática -, os trajes e cenários. Também contemplaram pinturas, instrumentos musicais e retratos de mestres da música da Itália. No final, encontraram uma cafeteria onde experimentaram um shot de café expresso com um pouco de grappa chamado Caffe Corretto.
Eles ficaram batendo papo por horas sobre diversos assuntos, principalmente as experiências de Taemin na Suíça e o que ele perdeu nesse tempo que esteve fora, incluindo o trabalho de Jimin. Além de, claro, o motivo da viagem na Itália que era, para todos, nada mais nada menos que descanso. No meio do falatório, como bons turistas, eles optaram por andar de bonde mais tarde.
Como conversaram bastante, nem viram as horas passando, logo era meia noite e eles foram rumo aos bondes.
Eles circulavam por Milão desde 1876 e nunca deixaram de ser usados. Pela extensão de rede, a praticidade e por iniciar a partir da meia noite, eram uma das melhores formas de locomover pela cidade em horário mais amplo. E os três andaram dos clássicos aos mais modernos, comentando sobre coisas das cidades e rindo de alguma piada, palhaçada ou vacilo que alguém dava. Também apreciando como as coisas ficam diferentes e belas ao passar da noite, mas sombrias de determinado ângulo. Aliás, os irmãos passaram medo em Taemin contando algumas histórias que ouviram sobre bondes e fantasmas, rindo dos sustos repentinos que ele teve durante o passeio.
Já passavam das cinco da manhã quando Jimin chamou os outros dois para dormirem na suíte consigo. Entretanto, não dormiram tão cedo. Fizeram foi aproveitar a banheira com hidromassagem e os sorvetes inusitados, deliciosos, que se encontravam no pequeno freezer que tinha ali. Na verdade, aquele quarto realmente parecia um apartamento, tinha cama, cozinha, banheiro e uma vista maravilhosa da cidade vista do topo.
E na última noite, Jimin e Seokjin fizeram um tuor de sagway pela capital moderna e iluminada de Lombardia, onde puderam ver os arranha-céus da moda, o núcleo financeiro, além de um prédio envolto de plantas.
Eles se despediram de Esther e Taemin, saindo de lá às quatro horas da manhã e chegando às sete em Veneza.
Descansaram, à tarde aproveitaram para passar de gôndola pelos canais com ponto de vista histórico e um tanto romântico. Jin apenas desejou que seu namorado estivesse ali para que apreciassem o passeio grudadinhos.
No dia seguinte, foram até às ilhas coloridas mais famosas da lagoa. O passeio de barco teve um acompanhante multilingue simpático que lhes explicou sobre cada ilha e sua importância.
Murano: há uma fábrica de vidro, viram o interior e também como se fabricam as obras de arte seguindo 8 séculos;
Burano: tem os mais antigos canais, pequenas ruas repletas de casinhas coloridas que os encantaram - assim como foi com os demais turistas -, possuía uma famosa loja de renda que Jimin aproveitou para comprar tecidos para sua mãe mandar fazer peças de roupas depois;
Torcello: A mais antiga ilha, foi um ponto de paz onde desfrutaram do melhor vinho e dos petiscos típicos de Veneza.
Já no terceiro dia naquele estado, dormiram até uma hora, mataram a saudade de Chaeyeom em vídeo chamada, à tarde deram uma volta na cidade do hotel que estavam hospedados - dessa vez juntos, em um quarto mediano - e voltaram a fazer as malas.
Saíram às sete da noite, chegando dez horas em Florença.
Dessa vez, o Vittalle era diferente dos outros, possuía arquitetura vintage, por isso o exploraram. Depois foram para o quarto descansar já que no próximo dia tinham planos de visitar Pisa.
Na cidade de Toscana, Jin se apaixonou por todas as praças e monumentos importantes como Piazza dei Miracoli e sua Torre Inclinada. O Basttitero di San Giovanni. E o alto do Mirante Pizzale Michellangelo.
O loirinho tirou dezenas de fotos que poderiam lhe servir para algum trabalho da sua futura faculdade. E tirou ainda mais quando saíram dessa vista e foram andar pelo Centro Histórico, um verdadeiro museu do Renascimento.
O dia seguinte ficaram no hotel curtindo a piscina e no fim dele foram ao centro de Piazza de la Santa Croce onde conseguiram um restaurante que lhes serviu a famosa gastronomia toscana.
E saindo de Florença às sete horas da manhã, pegaram duas horas de estrada, isto para uma excursão em Cinque Terre. As cidadezinhas rodeadas por colinas e vinhedos que pareciam suspensas entre a Terra e o Mar.
Das cinco, Manarola, Coringlia, Biomaggiorie, Varnazza, eles gostaram mais de Monterosso por conta das extensas praias. Foi lá onde aproveitaram um delicioso almoço e ainda reservaram uma pequena pousada para passar o restante do dia, uma noite e mais um dia.
O próximo e último local a ser explorado foi Roma. A capital. Se Jin apaixonou com a anterior, Jimin amou a essa prometendo voltar sendo que nem havia ido embora. Isto porque apenas viu as ruas e construções de dentro de um ônibus - talvez eles tenham se traumatizado com táxis.
O ator aproveitou a vista exuberante que possuía do último Vittalle que ficavam hospedados para namorar a cidade em que estavam. E junto de Jin aproveitaram também os serviços de quarto com comida e massagens, mais uma vez tirando um descanso para depois explorarem e fotografarem por todo lugar ao qual passassem.
Acordaram cedo, pela primeira vez tirando um tempo para andar e comprar coisas, aproveitando as famosas Via dei Condotti, Via Frattina e Via del Babuino recheadas de lojas para se encherem de sacolas e presentes.
Ao cair da noite, retornaram ao hotel, com dificuldades para carregar os itens. E mesmo cansados por terem andado e feito compras o dia todo, ambos se arrumaram e saíram para curtir a noite ao redor do Panteão onde haviam bares, restaurantes, todos com mesas ao ar livre, recheadas de pessoas batendo papo, se divertindo até tarde. Eles fizeram o mesmo, com pizza, cerveja e sorrisos.
Por volta das duas da tarde seguinte, visitaram o Museu de Roma. E mais tarde finalmente adentraram o Panteão. Edifício que no passado era dedicado às divindades do panteão romano. Ele é um templo construído por volta de 126 d. C, uma das obras primas da arquitetura da capital da Itália. É circular e a cúpula é grande. No centro dela há um óculo que permite a luz natural iluminar por dentro lindamente. E por ali eles também puderam ver tumbas dos reis da Itália e apreciar diversas obras de arte.
No último dia de viagem, foram às Ruínas de Roma. Terminando a noite em frente do Panteão. Mas dessa vez em um jantar no terraço de Piazza della Rotonda enquanto assistiam artistas de rua.
Como estavam comemorando o sucesso do passeio e se despedindo, brindaram e beberam bastante. Talvez até demais visto que, assim que o local fechou, saíram abraçados, caminhando pelas ruas e cantando a música que mais ouviram pela cidade, sendo que mal sabiam a letra.
De repente começou a chover. Ao invés de correrem para dentro do hotel pois estavam em frente a ele, os dois começaram a dançar e rodopiar separados, ainda cantando o hit do momento.
— Jinnie, agora eu estou com sede. — parou, reclamando.
— Bebe a chuva.
— Não tem como.
— Tem sim, olha.
Permaneceu com a boca aberta por um bom tempo acumulando as gotas, porém quando foi beber, se engasgou. O que fez Jimin quase mijar nas calças de tanto rir e Seokjin o acusou de ser um péssimo irmão por não tentar lhe ajudar.
Adentraram o Vittalle embriagados, com o riso frouxo. Não conseguiam se conter perante a nada, menos ainda quando se encaravam, porque tudo parecia insanamente divertido.
— Jinnie. — chamou o moreno ao que caíram desajeitados no colchão.
— O que foi, Chim? — o encarou.
— Gosto da sua companhia. — disse sorrindo lerdo, cutucando a pontinha do nariz dele.
— Eu também gosto da sua. — apertou as bochechas alheias, rindo pela careta om bico que se formou.
— Então não me abandone mais.
— Quando eu te abandonei?
— Você só vive para estudar e para namorar. Eu sinto falta de passar horas com você como fizemos nesses quinze dias. Como sempre foi: nós dois juntos em casa ou fora dela, se divertindo. É muito bom. — falava pelo biquinho, de forma atrapalhada e bêbada.
— Desculpa. Acabei me empolgando com a ideia de primeiro namorado e estou passando do limite com os estudos. Vou maneirar. Faz bem sentir uma saudadezinha e também descansar a mente. Mas você vê se fala logo, hyung. Por que é assim, uhm? Qual o problema de esclarecer o que sente, o que quer? Se ficar quieto só vai remoer tudo sozinho. Você é tão sincero, por que precisa estar bêbado para se abrir e compartilhar seus incômodos, receios, inseguranças?
— Porque dói. Eu não gosto de falar dos meus sentimentos e ver minhas fraquezas. A maioria das pessoas usaram elas contra mim ou as julgaram, o que fez ficar pior. — o bico em seus lábios cresceu.
— Nem todo mundo gosta de manipular ou se divertir com as dores alheias. Entendo que teve decepções, mas você tem que aprender com elas, não se fechar. Temos que desconfiar, tomar cuidado, porque há sim quem não sabe apreciar nosso interior e pode vir a nos machucar, mas há gente do bem também. E aqui estamos falando de mim. Nós crescemos juntos, você me conhece desde quando nasci, acha que sou capaz disso? — ele negou. — Então converse comigo direito. Sempre. Vou entender o seu lado e não vou negar de forma alguma te fazer companhia como você gosta ou ajudar com qualquer coisa. Do mesmo jeito que quando sou eu, você não nega. Porque não somos só irmãos, somos amigos verdadeiros!
— Eu concordo. E posso falar parar de me apertar também? Porque está doendo.
— Não porque eu estou te achando muito fofo com cara de baiacu inflado e amassado. — gargalhou como se tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.
— Jinnie não me ama! Não respeita! Não me ouve! Socorro! — começou a gritar.
— Se eu soltar, você para de drama, baiacuzinho?
— Sim!
— Então você está livre para nadar. — o soltou.
Jimin pulou nele, que desequilibrou e caiu, mas não antes de levá-lo junto.
Espalhado no chão Jin sentiu o moreno lhe abraçar desajeitado pela posição.
— Eu te amo! — exclamou, o dando um beijo no nariz.
— Te amo dois! — retribuiu na bochecha.
Por algum motivo, molhados, agarrados, eles rolaram no chão, em seguida tentaram umas cambalhotas que foram falhas, resultando em outra sequência de gargalhadas.
Dependendo do ponto de vista, excesso de álcool tem seus prós e contras. Com aqueles dois, os prós foram que naquela noite os copos que tomaram os fizeram ainda mais felizes, eles construíram mais momentos idiotas que certamente nunca irão esquecer e ainda, antes de dormirem, deixaram claro o quão gratos estavam por aquela viagem entre irmãos, escrevendo em guardanapos declarações melosas as deram um ao outro.
Mas os contras também vieram. Eles capotaram, dormiram molhados e por conta disso quase perderam o vôo, o que ocasionou em uma correria danada junto do quase-esquecendo-coisas-para-trás e, por conta do atraso, não tiveram como se trocar sendo obrigados a pegarem o avião descabelados, com cara de ressaca e roupas sujas que foram alvos de chuva, giros e cambalhotas no chão do quarto.
— Acho que vamos pegar um resfriado. — comentou o loiro.
— Nah, nós somos alfas fortes. — garantiu o outro. — Você avisou ao Nam hyung a hora certa para nos buscar no aeroporto?
— Sim, mas quando pousar eu confirmo.
— Ainda temos mais de onze horas pra isso. Eu tomei café mas não vi você. Por acaso conseguiu comer antes de vir?
— Não deu tempo.
— Então peça algo. Eu vou dormir. — relaxou na poltrona, fechando os olhos.
Novidades aconteceram nesses dias em que os Park estiveram fora. E uma delas veio de Jungkook que resolveu mudar um pouco, ainda que sua essência continuasse a mesma. Namjoon já sabia disso, afinal, acompanhou de perto. Mas para os outros foi um choque se depararem com ele no aeroporto com mais furos nas orelhas, um piercing delicado no nariz, o cabelo rosa quase vermelho, usando um estilo de roupa diferente constituído por um short preto com estampas de flores na metade das coxas e uma camisa social branca com uma gravata longa deixando a clavícula exposta por conta da gola V junto de uma coleira de couro semelhante a um colarinho.
Mais surpreendente ainda foi o fato dele sorrir explicitamente em direção a Jimin, correr em sua direção e ainda pular em seu colo, o abraçando.
O ator logo o colocou no chão, se afastando por ter noção de estar sujo e também para fitá-lo de cima a baixo.
— Jungkook?
Ficou boquiaberto pois aquele de longe era o ômega que deixou para trás à quinze dias.
🐺
Voltemos a cerca de três dias depois da ligação de Jungkook à Jimin...
Din don. Din don. Din don.
— Estou indo! — exclamou Hoseok, largando as documentações do trabalho em cima da mesa da cozinha e indo até a porta. Ao abrir se deparou com o beta de cabelo azul e rosto másculo, bonito. — Taehyung? O que faz aqui?
Ele estava se preparando desde cedo para ir a casa do amigo e lidar com o fato de estar na presença do ex-professor gostoso, imaginou várias situações as quais se saiu bem e ainda não deixou Yoongi chateado. Porém, em nenhuma delas Jung Hoseok abria a porta sem camisa.
Não conseguiu conter o olhar, o secou de cima a baixo, nem conteve a boca aberta pois todo aquele conjunto de rosto charmoso e corpo levemente definido o deixava fora de si.
Sua boca fechou quando mordeu o lábio, imaginando como seria não só beijar a boca bem moldada mas também passar as mãos e beijar todo aquele torso. Diante dessa reação, o beta ruivo confirmou quem estava afim de si. Sorriu com sarcasmo, cruzando os braços e se escorando no batente da porta.
— Precisa de alguma coisa?
— Ah — saiu do transe ao ouvir a voz serena e intensa lhe questionando algo, não sabia o que, mas também não ia perguntar para não parecer ainda mais idiota — O Suga hyung?
— Ainda não chegou da cafeteria.
— Nós marcamos nossa noite de amigos para hoje, aqui na casa dele. — esclareceu.
— Eu não sei de nada. Mas entra aí. Gostaria de algo para beber?
— Sim.
— Só um minuto.
— Não precisa me tratar como visita. Talvez você ainda não saiba, mas eu sou de casa, sei onde fica a cozinha. — caminhou para lá. Hoseok deu de ombros. É claro que ele era de casa, tinha um caso com Yoongi.
O seguiu para o cômodo, se sentando onde estava anteriormente.
— Por que tem bebidas alcoólicas aqui? — questionou, olhando o mais velho de forma acusadora.
— Não me olhe assim. Yoongi disse que é fácil ficar sem beber quando não se tem álcool em casa, então, segundo ele, comprou para ver a tentação e aprender a se controlar. Ele está buscando se manter firme. — sorriu, sentindo uma pontada de orgulho.
— E vem funcionando? — fechou a geladeira depois de pegar uma caixinha de suco de uva para tomar.
— Às vezes ele para, fica encarando as bebidas, pensando, provavelmente brigando consigo mesmo, e no final pega um leite com morango.
— É bom ouvir isso.
— E você?
— O que tem eu?
— Melhorou na escola? Ou melhor, em matemática? — sorriu ladino, o fitando com atenção.
O azulzinho deu uma risada irônica, mantendo o contato visual.
— Agora que não tenho distrações tudo ficou simples.
— E eu buscando entender o que te levava a ficar tão absorto quando, na verdade, o motivo era eu. — negou, sorrindo sarcástico.
— Sempre foi. — caminhou até a mesa e se debruçou sobre ela, ficando com o rosto próximo ao outro. — E quer saber de um segredo? — perguntou com a voz baixa, um tanto rouca. Hoseok ergueu a sobrancelha, demonstrando curiosidade nos atos alheios. — Desde o primeiro dia em que te vi, prometi a mim e ao Jungkook que beijaria você. — falou encarando a boca apetitosa. — Nem que seja só uma vez.
— Mas creio que não será possível. — riu prepotente, se afastando, escorando as costas na cadeira. — Afinal, você não quer chatear o Yoongi, certo?
— Eu converso com ele antes. Ele vai entender. Você não vai escapar de mim, Hoseok-ssi. — piscou, se pondo de pé.
— Ok. — sorriu amplo ao ter uma ideia. — Eu tenho uma condição.
— Diga.
— Converse sim com o Yoongi. Se ele aceitar me beijar, eu beijo você.
— O que? — soou surpreso.
— Não deve ser novidade pra você que eu esteja afim dele.
Não era mas incomodava ouvir. Só não sabia dizer se queria seu amigo ou o ex-professor somente para si.
— Desde quando?
— Há muito tempo. Eu sempre o notei. Yoongi é como um gatinho ferido precisando de cuidados e eu quero cuidar dele porque, sabe, eu amo gatinhos.
— Devo pensar que veio morar com ele de propósito?
— Foi coincidência. A melhor coincidência que já tive na vida. Agora posso ajudá-lo. E seria bom poder beijá-lo. Então, o que me diz?
O beijo dele valeria o esforço de se sentir incomodado de ciúmes por um dos dois?, pensou Taehyung. Se bem que quis aquilo tanto, por tanto tempo, o desejo se tornou enorme e quase incontrolável. Portanto, foi logo dizendo:
— Eu topo!
— Topa, o que? — Min chegou bem na hora.
— Yoonie! — o beta ruivo sorriu largo, bem mais animado do que o menor se lembrava.
Achou suspeito.
— Já disse pra não me chamar assim. — resmungou, colocando uma caixa contendo cafés na mesa - havia pego para cada um dos rapazes - junto de um saco contendo rosquinhas, logo se voltando para Taehyung. — Topar, o que?
— Ah, hyung. Você está tão fofo nesse moletom amarelinho. — foi até ele, o abraçando pelo ombro. — Muito lindo. Mas está suado. Vamos lá tomar banho? — falou, já o arrastando rumo ao quarto do mesmo.
Muito suspeito.
O encarou com os olhos cerrados.
— O que está rolando, Taehyung?
— Não surta, tá? — segurou o rosto dele, mantendo o foco no seu. — Você sabe que é um dos meus melhores amigos, não é? E é todo meu amorzinho. Meu gatinho de botas.
— Uhm. — estranhou a forma fofa com que o mais novo falava.
— Também sabe que eu sou muito louco pelo Hoseok-ssi...
— Para de enrolar. — ordenou, não querendo se comparar ao moreno e ficar deprimido ao se rebaixar a ele. Não outra vez. Tinha que se libertar desse tipo de pensamento.
— Eu quero muito beijar aquela boca. Muito. Mas eu não quero que você fique mal. Até porque há uma condição no meio e não sei se vai te agradar.
— Não estou entendendo.
— Ele disse que só vai me beijar se você beij-
— Não! — se soltou dele. — Eu não vou beijar ninguém!
Fora de cogitação trocar salivas com quem disputava Taehyung. Aquele maldito engomadinho, lindo, simpático e gentil, que vivia lhe dando atenção e lhe deixando confuso entre gostar dele ou odiá-lo de vez. Se bem que odiar ele era difícil visto que estava lhe fazendo bem e ajudando bastante com sua evolução pessoal.
— Por favor, hyung! É só um beijinho, vai! Você já beijou inúmeras pessoas e-
— E nenhuma era ele! Não é hoje que vai ser! — se fizesse isso sabia que ao invés de continuar evoluindo, ferraria o resto da sua mente, ficando confuso, preso entre dois lupinos. Não queria se foder mais.
— Tá bom. — deu um bico tristonho, se sentando na cama desanimado.
Taehyung nunca foi de ter sonhos, sejam baixos ou altos, ele apenas vive o momento, sem ficar tão satisfeito mas também sem se frustrar, apenas se mantinha a meio termo, lidando com as próprias emoções, não se preocupando com muito pois tinha solução para tudo e curtindo ao lado de seus amigos. A sua maior vontade até então - mesmo sendo boba na opinião de alguns -, que o deixava empolgado e por vezes aéreo, era dar um beijo no professor. Um pequeno sonho. Vendo que não era possível, pela primeira vez se sentiu frustrado. No entanto, acreditava que era momentâneo e ia superar.
Sua expressão sempre o condenava, estava triste como Yoongi raramente chegou a ver e como descobriu não gostar.
— Que merda! Isso é tão importante pra você?
— Seria como realizar um sonho, mas eu devia imaginar que nunca seria capaz de beijar o crush. Ninguém consegue mesmo. Ao menos eu tenho você que me deixa feliz. Eu gosto de te beijar também. — o puxou pela cintura, abraçando e deitando a cabeça no peito dele. Gostava, porém Yoongi não era Hoseok.
— Tá. — se livrou dos braços alheios. — Eu faço isso por você. — afinal, o amava e queria deixá-lo feliz. Se o custo fosse beijar outro cara que ia lhe confundir, pagaria o preço.
O Kim ficou paralisado, boquiaberto, antes que dissesse que não precisava, que Mim deveria fazer o que ele mesmo queria e não se forçar por medo dele continuar chateado por algo que certamente passaria com o tempo, o ômega deixou o quarto e seguiu para cozinha.
— Hyung! — correu atrás dele mas não conseguiu chegar a tempo.
Yoongi já havia se posto no meio das pernas do ruivinho e puxado o rosto dele, colando seus lábios, movendo com fúria.
Hoseok acreditava que ele não ia aceitar aquele acordo visto que tinha raiva de si pelos sentimentos de Taehyung e, justamente por ficar tão enciumado, nunca permitiria uma troca de salivas entre eles, logo o azulzinho teria que superá-lo e mudar o foco de desejo para quem o ama tanto. Seria bom ver os dois se acertarem. Ver Yoongi feliz. Torcia para que acontecesse. Então foi uma grande surpresa quando o menor apareceu do nada e de repente o beijou.
Ele era ousado, destemido, manteve uma pressa que fez aquilo se tornar intenso. Jung não deixou de corresponder, entrelaçando suas línguas e aprofundando o ósculo. O platinado não quis admitir, mas gostou das sensações que lhe dominou, tanto que até alongou por mais tempo.
Taehyung se encontrava novamente paralisado e também surpreso pelo o que sentia... Não estava com ciúmes, com repulsa ou irritação, estava achando bom, quente, peculiar. O que havia de errado consigo?
Yoongi mordeu forte o lábio inferior do outro que apertou sua cintura a qual nem havia notado que estava sob as mãos dele, assim como sequer percebeu quando largou o rosto e passou a segurar os ombros do mesmo.
Afastou bruscamente, bagunçando os fios claro e encarando Taehyung que olhava em uma espécie de choque.
— Já cumpri minha parte. — disse um tanto ofegante, com os lábios vermelhos e inchados, caminhando para longe.
— Onde vai? — saiu do transe, o questionando.
— Tomar meu banho, pois como você falou, eu estou suado. — sorriu cínico, saindo ali.
— Acha que ele vai ficar bem? -— Kim perguntou a um Jung que estava em um estado de choque não muito diferente.
— É o Yoongi, claro que ele vai surtar. Mas creio que não tanto porque está empenhado em se controlar. — levantou, se aproximando.
— Acho melhor ir vê-lo.
— Sim, mas antes… — o trouxe para si. — Trato é trato.
Dito isso, colou suas bocas, movendo com calma, capricho, causando um desejo ainda maior no interior alheio. O beta mais novo suspirou, retribuindo intenso, com toda a vontade que guardou um ano inteiro e mais um pouco porque, porra, ele beija bem demais. Gostoso demais. Sensual demais. Será que Suga sentiu o mesmo?
Ao lembrar dele, se afastou. No entanto, encarando o rosto bonito ao qual sempre admirou, acabou por sorrir porque a realização de seu sonho foi conquistada e isso trazia uma satisfação surreal, assim como uma grande felicidade. Teria aproveitado mais o momento, da sensação, se não tivesse preocupado com o amigo.
— E-eu vou ver como o Suga hyung está.
— Faça isso. — sorriu de leve.
Seria mentira se Yoongi dissesse que estava bem. Suas mãos tremiam, seus lábios formigavam, o coração estava acelerado, e os pensamentos completamente bagunçados.
— Porra! — começou a andar de um lado para o outro no quarto, buscando ignorar o que sentiu e também esquecer que Taehyung estava lá embaixo beijando o mesmo cara, o idiota que agora complicou sua vida. — Eu não vou pensar nisso, não vou surtar por isso, não vou. — começou a dizer como se fosse um mantra. — Ah, droga. Eu preciso relaxar!
Tirou a roupa, pegou o celular, e seguiu para o banheiro, ligando a torneira da banheira em uma água morna e em seguida escolhendo uma playlist de instrumentos musicais suaves para ver se desestressava.
Deixou o celular na pia e se colocou dentro da água que aos poucos ia subindo. Fechou os olhos, não focando em nada que não fossem os sons melodiosos. Acabou afundando, sentindo os movimentos da água em seu corpo e curtindo a leveza.
No instante seguinte Kim chegou na porta, se assustando ao ver o amigo imerso, tirando uma conclusão precipitada.
— Yoongi! — este levou um baita susto com o grito de Taehyung, se debatendo e no processo engolindo o líquido, acabando por se engasgar.
O beta correu até si de imediato, lhe segurando e batendo em suas costas, ainda tossiu algumas vezes até olhar para o dongsaeng e enchê-lo de tapas.
— Ai! Ai! Por que está me batendo?!
— Você quase me matou de susto! Literalmente!
— Eu estava te salvando! Você que estava tentando se matar!
— Ele, o que? — questionou Hoseok que também havia decidido ver se Yoongi estava bem, ainda mais depois de ouvir gritos.
— O que? — gritou, incrédulo. — Larga de ser idiota! Eu não estava tentando nada disso!
— Então por que a água está transbordando com você embaixo dela? E qual é a dessa música melancólica esquisita tocando?
— São sons de instrumentos para eu me acalmar, eu estava mergulhado apreciando a água e não notei que a torneira continua aberta! — a fechou, levantando dali irritado e se cobrindo com uma toalha.
Din don.
— Vão lá, deve ser o Jungkook. Daqui uns minutos eu vou pra sala. — os empurrou para a saída. — Preciso de um tempo em paz. — bateu a porta na cara deles. — Agora essa é boa. Me matar por conta de dois machos. — riu ríspido. — Nem em sonho!
— Por que estava gritando com ele? Sabe que o Yoongi é sensível. Tem que conversar com calma.
— Eu estava muito preocupado e ver ele naquela cena me deixou desesperado, pensei logo no pior.
— Ótimo, tenho dois pessimistas em casa. — abriu a porta, deparando com um Jungkook pensativo e um tanto para baixo. — Agora são três.
O mais novo o encarou com a confusão estampada na face.
— Pode entrar, Jungkook. O Yoongi está se recuperando e o Taehyung precisa de um ombro amigo. — deu passagem para ele, deixando os dois a sós, retornando ao seu trabalho afim de terminá-lo logo para que no dia seguinte ficasse de folga.
— O que aconteceu, Tae hyung? — sentou ao lado dele no sofá.
— Ah... Eu só me assustei com o Suga hyung dentro da banheira… Meio que desesperei ao ver que ele estava quieto debaixo da água, mas ele só estava curtindo ela e ficou irritado por eu ter o assustado e também por ter insinuado coisas.
— Ainda estou irritado. Taehyung, você é paranóico. Um paranóico exagerado. — disse o platinado, aparecendo por ali. — Mas, e você, Kook? Por que está com essa carinha?
— Não é nada.
— Nós te conhecemos, bebê. Até o Hoseok-ssi percebeu que você está desanimado.
— É que... Uhm... Vocês sabem que eu estou, tipo, muito interessado no Jimin. E essa semana aconteceu algo que me abalou, mesmo eu não querendo, e agora não paro de pensar sobre.
— E o que aconteceu? — perguntou o ômega.
— Ele estava em um threesome.
Sexo a três.
A menção fez seus amigos encararem Hoseok que captando a conversa piscou pra eles. Os dois viraram o rosto, acabando por se encarar e arregalar os olhos. Pensando de súbito: não, sem chances.
Taehyung pigarreou, se pronunciando.
— Se sentiu mal com isso?
— Está apaixonado por ele? — acrescentou Min.
— Eu pensei bastante nesses dias e descobri que não. Ainda não tivemos tempo para desenvolver algum sentimento além de atração, sabe? Mas me interesso por ele. Meu lobo sente que o quer. Eu g-gosto dele, ao menos do que me mostrou ser até agora. Sempre o vi em ação e gosto, não me importo com quem esteja, mas quando vi ele junto daquele casal, bem junto, com eles parecendo ter tanta intimidade, eu me senti incomodado na parte emocional da coisa. — suspirou. — Eu fiquei com inveja e querendo que fosse eu ali. Só que ele é solteiro, não temos nada então longe de mim lhe cobrar algo. Eu nem queria ter sentido nada mas senti, quis desligar a ligação e nunca mais falar com ele.
— Foi o que você fez?
— Não, Suga hyung. Cedi ao lado competitivo que acabou tirando o foco dos outros e fazendo ele dar atenção somente a mim, como eu queria. Talvez se eu ouvisse dele ou de alguém depois que passou essa aventura, acho que não me afetaria tanto, o problema foi que vi a cena. Foi bem diferente da atuação, como disse, eles tinham intimidade. Aquilo foi palpável de tão real e ele parecia estar gostando. Também estava em seu direito de alfa descomprometido mas, ah, não sei, para mim se tornou uma situação chata. Eu sinto que não devia estar com esse incômodo, só que não consigo controlar. Vocês vão brigar comigo?
— Claro que não! — disse Kim. — E não precisa ficar se martirizando, Kook. É normal que se sinta mal, você o quer e, bem, lupinos são falhos, por vezes egoístas, quando querem, tem a mania de ansiar só para si. Está tudo bem. Do mesmo jeito que ele tem o direito de pegar quem quiser, você tem o seu de ficar mexido com isso.
— Você só não pode chegar nele tirando satisfação, cobrando uma fidelidade que vocês ainda não tem, ou socar os outros dois como eu fiz com você e me arrependo. — disse o hyung, um pouquinho mais maduro sobre o assunto.
— Eu compreendo. Mas o que devo fazer para parar de remoer, para fazer essa sensação ruim ir embora?
— Por que não muda o foco de "ain deveria ser eu mas não era" pra "vou conquistá-lo pra ter atenção dele só prq mim"? Investe nele. — sugeriu Taehyung.
— É verdade. Se você não gosta que Jimin saía com outros fora do trabalho, mostre a ele como é bom estar apenas do seu lado.
— Como sabe se vai funcionar?
— Se ele tem consideração por você, irá entender. — disse Yoongi, mirando o outro amigo e mandando a indireta. — E se gostar nem que seja um pouquinho, ficará disposto a te dar uma chance.
Jimin tinha muita consideração para ser usada, porém, tinha em mente que sua relação com Jungkook mal começou. Ainda não sentia um envolvimento maior, no máximo cogitava o início de uma amizade talvez com benefícios, por isso, continua fazendo as coisas que normalmente fazia, sem preocupações, sem saber do interesse alheio de levar aquilo adiante de maneira séria.
— Ou todas as chances. — Kim mordeu o lábio.
O castanho olhou de um para o outro. Eles pareciam estar escondendo algo e conversando sobre esse algo debaixo de seu nariz.
— O que está acontecendo aqui?
— Não é nada. — o beta sorriu forçado. — Vamos voltar a você, depois resolvemos esse assunto.
— Uhm... Tudo bem. — concordou, desconfiado. — Eu não sei se dará certo. — coçou a nuca. — Como eu conquistaria o Jimin? Ele é dez anos mais velho e perto dele não passo de um ômegazinho ingênuo.
— Nós conquistamos alguém sendo nós mesmos. — afirmou Taehyung.
— Ah, mas o que ele poderia ver em mim? Não tem como ele gostar de um nerd, bobo, recém maturado que não sabe nada da vida e vive deixando a timidez controlar. Inclusive, nunca fiquei tão irritado com uma coisa na vida. Essa merda só me trava, atrapalha tudo, que ódio!
Bufou, se jogando no sofá. Havia lembrado sobre seus ataques de vergonha perante ao moreno e não apreciou nenhum deles. Queria tanto ser mais solto, mais confiante, podendo dá-lo momentos legais, alguns íntimos, de fato o conquistando, o fazendo ter olhos somente para si.
— Está sendo pessimista como o Yoongi. — intrometeu Jung, levantando e indo até eles. — Existem opções. Que tal se conhecer primeiro e depois deixá-lo te conhecer de verdade? Fazer um exercício de pensar que você é confiante até se tornar um? Porque tudo o que você repete em sua mente constantemente, você se torna. Então que tal passar a pensar, acreditar, que você é mais do que isso? No final, não que você precise mas, caso queira, pode até dar um up na aparência mudando o estilo ou, sei lá, fazer coisas que te façam sentir mais atraente e poderoso. Desse jeito ficará mais fácil de você ser você de verdade, de deixar que esse tal Jimin te conheça e se encante.
— É uma boa ideia. — afirmou um Taehyung surpreso com a sugestão bem elaborada.
— Eu gostei também. — Yoongi sorriu, certo de que o ex-professor tinha os melhores conselhos.
— Eu topo! — exclamou, empolgado. — Por onde começo?
Os meninos deram de ombros, não sabiam exatamente, encararam o mais velho que sorriu, lembrando de inúmeras coisas que lhe foram ensinadas e passando para ele.
— Ah, eu não sou um profissional, mas imagino que deva começar treinando perder sua timidez. Encontre a raiz dela e a corte. Passe a observar as pessoas ao seu redor, como elas interagem, tenta conversar com estranhos em qualquer lugar ou falar dos assuntos que você foge quando está entre amigos, se induzindo a pensar diferente na hora das crises. Também pode experimentar coisas novas, principalmente se você quer muito, sem pensar no que os outros vão achar, até porque você não deve nada a ninguém, a vida é sua. Não deixe que nada te impeça de se libertar e ser melhor para si. — piscou.
— Parece bom, mas difícil...
— Nada é fácil, é um exercício contínuo que inclusive eu tive que fazer a alguns anos. Pode não conseguir nas primeiras vezes, porém é só não perder a fé, ser positivo e ir tentando. Você verá que é bom olhar para seu interior, se permitir aprender, crescer, e é mostrando sua essência, se conhecendo e dando liberdade para Jimin te conhecer sem a vergonha que ele vai poder gostar ou não de você.
Jungkook não conseguiu responder pois havia absorvido tudo com intensidade. Apenas conseguiu sorrir, grato. Certamente iria tentar, afinal, não tinha nada a perder.
— Nossa... — Taehyung encarou o beta ainda mais surpreso que antes. — Onde aprendeu a dar conselhos assim?
— Minha avó foi terapeuta por muitos anos. Aprendi com ela praticamente tudo o que sei. — sorriu orgulhoso.
— E aprendeu muito bem, você tem algo que cativa e inspira a gente. — comentou Yoongi, indo até a cozinha, trazendo a caixa que pegou no trabalho, abrindo e colocando em cima da mesinha de centro. — Eu trouxe frappuccinos gelados que aprendi a fazer. Também tem rosquinhas. Baunilha para Jungkook, chocolate para Taehyung, morango para mim e leite condensado para Hoseok. — distribuiu.
Eles agradeceram, comendo e bebendo ao passo que conversavam sobre o trabalho de Yoongi. Era tranquilo, gostava de deixar os clientes alegres, tirando os que eram chatos, fora que Jiyeon estava sempre o ajudando com as coisas que ainda não sabia.
— Parece legal. — disse Jungkook.
— Falando em trabalho, por que você saiu da escola, Hoseok-ssi? — questionou Taehyung.
— Eu recebi uma proposta do banco, foi praticamente irrecusável, é menos horas de trabalho, menos estresse, uh, talvez não menos estresse porque não há serviço sem isso, mas o salário compensa mais então oficialmente mudei de área.
— O que você é agora? — continuou.
Yoongi apenas observava os dois interagirem, colocando em sua mente que não precisava dar chilique por isso, afinal, era só uma conversa.
— Contador.
— Não sabia que era formado em contabilidade. — comentou o castanho. — Aliás, quantos anos você tem?
— Eu tenho vinte e quatro. Me formei a pouco tempo então dava aulas de matemática ao invés de exercer a profissão de fato. — deu de ombros. — Yoonie, estava tudo uma delícia. Mas agora eu vou voltar pra lá porque preciso terminar umas coisas ainda hoje.
— Claro. — disse, o vendo se retirar.
Taehyung se perguntou o porquê de Yoongi tê-lo permitido chamá-lo assim se mais cedo brigou com ele por isso. Será que foi pelo beijo? Ele gostou? Pode ter ficado afim de Hoseok também? E se o hyung passar a gostar dele e não mais de si?
— Por que está me agarrando? — o menor franziu o cenho pois Kim o selou sendo que não costumava ficar trocando carícias consigo na frente de Jungkook ou qualquer outra pessoa.
— Fala a verdade. O que está acontecendo? — questionou o dongsaeng.
— Vamos para o quarto. — intimou Suga.
Lá dentro, virou para o beta, perguntando:
— Kook é nosso amigo. Posso dizer a ele, né? — recebeu um assentir. — Você já sabe que eu gosto do Tae, mas eu tenho motivos para isso.
Contou tudo desde o princípio a um Jungkook que ia se chocando cada vez mais com a história. Ao terminar, tanto Yoongi quanto Taehyung o olhava, esperando ele choramingar que todo mundo lhe escondia coisas, no entanto, o ômega se manteve em silêncio.
— Diz alguma coisa. — pediu o azulzinho, temendo a reação dele.
— Tudo bem. Eu aprendi e até comentei algo parecido com o Jimin, tem coisas que são particulares e demoram tempo para serem ditas ou nem mesmo são faladas. Nem tudo se trata de mentira. Às vezes só não estamos confortáveis para nos abrir, para comentar um fato da vida, e isso é um direito de todos. Ninguém tem a obrigação de deixar a vida pessoal um livro aberto a todo momento. Somos amigos, eu tenho que entender o lado de vocês, ainda que eu ache que vocês se pegando é algo importante a ser mencionado pra mim.
— Whoa! — exclamou o hyung. — Quando foi que você largou as fraldas? — brincou.
— Quando sua mãe te fez largar as suas. — deu língua.
— Mas, falando sério, estou admirado.
— Eu também. — Kim sorriu. — Você mostrou bastante maturidade, bebê.
— Estou crescendo. Acho que nem vai ser tão difícil descobrir novidades sobre mim e me empenhar na mudança porque sou bom em aprender as coisas. Talvez seja um pouquinho complicado na prática mas creio que vai dar tudo certo.
— Concordo plenamente. Eu também estou em processo de evolução. — comentou o platinado. — Apesar de passar um pouco mal por conta da abstinência, estou conseguindo me manter fora do álcool. Fora que estou buscando me controlar mais, diminuir o temperamento explosivo, ficar relaxado. Ainda não estou cem por cento, nem sei quando vou ficar, mas já é alguma coisa, né?
— Claro que sim! Estou orgulhoso. — o beta lhe abraçou, selando o pescoço.
— Eu também. — Jungkook sorriu.
— Obrigado. Mas saibam que eu não vou ficar tocando no assunto, tá? Estou focado em resolver eu mesmo e se não der, vou fazer terapia.
— Certo. — concordou Taehyung. — Agora vamos dançar?
— Assim, do nada? — perguntou o mais novo.
— Sim! Eu estou com vontade e é o que fazemos quase toda reuniãozinha, só que dessa vez não tem bebidas e não aceitamos o Jungkook tímido aqui!
— Boa! — Yoongi sorriu.
— Tudo bem. Vamos lá!
Eles colocaram músicas legais que os fizeram dançar até não aguentarem ficar em pé, sendo que no meio disso brincaram pulando na cama e guerreando com travesseiros. Também fizeram penteados engraçados uns nos outros e deixaram espalhado por todo lado caixinhas de leite de morango junto de saquinhos de batatas fritas.
Tomaram uma ducha rápida para tirar o suor e, cansados, se jogaram na cama onde assistiram alguns episódios de Boku no Hero Academia. No fim dormiram em uma bagunça de braços e pernas que, certamente, junto dos movimentos dançantes que fizeram, os dariam mais dores no corpo ao amanhecer. Mas valia a pena.
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