09. Itália parte 1
➼ Passeios baseado nas rasas pesquisas do google pois a autora nunca foi na Itália. Desculpem se os lugares que na história sequer ficam próximos ou algum detalhe não fizer sentido como a tradução. Aliás, as frases em itálico são as traduções do que estão falando em italiano;
➼ Lembrando que os Jikook até então não tem uma relação hein;
➼ Boa leitura!
· · • ⊱✿⊰ • · ·
Capítulo 9 - Itália
Jimin andava calmamente para o portão de embarque quando teve a sensação de que lhe chamavam, pensou ser algo de sua cabeça então continuou a caminhar. Entretanto, a voz pareceu cada vez mais alta e insistente. Quando olhou para trás, em meio a alguns lupinos pôde vê-lo se aproximar rapidamente, todo afobado e atrapalhado.
— Nem acredito que cheguei a tempo! — a voz sedosa estava entrecortada e ofegante pela correria.
— Jinnie? — ergueu a sobrancelha. Seu irmão estava na casa de Namjoon fazendo com que Jimin deixasse um beijo para ele com a mãe. Imaginava que ele fosse se contentar com isso, não que corresse atrás de si no aeroporto. — Veio pegar o beijo?
— Que beijo o que, hyung. Eu vim porque vou viajar com você, vamos. — o empurrou, visto que a moça na porta do embarque os aguardava.
Surpreso, o moreno apenas passou, adentrando no ônibus que levaria os passageiros até o avião, e se sentando ao lado dele.
— Você não ia para um retiro de estudos?
Jimin tinha comprado duas passagens de ida e volta, mas todos aos quais chamou mostraram ter algo para fazer. Jungkook tinha escola, Namjoon muito trabalho, Chaeyeom estava passando uns dias com sua avó Nari, e Seokjin estava focado nos estudos, ansiando passar no vestibular de arquitetura, tanto que ia entrar em um retiro a fim de se dedicar ainda mais. Agora parece que seu irmão tinha outros planos. Estava curioso do porquê.
— Sim, eu ia. Mas eu sei que você gosta de compartilhar momentos e, mesmo que não admita, odeia se sentir só. A mamãe me fez ver que estou me esforçando excessivamente e que é necessário um descanso. Fora que não estamos passando muito tempo juntos, justo por eu estar focado em estudar e usando o tempo livre para mim mesmo ou para namorar, sinto saudade de fazermos algo nós dois. — seria mentira se o alfa de olhos azuis dissesse que não se sentiu comovido. — Também eu vou poder analisar as construções da Itália. E, claro, você está pagando tudo, né? — acrescentou com bom humor, o fazendo rir.
— São belos motivos. — sorriu, feliz pela companhia que teria nessa jornada.
🐺
Após longas doze horas, eles desembarcaram em Milão.
— Nossa, eu estou em choque com a beleza aqui! — exclamou o loirinho, arrastando suas malas ao lado o outro que argumentou:
— Nós estamos no aeroporto.
— Até o aeroporto é lindo!
Jimin riu, no entanto, também concordava com esse fato.
Caminharam para fora, podendo ver a ambientação das ruas que estavam movimentadas naquela manhã. O ator encontrou um táxi branco aparentemente sem passageiros e foi até ele, se deparando com um lupino de bigode e expressão malandra, o dando bom dia e perguntando se ele podia levá-los ao hotel Vittalle.
— Buongiorno. Puoi portarci all'hotel Vittalle?
— Sì, metti i bagagli nel bagagliaio. — da janela, entregou as chaves que Park usou para abrir o porta malas e colocar as bagagens lá dentro como lhe indicado.
— Desde quando você fala italiano? — questionou Jin, o ajudando.
— Pretendia fazer essa viagem a meses, então estudei um pouco.
— Você fala bem.
— Grazie! — sorriu, agradecendo.
Fechou o porta malas do carro, indo até o homem e o devolvendo as chaves. Assustando quando, inesperadamente, o automóvel arrancou.
Jimin e Seokjin se encarnaram, boquiabertos, sem acreditarem que o cara simplesmente começou a ir embora com suas coisas.
— Eu ainda estou dormindo no avião ou ele está mesmo fugindo com as nossas malas? — questionou o dongsaeng pausadamente, ainda incrédulo.
Percebendo que estava acontecendo, o outro correu até o meio da rua, gritando para ele voltar:
— Ragazzo, torna qui! — mas lupino do bigode lhe encarou pelo espelho e deu tchau, pisando no acelerador. Ele claramente não iria voltar. — Siamo stati derubati! Chiama la polizia! — não parava de repetir que estavam sendo roubados, para chamarem a polícia, atraindo os olhares dos nativos e turistas que passavam por ali.
— Olha lá! Uma viatura! — Jin apontou. Jimin o arrastou até lá, adentrando o banco de trás enquanto mandava o casal de policiais seguir aquele táxi.
A frase feita pegou os oficiais de surpresa, o macho que estava no volante agiu rápido, a tempo de manter o outro veículo a vista. Sorte que o taxista ladrão parou em seguidos semáforos o que lhe deu atraso e permitiu que ficasse sob olhares mesmo que um pouco distante.
A fêmea não demorou a perguntar o que exatamente havia acontecido e, após Jimin explicar com seu adorável sotaque, esclareceu que eles estavam na cola do alfa a semanas por estar sempre enganando e roubando turistas.
— Spero siete possano catturalo. — disse o ator.
— O que ela disse e o que você respondeu? — murmurou o rosado, curioso.
— Eles estão seguindo esse cara a semanas, ele anda roubando os turistas. Eu falei que espero que consigam pegá-lo.
— Olha, eu também espero porque trouxe meu notebook com todos meus arquivos de estudo e outras coisas. — riu nervoso.
— Que outras coisas, Park Seokjin? — deu um sorriso insinuante.
— Eu não sou obrigado a resp-
Não conseguiu terminar de falar porque o policial fez uma curva repentina, o jogando contra a porta e seu irmão contra si.
Ao retomarem as posições anteriores, notaram que a fêmea conversava através do rádio dando instruções a demais viaturas enquanto eles passavam por uma rua vazia, praticamente voando, perseguindo o carro como em um filme de ação.
— Que loucura! — exclamou Jimin, sentindo a adrenalina lhe invadir ainda mais.
— Oh, meu Deus! Nós vamos morrer! — choramingava Seokjin a cada virada brusca, segurando firmemente no apoio da porta.
A correria demorou quase dez minutos, porém, para eles pareceram no máximo dois visto que tudo parecia acelerado demais.
Quatro viaturas encurralaram o táxi em um beco, obrigando o alfa a se render, assim aconteceu a prisão.
Por sorte os Park ficaram bem e recuperaram suas coisas. Eles agradeceram os envolvidos e Jimin até ousou pedir uma carona que foi atendida pelo casal policial que os ajudaram naquela confusão.
Já na porta do hotel, os dois se encararam, não demorando a cair na risada pela situação ridícula. Mal chegaram e passaram por uma dessas, o destino só podia estar de brincadeira.
Então analisaram o edifício. Ele era luxuoso, enorme e parecia bem caro.
— Tem certeza que podemos ficar em um hotel desses? — o alfa loiro estava hesitante.
— Sim. Estou cobrando um favor de alguém.
— Hotel Vittalle. — pronunciou, olhando a bela e enorme fachada. — Por que esse nome não me é estranho?
— Porque é o sobrenome da Esther. — falou simples, adentrando o local.
— Como é? — exclamou surpreso. — É uma coincidência, certo?
— O pai dela é o dono. — explicou, indo até a recepção e conversando, deixando um Jin boquiaberto para trás.
Não demorou a pegar os cartões dos quartos, dando um para o irmão e ficando com o outro, seguindo pelo amplo hall até o elevador.
— Pode me explicar essa história direito?
— Depois que a mãe dela morreu, ela foi atrás do pai, que descobriu ser o italiano dono dessa rede de hotéis. Ele quis que ela viesse viver em Milão, mas Esther gosta de liberdade e gosta de dançar pole dance, coisas que ele não entende. Então eu a ajudei a ficar em Busan fingindo ser seu namorado. Agora ela pode dançar no clube e fazer o que quiser da vida. De vez em quando ele aparece e fingimos ainda estar juntos. Por isso fala que tem uma dívida eterna comigo. Eu nunca cobrei nada, mas pedi para que arrumasse um quarto para gente nas cidades que passarmos pela Itália e aqui estamos nós.
— Entendi e agora percebi o porquê dela ser tão louca por você.
— Por que?
— Porque você é tipo um herói. Ela é tão grata e gosta tanto de você que te deu a suíte principal. — apontou para o cartão dourado que estava na mão dele que arregalou os olhos, checando item ao qual sequer havia prestado atenção.
— Ela pode até ser grata, mas eu a conheço há anos, Esther não gosta de mim, não romanticamente, só quer minha atenção. Quando bate a carência fica sim querendo me namorar, porém não daria certo. E no fundo, ela sabe.
— E você continua nisso por que?
— Porque a gente não se julga e se dá bem na cama. — rolou os olhos ao ter que repetir a mesma coisa de sempre.— Vamos deixar suas coisas no seu quarto, depois deixamos as minhas e seguimos para o restaurante, porque, não sei você, mas eu estou faminto.
Jin concordou e assim eles fizeram. No entanto, ao adentrarem a suíte, tiveram uma surpresa.
Lá estava Esther, atualmente loira, usando um vestido vermelho sexy, sentada na sacada esbanjando beleza e ego. A mesma sorriu quando viu Jimin, veio até ele lhe agarrando a nuca e beijando seus lábios, ocasionando uma careta de Seokjin.
— Buongiorno, mio amore. — desejou bom dia em um tom sensual. Na verdade, ela no natural esbanjava sensualidade.
— Eu não gosto que me chame assim. Eu não sou seu amor. — resmungou. — E o que você faz aqui?
— Poxa, é desse jeito que você agradece minha recepção? — fez uma falsa cara de ofendida.
— Não estava te esperando aqui. — olhou ao redor. — E que quarto é esse? Parece um apartamento. Seu pai te deixou reservar algo assim para mim?
— Você merece.
— Eu pedi um quarto simples só para o Jin e eu dormir.
— Você não gostou? — fez bico.
— É um exagero.
— Tá bom. Dá próxima você escolhe. Sabe que eu posso te dar tudo o que quiser. — sorriu, egocêntrica.
— Eu tenho uma pergunta. — Jin se intrometeu. — Está seguindo meu irmão?
— Pra que eu faria isso?
— Vai saber, né.
— Me sinto ofendida. Meu pai mora em Milão. Eu já estava aqui. Jimin só me avisou as cidades que ia passar para que eu reservasse os hotéis, não sabia que ele viria direto para o que eu estava. — falou séria, realmente se sentindo insultada pois era louca por aquele moreno mas também não é pra tanto.
— Melhor assim. — afirmou.
— Mas já que eu estou aqui e você está aqui… — voltou a olhar o ator, sorrindo sugestiva — Que tal nos divertirmos? — acariciou o peitoral dele.
— Me desculpe. Estou com meu irmão nessa, se for me divertir será com ele e sem o contexto sexual. — explicou.
— Estamos com fome agora, tchau. — acrescentou o dongsaeng, passando o braço ao redor do pescoço de Jimin e andando ao seu lado até saírem da suíte.
Eles tiveram uma refeição gostosa. O nome do prato era Cotoletta Alla Milanese. Um bife de bisteca com osso, empanado e frito na manteiga, ao qual pediram com salada, batatas fritas e rodelas de limão. E o famoso tiramisù, uma sobremesa feita de queijo mascarpone, biscoito champagne, vinho tipo Marsala, polvilhadas com cacau em pó e café que é o sabor predominante.
Após degustarem, deram uma volta pelo deslumbrante hotel, então retornando à suíte - agora vazia - onde aproveitaram a enorme e confortável cama e o controle que descia as cortinas pelas amplas janelas para descansarem.
Jimin despertou por volta das sete e alguma coisa com Esther batendo na porta.
— Diga. — passou a mão no cabelo afim de ajeitar os fios, a fazendo suspirar porque o alfa é tão sexy.
— Eu sei que você quer aproveitar a viagem com o seu irmão, mas vem me ver hoje a noite. — entregou uma reserva.
— Nos vemos lá. — com essa confirmação ela sorriu animada, dando um aceno, indo se preparar para o show de mais tarde. — Jinnie, levanta essa bunda daí e vá se arrumar! — deu um tapa nas nádegas dele que resmungou um "por que?" sonolento. — Porque vamos sair. Anda!
Ele o fez, a contragosto, pois estava em um soninho gostoso. Mas dali a um tempo não se arrependeu, afinal, o destino era Maison Milano onde, além de lindo, possuí diversas atrações.
Enquanto jantavam pratos excelentes as apresentações foram se seguindo, indo de bailarinas, show de mágica, música ao vivo, até um espetáculo de cabaré com teatro, muita dança e acrobacias.
No final, foi a vez de Esther.
A ômega loira estava sozinha, uma música envolvente começou a tocar, a incentivando a dançar ao redor e depois em cima do pole, trabalhando os músculos ao passo que esbanjava sua sensualidade.
Sua roupa consistia em um cropped que envolvia o pescoço e um short que mais parecia uma calcinha. Eram confortáveis, lhe davam movimento e deixavam à mostra muitas partes de seu corpo bem moldado.
Ela girava com graciosidade, tanto no chão quanto no cano, e conseguia se mover, dançando com habilidade, até quando estava de cabeça para baixo. Também abusando sempre de uma boa flexibilidade, se dobrando toda ou se abrindo.
— Wou! Ela manda bem nisso! — comentou Jin, perplexo com a aptidão da fêmea. — Olha lá, eu não consigo fazer espacate nem normal, imagina no ar, de cabeça para baixo?
— É incrível a elasticidade que ela tem. — mordeu o lábio, continuando a apreciar aqueles movimentos elaborados no pole dance.
Não demorou para que o show terminasse e como todas as performances que ali tiveram, Esther foi agraciada com o clamor do público. Ela sorriu, se curvou e deixou o palco, indo para sala que estava anteriormente para poder se trocar.
A ruiva que anunciava os shows disse que agora o DJ tocaria até a última pessoa parar em pé, foi assim que muitos levantaram, buscando a pista para começarem a dançar.
— Vamos ao bar? — chamou o mais velho, vendo o outro assentir e ir junto. — O que vai querer?
— Esse tal Garibaldi. Ele é bonito. — mostrou no menu o drink laranja enfeitado com uma pequena rodela da fruta, ele era feito do suco dela misturado com Campari.
JJimin optou por um Negroni contendo três ingredientes principais: Campari, Vermut e Gin.
Ao terminar de fazer o pedido, puxou um dos bancos altos para se sentar ao lado do loirinho, nisso um lupino apressado esbarrou em si. A surpresa tomou a face de ambos quando se encararam.
— Jimin?
— Hyung?
Disseram quase ao mesmo tempo, incrédulos, afinal, haviam anos que não se viam e não esperavam de forma alguma se reencontrarem logo naquele local. Os dois eram amigos na adolescência e foi com o beta de cabelo cor mel que Jimin passou os primeiros cios. Eles eram muito próximos, mas perderam o contato depois do Lee ir fazer faculdade na Suíça.
— Quem é esse? — perguntou Jin, os acordando do transe.
— Lee Taemin. Nós fomos muito amigos. Ele ia direto lá em casa e você morria de ciúmes, não se lembra?
— Ah! Vocês dois nunca brincavam comigo. Só ficavam trancados no quarto. — eles se entreolharam, dando sorrisos insinuantes. — Não me digam que...
— Pois é. Eu foi o primeiro ficante do Ji. — ele gabou. — Falando nisso, como vai o seu coraçãozinho?
— Fechado. — riu.
— O meu foi arrebatado com sucesso com a loira do pole dance. — colocou a mão no peito, exagerando na expressão de dor. — Inclusive estava andando rápido para não perdê-la de vista, mas já foi.
— Que coincidência. Ela é uma amiga do Chim. Bem íntima por sinal.
Taemin o soltou só para segurá-lo pelos ombros.
— Você está com ela?
— Sem compromisso.
— Ela é linda e dança bem demais. Você tem que me apresentar! Faz ela ficar comigo? Por favor! Eu nunca te pedi nada! — o chacoalhou, eufórico.
— Calma. — riu, pegando as mãos dele. — E não seja mentiroso, você já me pediu muitas coisas. — expressou safadeza no olhar.
— Ah, mas foi a muito tempo, nem conta mais! Jimin... — manhou, fazendo uma carinha pidona sabendo que ele tinha um fraco por isso. O ator riu.
— Eu posso tentar, só não garanto nada.
— Ela é meio obcecada no meu irmão. — Jin fofocou.
— Pois eu posso fazê-la deixar de ser. — sorriu confiante.
— Nisso eu devo concordar. Devia ser pecado resistir a você. — falou o Park com uma cara sem vergonha. — Aliás, nem parece que já chegou nos trinta. Está muito bem. — mordeu o lábio depois de secá-lo descaradamente.
— Obrigado. Você também está maravilhoso. E bem mais musculoso do que eu me lembrava. — apalpou o bíceps dele.
— Tenho que me manter. Meu trabalho envolve muito meu corpo.
— Você é modelo, fisiculturista ou prostituto?
— Nenhum. — riu.
— Ele é ator de filmes adultos. — falou o mais novo, entregando a bebida que havia chegado para Jimin e ficando com a sua. Provou, notando que acertou no pedido já que ela era uma delícia.
Taemin ficou boquiaberto, não pôde dizer nada porque o moreno apontou para trás dele.
— Lá está a sua tigresa.
— Linda, mas porque tigresa?
— Se você tiver sorte, mais tarde vai descobrir. — piscou, dando as costas e seguindo até Esther que sorriu, lhe envolvendo o pescoço como gostava de fazer.
— Quem é o bonitão conversando com Seokjin?
— Lee Taemin. Um antigo amigo. Ele está doidinho por você. Topa?
Ela deu uma bela olhada pelo conjunto, constatando que o macho era alto, lindo e gostoso, então voltou a encarar Jimin com uma carinha sapeca.
— Só se você vir junto.
— Você nunca me decepciona. — sorriu largo.
— Vamos lá chamá-lo para dançar.
Foi assim que eles dançaram juntos. No processo trocaram carícias e beijos até pararem na suíte principal do Vittalle, esquentando todo o quarto com amassos em cima da cama tão macia e espaçosa.
Jin não se incomodou ao ver toda a pegação no Maison Milano, afinal, esperava por isso tanto quanto imaginava que depois os três iam para o hotel transar. Logo, apenas terminou seu drink e foi embora, seguindo para seu quarto onde ligou para o namorado mostrando que estava bem e o atualizando das novidades.
Falando em ligação, o celular de Jimin, posto em cima da mesinha de cabeceira, começou a vibrar. No entanto, ele estava ocupado demais beijando o antigo amigo e recebendo carícias vindas das unhas e dos lábios de Esther pelo seu peitoral nu.
Ela ficou atenta ao aparelho. E, curiosa que só, o pegou, vendo um nome nunca mencionado antes. Estreitou os olhos, desconfiada. Não passou por sua mente que poderia ser algum parente ou até alguém da empresa onde o alfa trabalhava, ah, não, o que passou foi que poderia ser um possível pretendente e se realmente fosse, ela queria deixar claro que o Park estava muito bem acompanhado. Por isso, atendeu.
A voz do outro lado soou animada no cumprimento, travando ao ver o que se passava, mas foi o suficiente para chamar atenção de Jimin que arregalou os olhos, se afastando de Taemin e tomando o celular de Esther, rapidamente pulando para fora da cama com sua camiseta em mãos.
— Ei, aonde você vai? — ela questionou, o vendo se vestir e sair do quarto.
— Deixa ele. Vamos continuar. — por mais que Lee havia afirmado, aguardou a confirmação dela.
A ômega suspirou. Já estava excitada e aquele macho era aparentemente delicioso, ia continuar, mesmo que seu foco máximo de desejo estivesse lá fora dando atenção a outra pessoa. Mas não ia se abalar, isso não era novidade. Jimin nunca prometeu e nunca pareceu ser somente seu.
O alfa de olhos azuis sorriu sem graça a um Jungkook que estava bem quieto, sem expressar nada, ainda que pensasse ser um idiota por ter ligado por vídeo chamada no que eram três horas da manhã na Itália sem sequer avisar.
— Hey, Jungkook-ah. Me desculpe por isso. — continuou andando pelo o hotel, procurando um ponto que pudesse ficar mais confortável para conversar com o garoto.
— E-está tudo bem. Eu não devia ter ligado. Não queria te interromper. Se quiser pode voltar para sua... Sua diversão. — falou, corado, constrangido ao repassar as imagens quentes na mente.
— Eu vou ficar. Nem estava tão divertido assim. — não sabia dizer o porquê mas mostrou desinteresse no que fazia. Talvez porque não era nada importante, só mais uma noite comum em sua vida agitada. — Eu estou curioso, esse é o meu roupão?
— Uhum. — confirmou, se sentindo envergonhado. Mal sabia o hyung o que havia feito com a peça minutos antes enquanto pensava nele. Aliás, teria que lavar para devolver visto que seu odor de caramelo estava impregnado ali. — Eu estava sentindo sua falta aqui na empresa então pedi para Katy me deixar no seu camarim. — ajeitou a cabeça na almofada do sofá onde estava deitado.
— Só se passaram vinte e quatro horas e você já está com saudades do seu namorado gostoso? — perguntou bem humorado, de sobrancelha erguida da forma que o deixava com uma expressão sugestiva.
— Mas é um idiota. — murmurou, rindo fraco. — Katy disse que nossos instintos lobos às vezes se apegam fácil. Talvez seja verdade... Mas eu tenho outra teoria.
— Qual? — sentou em um banco de balanço no jardim aos fundos do Vittalle onde não tinha ninguém àquela hora da madrugada.
— Que você me enfeitiçou com aquele beijo.
O ator sorriu largo.
— Está flertando comigo, Jeon Jungkook?
— Preciso aproveitar as oportunidades já que você anda bem disputado. — riu. — Se incomoda de me contar quem eram aqueles dois?
— Ciúmes? — brincou.
— Curiosidade. — corrigiu.
— Certo. O macho é o Taemin. Nós fomos amigos, foi com ele que tive parte das minhas descobertas, é um beta, mas há anos que perdemos contato. Nos reencontramos hoje a noite em um restaurante. A fêmea é a Esther, ela é ômega. O pai dela mora em Milão, ela veio passar um tempo com ele só que mora na Coreia, temos um lance sem compromisso que vem dando certo a bons anos, imagino que seja porque somos parecidos.
— Parecidos como?
— Temos trabalhos incompreendidos por alguns, principalmente por quem pensamos em fazer de parceiros. Queremos saber só sexo e diversão e nos resumimos a isso.
— Não é verdade, há gente que entende. Eu entendo! — se apressou em dizer. — E você é muito mais que sexo e diversão. Você é gentil, atencioso, honesto, se preocupa e cuida dos que estão ao seu redor, o que é muito bom.
— Acho que você está certo. Por gostar e cuidar, talvez deva repensar meus atos... — ficou pensativo. — Sabe, Jungkook, eu me senti mal por não ter sido o primeiro a saber do envolvimento dos nossos irmãos. Eu detesto a sensação de ser deixado de lado, parece que não sirvo nem para ficar de vela. Eles escondendo o relacionamento de mim foi como se me traíssem, jogassem na minha cara que eu não precisava saber, que sou insignificante ao ponto de descobrir apenas no final. O que é estranho porque eu tenho ficado ao lado deles para tudo, compartilhamos todos os momentos e eu tinha em mente que nós nos confiamos. Então por que? É só isso que eu queria perguntar.
— Eu sei como é a sensação. Foi semelhante ao Nam e a empresa. Mas depois que minha chateação passou, ainda mais quando conversamos, eu notei que ele ocultou porque não estava pronto. Na mente dele, eu quem não estava pronto para ouvir, quando na verdade o hyung quem ainda não estava preparado para aceitar os fatos e me dizer. Não somos só nós que possuímos inseguranças. Então talvez eles só não tivessem sentindo que era a hora de contar ou estavam esperando uma certeza de que iam continuar juntos. Talvez o problema não seja você e sim questões pessoais deles que não dizem respeito a gente, já pensou nisso?
— Não. Mas agora que você falou, lembro vagamente que Jin disse, no dia em que levou o hyung lá em casa, que só estava contando para nós naquele momento porque eles finalmente se acertaram.
— Está vendo? Eles não fizeram por maldade. Não era só você que não sabia, ninguém fazia ideia. Segredo é segredo. Eles estavam juntos assim, depois se resolveram e assumiram namoro. Aconteceu. Nenhum dos dois te machucaria de propósito, eles te amam.
Jimin sorriu, se sentindo mais aliviado ao analisar a situação com calma. Jungkook tinha razão. Não havia chegado a pensar por esse lado porque seu cérebro quis apenas gritar em alerta, deixando alguns sentimentos do passado voltarem a lhe perturbar, fazendo seu medo de ser traído e descartado, assim como de ficar sozinho aflorar. Fora que ele se moveu pela raiva, sendo que esse sentimento era para ser apenas momentâneo. Agora que ela passou conseguia enxergar com clareza percebendo que tirou conclusões precipitadas.
— Então não tem porquê eu continuar com a vingança.
— Isso quer dizer que você não vai mais ficar comigo? — franziu o cenho, a voz soando triste pois queria continuar se envolvendo com o dono de todos seus desejos.
— Você quer? — sorriu ladino, curioso com a resposta.
— Sim. Eu quero que fique comigo, Jimin-ssi. Você vai ficar? — manhou, quase desesperado por pensar em terminar o que eles mal começaram. Ah, isso acabou com o moreno.
— Eu fico. É meio impossível negar algo a você.
— Mas você pode negar, se quiser. — ele tinha essa opção, mesmo que Jungkook ansiasse pela outra.
— Não, mio dolce. — mesmo não sabendo italiano, Jeon entendeu que aquele era o apelido meu doce que o fazia quase surtar, o arrepio em seu corpo comprova isso. — Eu aceito. Fora que já me ofereci para te ajudar nas experiências, lembra? — ele assentiu. — Então eu vou cumprir. Só não farei mais focado em me vingar e sim por você. Por nós.
É normal sentir o peito aquecido ao ouvir alguém dizer que fará algo por vocês? Porque é o que Jeon sentia.
— Mas e se o Nam hyung pensar que é vingança?
— Aí o problema será dele. Estou de consciência tranquila a partir dessa conversa.
— Tá bom.
— Como foi seu dia, Jungkook-ah?
O ômega sorriu, sentando com as pernas em borboleta e ajeitando a coleira em seu pescoço.
— Eu tive prova de física. Almocei com meus amigos como sempre faço e vim pra cá. Eu tirei um cochilo porque estava entediante sem você. Depois desenhei um pouco e conversei com a Katy. Ela é legal. E acabei convencendo ela, com todo meu charme, a me deixar ficar aqui.
— Ok, vamos por partes. Física é um saco, se você receber uma nota ruim, não precisa chorar porque é bem comum acontecer.
— Comum? — segurou o riso.
— Não é para você?
— Eu sou relativamente bom nessa matéria.
— Esse relativamente bom é modéstia, não é? Você sabe tudo! — acusou.
— Nem tudo. Eu sei de algumas coisas porque presto atenção nas aulas. Menos em química. — coçou a nuca. — Também estudo as tardes para fixar o conteúdo. Quando não faço, acabo esquecendo e tirando alguma nota ruim.
— E qual a pior nota que você já tirou? — ergueu a sobrancelha, debochado pois já imaginava a resposta.
— Oito.
Jimin gargalhou, negando.
— Se eu tivesse sorte tirava oito estudado. Perdi as contas dos zeros que levei. No início eu chorava, mas depois até me acostumei.
— Credo, você era tão ruim assim?
— Sim. Nem sei como formei. E você? Sempre foi bom?
— Ah, eu busco ser. No início, quer dizer, até pouco tempo era para orgulhar meu irmão. — Park abriu a boca para argumentar mas ele não deixou. — É, eu sei que é bobeira. Depois que percebi que devo fazer o que quero fazer, parei de me cobrar tanto. Até relaxei nos estudos. Mas descobri que faz parte de mim ser atento e aprender rápido e eu gosto de rever o que teve no dia. Então eu espero que não tenha uma mudança drástica nas notas, mesmo estudando menos.
— Não se preocupe, você vai se sair bem. E se caso não acontecer, foda-se. De todo jeito você vai se formar e será o orgulho do seu irmão só por existir. Confie em mim. — piscou. Lindo. Flertava até ao natural. Jungkook se sentiu bem afetado, até sorriu, coradinho. — Você disse sobre desenhar. Algum dia vai me deixar ver?
— Oh, não. — negou, afinal, não mostrava para ninguém, tinha vergonha e receio do que poderiam lhe falar. — É só um passatempo. Nem compensa ver. Eles não são bons.
— Está mentindo.
— Eu estou? — tentou soar firme mas não foi pois estava surpreso.
— É o que minha intuição diz. Fala a verdade, não é só um passatempo. Eu tenho certeza que eles são muito bons.
— Uhm… Talvez... Um dia… Um dia eu te mostro e você me diz. — murmurou, nervoso.
— Vou me lembrar disso. — garantiu. — Katy falou mal de mim? — brincou, mudando de assunto para dissipar a tensão alheia.
— Ela disse que você é preocupado com algumas coisas mas que nunca fala sobre e que às vezes é bom insistir para você poder desabafar.
— Eu não sei do que essa louca está falando.
— Agora você quem está mentindo. — apontou.
— Nãp quero falar sobre isso. Mas, me diga, o que você aprontou no meu camarim?
A menção a aprontar mais camarim fez Jungkook enrubescer e gaguejar "nada".
— O que você fez, Jungkook-ah? — estreitou os olhos. — Mexeu no guarda roupa?
— N-não. Eu só... É... É que esse lugar todo tem seu cheiro e eu reparei o quão é gostoso então talvez eu... Uhm... Tenha... Meu Deus. — pegou a almofada, tampando o rosto.
— Você ficou excitado. — começou a rir, cessou ao se dar conta que, do jeito que ele estava constrangido, provavelmente não tenha apenas ficado duro. — Tira a almofada do rosto e olha para mim, Jungkook. — pediu.
— Uhm... — o fez, mesmo que estivesse com vergonha.
— Você se tocou? — perguntou com olhos azuis expressando intensidade, interesse.
— Sim. — murmurou, acanhado.
— Ah, como eu queria ter visto isso. — mordeu o lábio.
— J-Jimin-ssi... — negou.
Por mais que lhe agradasse ouvir tal coisa, estava com muita vergonha por estarem se encarando e justamente falando sobre aquilo.
— Relaxa. Sou só eu. Você não confia em mim?
Ele sempre foi gentil consigo, esbanjava sinceridade, já cuidou de si e foi quem lhe despertou tanta atração. É claro que confiava. Portanto, assentiu e acrescentou:
— M-me desculpe. Eu travo às vezes por conta da timidez. É uma besteira minha.
— Está tudo bem. Não precisa se forçar a me responder ou a agir de maneira diferente. Deixa acontecer naturalmente, no seu tempo. Eu vou entender se não se sentir pronto.
— Obrigado. — não conseguiu evitar o sorriso.
— Aposto que induziu a Katy a te deixar aí na base do seu charme fofo.
— Talvez. — riu. — Ah, eu também pedi para ela jogar vídeo game comigo! Foi engraçado, mas até que ela soube me ajudar nas fases. É um jogo novo que o Nam hyung me deu. Você tem que ser meu parceiro quando voltar!
Jimin sorriu com a animação dele.
— E sobre o que é esse jogo?
Empolgado, Jungkook contou tudo dele, em seguida deu ligação a outro game, a outro e a outro. Logo seguindo para filmes, séries, desenhos animados, animes, mangás, enfim, conversaram sobre o que mais gostavam durante toda a madrugada do Park e a tarde de Jeon.
E, o alfa, pela primeira vez, sequer se importou em perder uma foda pois, por algum motivo desconhecido por si, conversar com o ômega de cabelo castanho foi muito mais interessante.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top