05. Confusão
Capítulo 5 - Confusão
Com certeza se passavam da meia noite, os pais de Taehyung já haviam saído a muito tempo para uma noite de casal e os garotos estavam na maior confusão de gritos por estarem jogando games em meio a uma bagunça de comidas mexidas e embalagens doces.
Ficaram assim por muito tempo até se cansarem, desligando o aparelho e colocando as músicas que gostavam para soar no ambiente enquanto improvisavam passos e riam, até Suga pegar uma garrafa de vodka da sacola, dizendo que a festa começaria de verdade.
Jungkook, como sempre, negou doses tanto dele quanto do beta, com o pensamento de que não devia porque Namjoon lhe alertara bastante sobre toda a problemática envolvendo álcool.
Todavia, deixando seu eu certinho e obediente de lado, ele tinha curiosidade, queria experimentar o novo, assim como queria sentir que mesmo sob o teto e sendo obrigado a obedecer o hyung é um garoto livre. Por isso, pegou o copo do azulzinho e tomou, surpreendendo os amigos, sentindo o líquido em sua boca com o gosto forte, passando pela garganta, lhe fazendo sentir uma queimação absurda, jurava ter ficado zonzo só com a sensação. É realmente ruim, assim como imaginava. Porém, não sabia explicar, no final era um ruim que no fim se tornava bom.
— Que delícia, finalmente experimentando coisas novas. — Tae sorriu.
— Ao Jungkook! — o ômega platinado ergueu seu copo em uma espécie de brinde. Este estava quase no fim. — Espera! — voltou a encher seu copo, fez com o do beta e deu um novo ao dongsaeng que no momento estava sorridente.
Eles brindaram e viraram a dose. Dessa vez Kook sentiu que queimou menos e possuía um gosto de quero mais, então pediu a Suga que abriu um sorriso, completando seu copo. Mandou tudo para dentro rapidamente, seu interior estranhou, sentiu um calor subindo vagarosamente pelo seu corpo mas não deu muita atenção, como estava empolgado, mal acabou o segundo copo e foi para mais um. Outro. E mais outro.
Em poucos minutos sentia vontade de rir de tudo. Seus pensamentos estavam ficando misturados, confusos, nublados, ia falar algo e saia completamente diferente, o que fazia ele e os amigos caírem na gargalhada. Tudo estava eufórico demais.
Jungkook deitou a cabeça no travesseiro, sorrindo para o teto que possuía luzinhas coloridas que iam e vinham, brincando com seus olhos enquanto sua mente rodava. Se assustou ao ver Yoongi enfiar a garrafa em sua boca, porém bebeu de bom grado, rindo ao deixar o líquido vazar e lhe molhar. A essa altura estava completamente embriagado, se sentindo leve como uma pluma e alegre demais.
Sequer sabia quanto álcool tinha em seu organismo, mas queria cada vez mais só para permanecer no universo insanamente livre e divertido em que se encontrava. Todavia, lá no fundo, sabia que iria se arrepender quando acordasse no dia seguinte. Talvez até demais. Afinal, nada em excesso faz bem, ainda mais na primeira vez.
Um tempo depois Jeon dançava, cantava em plenos pulmões, rodopiava e pulava loucamente junto ao ritmo da música que estava soando pelo quarto. Seus hyungs lhe acompanhavam, trombando nas garrafas de Ice que acharam na geladeira e já estavam vazias e pisando em embalagens do que tinham consumido.
— Hey... — o beta aproximou do mais novo, envolvendo sua cintura.
— O que…? — franziu o cenho ao tê-lo perto de seu rosto.
Taehyung estava bêbado, por isso, sua consciência não pensou tão longe nas consequências, nem mesmo o impediu de agir.
— Quer voltar a fazer o que fizemos no seu cio?
O ômega ficou confuso. Não lembra direito o que fizeram. Mas, lá no fundo, queria acabar com a curiosidade de gostar ou não de betas, por isso, assentiu. E tão rápido quanto o selar veio, ele foi quebrado.
— Qual é a porra do problema de vocês? — gritou Yoongi, fora de si por estar com muito álcool na veia, também puto de ciúmes.
Os separou bruscamente, jogando Taehyung para a cama e Jungkook em direção a cômoda, este por sorte não chegou à ela. Mas o outro ômega chegou fazendo um estrago ao passar o braço lá em cima derrubando e quebrando tudo.
— Ei! — exclamou, indo até ele. Mesmo estando zonzo, tocou seu ombro na intenção de impedi-lo de continuar a quebrar as coisas pois havia pego um vaso de enfeite.
— Não me toca, seu traidor estúpido! — jogou item com força no chão. — Você passou o com ele? E tem coragem de beijá-lo na minha frente? Que tipo de amigo você é?!
— Isso não foi assim... Suga!
O abraçou antes que ele chegasse ao notebook alheio. Resultado? Foi empurrado e por estar sob o efeito do álcool demorou a seguir a dor do impacto do soco em sua boca. Grunhiu, fechando os olhos. Uma raiva tomou conta de si, sentiu uma vontade incessante de bater no hyung de volta. Passou o braço pelo local dolorido que sangrou, em seguida mirou o punho no rosto dele, acertando, o vendo lhe encarar ainda mais bravo.
De súbito, Jungkook voltou a si. Que merda havia feito? Por que caralho estavam brigando? Estavam tão bêbados que não podiam conversar? Mudou a expressão, vendo o outro caminhar em sua direção, o agarrou antes que ele lhe batesse mais, afinal, já estava se sentindo cansado.
— Hyung, para. Por favor. — respirou fundo, logo sentindo ele passar os braços pela sua cintura, empurrando violentamente, lhe fazendo cair contra a cama de Kim. Este que, por incrível que pareça, sem saberem como, havia caído no sono. Isso mesmo, ele estava dormindo profundamente enquanto rolava a confusão.
— Cale a boca, filho da puta! — passou as mãos pelo cabelo, pegando a cadeira pequena da escrivaninha, a erguendo, ameaçando jogar no amigo.
— Não! — gritou, se levantando apressado, sentido a costela doer, correndo em direção a porta e se jogando para fora, descendo a escada de qualquer jeito, saindo da casa de Taehyung, correndo em qualquer direção, mais especificamente o mais longe dali.
Alguns minutos depois do sangue ter esfriado, Jungkook percebeu que seus pés não lhe obedeciam de maneira alguma, sua visão tentava lhe enganar a todo momento misturando o chão com o ar, pisava em falso várias vezes quase perdendo o equilíbrio. Andava de forma desajeitada por uma rua completamente deserta, uma brisa gélida sempre vinha, batendo em si, fazendo arrepios surgirem em todas as regiões possíveis. A dor que nascia na região onde havia machucado irradiava pelo seu corpo, se sentia dormente e tonto, raciocinar ficava cada vez mais difícil. Só queria deitar e esquecer as emoções de hoje, porém ao menos tinha noção que não poderia fazer isso na rua.
Sua cabeça estava baixa e seus olhos tentavam focar melhor no chão, mesmo assim tropeçou em seus próprios pés, quase indo de encontro ao asfalto. Com o resto de sua força conseguiu se manter em pé, logo mudando de direção e atravessando a rua. Ou melhor, quase. No meio do caminho uma luz forte se aproximou e, assustado, Jeon virou a cabeça vendo um carro vir em sua direção. A sorte é que ele parou após uma freada brusca onde a buzina soou alta.
Jungkook permaneceu inerte, encarando o automóvel, vendo a porta do motorista abrir, revelando um lupino bem vestido. Devido ao álcool, sentia que o tal se encontrava mais longe do que realmente estava, focar em seu rosto era impossível, e seu estômago dava voltas com a ideia de ser um desconhecido que podia fazer qualquer coisa consigo.
— Está louco?! — gritou, vindo até si.
O castanho pensou em fugir mas não conseguia, seu corpo estava estranho, talvez fraco demais. Este cedeu, sendo segurado pelo cara que lhe pegou no colo, levando para o carro, o ajudando a sentar no banco do carona.
Jeon mal o olhava com medo de ser alguém que pudesse lhe fazer mal mas ao ouvir aquela voz de pertinho notou que não era nenhum desconhecido, menos ainda ia lhe fazer mal. Era Park Jimin. E pelo jeito que ele o encarava, estava bastante indignado, quem sabe furioso.
O alfa estava voltando da festa de aniversário de Esther quando, surpresa, um Jungkook cambaleante atravessa na frente de seu carro!
O analisou. Ele não parecia bem. Nem poderia. Estava claramente bêbado.
— Isso só pode ser brincadeira. — colocou o cinto nele, fechando a porta. Atravessou a rua e adentrou o lado do motorista. — O que caralhos você está fazendo andando na rua nesse estado? Eu não te disse para, se houvesse bebidas, não exagerar? — soou nervoso, preocupado, não acreditando que Jeon estava dando uma de rebelde mas inconsequente.
A cabeça do jovem estava dolorida, só não mais que o hematoma que ganhou na briga com seu amigo. Afundou a cabeça no estofado, o banco do Audi era tão confortável que poderia adormecer ali mesmo, ao lado de Jimin que lhe fazia perguntas a todo momento e que, sinceramente, não estava ouvindo nenhuma palavra. Nada estava claro. Tudo era nublado e estranho. Muito estranho.
— Jungkook. — cutucou a bochecha dele, chamando atenção. Os olhos grandinhos estavam pequenos, sem foco, mas conseguiram vislumbrar um Jimin sério ao qual notou um ferimento na boca dele. — Que porra aconteceu?
Tombou a cabeça para o lado, queria responder que estava curtindo sua vida livremente e que esta foi a melhor noite dela, no entanto, não foi bem assim. Estava tudo uma merda, seu corpo estava dolorido, as coisas rodavam, embrulhando seu estômago, havia brigado com seu melhor amigo e tinha beijado o outro. Riu sem humor, logo desviando o olhar, se voltando para a janela.
— Me leva para casa. — foi só o que conseguiu dizer.
— Seu irmão me mataria se eu te levasse nesse estado. Vamos para a minha, lá você descansa.
Dali a pouco tempo o ator adentrou a garagem da casa moderna, estacionou e saiu do carro, indo ao outro lado, ajudando o garoto a descer. Mas ele estava mole demais então teve que pegá-lo no colo. Jeon instintivamente rodeou os braços no pescoço alheio, se segurando, ainda se aconchegou no peitoral firme e quentinho, ficando quieto, flutuando até ser posto em um lugar macio. O colchão da cama de Park.
— Fica aí. Vou preparar um banho e um café para ver se você melhora essa sua bebedeira.
— S-se eu beber café vou vomitar. — conseguiu dizer.
— E é ruim? Ao menos desse jeito o álcool saí. — deixou o cômodo, junto de um Jungkook confuso e esgotado para trás.
Isso até buscá-lo, pegá-lo no colo novamente e levá-lo ao banheiro. O sentou sobre o tampo do vaso, tirando seu tênis.
— Jimin-ssi — grunhiu ao ser colocado na banheira, grudando no pescoço dele como se fosse um gatinho com medo de água. O alfa não se importou, encheu a mão com a mesma e despejou pela cabeça dele, o molhando, esfregando seu rosto para ver se o despertava. — Fria... A água… — passou a alisar seu corpo para que o calor voltasse.
— Fica quieto. — jogou mais água nele.
Em sua mente alterada surgiu a ideia de que o mais velho queria brincar então bateu a mão contra a água, o acertando em cheio, jogando sua cabeça para trás e gargalhando diante da expressão indignada de sobrancelhas erguidas e boca aberta.
— Jungkook! Não me molhe seu... Seu bebum!
— Então não me molhe também, chato. — deu a língua.
Bufando, o moreno continuou ali, insistindo em lavar o garoto que fedia a álcool, suportando seus resmungos e gracinhas bobas até que ele demonstrasse sono.
— Vem. — pegou uma toalha no armário, o ajudando a sair da água. — Se seque, ok? Vou pegar uma roupa para você.
O ômega conseguiu ao menos tirar a roupa molhada, se secar e quando Jimin trouxe peças secas, o fez virar de costas para poder se vestir. Ao finalizar, deixou ser levado para a cama.
— Agora deita e fica quietinho, sim? — o dongsaeng assentiu, se aconchegando entre os travesseiros. Jimin tirou a camisa já que foi molhado anteriormente e, antes que fosse buscar outra, foi puxado, desequilibrando e caindo, ficando com os braços ao redor dele. — Mas que por-?
— Seu cabelo é bem cheiroso, Jiminnie. — comentou manhoso, levantando a cabeça e esfregando o nariz nos fios próximo a orelha alheia.
— Tá bom. Obrigado. Agora me deixe pegar uma blusa.
Só então Jeon analisou melhor, podendo ver o abdômen definido amostra e os braços flexionados maravilhosos ao seu redor sustentando parte do peso do corpo tão esbelto. Sentiu um calorzinho e corou ao ter os olhos conectados aos azuis, se lembrando que havia beijando alguém mas que no fundo desejou ser ele. Sabendo disso, agora sentia vontade de tocá-lo. Mas não iria. Claro que não.
Na verdade, quando notou sua mão subiu por um dos braços dele, tocando lentamente até o ombro enquanto do lado a outra seguia o mesmo caminho. No entanto, Jimin se afastou bruscamente como se levasse um choque. Ele se conhecia muito bem, não podia se deixar levar. Não por um ômega bêbado.
— Vou buscar o café.
Jungkook suspirou o vendo capturar uma camiseta qualquer, logo saindo do cômodo. Confessava que sua cabeça doía menos e seus pensamentos estavam se organizando aos poucos, porém, tudo à sua volta ainda era estranho e por mais que pensasse uma coisa, falava ou fazia outra completamente diferente.
No espaço de tempo que Jimin ficou fora, o sono veio e sumiu incontáveis vezes. Estar bêbado era um saco.
Virou o rosto, nisso viu um porta retrato abaixo do abajur na mesinha de cabeceira. Sentou, esticando o braço e o pegando. Ali estavam Jimin, Jin, ambos pequenos, ao lado de uma mulher bonita semelhante ao ator e um lupino charmoso que parecia com seu cunhado.
— Não tinha café então eu trouxe água de coco, normal e com gás para você escolher. — informou, se aproximando com uma bandeja com garrafas e um copo. — O que tanto olha?
— Odeio água de coco. Prefiro água pura. — ainda encarava a foto, tocando o vidro com o dedo. — Sua família é muito bonita... A sua mãe, você se parece com ela.
— Obrigado. E, sim, eu me pareço. — deixou o que tinha em mãos em cima da mesinha de cabeceira.
— Esse é o seu pai? — perguntou curioso.
Park suspirou, entregando o copo cheio que não demorou a ser tomado com mais facilidade do que imaginou que seria. Se sentou ao lado dele.
— Infelizmente ele não está mais entre nós.
— Aonde ele foi? — pronunciou confuso pelo álcool e cansaço mental.
— Ele morreu, Jungkook.
— M-me desculpa. — com a mão direita livre entrelaçou os dedos aos do moreno, apertando.
— Tudo bem. Já faz anos. Ele foi um bom alfa.
Ainda sim Jeon se sentia mal. A família do outro demonstrava ser unida, pareciam extremamente felizes na fotografia, mas a morte levou alguém e isso parecia ser muito triste. Todavia, ao menos ele teve a oportunidade de conviver com o pai, ter momentos e lembranças. Já o castanho sequer via seus pais, eles viviam viajando, desde sempre lhe jogando nas costas de seu irmão. Este que ultimamente estava sendo um chato de marca maior. Só queria aquilo que via na foto, amor, união e alegria, antes que acontecesse alguma tragédia, era pedir demais? Deixou uma lágrima sair de seus olhos sem querer e a limpou rapidamente antes que Park percebesse. Mas ele percebeu, porém apenas pensou que pessoas bêbadas eram confusas.
O ômega voltou o retrato para o lugar dele.
— Falando em família, minha mãe, Chaeyeom, não sabe com o que eu trabalho. Então se vocês algum dia se esbarrem, por favor, não mencione.
— Vou postar em todo lugar: Park Jimin é um ator de filmes de sexo e trabalha para meu irmão. — riu, irônico, exagerado.
— Hilário. Deita aí. Você precisa descansar. E também se preparar porque amanhã vai estar em uma ressaca da porra.
— Estou sem sono. — retrucou.
— Não seja chato, vamos. — pegou o copo já vazio, colocando junto das garrafas, e fez ele se deitar, se pondo ao seu lado e acariciando o cabelo de cuia macio e úmido por conta do banho de mais cedo.
— N-não quero que faça isso. — mesmo que falasse assim, estava relaxado no travesseiro, aproveitando daquele toque suave.
— Isso, o que? — continuou o carinho para acalmá-lo, quem sabe assim ele dormia e sossegava de vez. Era o que tinha em mente, mas sentia a situação estranha pois mesmo cheio de toques e flertes, nunca afegou o cabelo de ninguém além de seu irmão.
— Jiminnie, não… Não quero dormir... Não agora.
— Se não quer dormir, o que você quer fazer então? Sinto te dizer mas você está incapacitado de qualquer coisa. Está bêbado. Aliás, por que está bêbado? Avisei para não exagerar mas foi só por falar, não pensei que você fosse fazer algo desse tipo.
— Eu queria experimentar. Era só um copo, mas eu me empolguei, não vi meu limite, bebi mais, mais, mais… — franziu o cenho, perdido com os flashes desordenados que vinham a mente. — Depois teve uma confusão... Por isso eu tive que fugir.
— O que aconteceu? — questionou, preocupado. Será que isso responderia ao pequeno corte em sua boca?
— Não me lembro direito, eu estava dançando... Tae m-me deu um beijo. Depois… Depois Suga começou a quebrar as coisas do quarto e veio pra cima de mim… Nós brigamos.
— E você saiu de lá e quase foi atropelado. Que história linda. — debochou. — Teve sorte por ser eu porque sabe-se lá o que poderia ter acontecido com você.
— Poderia ter me atropelado, faria um grande favor. Ninguém iria sentir minha falta mesmo. — disse da boca para fora em um momento de drama.
— Favor? — negou, a coisa que Jimin mais odiava era a morte, até porque ela tirou seu bem mais preciso. — Não diga bobagens, Jeon! E é claro que sentiriam sua falta. Seu irmão, o Jin, seus amigos, eu. Então nunca mais diga algo parecido. Não seja um idiota. — o repreendeu.
Ele não disse nada, apenas continuou a encará-lo enquanto Park respirava fundo e voltava a massagear sua cabeça. Pensando que estava dando trabalho demais, decidiu virar para tentar dormir mas o fez do lado que mais sofreu com a briga, acabando por soltar um gemido alto.
— O que foi?
— Só virei para o lugar dolorido.
— Está machucado? Deixa eu ver? — pediu, já levantando a camiseta branca, se deparando com um grande hematoma. — Isso está feio. Veio da briga?
— Acho que sim. — fez uma careta. — Não lembro com clareza.
— Vamos ter que passar algo nisso para garantir que desapareça logo. — buscou um óleo que era bom para tirar dor de pancadas, além de trazer a tona o aceleramento de cura que os lupinos tem para que melhorasse com rapidez.
— Fica quietinho, ok? — pediu, molhando os dedos.
— Jiminnie... — gemeu manhoso ao sentir o líquido gélido sendo espalhado por seu hematoma.
"Ele geme gostosinho…", pensou o ator, no mesmo instante se repreendendo, não podia ficar pensando coisas assim. Não agora. Era um grande safado, mas não pra tanto. Tinha consciência.
— Pronto. — informou ao terminar, indo lavar o gel grudento de suas mãos, logo voltando.
— O-obrigado.
— De nada, encrenqueirinho. — falou divertido, bagunçando os fios castanhos.
Jungkook sorriu, apoiando a cabeça no travesseiro novamente, pensando em tentar dormir de verdade. Fechou seus olhos na tentativa de pegar no sono, mesmo que as coisas girassem, para parar de incomodar Jimin. Ele estava sendo tão bom consigo, merecia um descanso, não é?
🐺
Algumas horas depois, por volta das oito e pouco da manhã, Park acordou e deixou Jeon dormindo em sua cama. Fez uma coisa leve para comerem pois tinha noção que o garoto ia sofrer como um condenado em sua primeira ressaca e necessitaria de algo saudável, separou um comprimido e pegou um enorme copo d'água, junto de um suco. Quando terminava de colocar as coisas na bandeja, seu irmão, que tinha acabado de chegar, apareceu.
— Bom dia, Chim. — disse ele, lhe dando um beijo na bochecha.
— Bom dia. Não lembra que tem casa, não? Agora só fica com seu namoradinho.
— Isso é ciúmes? Saiba que mesmo passando tempo com ele, ainda sou seu irmão e melhor amigo.
— Uhum. Eu vou subir. — pegou a bandeja.
— O que é isso?
— Café da manhã. — respondeu, óbvio.
— Mas você é o único lupino do mundo que detesta suco de laranja...
— Só quero variar, licença. — deixou o cômodo antes que viessem mais perguntas.
— Isso foi estranho.
Mas mesmo achando isso, deu de ombros, afinal, estava feliz demais com a noite passada para querer saber de qualquer coisa.
Quando o ator chegou em seu quarto, Kook estava fazendo uma careta tentando abrir os olhos e acreditou ser incrível que até assim ele parecia fofo.
— Bom dia! — disse, sorrindo.
Ao ouvir aquela voz, o ômega paralisou. Por que estava ouvindo Jimin lhe desejar bom dia? Não estava na casa de seu amigo?
Se sentou na cama, sentindo todo seu interior se revirar. Teve a impressão de que iria vomitar mas conseguiu controlar. Tudo latejava de forma absurda desde sua cabeça até os pés. O que aprontou na noite anterior? Se questionou e as lembranças lhe atingiram em cheio fazendo sua cabeça rodar. Resmungou, apertando as laterais da testa com os dedos antes de abrir os olhos.
— Me desculpa, Jimin-ssi.
— Não precisa se desculpar. Aqui. Toma esse remédio e come. — o dongsaeng piscou várias vezes até acostumar com a luz, encarando o moreno bonito e gentil. — Vai se sentir enjoado ao mastigar mas é só você esforçar para comer que seu estômago aceita, está bem?
— Está bem. Não sei o que deu em mim ontem... De toda forma, obrigado. — murmurou, pegando a bandeja. — Oh, não. Todo mundo deve estar preocupado! Eu simplesmente saí da casa do Tae. Meu irmão deve estar uma pilha e eu te dei tanto trabalho! Não devia ter bebido...
— Seus amigos devem estar dormindo porque seu celular não tocou em momento algum. Logo, se eles estão inconscientes, Namjoon não sabe de nada. Se ele soubesse a polícia estaria atrás de você e teríamos um Jin todo desesperado. Eu vi meu irmão na cozinha e ele parecia muito contente, acho que transou a noite inteira. — fez careta. — O hyung deve estar até mais simpático quando você chegar em casa. Certeza que você vai até escapar da bronca de ter saído.
— Faz sentido. Quando eu terminar aqui, você pode me levar de volta para a casa do Taehyung-hyung?
— Só me prometa que não fará isso outra vez. Você não precisa embebedar tanto para se divertir, Jungkook. Se quer mesmo beber não tem problema, mas reconheça os seus limites e não os ultrapasse.
— Eu prometo. E ainda juro não mais beber. — o alfa sorriu cínico, já disse muito isso para si mesmo quando esteve nas piores. — Não me olhe assim, é sério! Ao menos nunca mais beberei até ficar fora de mim porque não foi nada legal ficar naquele estado ou estar sentindo essa tal ressaca.
— Tudo bem. Você que sabe de si. — piscou.
Após Jungkook ingerir o comprimido, o café da manhã, tomar muita água e vestir sua roupa - a qual fedia a álcool -, Jimin se certificou que Jin não estava no andar de baixo para descerem e entrarem no carro.
No caminho os dois não conversaram muito, visto que o mais novo estava de ressaca, cheio de sono, e por consequência quietinho.
Park o deixou na mesma casa da noite passada e voltou rápido para tomar um banho e se arrumar já que naquele dia, mesmo sendo domingo, teria trabalho a fazer pois uma modelo importante apareceria no filme e só tinha horário na agenda para aquele dia.
O ômega passou pela porta, tendo um Taehyung se jogando em cima de si.
— Puta que pariu! — gritou. — Acordei com meu quarto revirado, você sumiu, o Suga também, mas ele me mandou uma mensagem se desculpando e dizendo que precisava de um tempo. Eu espero essas reações dele só que você… Que porra aconteceu, Jungkook? — perguntava, o empurrando em direção as escadas.
— Você não se lembra?
— Lembro, claro que eu lembro. A gente se beijou e depois... Bom, o resto não me lembro. Eu literalmente capoei quando me deitei. — coçou a nuca, constrangido.
— O Yoongi-hyung ficou furioso, acabamos brigando e eu fugi.
— Sério? Por que? — estranhou, nenhum dos dois eram agressivos.
— Porque estávamos bêbados e ele louco de ciúmes pelo beijo? — perguntou, porém soando óbvio. — Fora que você disse algo de fazer como no meu cio, na mente dele passamos juntos.
— Oh, merda. — bateu a mão na testa. — A culpa foi toda minha. Eu não devia ter beijado você. Eu nem gosto de você nesse sentido. Eu me senti seduzido no seu heat, acabei ficando curioso e, como estava bêbado nem pensei, só quis tirar uma provinha da sua gostosura. Me desculpa, ok?
— Tudo bem. — disse, corado. Afinal, lembra de consentir. Naquele momento foi tudo movido pela curiosidade de ambas as partes. Pensando bem, matou a sua já que percebeu que betas lhe agradam como havia se questionado.
— Sua boca está com um corte, foi porque ele te bateu? — perguntou temeroso, torcendo para receber um não.
— Sim. Também me jogou contra a cama. Por sorte consegui fugir porque ele pegou uma cadeira e-
— Mas que porra?! O Yoongi está ficando louco? Ele não tem o direito de fazer algo assim! Que ciúmes do cão é esse? Eu quero ver ele, vou acabar com esse ômega possessivo do caralho! — deu meia volta mas Jungkook o segurou, evitando que ele saísse do quarto.
— Deixa que o hyung esfrie a cabeça, pense no que fez e arrependa primeiro. Se não, essa história vai virar uma bola de neve.
Kim suspirou.
— Certo. Mas quando for a hora ele vai ter que me ouvir!
— Eu também quero falar com ele porque se o ciúmes está desse jeito e ele bateu em um amigo, imagina o que poderá fazer quando você aparecer namorando outra pessoa?
— Não vou deixar mais nada disso acontecer. De jeito nenhum. — falou, negando. — Mas, vem cá — o puxou para sentar na cama — Aonde você dormiu?
— Na casa do Jimin. — colocou as mãos no rosto, tentando se esconder de vergonha.
— Como é que é? — afastou elas, vendo o rosto do amigo vermelhinho. — Você precisa me contar essa história todinha!
E o ômega o fez enquanto Park tomava um cappuccino no camarim da empresa. Já havia se trocado, vestia um terno bem alinhado para a próxima cena, e só esperava a Staff vir lhe maquiar para realçar ainda mais sua beleza.
— Chegou na hora, parabéns. — disse Namjoon, adentrando o cômodo. Jimin conhecia o amigo muito bem para saber que ele estava ali a muito tempo, o que livrou Jungkook de mais um sermão. — Você sempre chega atrasado quando as gravações são na parte da manhã. Ainda mais nos fins de semana.
— Não tive imprevistos. — deu de ombros.
Na verdade, teve, foi justo irmãozinho de seu amigo. Porém, ele serviu para que Jimin acordasse mais cedo que o costume para cuidá-lo, o que o impediu de se atrasar.
O ator não tinha problemas com acordar cedo, no entanto, sempre dormia tarde por conta de suas saideiras noturnas. Fato esse que lhe deixava preguiçoso nesses horários de antes de meio dia, então era comum chegar minutos depois da hora marcada ou, em casos extremos de cansaço, nem mesmo comparecer.
— Sua noite não aconteceu como previa? — perguntou o mais velho.
— Foi cheia de surpresas. Eu fui no aniversário da Esther, nós ficamos no banheiro da festa, em seguida brigamos e eu fui embora. — tendo outra surpresa no caminho.
— Dessa vez brigaram por que?
— Você sabe que eu já fingi estar com ela só para o pai dela deixá-la continuar sozinha aqui em Busan, né? — o CEO assentiu. — Ontem veio com um papo de me apresentar como namorado a alguns amigos que, de acordo com a mesma, eram importantes de se manter, mas estavam sendo insistentes e ela não estava afim de nenhum. Eu disse que era melhor que fosse sincera, que imposse somente amizade e que foda-se eles se não quisessem. A bonita surtou, começou a dizer que eu não me importo com ela, que devia ficar com todos eles já que eu nunca ligo para seus sentimentos, que não lhe dou atenção, coisas assim. Eu mandei ela fazer o que quiser, dei as costas e fui embora.
— Eu não sei o que você ainda faz com essa ômega. Ela é instável demais. Uma hora não te quer, na outra te liga desesperada querendo alguém pra desabafar e te trata como melhor amigo, depois vem toda afim de transar com você na amizade e no fim vem te cobrando sentimentos?
— Para em seguida dizer foda-se não te quero mais e o ciclo se repetir. É eu sei.
— Por que ainda se submete a isso?
— Ah, ela foi a única que nunca me julgou pelo o que eu faço, transa bem, e mesmo que às vezes cobra sentimentos quando está carente, concorda que não nascemos para namorar.
— Não é porque encontrou pessoas chatas por aí ao longo de sua vida que você é incapaz de achar alguém legal que te entenda, Jimin. Ela é uma stripper, você um ator de conteúdo adulto, mas sempre há uma possibilidade de dar certo. Que não são vocês. Então, é, vocês não servem para se namorar. Ter amizade colorida com ela, sendo Esther tão carente, no fundo vai fazê-la esperar por mais. Acho que é por isso que ela surta toda vez que você não age como deseja.
— Não é sempre. É só quando o pai dela liga ou está na cidade. Enfim, dane-se. A gente sempre se ajeita nesse rolo porque vivemos precisando um do outro para favores, sejam sexuais ou não. Já me acostumei. Penso que esteja ocupado então, me diga, o que faz aqui?
— Ah, sim. Eu vim pedir para que você mudar as cenas antes do sexo com essas fofas aqui, creio que ficará mais coerente.
— Deixa eu ver. — deu uma olhada no roteiro. — Vai ficar melhor mesmo porque depois da transa, pode cortar e passar para o próximo dia. Mas pelo amor de Deus, quando algum ator ou atriz não tiver tempo na agenda, troque eles, faça acordos, não passe mais gravações para o domingo. Domingo é sagrado.
— Vou me lembrar disso, mas você sabe que ainda sim, quando é alguém muito famoso, fazemos de tudo para dar certo. Agora tenho que ir. Te vejo depois. — saiu, deixando que ele se preparasse.
Não tão distante dali, após contar tudo para Taehyung e ainda mostrar Jimin pelo instagram:
— Você tem que ficar com ele! — disse o azulzinho pela milésima vez.
— Ah, hyung. Para com isso.
— Mas é sério. Se você não prometer dar uns pegas nesse macho gostoso, eu não falo mais contigo.
— Dramático — rolou os olhos.
— Vamos, Kook. Ao menos pense no assunto. — fez cara de cãozinho abandonado. — Você sabe que vai ser bom.
— Tudo bem. — ele deu um gritinho animado, o abraçando. — Não seja emocionado. Vou pegar minhas coisas porque só estou afim de banho e cama. — o beta apontou para o banheiro de seu quarto. — Banho no meu banheiro e descansar na minha cama.
— Vai me deixar mesmo?
— Vou. — recolheu a mochila. — Tchau, TaeTae-hyung!
— Você é mau.
Enquanto saía, a senhora Kim lhe ofereceu uma carona que foi aceita de prontidão, até porque ressaca e metrô não pareciam uma boa ideia.
Ao chegar, agradeceu, despediu e foi direto tomar um banho quentinho de banheira para relaxar como gostava de fazer. Ficou alguns minutos ali, em seguida se secou, vestiu um pijama leve e caiu no colchão.
Sentia todos os sintomas da ressaca, ainda que mais leves. Cobriu os olhos com o braço, tentando impedir que a luz irritante da janela chegasse até si, tinha tantas coisas em sua cabeça... No entanto, um pensamento em especial se sobressaiu: Park lhe dizendo para ver filmes e se acostumar a isso, assim, seus amigos iam parar de lhe incomodar.
Acreditava ser uma boa ideia, só que o que lhe motivou a pegar o notebook de seu hyung - aquele mesmo que tinha as cenas deletadas - foi a repentina e intensa curiosidade a respeito de Jimin atuando. Será que ele mandava bem?
Trancou a porta do quarto e fechou a janela. Se Namjoon chegasse, para ele estaria dormindo.
Com o aparelho no colo, se sentou na cama, apoiando as costas na cabeceira, colocando o fone de ouvido e abrindo a pasta que um dia lhe deixou chocado. O problema era que ali tinham vídeos demais que tinham títulos de filmes aleatórios, não mostrava quem eram os atores e atrizes, não tinha informações para saber em qual estaria o alfa de olhos azuis.
Vagamente lembrou de quando Taehyung e Yoongi lhe contaram sobre esse mundo, eles disseram que havia um aplicativo que só os adultos sabiam a manha para acessarem, nele continha todos os filmes que tinham sexo sem censura em ao menos uma cena, vindos de empresas legalizadas e fiscalizadas pelo governo. Não prestou atenção porque acreditava que nunca usaria, agora que queria sanar sua curiosidade, ia ter trabalho pela frente para achar o tal app.
Abriu pasta por pasta do notebook de Namjoon, mas nada. Achou até uma de nudes do próprio, o que lhe deixou assustado. Com isso quase desistiu até que viu uma bolinha cinza que tinha nome de um código ao qual desconhecia perdida no canto dessa mesma pasta. Recordou de Taehyung dizer que geralmente as coisas ficam salvas em locais e com nomes aleatórios para que ninguém desconfie. Clicou lá e, sim, era o aplicativo.
Teve que cadastrar com seus dados pessoais - torcia para que seu irmão não ficasse sabendo - e a tela abriu um catálogo. Tinha escolhas de gênero, de cenas quentes leves, medianas e pesadas, de atores famosos e empresas. Também tinha uma barra de pesquisa o que facilitou sua busca. Escolheu o clássico romance, leve, colocou nome de Park Jimin e Your Entertainment, então pareceu uma lista pequena com sinopses de filmes que o alfa era o principal ou tinha participação.
Optou por um em que o universo era dividido diferente entre alfas, betas e ômegas dominantes e recessivos*, sendo os últimos quem tem útero, consequentemente podendo engravidar e gerar um filhote. Nessa história, Jimin, era um alfa dominante ao qual criou um laço especial com um alfa recessivo, mas tiveram que se separar por causa das escolhas que ele fez. Dez anos depois, se reencontram, com o recessivo esperando um bebê. Os dois se reaproximam já sabendo que foram apaixonados um pelo outro na adolescência então acabam fazendo o que não fizeram nessa época: se entregando à paixão.
O personagem de Jimin tem um amor muito grande pela sementinha, apelido que deu ao bebê, logo vive acariciando a barriga do recessivo. Fica ao lado dele em todos os momentos. Jungkook achou muito fofo, lindo e sua admiração ficou enorme pelo moreno pois ele atuava com tanto sentimento...
Se envolveu tanto com a história daqueles dois que esqueceu que teria a parte erótica. Ela chegou tão leve, natural e intensa, que ao seu ver deixou o filme ainda mais apaixonante. Claro que sentiu muito calor ao ver aquele corpo bem moldado, gostoso, despido. Ficou todo desestabilizado, um tanto paralisado, assistindo Jimin suado, usando as mãos pelo outro corpo, investindo com um misto de delicadeza e firmeza, expressando prazer… Ah, ficou completamente vermelho ao notar a respiração ofegante e a excitação que lhe fez apertar as coxas uma na outra. Mas negou se tocar. Isso em ambas as cenas de sexo que apareceram no decorrer do filme.
No final, satisfeito com o final feliz que tanto gostava, aprovou, chegou até a curtir.
— É, realmente não foi nada demais mas que vergonha. — choramingou para si mesmo, afinal, seu corpo reagia de maneira estupidamente fácil a Jimin.
Ao procurar um filme mais quente, arregalou os olhos ao ver a capa de um one o alfa estava completamente sexy, mordendo o lábio carnudo, mostrando um olhar intenso para a câmera. Estava apenas com uma cueca, em uma pose poderosa, sentado em cima de uma máquina de lavar, contendo peças de roupa ao redor assim como outra cueca em sua mão.
Pelos comentários, o enredo parecia ser algo mais polêmico, tinham milhões de curtidas e elogios ao desempenho sexual de Jimin. Ficou curioso novamente.
— Será que esse é bom mesmo? — se questionou. — Ao menos quente ele parece ser… Ah, que vergonha! Acho que não vai ser ruim ver só mais um, não é?
Acabou respirando fundo e iniciando.
A história contava sobre um beta jovem, Jimin, que tinha um vício por outro beta mas ele era casado com sua mãe*. A cena que seu personagem passa a sentir tesão no outro, é chocante. Jungkook teve que parar e tomar uma água para depois retornar. Fora ela, tiveram vários outros momentos que sentiu vergonha alheia, que deve de pausar e respirar fundo, para conseguir continuar. Quando o beta informou a separação com a mãe do personagem feito pelo moreno, não só ele no filme mas o ômega sentiu esperança. Foi aí que notou que estava o tempo todo torcendo para acontecer algo entre os dois, que queria que acontecesse, independente de qualquer coisa.
Então veio a cena da capa. Automaticamente, seus olhos se prenderam na tela onde mostrava o moreno só com uma cueca, exibindo, dessa vez, o corpo atraente de forma explícita. Ele começa a se tocar... Que expressão era aquela? Tão sedutora e sem vergonha que lhe deixava tão corado mas tão excitado. Oh, e língua atrevida sendo passada entre os lábios carnudos? Engoliu em seco.
A seguir, entendeu o porquê de tanto choque nos comentários, tanta admiração com a atuação do alfa, e o porque a maioria que assistiu, incluindo ele mesmo, surtou.
Mais para frente, beijos quentes, frases instigantes, carícias pecaminosas que lhe fizeram franzir o cenho. Estava pela primeira vez sentindo um intenso tesão fora do heat. Estava com vergonha, só que por algum motivo não conseguia parar.
Os dois "betas" se movimentavam de forma ligeira e sexy, estavam envolvidos por uma aurea de excitação tão incrível e iam cada vez mais se deixando levar por um desejo quase palpável…
— Isso é diferente de tudo o que eu já vi. — murmurou para si mesmo, estupefato pelas coisas novas que sentia através de assistir às cenas que, diferente do filme de romance leve, eram explícitas.
À medida que via, seu corpo se aquecia, seus feromônios iam se espalhando pelo quarto, lá atrás molhava, latejava, como seu pau. Essa vontade que sentia de fazer algo a respeito, em sua visão, era uma sensação estranha, diferente, difícil de explicar. Óbvio que já tinha se excitado, só que durante o cio, não lembrava com clareza então se sentir desse jeito parecia novo. Único. E mesmo que estivesse surpreso, envergonhado, sentindo as bochechas fervendo, não conseguia desviar o olhar, tudo porque queria mais daquele sentimento.
Os olhos que estavam fixos na tela via os amassos, os ouvidos escutavam os gemidos e palavras sujas especialmente de Jimin que era seu foco maior. Este ao qual estava deixando o ar ainda mais erótico e envolvente, apertando firmemente a cintura do parceiro, indo cada vez mais fundo e forte com as estocadas no interior dele. A câmera focava diversas vezes em nas expressões dos dois, eram maravilhosas, porém, o ômega focava apenas no hyung… Ele parecia surreal de tão gostoso com o cabelo jogado para trás, suando, arfando, dizendo sacanagens ou simplesmente permitindo risadinhas roucas escaparem de seus lábios atraentes.
— Gostoso... Ele é muito gostoso... — admitiu com sua voz ofegante, mordendo o lábio.
Seu coração estava acelerado, se sentia quente, sensível demais. E, em determinado momento, involuntariamente, começou a esfregar uma coxa na outra tentando aliviar algo que nem sabia direito o que era. Tá bom, ele sabia muito bem o que era mas não acreditava porque nunca havia acontecido antes. Não com esse tipo de filme que um dia julgou tanto.
Agora Jungkook estava descobrindo um novo mundo fora do seu comum. Todavia, ao invés de se deixar levar pelo surto, continuava quieto, admirando a forma que o alfa fodia e, lá no fundo, o desejando.
Tanto que as partes baixas doíam cada vez mais de excitação, de vontade…
Jimin é extremamente gostoso, quente e sensual. Foi a única coisa que conseguiu pensar naquele instante enquanto via os gestos maliciosos e ouvia os gemidos roucos dele. A forma que apertava a bunda do parceiro, metendo com tanto empenho... Ah, isso estava fazendo o jovem ofegar mais e mais.
Por um momento, desejou estar ali, o vendo de perto, sentindo seu calor, se seduzindo com seus feromônios, sendo fodido fortemente... Seu pau reagiu com essa ideia, o que lhe causou um susto porque dessa vez estava consciente dos seus pensamentos, sentimentos e reações.
— Puta que pariu! Que porra estou pensando? O que estou fazendo, caralho? — exclamou, ofegante, parando tudo, fechando o notebook e o colocando ao seu lado. Levou a mão até a boca, espantado pelos palavrões que havia acabado de dizer. Olhou para sua calça, incrédulo. Tinha um volume ali. Seu membro latejava, podia sentir o quão duro estava, chegava a doer. Não estava diferente na bunda, só o fato que o slick escorria. Não conseguia acreditar!
Só chegou a ficar excitado no heat, buscou alívio sem a timidez já que estava com a mente nublada, apenas seguindo o instinto. Só que agora, estando consciente, era diferente já que a vergonha lhe dominava. No entanto, estava com tanto tesão que não pensava em outra solução a não pegar o toy dentro de seu guarda roupa para se masturbar até gozar.
Sem pensar muito, acabou o pegando e colocando em si com mais facilidade do que imaginou ser possível.
Diante disso, se deitou na cama e, colocando o fone outra vez, puxou o notebook para perto, levantou a tela do aparelho, dando continuidade. No entanto, ao invés de observar mais da cena, preferiu fechar os olhos, se concentrando apenas nos ruídos.
— Uhm... — murmurou, sentindo o coração batendo forte, não acreditando no que fazia e por quem. — Ele geme tão gostoso... — levou a mão até o pênis, massageando, inconscientemente, também rebolando no dildo dentro de si, sentido arrepios de satisfação percorrerem seu corpo.
Por um instante abriu os olhos, mordendo o lábio ao voltar às cenas, podendo ver Jimin em ação desde o início de novo. E, ah, era impossível se sentir um ômegazinho ingênuo agora!
Na mente de Jungkook aquele moreno era tão sexy, intimidade e poderoso que poderia fazer o que quisesse com o mundo, com aquele parceiro de cena, com seu corpo... Aumentou a velocidade da mão, fitando a tela como se pudesse atravessá-la.
Por estar desconfortável, mudou de posição, se ajoelhando e sentando sobre as próprias pernas, usando o controle para ligar a vibração dos itens, sentindo a respiração falhar várias vezes enquanto imitava o alfa, mantendo o mesmo ritmo da masturbação que ele fazia em si no filme.
Suas pernas começaram a reclamar mas não se importou, apenas gemeu baixinho, sentindo todo o tesão e prazer daquele momento. A ereção pulsava em sua mão, esta que o atendia do melhor jeito possível, indo rápido desde a base até o topo, pressionando, lhe satisfazendo.
O fôlego lhe faltou assim que um espasmo forte lhe atingiu em meio aos picos de prazer. Jogou a cabeça para trás, gemendo alto, puxando o lençol com uma mão enquanto a outra apertava o pau e contraia a entradinha, gozando. Jimin continuava só que no momento metendo no parceiro de cena. Jungkook prolongou o orgasmo pois parou apenas quando o outro finalizou.
Após se acalmar, pensou que estaria sendo um hipócrita mas, caralho, aquilo foi tão gostoso que sentia que poderia ficar o dia todo vendo e fazendo!
Bem, foi o que ele fez.
Foram quantas vezes naquela tarde? Cinco? Seis? Não importava mais.
Tentou conter seus batimentos cardíacos e ar em seus pulmões, enxugou a testa úmida de suor e jogou os fios grudados na testa para trás. Após pegar alguns nomes de filmes que Park aparecia, achou os vídeos nas pastas de deletados e fez belo uso deles. Tinha perdido a conta de quantos havia visto, eram tantos, cada um com uma temática diferente, porém, todos extremamente excitantes.
De tanto assistir e notar os detalhes, descobriu que amava todas as classes, achava todos os corpos maravilhosos e gostosos. Só que seu tesão maior, eram machos alfas estilo Park Jimin. Principalmente o próprio.
E, pela primeira vez, o jovem não se importou com o irmão ficando fora de casa o dia todo. Claro que não. Assim pôde aproveitar boas horas ali, trancado em seu quarto, vendo o conteúdo que sempre julgou e se descobrindo.
Não se tocava o tempo todo, nem com todos os vídeos, só analisava como funcionava, desejava Jimin e quando não conseguia se conter acabava tocando uma.
Todaviaz em determinado momento, cansou de ver todo aquele conteúdo pornográfico, era melhor parar, tomar outro banho e ir descansar, afinal, para quem não gostava ficou tempo demais vendo aquilo.
Desligou o aparelho após apagar seus dados e todos seus rastros, o guardando em uma gaveta segura. Esperava que Namjoon não precisasse dele tão cedo, assim podia fazer mais uso dele. Nem que encontrasse algo seu lá caso o pegasse de volta porque se não iria enlouquecer e Jungkook iria se foder sem ser de um jeito tão bom como viu. Se repreendeu em pensamentos.
— Oras, quem disse que eu quero ser fodido? — se questionou, mas seu subconsciente respondeu que ninguém precisava dizer algo tão claro.
Claro que estava suscetível a pirar a qualquer momento pelo o que andou fazendo e ainda pensava em continuar. Mas não naquele dia. Apenas tomou um banho, comeu algo e se jogou na cama, não demorando muito a cair no sono já que seu corpo estava muito bem relaxado.
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➼ Perceberam esse asterisco * enquanto eu falava sobre os dois filmes que o Jungkook estava assistindo? São fanfics minhas. A primeira é Us&TheBaby e a segunda Naughty rs.
➼ Beijinhos de açúcar e até o próximo capítulo!
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