➼ Hoje temos cena nova. Espero que gostem hihi

➼ Boa leitura, docinhos! 

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Capítulo 4 - Bagunça interna

Como de costume, Jungkook acordou às seis da manhã. Era sábado, bem que podia ficar quietinho em casa dormindo já que se sentia cansado com tudo que aconteceu, além de mau humorado, mas tinha treino com os seus colegas do futebol então se sentou na cama. Emburrado. E ficou ainda mais quando Namjoon bateu na porta e entrou.

— Bom dia. — desejou, recebendo um resmungar desinteressado. — Seokjin recebeu uma proposta de emprego em Seul, pediu para que eu o levasse.

Isso chamou atenção do ômega. Então quer dizer que ficaria sozinho? Como se lê-se seus pensamentos, o mais velho disse: 

— Você vai ficar bem? São só três dias. Jin me convenceu que vai dar tudo certo. 

Nem precisava dizer que era obra de Seokjin. Ele nunca tomaria a decisão de viajar, lhe deixando sozinho, ainda mais estando para ter um cio, por si só. 
 
— Vou ficar bem.

— Ok. — pensou um pouco sobre a conversa com o namorado ao qual lhe mostrou que eles precisavam de um tempo longe um do outro para acalmar os ânimos e pensar direito em suas ações. — Eu espero poder confiar em você. — o jovem quase riu irônico. 

— Eu não vou trazer alfas para cá, nem me encontrar com ele, se é o que quer saber. Sequer estou afim de ir ao treino hoje… — jogou verde já que o irmão parecia tranquilo e poderia deixá-lo faltar.

— Ótimo. Fique em casa. Eu já estou de saída. Não esqueça de se alimentar. — queria dar um beijo nele antes de sair mas pensou que Jungkook recusaria igual o abraço da noite anterior então apenas deixou o cômodo.

O mais novo suspirou. Não tinha nada a reclamar. Estava aliviado por não ser obrigado a sair de sua caminha. Mandou mensagem no grupo da escola avisando que não ia comparecer, voltando a deitar e dormir.

Viajando no mundo dos sonhos, retornou na noite passada quando foi envolvido pelo abraço de Jimin. Notou que o corpo dele parecia firme. O odor e a temperatura que vinham dele mexiam consigo, lhe deixava tão… Embriagado. Estava quente, molinho entre aqueles braços fortes, entregue… Excitado. Oh, pelo santo lobinho, estava realmente…? Arregalou os olhos. Quando os azuis intensos lhe fitaram diretamente, sentiu que o alfa podia fazer o que quisesse consigo. Quis que ele fizesse. Mas o que queria exatamente?

Despertou, ofegante, se sentindo estranho e não só pelo sonho que lhe deixou com o pau duro e bumbum molhado. Era como estar com febre. Mas não era uma febre comum. Não sentia frio. Fervia. 

As peças de roupa pareciam apertar, restringir, de alguma maneira, então se livrou delas com rapidez, se sentindo um pouco mais aliviado até uma dor em seu baixo ventre lhe causar uma careta.

— Não… — choramingou, se encolhendo. — Eu não acredito! Será que é por causa dele? Ou… Não. Só… Veio. E… Eu preciso de ajuda. — pegou seu celular.

Uma vozinha dizia para ligar para o alfa, porque ter um nesse momento parecia tão atrativo. No entanto, a ignorou. Estava preocupado demais com o que viria a seguir para ceder a ela. 

— H-hyung…

— Está tudo bem? Você não é de faltar e… Por que está ofegante? — foi logo estranhando.

— Me ajuda, TaeTae. — pediu, com a voz sofrida, manhosa. — Eu acho que estou entrando no cio. D-doí. Não tem ninguém aqui. Eu estou com medo.

— Oi?! — isso, para si, era informação demais vinda de Jungkook.

— N-nam viajou justo hoje, eu dormi e acordei… Assim. É estranho. Eu acho que eu quero… Há uma voz, uma sensação, não sei, que quer me fazer... Colocar algo lá. — murmurou, ficando vermelho.

— É o seu instinto, você precisa transar ou se masturbar. 

— Não posso tomar supressor?

— Não! Esqueceu que o efeito dele no primeiro cio pode causar problemas férteis? O recomendável para você é se tocar. Tem um toy?

— Toy? — franziu o cenho, confuso, estava difícil raciocinar com seu corpo falando mais alto, deixando cada vez mais claro o quanto queria se satisfazer usando um pau. Aparentemente de qualquer um. Podia até ser de seu amigo beta. 

— É um "brinquedo", um acessório que pode te ajudar durante essa época.

— Não. Eu não tenho nada. Meu hyung disse que daria os itens necessários quando fosse o momento certo… — a risada sarcástica daquele timbre intenso, ao qual nunca reparou até agora, lhe arrepiou. Ah, estava se sentindo tão sensível. Mas se negava a se tocar durante a ligação por conta da voz de Taehyung.

— Seu hyung não era todo responsável? — debochou. — Enfim, eu vou comprar pra você. Tranca a porta do quarto com corrente, ok? Eu te ligo quando chegar.
 
Esperar foi uma tortura pois estava ansioso, fora que os sintomas iam se tornando cada vez mais intensos misturando a uma dor que lhe fazia encolher ainda mais.  O slick descia em abundância, sua entradinha latejava de vontade de ter algo lá dentro e seu pau doía. Mas se manteve firme. Não queria que Taehyung chegasse e lhe visse em um momento íntimo, já bastava estar nu.

Mas, quando ele anunciou sua chegada, já não era o mesmo Jungkook. Era apenas um ômega, no cio, querendo alguém para seduzir e lhe satisfazer. Por isso, abriu a porta e foi logo o abraçando. O Kim paralisou. Aquele corpo gostoso despido, tão quente, o cheiro de caramelo… Todo o quarto estava com aqueles feromônios fortes demais para si que gostava de todas as classes, incluindo ômegas.

— Me solta. — se desvinculou dele, cobrindo o nariz com a camiseta.

— Eu cheiro tão mal assim, beta? — era como se estivesse bêbado, seu rosto estava corado e o olhar vago agora expressava piedade. 

Para si, um ômega no cio é sexy então o azulzinho não conseguiu evitar imaginar Jungkook fazendo essa expressão embaixo de si enquanto…

— Não! — gritou, para não se deixar levar, assustando o outro. — Você cheira aqueles caramelos que derretem na boca. Isso… É incrível. — tanto que sentia sua boca salivar.

— Eu posso derreter na sua boca. Que tal me provar? — o tocou o peitoral, intensificando os feromônios.

Taehyung tossiu para dissipar um pouco da situação incômoda, desviando o olhar do peladinho, novamente se afastando e estendendo a sacola que estava em sua mão livre.

— Você precisa disso. Eu já desinfectei, está limpo.

Jeon abriu a sacola, a caixa, pegou o objeto e observou... Ele é ligado, feito para ser usado ao mesmo tempo, uma das pontas tem um anel peniano para deixar na base do pênis e a outra um formato médio de um pau para colocar dentro do ânus. Vem com um controle pois vibrava, podendo fazer uma massagem de acordo com a intensidade da escolha. E toda vez que gozasse, o dildo expandia lá dentro e dava a sensação parecida de um nó. Não é como um, mas ajuda. Não que o beta já tenha usado. Ao menos não em si mesmo.

Os olhos de Jungkook brilharam. 

— Põe em mim. — o entregou o item. Só que não queria que ele lhe colocasse somente o objeto, estava cada vez mais entregue ao heat, louco para ser fodido, tanto é que não possuía mais filtro sobre o que falava.

O Kim sabia que o amigo não se encontrava são, o instinto dele estava lhe provocando de propósito, o pedido era na intenção que fosse tocado pois devia estar doidinho para isso e a armadilha era clara: depois que começasse, o ômega faria ser difícil parar. Tinha noção disso, queria resistir, porque Jungkook não olharia em sua cara e porque Namjoon o mataria assim soubesse que transaram. No entanto, ao vê-lo nu em sua frente, se pondo de quatro para si, cedeu sem pensar em nada.

Agindo no automático por conta de seu interior afetado pela visão e cheiro que provinha do ômega, se abaixou por trás dele, o cobrindo com seu corpo que emanava um leve cheiro de grama, o fazendo sentir seu pau duro. Só isso fez com que Kook ofegasse e pedisse manhoso para ser tocado. 

Ele gemeu quando o beta enfiou o dedo dentro de si, movendo, logo acrescentando outro… Era bom, sentia prazer com os movimentos, mas estava enlouquecido por dentro de tanta vontade de ter mais. Queria muito mais. Aquilo com os dedos era pouco diante de seu gigantesco desejo de se acasalar...

Taehyung levou os dedos molhados até o pau de Jungkook, usando o lubrificante natural para facilitar a passagem do anel e, após, colocou o dildo dentro do rabinho guloso. Em seguida, pegou o controle, ligando o toy, o que causou nele um grunhido. Isso lhe fez despertar e arregalar os olhos. 

O que estava fazendo? Não podia passar o cio com ele se não combinaram isso! 

Fugiu dali como o diabo fugia da cruz, trancando a porta por fora, e indo para o banheiro lavar as mãos e jogar uma água no rosto, respirando fundo para se controlar, duvidoso se ligava para Namjoon ou pedia ajuda a governanta que sempre cuidou de Jungkook, pois sozinho não conseguiria lidar.

🐺

No mesmo dia lá estava Jimin, vasculhando as redes sociais de Jungkook, curioso para saber um pouco mais do garoto tímido e meigo que havia crescido muito desde a última vez que o viu, se tornado atraente.

As postagens tinham um grande espaço de tempo entre elas e eram escassas. A única informação que conseguiu pegar foi que o garoto curtia vídeo game, desenhos, animes, e filmes de hérois.

Guardou suas descobertas, mas ainda ansiava saber mais. Pensou em perguntar a Seokjin só que ele ficaria desconfiado, para Namjoon seria pior, então não tinha outra opção. Era melhor procurar saber mais de Jungkook pelo próprio, por isso solicitou amizade nos aplicativos. 

Observou a última foto no instagram, ele parecia emburrado, fofo, porém aquela posição era tentadora. 

@jeonkooky 

O sofrimento é meu, eu sofro aonde eu quiser.

@kimV, @sugamin e outras pessoas curtiram essa foto.

Ver todos os comentários

@sugamin: sofrimento de rico é tão chique

@kimV: uhm... coxas rs

@pJinnie: o que houve?

@joonnam: @kimV parou. 

Jimin negou. Como sempre Namjoon dando chilique por ciúmes. Sorriu sacana, tendo vontade de comentar algo como o quanto o garoto estava atraente naquela pose, no entanto, achou melhor não atiçar a fera ainda mais. Até porque precisava da resposta de Jungkook antes de qualquer coisa. 

Fazia quase vinte e quatro horas. Ele não entrou em contato, será que havia optado por não aceitar seu plano ou Jimin estava sendo um ansioso?

Não sabia que o garoto estava no heat e passou a noite toda pensando na proposta.

Quando postou aquela foto era madrugada, estava tomando uma coca e pensando... Se encontrava cansado das pessoas dizerem direta e indiretamente como devia se portar. Exausto de viver querendo agradar a todos, principalmente seu irmão. Queria se encontrar, descobrir o que gostava, testar coisas novas... Porém, Namjoon insistia em ser parecido com Grug, pai do tempo das cavernas do filme Os Croods, lhe induzindo a ficar na zona de conforto para não correr perigo, sendo que perigos fazem parte da vida. 

Em seu ver, se fosse agir apenas com medo era melhor se trancar na caverna de vez, fazendo como o patriarca desse filme de animação e evitando tudo o que é novo. Se continuasse o mesmo "bebê" inocente, até poderia se conformar em agir assim… Mas estava cada vez menos atraído por isso e cada vez mais se enxergando como Eep, a filha da família que, quanto mais presa, mais queria aprender coisas novas. Ser livre.

É isso. Jeon Jungkook desejava ser livre. Para ser e fazer o que bem entender, sem as pressões costumeiras e superproteção de Namjoon ou qualquer outro lupino. Livre para mostrar que é um jovem adulto, fazendo coisas de sua idade, às vezes errando mas no fim levando algum aprendizado. 

E, no momento, a maneira de sentir a liberdade vinha de algo que não era muito de seu costume: a rebeldia. Mesmo acreditando ser um desajeitado para ser rebelde, era sua única opção. Afinal, era a forma de mostrar ao irmão que não estava satisfeito, ainda que ele enxergasse apenas como uma desobediência sem fundamentos. Então, sim, estava inclinado a aceitar a proposta do alfa de olhos azuis.

🐺

Sun chamava o garoto baixinho para não assustá-lo, esperando que ele acordasse para ver sua situação.

— Uhm? — resmungou, abrindo os olhos devagar, piscando várias vezes enquanto tentava se sentar mas não conseguia por estar se sentindo cansado demais. — O que aconteceu? — ao perceber que estava nu, com o peitoral de fora, tratou de se cobrir com o cobertor.

— Você entrou no cio. Como se sente agora? Ainda está com aquela sensação de estar querendo se acasalar? 

— Não. Só me sinto sem forças.

— Você usou muita energia nesses sete dias. — ele franziu o cenho, como se questionasse "sete?". — Hoje é sexta-feira. Ficou dois dias a mais que o esperado. Mas por ser o seu primeiro heat, está tudo certo. 

De todo modo, Jungkook ia observar pois se tivesse em dias diferentes, mais vezes, antes de três meses, seu cio era desregulado e teria que tratar.

— É normal não me lembrar de tudo, não é? — a beta assentiu. — Ah, porque eu só tenho na memória que passei mal, liguei para o Taehyung-hyung e… — corou porque as cenas que antes estavam embaçadas, vieram claras em sua mente. Mas o que mais lhe afetou, não foi saber que o beta colocou o toy em si, e sim imaginar que Namjoon soubesse. — Oh, meu santo lobinho! O meu irmão bateu nele? 

— Eu encontrei seu amigo andando pelo corredor, ele parecia bem incomodado e confessou ter tocado em você, que queria ajudar, ficando de guarda no seu quarto, mas descobriu não ser capaz de resistir aos seus encantos. O aconselhei a ir embora pois sabemos a reação que seu irmão teria. Eu mesma liguei para ele, contei do seu cio e afirmei estar tudo sob controle. 

— Ele simplesmente aceitou? 

— Você sabe que eu ajudei a criá-lo quando pequeno, ele confia em mim ao ponto de não só me deixar cuidar de toda a casa mas guardar o cio dele, logo me permitiu guardar o seu. 

— Entendi. Muito obrigado, Sun noona. Você é muito importante, não só para ele mas para mim também. — a surpreendeu com um abraço. — Se não fosse por você, meu amigo e eu estaríamos mais que ferrados. 

A fêmea sorriu. 

— De nada. Eu já preparei sua comida, que tal tomar um banho? Enquanto isso, eu, limparei seu quarto.

— Obrigado. — murmurou. Se enrolou no cobertor, levantando. O toy caiu e ele o pegou com muita rapidez, saindo correndo envergonhado enquanto dizia: — Isso eu limpo! 

Após o fazer, se escondeu atrás da porta para pedir seu celular a Sun. Agradeceu, informando que ia demorar pois queria curtir a banheira. 

Dentro dela, cheia de água e espuma, relaxava enquanto respondia as mensagens dos dois amigos que ficaram preocupados consigo. Ainda bem Taehyung não mencionou nada, esperava que não o fizesse pessoalmente também pois senão ficaria muito constrangido. Se surpreendeu ao ver além de uma solicitação para ser seguido no instagram, mensagem, dele.

Direct.

@pjmin

|Eu nem sou de sofrer mas já estou agoniado
|Quero ficar nessa banheira com você

Ao ler a mensagem, o jovem arregalou os olhos. Como diabos ele sabia que estava dentro da banheira? Lhe observava como um stalker? Não, claro que não. O texto lhe foi enviado a sete dias atrás, era sobre a foto que postou no feed e no story emburrado enquanto pensava na vida e bebia coca.

De todo modo, o alfa ter lhe procurado era uma surpresa para si. Mas é assim que funciona, você conhece alguém, a encontra na internet e segue, não é? Agora receber uma mensagem com aquele conteúdo... O que devia pensar? Que Jimin estaria a fim de si? Ele era apenas um cara brincalhão, interessado em amizade? Ou era só um jogo para que aceitasse sua proposta de vingança?

@jeonkooky 

|Está agoniado porque quer ficar aqui comigo?

A resposta não demorou a vir.

@pjmin 

|Sim rs

O garoto se remexeu, sentindo um incômodo se apossar de si. A ideia não parecia ruim, mas considerando que Jimin era experiente e seu irmão o tachava de não confiável, imaginava que tinha alguma maldade nas entrelinhas. Nervoso, mordeu o lábio, digitando:

@jeonkooky

|E como a gente ficaria aqui?

Mal sabia Jimin que era literalmente "aqui" e que as intenções alheias não estavam tão puras como imaginava. 

Ah, ele tinha várias formas de ficar em uma banheira, ainda mais se tivesse Jungkook naquela posição com as pernas abertas e flexionadas, no entanto, buscou não assustá-lo.

@pjmin

|Como você quiser :3

A questão é que Jungkook não sabia, na verdade não aceitava, como queria. Havia achado Jimin bonito, sentindo algo inusitado que até lhe desencadeou o heat, porém não estava totalmente apto para aceitar seus sentimentos e se deixar levar.

@jeonkooky 

|Essa carinha não combina com você >.<

@pjmin 

|Ora, mas por que? 

@jeonkooky

|Você tem um ar misterioso e sexy então se torna incapaz de usar uma carinha fofa dessas 

@pjmin

|Hahaha eu tenho meus momentos fofos, tá?
|Mas eu sou sexy também u.u
|Agora misterioso? De onde você tirou isso? Eu sou um livro aberto 

@jeonkooky

|Talvez seja porque não nos conhecemos ainda

@pjmin

|Mas podemos? 

@jeonkooky

|O que? 

@pjmin 

|Nos conhecer melhor... 

@jeonkooky

|Por mim, sim

@pjmin 

|Achei que ia negar
|Você não pareceu muito afim de me responder…

@jeonkooky

|Me desculpe
|Não foi isso
|Eu entrei no cio, por isso sumi

@pjimin 

|Entendi
|Espero que tenha passado por ele sem problemas, o primeiro é sempre chato
|Tenho um compromisso. Nos falamos depois?

Jungkook mordeu o dedo. Estava curioso querendo saber como Jimin estava. 

@jeonkooky

|Sim, mas você está bonito para ir nesse compromisso? 

@pjimin 

|Eu sou bonito rs
|Mas confira você 

O ômega ficou boquiaberto visto que Jimin ficava muito charmoso com o cabelo daquele jeito, repartido ao meio e com tais vestimentas jeans. Ao analisar melhor aquele rosto e o pescoço exposto, seu coração acelerou, o estômago gelou, além do que devia e algo esquentou... Ah, eram as bochechas queimando de vergonha como sempre.

@jeonkooky 

|Aprovado 

Foi a única coisa que conseguiu escrever, saindo do aplicativo e largando o celular, focando em terminar seu banho sem pensar muito nisso.

🐺

Neste sábado não houve treino, afinal, aquela foi a semana do campeonato que nem se insistisse e fosse o ômega não participaria já que ficou no cio como o irmão coincidentemente previu que aconteceria. Então passou a manhã e boa parte da tarde assistindo Naruto. Depois foi tirar um cochilo, acabando por dormir demais. 

Agora se encontrava atrasado para uma reuniãozinha de amigos na casa de Taehyung. Antes faziam nas sextas-feiras mas depois que os treinos de futebol, que eram nas quartas a tarde, passaram para os sábados de manhã devido a alguns colegas que começaram a trabalhar, optaram por fazer suas festinhas de pijama neste dia para Jungkook não acordar virado e atrapalhar o rendimento em campo.

Apressado, pôs a mochila em cima da cama, pegando roupas aleatórias que tirou do armário e alguns objetos no banheiro, colocando lá dentro e fechado, logo buscando pelo celular. Este possuía várias chamadas perdidas e mensagens de seus amigos. Para acalmá-lo, digitou algo rápido afirmando que em segundos estaria lá. 

Como queria andar depressa, tomou um banho rápido, vestiu a primeira calça jeans que encontrou, uma camiseta larga qualquer, um tênis e pronto. E, enquanto pegava suas coisas, torcia para que Namjoon não estivesse de mau humor e pudesse lhe dar uma carona pois não estava nada a fim de pegar o metrô. 

Desceu as escadas em galope, passando os dedos pelos fios grandes e desajeitados, mal notando o falatório na sala. Ao dar o último salto, levantou o olhar, só então notando que haviam outros lupinos ali além do irmão. 

Seokjin e Jimin. 

O primeiro estava gargalhando ao lado de Namjoon e o segundo escorado na parede próxima à porta, vendo o conteúdo de uma pasta de documentos. Vestia uma roupa social despojada e usava um óculos escuro que Jungkook não entendeu, afinal, era noite. Devia fazer parte de alguma moda. E, mesmo usando aquela peça, pôde sentir o olhar penetrante em si o que fez seu coração acelerar e o incômodo em seu estômago aparecer outra vez. 

— Boa noite. — cumprimentou, agradecendo aos céus por não gaguejar.

— Boa noite, Kook. Se sente bem? — perguntou Seokjin, sorrindo para ele. Já o outro Park apenas lhe deu um aceno com a cabeça, voltando a focar no que tinha em mãos.

— Estou bem. De saída. 

— Aonde o senhor pensa que vai? — questionou o hyung em um tom brincalhão.

— Vou dormir na casa do Taehyung-hyung, por quê? Vai me impedir de ir? — foi debochado, lembrando dele querer lhe proibir de falar com Jimin e também das vezes que deixou de ir aos lugares por receber "não" do irmão e aceitar calado por não querer contrariá-lo. No momento não se importava com isso. Queria dormir lá então iria dormir. Namjoon sempre deixou, mas se agora falasse algo, não ficaria mais em silêncio também. 

Afinal, precisa mostrar que possui dezoito anos e é dono de seu nariz, que tem o direito de fazer suas próprias escolhas, sejam boas ou ruins, e aprender com elas. Esse seria o fim de ouvir papo furado de irmão mais velho ciumento e protetor demais. Mentiroso também, vale ressaltar. E, definitivamente, chega de ser tratado como uma criança boba.

— Eu estava me esforçando para te deixar ir porque seu cheiro ainda está forte e isso é perigoso. Mas só pela resposta mal criada não irei te levar mais.

— Vou a pé então. — mal terminou de dizer e aquela voz, que em sua opinião é muito bonita, soou pela sala.

— Eu te levo. — Jimin removeu o óculos, encarando o amigo, que travou o maxilar. Não queria que aqueles dois se aproximassem de forma alguma, afinal, não tinha um pressentimento bom vindo disso. — Eu só vim buscar esses papéis e estou indo mesmo.

— Obrigado, Jimin-ssi. — sorriu, satisfeito.

— Olha, Park, agradeço sua boa vontade, mas não se meta. Jungkook, volta para o quarto.

— Deixa o garoto ir na casa do amigo, cara. O que tem demais? 

— Ele está certo, Jeonie. Está implicando em motivos. — disse o loiro, enlaçando a cintura dele. — O Jungkook já passou pelo cio e não tem sinais de que vai voltar. Fora que nunca saí de casa, é bom para ele ter seus momentos de diversão. — se voltou para o tal. — Vá, Kook. Eu acalmo a fera. — piscou, sorrindo brincalhão.

— Que acalmar o que. E eu tenho meu direito de não confiar nos outros perto dele. Não se atreva a sair por essa porta com ele, Jeon Jungkook!

— Passar bem. — respondeu, saindo dali sem dar bola para os chamados alheios. 

Logo entrou no carro luxuoso de Jimin, feliz por ele também ter ficado do seu lado.

— Namjoon parece ter voltado a ficar estressado. — comentou o ator, dando partida em seu Audi. — Além de claramente não gostar da minha pessoa te fazendo companhia. 

— Ele não quer que eu me aproxime de você. Segundo o mesmo, tem suas razões. Na verdade, eu acho que sei o motivo… — o moreno sorriu sacana pois também imaginava. 

O fato de ser um ator de filmes adultos, muito experiente, era o grande motivo para seu amigo ir contra aquela aproximação. Não queria que o dongsaeng tivesse uma influência tão forte como Jimin, muito menos que este tirasse a inocência de Jungkook que queria preservar.

— E por que seria? — arqueou a sobrancelha, se fazendo de bobo.

— Você é um ator de filmes de amor e... — não completou a frase por timidez. Ela nunca lhe abandonava. Às vezes era um saco.

— Vamos, Jungkook-ah, termine a frase. — incentivou.

— Sexo. — disse quase em um sussurro, desviando o rosto, olhando para a janela ao seu lado, tentando disfarçar o quão corado ficou ao dizer e consequentemente imaginá-lo em ação. Pelo santo lobinho! Não devia pensar essas coisas. 

— Não precisa ter vergonha de dizer, é o que eu faço, não é? Então sem problemas. — ele assentiu sem jeito. Park mudou de assunto para deixá-lo confortável. — Quem são seus amigos? Eles são legais? 

— Eles chamam Taehyung e Yoongi, eles são legais, sim. — o carro parou no semáforo. — Às vezes são chatos mas faz parte, não é? 

— Sim. — o olhou, sorrindo. — E namorada? Talvez namorado? 

— Eu? — soltou um riso nasalado. Era impossível já que na maioria das vezes tinha interesse nulo em lupinas e lupinos. Também não era algo que estava em sua lista de preocupações. — Não, mas você já sabe. Eu te contei que nunca namorei. 

— Oh, é mesmo. Nem um lance? — o castanho negou. Havia sim dado uns selinhos escondidos em festinhas da escola, em sua casa, porém, não achava importante relatar. — Temos um lupino puro aqui. — brincou, o cutucando a cintura mas logo voltando a atenção nas ruas não vendo o quanto um encostar de seu dedo naquela parte sensível - agora após o cio parecia mais - deixava Jeon incomodado.

— Não é você. — deixou escapar. Jimin não se ofendeu, gargalhou, acabando por lhe contagiar. — Mas, e você? Tem alguém?

— É algo sem importância. — deu de ombros. — Você é uma gracinha, Jungkook. É bonito e parece bem interessante. Tenho certeza que pretendentes não te faltam. — falou, encarando os olhos dele por alguns segundos. Diante daquela imensidão azul, Kook sentiu as bochechas mais quentes que o comum. Fora que não era alguém que soubesse reagir a elogios, ainda mais de um lupino como aquele, tão lindo e tão… Atraente. Respirou fundo, não sabendo o que falar, como reagir. — Então por que? 

— Por que, o que?

— Por que não se envolve com ninguém? Não me leve a mal, eu só estou curioso. 

— Eu não sei. Acho que porque maturei a pouco tempo. Devo ter me despertado mais para me atrair e essas coisas agora depois do cio. É recente… Eu acho… Acho que minhas vontades estão presentes mas não sei lidar bem… Minha timidez pode atrapalhar. Eu acho que se alguém tentar algo ainda vou sair correndo. No fim também, eu nunca encontrei alguém que me deixasse interessado o suficiente para querer ir além de beijinhos... Você também não é tão ruim, então qual a sua desculpa? — se esforçou para continuar o papo, para brincar e ficar naquele clima mais leve.

— Ainda bem que não sou tão ruim, se não, como eu atrairia as pessoas para verem meus filmes? — entrou na onda.

— Justo. 

— Eu não namoro por escolha. Também nunca achei alguém interessante o suficiente para seguir em frente, no meu caso, com relacionamento. Outras coisas eu não tenho problema.

— Entendi. Você... Uhm... Pode me dizer o que te atrai? — estava um tanto curioso sobre. — Mas só você não se importar. 

— Está falando de qual classe eu gosto? — ele assentiu. — Todas. — sorriu. — Mas não costumo sair muito com machos alfas, com a maioria deles sinto que temos interesses que não encaixam.

— Ah… Então… Imagino que você não namora mas já tenha ficado com muitos lupinos e lupinas — mesmo não sendo uma pergunta, Jimin assentiu — Deve saber de muita coisa. Disse sério sobre me dar experiências?

— Está pensando na proposta? 

— Sim. Ainda não sei se topo... Eu quero mostrar ao Nam que posso fazer o que quiser só que... Eu não sei se consigo agir diferente, fora que não sirvo para fingir um namoro. Nunca fui um bom ator. — coçou a nuca.

Jimin praguejou mentalmente. Queria tanto aquilo. No entanto, sabia que tinha de respeitar a decisão alheia.

— Se mudar de ideia, me fale, ok?

— Tá bom. — sorriu, pensando o quanto ele era compreensivo. Gostava bastante desse fato. Tanto quanto gostava da sinceridade dele.

— Você me perguntou, mas não me disse sobre. Você gosta de que, Jungkook? — ergueu a sobrancelha, em dúvida. Ele ficou sem jeito, brincando com a barra da camiseta para distrair de sua timidez.

— E-eu... Estou um pouco confuso... B-betas talvez? — disse, com o olhar fixo no semáforo ao qual ficou vermelho. O único contato que teve foi com seu amigo mas não sabia se gostou por ser atraído pela classe ou se era só porque estava no cio, desesperado por um pau.

— Se quiser, podemos não focar no Namjoon e na vingança, ela virá de todo jeito, então focamos em você. — tocou a coxa dele, inclinando na direção do mesmo que estava estático, sentido toda uma bagunça interna. — É só aceitar que eu posso te ajudar com isso. — tombou a cabeça para o lado, encarando os olhos pretos de pertinho. — Ao menos de alfa macho, eu te garanto certeza de você descobrir gostar.

Jungkook ofegou, sentindo o peito subir e descer forte, a boca estava seca e estômago estranho. Aquele conjunto de expressão despreocupada, olhos penetrantes, a voz aveludada saindo daqueles lábios carnudos que foram lambidos, tão próximos a si era um tentador demais. 

— J-Jimin-ssi… — inconscientemente seus dedos apertaram a camiseta, engoliu em seco ao que ele aproximou mais alguns centímetros. Podia sentir a respiração dele se chocando com a sua. Não conseguia desviar os olhos da boca tão atraente.

— Me peça para parar. — murmurou, se sentindo tão atraído pelo ômega, por estar perto, sentindo o cheiro de caramelo que agora após o cio estava mais forte, que não ia conseguir se frear sozinho.

Jungkook pela primeira vez que passar por si de sua vergonha e dizer o que desejava, abriu a boca para dizer um "me beije", entretanto, antes de deixar a palavra sair, uma buzina soou alta, quebrando toda a tensão e fazendo Jimin se afastar, voltando a conduzir o carro. 

O garoto soltou o ar que nem notou prender e cobriu o rosto quente com as mãos frias já que quando ficava nervoso ele sempre esquentava e elas sempre gelavam. O que acabou de acontecer? Estava se deixando ser seduzido por um alfa? Mas Jimin sequer soltou feromônios. Isso significava que estava afim dele por livre e espontânea vontade? Pelo jeito, sem nem ter tido tempo de aceitar, ele provou que gostava de machos alfas sim. E foi com tão pouco. Era um ômega tão sensível assim? Ah, se bem que o heat acabou no dia anterior, ainda deveria estar vulnerável. 

Já o Park ficou arrependido de ter chegado o mais novo no canto e feito o clima ficar tenso. Pensando bem, nem sabia dizer o porquê fez isso. Geralmente gosta de joguinhos, acha divertido usar de sua beleza e ar intimidade para provocar os demais de propósito, mas dessa vez ao sentir aquele odor de caramelo estando mais forte - ainda que sem soltar feromônios - se perdeu no meio do caminho e se deixou levar.

— O que vocês vão fazer essa noite? — perguntou, tentando dissipar o ar estranho.

— V-vamos ver filmes, j-jogar vídeo game, comer besteiras, conversar sobre coisas idiotas... — pigarreou, tentando voltar ao estado leve do início. — Só espero que eles não levem bebidas ou fiquem colocando filmes com partes explícitas. 

— Vocês costumam assistir juntos? — se fez de surpreso. Sabia que isso era comum. Ao menos aconteceu muito após sua maturação. Mas, além de ver, ele e um amigo praticavam. Será que... Não. Jungkook parecia muito tímido e inexperiente para isso.

— É complicado. Eles gostam de ver, comentar, trocar descobertas. E-eu não curto muito, acho que por ser tudo muito novo para mim, sabe? Aí eles insistem em me mostrar, querendo minha opinião, mas eu só fico sem jeito. 

— Eu acho que você devia tentar ver sozinho, encontrar algo que te deixe confortável, um enredo que te agrade então quando vir essas cenas você poderá curtir o momento, daí verá que não é nada demais. Quem sabe assim eles largam do seu pé ao ver o quão saidinho você está sendo, uhm? — ergueu a sobrancelha, sendo um tanto insinuante.

— Posso tentar, obrigado pela dica. Vou aproveitar e pedir para o Nam me indicar alguns filmes. — brincou, prevendo a reação exagerada do hyung.

— Ele ficará muito puto. 

— Talvez seja a intenção. 

O ator riu pensando que Jungkook não era nada inocente, não. Ele só era tímido, reservado e inexperiente pela falta de não praticar coisas novas. Mas pelo o que pôde ver nesse tempo de conversa, de bobo ele não tinha nada. Com uns empurrões corretos, ele poderia parar de ficar receoso com tudo e ficar solto e leve. A questão é que se mantinha confuso entre continuar o mesmo ou agir de uma maneira nova como nunca fez e isso parecia o deixar com um pouco de medo. Jimin deveria ajudá-lo?

Antes que pensasse sobre, o jovem lhe tomou a atenção:

— É nessa rua, bem ali, onde está aquele carro prata. 

Segundos depois eles pararam em frente a uma casa comum, bonita, além de bem limpa e organizada, mas os últimos detalhes somente Kook sabia dizer. 

— Se divirta, Jungkook-ah. E se tiver bebidas, não pegue pesado, sim? 

— Pode deixar, Jimin-ssi. — abriu um largo sorriso, se arrastando para fora do carro. — Obrigado. — agradeceu, dando uma piscadinha e indo em direção a porta da família Kim. 

Como ainda sentia o olhar do Park, olhou para trás, o encontrando com um braço escorado na janela no carro preto, sério, lhe fitando de longe. Seus olhares encontraram e Jeon quase tremeu na base com aquele par de olhos azuis intensos lhe encarando de forma tão misteriosa, afinal, não sabia o que se passava naquela cabeça. E sexy. Claro. Muito sexy. O incômodo em seu interior bateu em cheio. Não sabia dizer o porquê, mas o moreno lhe trazia sensações diferentes. Na verdade, ainda não aceitou o fato de que se sentia atraído por ele. Até porque, desde quando o reencontrou, tudo aconteceu tão rápido que agora a única coisa que tinha certeza era de sua confusão. 

Foi o primeiro a desviar o olhar, afinal, a porta se abriu e foi puxando por Taehyung. 

— Por que está parado com essa cara de idiota? 

— Não viu que ele estava acompanhado? — depois da fala de Yoongi, o azulzinho correu até a janela, vendo ao longe um carro bonito e dentro dele um lupino mais bonito ainda.

— Quem era aquele, Kook? — perguntou, curioso.

— Um amigo meu. — deu de ombros.

— E que amigo, hein? — insinuou o mais velho aos risos. — Eu vi a troca de olhares de vocês dois. 

— Como é? — Tae quase gritou de tanta animação. — Não acredito que tem um crush! Conta tudo! Vamos, Kook!

Ainda bem que Taehyung não disse nada sobre aquele dia e estava mais interessado em saber quem era o desconhecido. Jungkook ficou aliviado.

— Ele se chama Park Jimin. É amigo e cunhado do Namjoon. Nos aproximamos a pouco tempo. E... Uhm... Ele é ator de filmes adultos. — seus amigos expressaram um completo choque. — Da empresa Your Entertainment. No caso, meu hyung também é chefe dele. 

— Que?! — exclamou o beta, chocado.

— Jungkook, você fumou alguma erva antes de vir? 

— Antes fosse, hyung. Queria que meu irmão estivesse escondendo coisas apenas nos meus delírios, mas não. Ele o fez e está mais mandão do que antes! Não quer nem que eu me aproxime de Jimin. Só que eu vou. Vou mostrar a ele que cresci e agora faço o que quero. — disse determinado.

Seus amigos se entreolharam.

— Quem é você e cadê o nosso Kook? — brincou Taehyung, o abraçando pelo ombro. 

— Está aqui. Só está cansado de ser tratado como um fantoche todo bonzinho e comportado. 

— Isso merece uma comemoração! Vou comprar comidas e bebidas para nós! — animado, o ômega de cabelo platinado deixou o cômodo indo em direção ao mercadinho do bairro. 

— Aproveitando que ele saiu, deixa eu te contar... — disse Kim, o dongsaeng torceu para não ser nada envolvido com seu heat. — Eu acho que ele gosta de mim. 

— Quem? O Yoongi hyung? — perguntou de cenho franzido. 

— Sim! 

— Mas é claro que gosta, vocês são amig- 

— Você não entendeu. Eu estou falando de outro tipo de gostar. 

— Oh. — sua boca entreabriu em surpresa. — Pensei que ele estivesse afim daquela garota que não saia do meu pé. Ela até me deixou em paz.

— Eu também. Mas aí, naquele dia que conversei com o professor, eu fui contar para o nosso Suga e ele foi todo grosso comigo. Pensei que estivesse de mau humor por conta de seus pais estarem brigados mas hoje, quando fui retomar o assunto que me liberarem para ter as aulas particulares com o crush, ele ficou todo irritado dizendo que não queria saber, que isso ia dar muito errado, que eu só quero romances impossíveis e nego o óbvio. Quando o questionei ele só resmungou e saiu dizendo que havia esquecido algo em casa. 

— Nossa. — não sabia muito bem o que dizer. — Uhm… E o que você sente sobre isso? Acha que pode retribuir ou vai deixá-lo na friendzone? 

— Eu ainda não parei para pensar. Mas percebi que gosto do Hoseok. Tipo, não é só tesão. Ah, ontem foi tão bom, Kook! — suspirou apaixonado com os olhos praticamente brilhando. — Nós fomos para a biblioteca e ficamos estudando algo sobre álgebra. Eu nem me lembro porque só fiquei o admirando de pertinho, sentindo o cheiro gostoso dele de chuva fresca, me sentindo afetado por sua beleza e desejando agarrá-lo na frente daqueles estudantes espalhados ao nosso redor. Mas chega de falar de mim. E o seu amigo novo? Você acha que pode estar afim dele? — perguntou, bastante curioso já que Jungkook nunca se mostrou interessado por ninguém e Yoongi havia comentado sobre uma troca de olhares.

— Acho que somos só amigos. — disse, em seguida desviando o assunto.

Pensando melhor, o moreno é atencioso consigo, também é sincero e lhe fazia se sentir bem, gostou de ficar próximo dele, apesar das sensações estranhas que lhe causava. Se bem que elas não eram ruins, só diferentes. Algo que, com certeza, não se devia sentir por um amigo. Então é, talvez ele não se enquadra nessa posição, mas achava muito cedo para pensar nele como um possível pretendente.